Plano Brasil Soberano busca blindar exportadores e dar fôlego à indústria nacional
Plano Brasil Soberano busca blindar exportadores e dar fôlego à indústria nacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, em 13 de agosto, o Plano Brasil Soberano, conjunto de medidas para proteger exportadores brasileiros diante do aumento de até 50% das tarifas de importação pelos Estados Unidos. O pacote, que destina R$ 30 bilhões a linhas de crédito e inclui incentivos fiscais e diplomacia comercial, foi bem recebido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que vê nele um alívio imediato para o setor produtivo.
Desenvolvimento:
O plano atua em três frentes: fortalecimento do setor produtivo, proteção aos trabalhadores e diplomacia comercial. Entre as principais ações estão:
Liberação de R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para linhas de crédito com taxas mais acessíveis, priorizando empresas mais afetadas pelo tarifaço norte-americano.
Prorrogação do prazo para exportações no regime de drawback, evitando multas e juros para mercadorias que não puderem ser enviadas aos EUA dentro do prazo original.
Diferimento por dois meses do pagamento de tributos federais para empresas impactadas, e aumento do Reintegra, que devolve parte dos tributos pagos ao longo da cadeia produtiva, chegando a 3,1% para grandes e médias empresas e 6% para micro e pequenas.
Ampliação dos fundos garantidores, como FGCE, FGI e FGO, totalizando R$ 4,5 bilhões, para reduzir custos e aumentar a competitividade dos exportadores.
Criação da Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego, que vai monitorar postos de trabalho nas empresas afetadas e mediar conflitos trabalhistas.
No âmbito internacional, o governo pretende reduzir a dependência das exportações para os EUA, avançando em negociações com União Europeia, EFTA, Emirados Árabes, Canadá, Índia e Vietnã. Desde 2020, o Brasil abriu 397 novos mercados.
Reação da indústria:
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o plano representa um “respiro” à indústria, permitindo que as empresas suportem o impacto das tarifas americanas e continuem negociando soluções comerciais. Alban destacou que a iniciativa contempla reivindicações da indústria, como crédito emergencial, diferimento de tributos e aumento do Reintegra.
“Não queremos só respirar, mas caminhar. Este plano representa abertura de mercado e reflete o esforço contínuo de manter o diálogo e buscar soluções”, afirmou Alban, reforçando a necessidade de acelerar acordos bilaterais, principalmente com a União Europeia, e reduzir o custo do crédito produtivo.
Conclusão:
O Plano Brasil Soberano combina medidas de apoio imediato a exportadores e estratégias de longo prazo para fortalecer a indústria nacional, diversificar mercados e reduzir vulnerabilidades diante de barreiras comerciais externas. O governo reafirma o compromisso com o multilateralismo e a negociação técnica com os EUA, garantindo que o Brasil se mantenha competitivo no comércio global.
Fonte: Infomet
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 15/08/2025