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Com guerra de preços, aço está mais barato do que água no Japão

Produtos siderúrgicos no Japão tornaram-se mais baratos que a água em peso, com queda acentuada de preço devido à intensa competição entre distribuidores. Isso prejudicou os esforços de consolidação das siderúrgicas, que vinham aumentando os preços.

O preço médio de uma garrafa de 1 litro de água mineral da Suntory Beverage & Food era de 156 ienes (US$ 1,09) em março, um aumento de 5% em relação ao ano anterior, de acordo com o “Nikkei Asia” POS, que coleta informações de vendas de supermercados e outras lojas em todo o país.

O preço de distribuição na região de Tóquio para chapas de aço laminadas a frio de 1,6 mm, amplamente utilizadas na indústria manufatureira e em outras indústrias, é de cerca de 141.500 ienes por tonelada. O preço por quilograma — o mesmo peso de um litro de água — é de cerca de 141,5 ienes, quase 15 ienes mais barato que a água.

Da mesma forma, chapas de aço laminadas a quente de 1,6 mm custam cerca de 117,5 ienes por kg. Ambos os tipos de chapa estão de 4% a 6% mais baratos do que no ano passado.

"Ferro é mais barato que água" já foi uma frase comum na indústria siderúrgica. Com enormes instalações de produção, os fabricantes caíram em uma competição acirrada. Vendas de alto volume e baixo lucro tornaram-se a norma.

Um ponto de virada ocorreu em 2020, quando grandes fabricantes embarcaram em reformas. A Nippon Steel suspendeu ou fechou altos-fornos em todo o país, reduzindo seu total de 15 para 10 no mês passado. A JFE Steel fechou um alto-forno em 2023.

A capacidade anual de produção de aço bruto do Japão em fevereiro totalizou 110 milhões de toneladas, uma queda de cerca de 13 milhões de toneladas, ou 10%, em relação a 2019, segundo o Ministério da Economia, Comércio e Indústria.

A suspensão dos altos-fornos aliviou a superprodução, freando as guerras de preços anteriores. O preço do aço ultrapassou o da água por volta de 2021.

Mas os efeitos dessas reformas perderam força e os preços do aço estão caindo novamente. Um dos fatores é a guerra de preços entre os distribuidores.

"Como há poucas consultas, não temos escolha a não ser vender a preços baixos", disse um executivo de uma atacadista de aço na cidade de Urayasu, na província de Chiba, perto de Tóquio. Na indústria da construção civil, o principal mercado para o aço, as obras estão desacelerando devido à escassez de mão de obra. A demanda também está baixa nos setores automobilístico e de manufatura.

"Muitos distribuidores estão competindo por um pequeno número de pedidos", disse o executivo. "Eles desconfiam uns dos outros e querem vender antes que outras empresas baixem os preços novamente e o mercado entre em colapso."

Um representante de vendas de uma siderúrgica disse que "alguns distribuidores aceitam contratos com preços inferiores ao preço de venda do produtor e, posteriormente, pedem que o produtor reduza o preço."

Uma série de alianças ajudou a reduzir o número de siderúrgicas com altos-fornos para três: Nippon Steel, JFE e Kobe Steel.

Mas o sistema de distribuição de aço é complexo, e estima-se que existam cerca de 1.400 revendedores autorizados em todo o país.

Apenas 24 fusões e aquisições ocorreram no ano passado entre empresas nacionais do setor de vendas e atacado de produtos de aço e metais não ferrosos, relata a Recof Data. Esse número se manteve estável nos últimos 20 anos, em comparação com o aumento geral de 20% na atividade de fusões e aquisições em todo o país, em relação ao ano anterior.

"Muitos atacadistas de aço possuem terrenos nos centros das cidades e, como têm renda com imóveis, podem não sentir a crise de se reestruturar ou fechar as portas, mesmo que seu principal negócio seja a baixa lucratividade", disse um pesquisador de um grande banco.

O número de distribuidores tem sido apontado como um problema há muito tempo. Em um discurso em um encontro da associação de distribuidores de aço em junho de 2024, o executivo-chefe (CEO) da Nippon Steel, Eiji Hashimoto, afirmou que "a reestruturação e a racionalização dos distribuidores são inevitáveis".

Com a redução do excesso de concorrência no lado da produção, o bastão da reforma foi passado para as empresas mais abaixo na cadeia do setor.

"Se os distribuidores não se tornarem mais oligopolistas, isso prejudicará o foco do setor na lucratividade", disse Atsushi Yamaguchi, analista sênior da SMBC Nikko Securities.

A indústria siderúrgica também enfrenta ameaças externas, incluindo as tarifas adicionais de 25% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações de produtos siderúrgicos e automóveis. O aço japonês não é apenas exportado como está, mas também processado internamente em automóveis e produtos industriais para exportação, permitindo que a indústria sinta o impacto de ambos os lados.

Yamaguchi estima que a produção anual de aço bruto do Japão, de 83 milhões de toneladas, inclui 34,4 milhões de toneladas destinadas à exportação direta e 20 milhões de toneladas destinadas à exportação indireta.

"Se as tarifas de Trump e o protecionismo global continuarem, no pior cenário, a demanda poderá cair em 4 milhões de toneladas por ano, incluindo exportações diretas e indiretas", disse ele. O número equivale à capacidade de produção de um grande alto-forno.

Os fabricantes já estão respondendo. A JFE anunciou em 2 de abril que suspenderia a produção de um alto-forno por volta de meados de maio. Alguns no setor acreditam que, se a crise econômica continuar, novos cortes de capacidade em larga escala poderão ocorrer. Mas, sem mudanças no setor de distribuição, o impacto sobre os preços do aço seria minimizado.
 

Impactos potenciais para o Brasil:

1. Concorrência internacional mais agressiva
Com o aço japonês ficando mais barato, ele pode se tornar mais competitivo no mercado internacional. Isso pode gerar pressão sobre os preços globais do aço, afetando países exportadores como o Brasil — especialmente se houver redirecionamento de excedente japonês para mercados latino-americanos.

2. Reflexos nos preços internos e nas exportações brasileiras
Se o preço do aço no mercado internacional cair, as siderúrgicas brasileiras podem enfrentar margens menores tanto nas exportações quanto no mercado interno, dependendo da exposição ao comércio exterior.

3. Reforço na tendência de consolidação global
O movimento de reestruturação e consolidação no Japão pode servir como sinal para outras regiões, inclusive a América Latina, de que é hora de repensar estratégias, fusões ou racionalizações, especialmente entre distribuidores.

4. Setores consumidores de aço no Brasil podem se beneficiar
Indústrias como a automobilística, construção civil e linha branca no Brasil poderiam se beneficiar caso o preço do aço no país siga a tendência de queda global. Isso pode ajudar a reduzir custos de produção.

5. Barreira comercial e protecionismo
Com a menção às tarifas impostas pelos EUA, há um alerta importante: a guerra comercial afeta a todos. Se o Japão redirecionar exportações para mercados onde o Brasil também atua, pode haver disputas comerciais mais intensas. O Brasil já enfrenta barreiras em alguns mercados e pode ter que adotar medidas antidumping se identificar concorrência desleal.

Fonte: Nikkei Report
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/04/2025

O setor siderúrgico brasileiro e a guerra comercial entre Estados Unidos e China

Conversamos com Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos, sobre os impactos da guerra comercial entre Estados Unidos e China no setor siderúrgico brasileiro.

Já é possível traçar um cenário das consequências da guerra comercial entre Estados Unidos e China no setor siderúrgico dos dois países?

Não há como precisar, mas a direção é negativa para os dois países. A China, já há algum tempo, está com um forte nível de produção siderúrgica, mas como o seu consumo doméstico segue fraco, grande parte da sua produção de aço é exportada. O problema é que como em um mundo de tarifas se comercializa menos, o país pode ter mais dificuldades para exportar o seu aço, o que pode dificultar ainda mais a sua meta de crescimento anual, que é de 5% para este ano, além de levar a uma diminuição da demanda por minério de ferro, o que seria muito ruim para o Brasil.

Com relação aos Estados Unidos, como o país importa cerca de 1/4 do aço que consome, seria muito difícil mudar a sua cadeia de produção de forma tão rápida. Assim, as novas tarifas de 25% sobre o aço vão criar uma inflação de custos no setor. Além disso, como o spread metálico, que é a diferença do preço do aço para o seu custo, seja ele sucata ou minério de ferro, tende a ser comprimido, isso vai criar uma dificuldade a mais para o setor, que, de alguma forma, vai ter que se ajustar aos preços mais caros dos insumos, o que pode impactar os times de trabalho e os investimentos. As tarifas estão criando empecilhos para a indústria siderúrgica do país, que está sendo levada para um nível pior do que o atual.

O setor brasileiro de siderurgia e, aproveitando a sua menção, o setor de mineração já estão sentindo os impactos da guerra comercial entre os dois países?

Por mais que ainda seja cedo para fazermos uma avaliação, já que isso começou no dia 2 de abril com o Liberation Day, nós podemos classificar esse tema como um dificultador de negócios para a frente. Nesse clima de incerteza, quem tinha que comprar, segura, o que faz com que os preços venham para baixo. Como o principal player que compra da Vale é a China, uma China mais fraca, que compre menos, é um risco. Por mais que não haja nada de concreto, nós temos que ficar de olho, pois há uma luz amarela.

Com relação às siderúrgicas nacionais, nós temos um problema relacionado à origem do aço que está sendo consumido no país. Nós não temos um problema de demanda, já que o consumo aparente de aço cresce. Não a taxas muito grandes, mas cresce. O grande problema é a imensa quantidade de aço chinês. Como em 2023 e 2024 nós tivemos um crescimento muito grande nas importações de aço, sobretudo em aços planos, o governo chegou a criar cotas para 11 produtos de aço plano, mas que não foram efetivas, tanto que membros do setor reclamaram que elas não haviam salvaguardado a indústria nacional como deviam.

Isso também explica o motivo pelo qual, nesse primeiro momento, o governo adotou um tom conciliatório, optando por esperar para não criar uma questão diplomática, diferentemente do que havia acontecido com a China. Isso porque, depois de muito tempo, e com um volume de importação muito grande de aço em 2023, o governo estipulou cotas em 2024, o que gerou um desgaste institucional com o país. Para evitar um novo desgaste, principalmente depois dessa experiência que não deu certo, já que o aço chinês continuou chegando, praticamente, do mesmo jeito, o governo preferiu esperar.

Na minha avaliação, o Governo Federal tem a expectativa de que os Estados Unidos fiquem mais flexíveis e criem cotas, da mesma forma como aconteceu no passado, quando o país colocou em vigor a seção 232, mas depois acabou fazendo concessões.

O que um investidor, que possui ações de siderúrgicas brasileiras, deve fazer nesse momento?

A Usiminas e a CSN têm sofrido muito com o aumento da importação de aço chinês, sobretudo de aços planos. A Gerdau também sofre, mas se protege um pouco mais por dois motivos. O primeiro é que mais de 1/3 do seu resultado é produzido em plantas na América do Norte, que, em alguns trimestres, possuem um backlog superior a dois meses. O segundo é que a companhia possui uma exposição maior a aços longos, que são menos complexos em termos de produção que o aço plano. É por isso que o aço plano chinês é mais competitivo, pois ele chega aqui mais barato que o seu custo de produção. Como no aço longo os preços são mais próximos, não há tanto incentivo para a importação em termos de preço, o que faz com que a Gerdau sofra menos. A Gerdau também produz aços planos, mas, em termos proporcionais, menos que a Usiminas e a CSN.

Como já estávamos acompanhando uma desaceleração nos spreads, as tarifas reforçam uma cautela que eu já tinha com o setor há bastante tempo. Particularmente, eu prefiro ver os desdobramentos de fora.

Considerando a conversa que tivemos, você gostaria de acrescentar algum ponto à sua entrevista?

Nós temos que ficar de olho no relativo quanto ao aço e ao alumínio. Por enquanto, as tarifas de cada um são de 25%, mas pode ser que haja uma flexibilização no futuro. No momento, eu não vejo isso, mas se exceções forem feitas, isso pode se tornar um risco ou uma oportunidade a depender do relativo.

Fonte: Monitor Mercantil
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/04/2025

 

Agrishow 2025 deve movimentar R$ 65 bilhões

A Agrishow 2025, principal vitrine de tecnologia para o agronegócio da América Latina, chega à sua 30ª edição com expectativas otimistas e foco em inovação, sustentabilidade e inclusão. O setor de máquinas e equipamentos agrícolas deve faturar R$ 65 bilhões neste ano — um crescimento de 8% em relação a 2024 — impulsionado pela busca por maior produtividade no campo. A estimativa é da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que aponta o avanço da automação como peça-chave nessa evolução.

De 28 de abril a 2 de maio, a feira será realizada em Ribeirão Preto (SP), reunindo mais de 800 marcas expositoras e cerca de 195 mil visitantes de mais de 50 países, reforçando seu papel estratégico na difusão de soluções de ponta para o agronegócio.

Tecnologia como motor de transformação no agro

De acordo com Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, a indústria brasileira está cada vez mais preparada para entregar soluções inteligentes que otimizam o uso de recursos naturais e elevam a eficiência das lavouras. Tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), Big Data, drones e sensores já transformam o manejo agrícola em propriedades de diferentes perfis, incluindo o pequeno produtor.

“O agronegócio está em constante evolução, buscando atender à crescente demanda por práticas sustentáveis, sem abrir mão da produtividade”, afirma Estevão. Para ele, o desafio agora é democratizar o acesso às inovações, garantindo que a agricultura digital beneficie todos os segmentos da produção rural.

Infraestrutura aprimorada e foco na experiência do visitante

Em 2025, a Agrishow contará com melhorias na infraestrutura e no acesso, como asfaltamento de vias internas, ampliação de bilheterias, nova sinalização e parceria com a Polícia Rodoviária para facilitar o fluxo nos horários de pico. O estacionamento também foi reestruturado, com tickets variando entre R$ 70 e R$ 110 por dia.

“A feira está cada vez mais preparada para proporcionar uma experiência qualificada, segura e confortável para expositores e visitantes”, comenta Liliane Bortoluci, diretora da Agrishow – Informa Markets.

Mulheres no agro ganham mais espaço

Outro destaque da edição é a valorização da presença feminina no setor. Atualmente, as mulheres representam quase 30% do público da Agrishow. A iniciativa “Agrishow Pra Elas” ganhou uma área coberta e climatizada voltada exclusivamente à troca de experiências e capacitação de mulheres no agro.

“Trabalhamos intensamente neste ano para ampliar a participação feminina e refletir essa realidade crescente dentro do evento”, diz João Marchesan, presidente da Agrishow.

Educação e oportunidades para o futuro do campo

O evento também fortalece seu compromisso com a formação de novas gerações. Um projeto inédito levará mais de 1.150 alunos da rede pública de Ribeirão Preto para conhecerem de perto as oportunidades do agronegócio. “Quando mais jovens entenderem o papel do agro no Brasil, mais chances teremos de transformar a realidade local com educação e qualificação”, destaca o prefeito Ricardo Silva.

Uma celebração histórica dos 30 anos da feira

Com o tema “O Futuro do Agro de A a Z”, a feira celebra três décadas de contribuição ao desenvolvimento do setor com uma linha do tempo interativa, conteúdos audiovisuais exclusivos e exposições que resgatam a trajetória da Agrishow. Para João Marchesan, a edição de 2025 é um marco: “Celebrar 30 edições é reconhecer a relevância da Agrishow como um espaço essencial de inovação, negócios e conhecimento”.

Fonte: Agrolink
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 23/04/2025

 

Importação de aço fora do sistema de cotas mais que triplica no Brasil e expõe brechas na regra

A importação de tipos de aço não sujeitos ao regime brasileiro de cota-tarifa disparou no último ano. De junho de 2024, quando a medida entrou em vigor, até março deste ano, o Brasil importou 318.968 toneladas desses produtos — um aumento de 258% na comparação com o mesmo período entre 2023 e 2024 (89.082 toneladas).

Os dados são do Instituto Aço Brasil e consideram dez itens classificados como “NCMs de fuga” ? produtos que diferem apenas levemente de outros mais taxados, permitindo que importadores escapem das tarifas mais altas. Na prática, é como se a medida comercial imposta pelo governo tivesse “vazamentos”. NCM é a sigla para Nomenclatura Comum do Mercosul, um código que identifica e classifica os produtos comercializados na região.

No caso de nove tipos de aço sujeitos à tarifa mais elevada para importações fora da cota, as compras externas recuaram 7,4%, passando de 1.985.399 para 1.839.211 toneladas. Apesar da queda no acumulado do período, houve uma forte alta pontual entre dezembro e janeiro, quando as importações saltaram 166,5%.

Para o setor, o recuo de 7,4% é pouco significativo se considerado o contexto geral. Comparada a média de 2020 a 2022, as importações totais de laminados na siderurgia devem avançar 75% em 2025, prevê a Aço Brasil. De 2023 para 2024, a alta foi de 8,6%.

Como mostrou o Estadão/Broadcast na última sexta-feira, 11, a siderurgia teme uma piora neste quadro depois de Donald Trump impor uma tarifa de 25% sobre o aço que entra nos EUA. A decisão deve fazer com que mais países desviem suas exportações para o Brasil, até agora majoritariamente comprador do aço chinês.

Um dos mercados que fazem as empresas sediadas aqui ligarem o alerta é o da Coreia do Sul, além de outros asiáticos. Mas a preocupação vem de praticamente todas as partes do mundo. No ano passado, o excesso de capacidade mundial na produção de aço foi de 619 milhões de toneladas, frente a um consumo de 1,853 bilhão de toneladas.

Enquanto isso, no Brasil, o vencimento do prazo do sistema de cota-tarifa se aproxima do fim. A medida foi implementada no meio do ano passado para tentar conter a avalanche de importações, com duração de 12 meses. Para as NCMs que estão dentro desse controle, a cota é calculada com base na média de importação entre 2020 e 2022, acrescida de 30%. Se as compras ultrapassam esse número, o tributo de importação cobrado, que gira em torno de 10,8%, passa a ser de 25%.

A sobretaxa, por sua vez, não é tão efetiva para controlar o que desembarca no Brasil devido ao preço que companhias chinesas, que contam com subsídios estatais, conseguem fazer, aponta o setor. Nesse quesito, a desaceleração da economia da China também tem gerado impacto. Na bobina a quente, o preço de exportação do país caiu de US$ 560 por tonelada em janeiro de 2024 para US$ 464 por tonelada em março deste ano. O subsídio dado pelo Estado chinês para as empresas vem crescendo ao longo dos últimos anos. Em 2023, o valor recebido por 20 siderúrgicas chinesas foi de US$ 654 milhões.

Antes mesmo do tarifaço de Trump, os números dos primeiros três meses de 2025 já preocupavam o mercado doméstico. Inicialmente, o Instituto Aço Brasil previa um crescimento de importações de 11,5% no ano. Mas, no primeiro trimestre, o avanço já foi de cerca de 30% ante o mesmo período em 2024. Em entrevista recente ao Estadão/Broadcast, o presidente da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, fez um alerta sobre o que irá acontecer agora que o mundo todo terá dificuldade de entrar no mercado americano. “Os EUA importaram no ano passado 26 milhões de toneladas. Se retirar os semiacabados, são 18 milhões de toneladas. A pergunta é: para onde é que vai esse volume todo?”, questionou.

Na outra ponta do problema gerado pelo tarifaço, as siderúrgicas brasileiras que exportam aos Estados Unidos tentam convencer o governo do republicano a retomar o acordo fechado no primeiro mandato de Trump. Por ele, o Brasil evitou a sobretaxa à época e podia exportar anualmente 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e 687 mil toneladas de laminados aos EUA. Agora, desde 12 de março, as vendas pagam uma alíquota de 25%.

No ano passado, das 5,6 milhões de toneladas de placas de aço importadas pelos EUA, 3,4 milhões de toneladas foram do Brasil. Como o produto é usado pela indústria americana e, portanto, complementar à produção de lá, o setor acredita que a gestão Trump irá reconhecer a importância econômica de retomar o acordo fechado há praticamente oito anos. O argumento tem sido uma das tônicas da negociação entre as diplomacias brasileira e americana. A reunião mais recente aconteceu na quinta-feira, 10.

Fonte: Estadão
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/04/2025

Produção brasileira de aço bruto sobe 6,6% em março, diz Aço Brasil

A produção brasileira de aço bruto em março somou 2,944 milhões de toneladas, crescimento de 6,6% sobre o resultado de um ano antes, informou nesta quinta-feira o Aço Brasil, que representa siderúrgicas instaladas no país.

No acumulado do trimestre, a produção de aço bruto totalizou 8,477 milhões de toneladas, 2,8% acima do registrado no mesmo período do ano passado.

As vendas de aço no mercado interno, enquanto isso, foram de 1,880 milhão de toneladas em março, alta de 10,7% na comparação anual, com crescimentos de 16,6% nos produtos planos e de 6,6% nos longos. No trimestre, houve expansão de 8% nas vendas internas, para 5,274 milhões de toneladas.

Segundo o Aço Brasil, o consumo aparente de produtos siderúrgicos no país — indicador que reúne importações e vendas de material produzido no país — somou 2,44 milhões de toneladas em março, avanço de 15,6% ano a ano.

Fonte: CNN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/04/2025

Agrishow 2025 destaca potência do agro nacional para mais de 70 países

O Brasil atrai cada vez mais a atenção do mercado internacional pela capacidade produtiva de alimentos e commodities agrícolas. E os números seguem em ascensão.

Esse movimento se reflete também na Agrishow, principal feira de tecnologia para o agronegócio da América Latina, que acontece novamente em Ribeirão Preto (SP).

 A 30ª edição, que ocorre de 28 de abril a 2 de maio, espera receber novamente cerca de 195 mil visitantes de mais de 70 países diferentes e mais de 800 marcas.

Entre os expositores estão empresas nacionais e internacionais, tendo destaque para nações como Espanha, República Tcheca, Índia, Estados Unidos, Colômbia, Holanda, China e Hong Kong.

A feira contará novamente com a presença de pavilhões estrangeiros, Rodada Internacional de Negócios e ação do Programa Brazil Machinery Solutions, uma parceria da ABIMAQ com a ApexBrasil para promover as exportações de máquinas e equipamentos.

Um dos destaques é a 23º edição da Rodada Internacional de Negócios, que será realizada entre os dias 29 de abril e 1º de maio no International Visitor Center.

Ela reunirá compradores de diversos países interessados em estabelecer contatos comerciais para explorar oportunidades no mercado brasileiro.

João Carlos Marchesan afirma que a Agrishow se consolidou como um catalisador de negócios reconhecido internacionalmente, conectando o agronegócio brasileiro às principais demandas do mercado internacional.

“Além de ser um espaço de conexão entre produtores e novas tecnologias, o evento reforça a posição do Brasil como referência mundial na produção de alimentos e fibras”, diz.

“É ainda detentor de tecnologias de ponta, atraindo compradores e investidores de diferentes regiões do mundo”, finaliza.

PAVILHÃO ITALIANO: 24 ANOS DE PARCERIAS E INOVAÇÃO

O Pavilhão Italiano é um dos destaques da Agrishow e tem como objetivo fortalecer a conexão tecnológica entre o Brasil e a Itália, oferecendo soluções que vão desde máquinas agrícolas até tecnologias digitais para otimizar a produção rural.

Organizado pela Italian Trade Agency (ITA), agência ligada ao governo italiano, o pavilhão reforça a importância do país europeu como parceiro estratégico do Brasil no fornecimento de tecnologia para o setor. 

A Itália celebra 25 anos de participação ininterrupta na feira, sendo o único país estrangeiro a manter um Pavilhão Internacional desde os primórdios do evento. Em 2025 serão 900 m?2;.

“Esse espaço sempre abrigou empresas italianas que apresentaram e continuam a apresentar o melhor do Made in Italy no segmento de máquinas agrícolas”, afirma Antonio Monge, representante da Agência de Desenvolvimento Econômico da Itália (ICE/ITA).

Atento ao crescimento do setor de hortifruti (HF) no Brasil e às oportunidades que podem surgir para inovação tecnológica, o governo italiano, por meio da ITA, ampliou sua presença na Agrishow.

Em 2025, a agência inaugura um novo espaço expositivo de 450m?2; na Rua F1d2, dedicado a esse segmento.

SERVIÇO:

Data: 28 de abril a 2 de maio de 2025

Local: Rodovia Antônio Duarte Nogueira, Km 321 – Ribeirão Preto (SP)

Horário: das 8h às 18h

Site: www.agrishow.com.br

Fonte: Portal Radar
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 22/04/2025