Uso do aço na decoração amplia mercado para empresas do setor

Uso do aço na decoração amplia mercado para empresas do setor

Em um cenário de instabilidade econômica, empresas que atuam em setores tradicionais buscam alternativas para manter a competitividade e conquistar novos públicos. No caso da indústria do aço, a diversificação de usos tem se mostrado uma estratégia eficiente para ampliar a atuação e driblar os efeitos da crise.

A Pinheiro Ferragens, tradicional fornecedora de aço para construção civil e indústria, é um exemplo de como o material pode ganhar novas funções e significados. A empresa vem estabelecendo parcerias com arquitetos, designers de interiores e artistas para desenvolver projetos que utilizam o aço não apenas pela sua resistência, mas também por suas qualidades estéticas e versatilidade.

De divisórias internas a esculturas e mobiliários personalizados, o aço tem aparecido em soluções decorativas para residências, escritórios e espaços comerciais. Em alguns casos, o material é combinado com madeira, vidro ou concreto, criando contrastes visuais e funcionais. “Na arquitetura contemporânea, o aço é um elemento que dialoga com diferentes estilos, do industrial ao minimalista, oferecendo durabilidade e impacto visual”, explica Roil Pinheiro, diretor comercial da Pinheiro Ferragens.

O movimento acompanha uma tendência já consolidada em capitais como São Paulo e Belo Horizonte, onde o aço vem sendo incorporado a fachadas, áreas gourmet e peças de design autoral. Além do apelo estético, o material também oferece vantagens como facilidade de manutenção, alta resistência mecânica e possibilidade de reciclagem, um aspecto cada vez mais valorizado em projetos sustentáveis.

Segundo Pinheiro, expandir o público exige mais do que oferecer o mesmo produto para diferentes clientes, é necessário repensar a abordagem e propor usos inovadores. “A crise pode restringir investimentos na construção tradicional, mas abre espaço para soluções criativas. O aço como elemento de design é um exemplo disso: ele mantém a função estrutural, mas também assume papel decorativo e artístico, ampliando a gama de projetos possíveis”, afirma.

Para impulsionar essa frente, a empresa promoveu encontros com profissionais de Arquitetura e Design de Interiores, onde apresentou possibilidades de corte, dobra e acabamento do aço, explorando desde chapas finas até estruturas mais robustas. A troca de experiências resultou em parcerias que já renderam projetos de interiores e instalações artísticas.

O reposicionamento também dialoga com um movimento mais amplo de valorização de materiais industriais em ambientes domésticos e comerciais. Elementos antes restritos a galpões e fábricas ganham espaço em cozinhas, salas e áreas de convivência, contribuindo para uma estética urbana e contemporânea.

Ao integrar-se a diferentes setores criativos, a indústria do aço encontra novas formas de agregar valor ao produto e diversificar suas fontes de receita. “É uma via de mão dupla: o setor de decoração descobre um material resistente e versátil, enquanto nós, da indústria, aprendemos novas possibilidades de aplicação. Essa troca mantém o negócio ativo e atualizado com as demandas de mercado”, conclui Pinheiro.

Fonte: Jornal Tribuna
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 19/08/2025