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Montadoras cortaram produção de mais de 16 mil veículos na América do Sul

Dados da Auto Forecast Solutions (AFS), divulgados pelo site Automotive News, indicaram que as montadoras cortaram 32,9 mil veículos de seus planos de produção global na última semana por causa da escassez de microchips. Mais da metade dos cortes, 16,6 mil unidades, ocorreram em montadoras instaladas na América do Sul.

Apenas este ano as empresas cortaram cerca de 3,16 milhões de veículos de seus cronogramas de produção, informou a consultoria. O volume se somam às 10,5 milhões de unidades que deixaram de ser produzidas em 2021.

Mesmo que as empresas sinalizem otimismo a longo prazo sobre a disponibilidade de chips, a escassez continua a pressionar a produção no curto prazo. Por exemplo, a Toyota disse na semana passada que sua produção global caiu 8,6% em julho em relação ao ano anterior, o quarto mês consecutivo de quedas, em parte devido à escassez de semicondutores.

A falta de chips deve continuar até pelo menos meados de 2023, quando a indústria deve começar a ver uma “diminuição das perdas de produção”, disse Sam Fiorani, vice-presidente de previsão global de veículos da AFS.

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 08/09/2022

 

PIB da construção tem alta de 9,5% no semestre

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no dia 1º de setembro os dados do Produto Interno Bruto (PIB).

Os resultados apontam que o PIB da Construção Civil cresceu 9,5% no primeiro semestre de 2022, em relação a igual período do ano passado, enquanto a economia do país teve alta de 2,5% no intervalo.

Na avaliação do 2° trimestre, o PIB do setor cresceu 2,7% sobre o trimestre anterior, enquanto o crescimento da economia nacional foi de 1,2% no período.

Já em relação ao segundo trimestre deste ano sobre igual período de 2021, a elevação foi de 9,9% na Construção, enquanto o país, nesta base de comparação, cresceu 3,2%.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, o PIB da construção está ajudando a puxar a alta do PIB brasileiro.

“O resultado mostra que o setor da construção mais uma vez teve papel decisivo do setor no processo de recuperação econômica do país. Os números também sinalizam que o nível de atividades do segmento continua se expandindo, o que também está refletindo no mercado de trabalho da construção civil, que apontou o melhor desempenho de julho ao registrar crescimento de 9,38%, conforme dados divulgados pelo Caged nesta semana”, afirma o executivo.

“A construção civil tem a particularidade de ser um setor que puxa fortemente o PIB brasileiro para cima e emprega muito. Isso contribui para que o desemprego no Brasil continue caindo”, complementa Luiz França.

O índice de desemprego, que chegou a 14,8% em 2021, caiu para 9,1% em julho deste ano, considerando que a Construção Civil foi responsável pela geração de 15% dos empregos formais em 2022.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 08/09/2022

China entra em desaceleração e pode prejudicar planos para Brasil em 2023

A atual corrida eleitoral pela Presidência da República é pródiga em promessas feitas pelos candidatos. Todos garantem a manutenção do auxílio aos mais pobres em 600 reais no próximo ano. Ciro Gomes, do PDT, fala até em realizar um programa de renda mínima de 1 000 reais. Por excesso de otimismo ou simples oportunismo eleitoral, eles partem do pressuposto de que terão um caixa robusto para o próximo exercício. O problema é que, a despeito dos bons resultados de arrecadação de impostos neste ano, as nuvens parecem cada vez mais ameaçadoras no cenário global de 2023. A mais recente e perigosa tem relação com o desempenho econômico da China, o maior parceiro comercial brasileiro. “A situação vai ser difícil e não tenha dúvida de que isso vai se descobrir logo”, diz o embaixador e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero.

O desempenho positivo das contas públicas no primeiro semestre deste ano tem relação com a recuperação da atividade no pós-pandemia, como no setor de serviços, mas também com a alta de preços das commodities que o Brasil exporta, como petróleo, minério de ferro e alimentos. Como um grande comprador desses produtos, a China tem sido crucial para a performance da balança comercial brasileira. As cotações, que já vinham em alta em 2021, subiram mais com as restrições causadas pela guerra na Ucrânia, no primeiro semestre. Esse efeito ajudou a trazer mais dinheiro para o país e gerar mais impostos pagos ao governo. Mas, nas últimas semanas, as perspectivas mudaram.

O grande dínamo econômico do novo milênio e segunda maior economia global, a China indica cada vez mais ter colocado o pé no freio e ter deixado no passado os seus anos de mais brilho. Economistas já preveem que o crescimento do PIB chinês ficará, neste ano, em torno de 3,5% e pouco acima de 5% em 2023. Essas últimas projeções representam baixas em relação a prognósticos anteriores, como os do Fundo Monetário Internacional, mesmo considerando anúncios recentes do governo do presidente Xi Jinping para reavivar a economia. Ele promoveu, nas duas últimas semanas, quedas drásticas de juros — foram 15 pontos de baixa para a taxa de operações de cinco anos —, na contramão do resto do mundo, e até anunciou um pacote de gastos de 146 bilhões de dólares.

 

Tais números de crescimento do PIB entre 3% e 4% ficam muito distantes do impulso pós-pandemia de 8,1%, que favoreceu o governo Jair Bolsonaro meses atrás. Nos anos 2000, o ritmo de crescimento chinês superava os 10% — tendo atingido 14,2% em 2007 —, algo que tanto ajudou os mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A desaceleração asiática atual é causada por uma somatória de fatores. Um dos principais foi a decisão de Xi Jinping de impulsionar o consumo interno e manter o crescimento do país estável, ainda que menor. Isso significou uma diminuição considerável das injeções do governo em setores como o de infraestrutura e o mercado imobiliário, que agora atravessa uma grave crise.

Para piorar o quadro, o governo chinês não demonstra interesse em flexibilizar a sua estratégia de tolerância zero contra a Covid-19 e a variante ômicron, levando a novos lockdowns, algo que prejudica a produção industrial e o escoamento de mercadorias nos portos. As regiões de Pequim, Chengdu e Shenzhen, o polo da indústria de tecnologia do país, foram os mais recentes a fechar. Por fim, o verão seco e com altas temperaturas está atingindo safras agrícolas, o fornecimento de energia e o tráfego de embarcações de carga em rios que sofrem com a diminuição do nível de água.

Nos últimos anos, a China tem ajudado o Brasil não só comprando commodities, mas também com investimentos em startups, infraestrutura e produção de petróleo. No ano passado, o país recebeu de Pequim 5,9 bilhões de dólares, 13,6% do capital chinês investido no exterior. Com isso, o Brasil foi o maior destino de investimentos da nação asiática, segundo o Conselho Empresarial Brasil-­China. A questão é se o ritmo pode continuar. “Certamente, ficou para trás aquele momento de empréstimos gigantescos de recursos públicos chineses para projetos de investimento pelo mundo”, avalia o economista Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial e membro sênior do Centro de Políticas para o Novo Sul. “Temos à frente uma desaceleração global inevitável. Esta combinação não é benéfica para o Brasil.” O presidente eleito para 2023 pode não admitir em discursos, mas precisará se preparar para governar o país em um cenário econômico internacional bem mais restritivo.

Fonte: Veja
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 02/09/2022

Emprego e investimentos puxam crescimento da indústria no 2º trimestre de 2022, avalia CNI

A indústria mostrou o maior crescimento do PIB no segundo trimestre de 2022 entre os setores econômicos, com alta de 2,2% frente ao primeiro trimestre de 2022. Diante disso, o gerente-executivo de Economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Telles, afirma que a previsão da CNI para o crescimento do PIB para este ano, tanto do Brasil quanto da indústria, será revisado para cima. Em junho deste ano, a CNI projetou crescimento de 1,4% para a economia brasileira.

“O que nós temos visto, nos últimos meses, é um aumento significativo do número de pessoas trabalhando. O IBGE divulgou que o Brasil tem 98,7 milhões de brasileiros ocupados, seja no setor formal ou no informal, e isso veio acompanhado de um aumento da massa salarial real. Também percebemos uma alta nos investimentos e queda no volume de importações. Então, à medida que a demanda interna aumentou, o abastecimento foi feito pela indústria brasileira”, explica o economista, sobre a recuperação da atividade econômica.

Todos os segmentos da indústria cresceram entre o primeiro e o segundo trimestres de 2022. Os resultados para a indústria, sobretudo o PIB da construção e o PIB da transformação, são superiores aos previsto em junho, de forma que a previsão do PIB da indústria, de 0,2%, também será revista para cima. No caso da indústria de transformação, em particular, a previsão era de queda de 1,5% em 2022. A previsão será revista para uma queda muito mais moderada ou até mesmo crescimento em 2022. 

Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos tiveram a maior expansão 

A maior alta entre os segmentos da indústria foi verificada no segmento de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (+ 3,1%). O IBGE aponta que o resultado é influenciado pelo desligamento das térmicas e o consequente fim da bandeira tarifária de escassez hídrica. Além disso, a própria aceleração da atividade econômica foi relevante neste resultado, dado que a energia é insumo utilizado por todos os setores econômicos.

A indústria de transformação cresceu 1,7% no segundo trimestre de 2022, com relação ao primeiro trimestre de 2022. É o segundo trimestre consecutivo de crescimento. Entre os destaques positivos estão: fabricação de coque e derivados do petróleo; couros e calçados, produtos químicos, papel e celulose e bebidas. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, a indústria de transformação registrou crescimento de 0,5%.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 02/09/2022

 

Commodities derrubam exportações e setor externo dá contribuição negativa para PIB, diz IBGE

O desempenho das commodities no segundo trimestre, com queda em soja, minério de ferro e petróleo, puxou as exportações para baixo no período e o setor externo teve contribuição negativa para o Produto Interno Bruto (PIB).

A avaliação foi feita pela coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis.

As exportações recuaram 2,5% no segundo trimestre, ante o primeiro trimestre, enquanto as importações tiveram alta de 7,6%. Na comparação anual, as exportações registraram queda de 4,8%, ritmo superior ao recuo de 1,1% das importações.

“A queda na exportação de bens está relacionada com o desempenho da agropecuária, muito por causa da soja, principal produto exportado, que recuou. Também tem a parte de minério de ferro e do petróleo. Além disso, teve valorização cambial”, disse ela.

No caso da soja, houve queda na produção após problemas climáticos. Já a indústria extrativa, que inclui minério e petróleo, também foi afetada pela menor demanda da China, que passou por novo lockdown por causa de covid-19.

Por outro lado, as importações foram beneficiadas, segundo Rebeca Palis, pela indústria, especialmente de bens intermediários, usados como insumo para a produção. O movimento reflete, explica ela, o começo de normalização das cadeias globais de produção, que ainda enfrentam problemas, mas estão numa situação melhor.

“Isso fez com que o setor externo tivesse contribuição negativa para o PIB. Foi um PIB que cresceu muito puxado pela demanda interna”, explicou Palis.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 02/09/2022

Setores da indústria têm cenários heterogêneos para o futuro, diz XP

O processo de normalização da oferta e a demanda em expansão favoreceram o bom desempenho da indústria no segundo trimestre, especialmente da de transformação, afirma Rodolfo Margato, economista da XP.

Para o restante do ano, o cenário é heterogêneo para a indústria — setores dependentes de renda devem ter performance melhor do que aqueles que dependem de crédito, argumenta.

O PIB da indústria teve expansão de 2,2% no segundo trimestre frente ao primeiro, feito o ajuste sazonal, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse crescimento é explicado pelos desempenhos positivos de 3,1% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 2,7% na construção, de 2,2% nas indústrias extrativas e de 1,7% nas indústrias de transformação.

“O dado do PIB em si foi bom, mas o que mais chamou atenção foram as aberturas. O consumo das famílias, o desempenho significativo do mercado de trabalho, a renda disponível e a reabertura indicam demanda interna sólida. Os componentes emites sinal ainda mais positivo do que o número geral [do PIB]”, afirma o economista.

Ele argumenta que os componentes da indústria que mais surpreenderam foram construção civil e serviços industriais de utilidade pública - no PIB, além do setor manufatureiro e extrativo, a indústria engloba construção civil e produção e distribuição de energia e gás.

A construção foi puxada pelo investimento público de governos estaduais, com formação bruta de capital fixo, e aumento da massa de renda real do setor, afirma. Já os serviços industriais de utilidade pública tiveram como contribuição relevante a produção de eletricidade.

“No ano passado, o valor adicionado desse componente havia caído bastante, por conta do acionamento das usinas termelétricas. Mas nos últimos dois trimestres, houve participação crescente das hidrelétricas, com normalização das chuvas”, argumenta.

Para o segundo semestre, contudo, Margato espera desaceleração da atividade, o que deve se refletir na indústria.

Ele prevê um cenário heterogêneo para a indústria no segundo semestre. Além de problemas de oferta de insumos, que ainda afetam setores como o automotivo, ainda que cada vez menos, a indústria deve se ver limitada por restrições de renda e crédito.

“Para os bens que são mais sensíveis a crédito, como móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, a desaceleração deve ficar mais clara daqui para frente, até porque houve antecipação do consumo desses bens nos últimos dois anos, embalado por juros baixos”, diz, ao prever que o aperto monetário pese para setores que dependem de crédito.

“Quando olhamos bens como alimentos, bebidas e vestuário, a renda ainda aparece em trajetória firme de crescimento até o fim do ano, por conta de estímulos fiscais e queda da inflação no curto prazo.”

Margato afirma que cenário projetado para a indústria adiante é, portanto, heterogêneo. “Setores mais sensíveis à renda, portanto, devem ter performance superior àqueles que dependem de crédito e investimento, que devem ter desaceleração”, conclui.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 02/09/2022