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Ano do minério de ferro? BHP vê oportunidade com reabertura da China

A BHP, maior mineradora do mundo, registrou produção recorde de minério de ferro no segundo semestre e prevê que a reabertura da China impulsionará a demanda em 2023.

A mineradora australiana produziu 132 milhões de toneladas da matéria-prima siderúrgica nos seis meses até 31 de dezembro. O recorde foi alcançado graças a um forte desempenho da cadeia de suprimentos, que se prepara para demanda maior no principal mercado de minério do mundo.

“Espera-se que as políticas pró-crescimento da China, inclusive no setor imobiliário, e uma flexibilização das restrições contra Covid-19 apoiem a melhora progressiva das difíceis condições econômicas” do semestre passado, disse o CEO da BHP, Mike Henry. Espera-se que o país produza mais de 1 bilhão de toneladas de aço pelo quinto ano consecutivo, disse ele.

A BHP e as rivais Rio Tinto e Vale (VALE3) enfrentaram um 2022 volátil, com queda de preço do minério em meio a perspectivas ambíguas para demanda da China. Mas o mercado se recuperou no final do ano e aumentam as expectativas de um 2023 melhor, com o fim do Covid Zero e mais apoio aos principais setores de construção e infraestrutura do país.

No último trimestre do ano, a BHP produziu 66,9 milhões de toneladas de minério de ferro, mais do que a estimativa mediana dos analistas de 64,2 milhões. A produção de carvão metalúrgico aumentou 10% em relação ao ano anterior, a de cobre subiu 16% e a de níquel caiu 18%.

A BHP deixou a previsão de produção de minério de ferro inalterada para seu atual ano fiscal, que vai até o final de junho de 2023, mas alertou que a produção de cobre ficará no limite inferior de seu guidance por conta das greves na mina de cobre Escondida, no Chile, a maior do mundo.

Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/01/2023

Minério de ferro sobe com otimismo sobre demanda da China

Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta quinta-feira, uma vez que o otimismo quanto à recuperação econômica na China, maior produtora mundial de aço, elevou o sentimento de demanda, enquanto os traders continuaram com compras de barganhas após uma recente queda nos preços.

O minério de ferro mais negociado para maio na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,6%, a 852,5 iuanes a tonelada.

A Bolsa de Dalian estará fechada de 21 a 27 de janeiro para os feriados do Ano Novo Lunar. A negociação será retomada em 30 de janeiro.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência de fevereiro subiu 1,7%, para 123,70 dólares a tonelada.

Os futuros do minério de ferro registram ganhos em meio ao crescente otimismo com a reabertura da China, o que forçou o planejador estatal da China a emitir seu terceiro alerta este mês sobre especulação excessiva, disse a ANZ Research em nota.

A China deve ser uma força estabilizadora para a demanda de commodities este ano, já que países desenvolvidos enfrentam dificuldades econômicas, disse a BHP Group nesta quinta-feira. A companhia registrou alta dos embarques trimestrais de minério de ferro, superando as expectativas.

O contrato de vergalhão mais ativo na Bolsa de Futuros de Xangai subiu 1,0%, a bobina a quente ganhou 0,9%, o fio-máquina subiu 0,6% e o aço inoxidável subiu 0,1%.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/01/2023

Do aço ao zinco, empresas tradicionais seguem no caminho da inovação

Embora centenárias, as empresas que atuam em ramos mais tradicionais -como metalúrgicas, siderúrgicas e petrolíferas- não estão paradas vendo as startups passarem. Grandes nomes desses segmentos estão incorporando a inovação em suas operações, como forma de atualizar ou até melhorar seus negócios.

Recentemente, a gigante do aço ArcelorMittal anunciou a entrada no metaverso, visando se tornar referência do setor quando o assunto é inovação. Mas, para além disso, há quatro anos, o grupo nascido em Luxemburgo mantém internamente o “Açolab”, um hub de tecnologia que cria soluções para toda a indústria de siderurgia.

À frente da divisão, Rodrigo Carazolli diz que a iniciativa torna a empresa mais disruptiva, trazendo novas ferramentas e modelos de negócio. Por isso, um dos focos do laboratório é se conectar a startups para aproveitar o que há de mais moderno no mercado de tecnologia.

“Em razão do tamanho da ArcelorMittal, às vezes uma startup ou faculdade queria fazer parceria, mas não sabia como iniciar o contato”, relata Carazolli, que é gerente geral de inovação. “Entendendo como uma possibilidade de gerar mais valor, nós criamos o Açolab para fazer tanto o trabalho de levar oportunidades para o ecossistema, como o de trazer soluções de fora para dentro da companhia”.

A corporação mantém, ainda, o Açolab Ventures, um fundo de investimentosexclusivo que pretende aplicar mais de R$ 100 milhões em pequenas empresas inovadoras. Outra frente trabalha para profissionalizar a mão de obra interna, dando mentoria para que funcionários criem sistemas capazes de melhorar a capacidade produtiva.

“Um grupo de empregados desenvolveu modelos de inteligência artificial que se acoplam a um dos nossos equipamentos e corrigem a falta de sincronia que ocasiona perdas do aço. Os funcionários tiveram uma jornada de desenvolvimento como a de startup, com investimentos nossos”, descreve. “Isso foi criado, testado e agora está sendo expandido para nossas unidades no Brasil em razão do seu alto potencial.

Inovar para sobreviver

Diferente das empresas que nasceram neste século, e são mais propícias a mudar e se adaptar, inovar é um processo difícil para companhias antigas, sobretudo porque foi seu histórico tradicional que as ajudou a chegar onde estão. Ainda há o fato de que, em razão de liderar um segmento específico, muitas companhias até optam por se manter no status quo, inclusive deixando de aproveitar os novos negócios que a tecnologia pode proporcionar.

Conforme explica Jonathan Santos, coordenador do curso de MBA em Business Agility da Faculdade Impacta, mais do que incorporar a tecnologia, modernizar significa aprimorar seu modelo de negócio, se colocando em um lugar de pioneirismo. Ou seja, às vezes é preciso abrir mão de uma tradição para dar lugar a novos formatos.

“É importante que, mesmo as tradicionais, pensem em mudar processos ou produtos para se posicionar no mercado, sempre atendendo as necessidades dos clientes”, aponta. “A inovação tem que estar no DNA da empresa para que ela possa ter influência e se torne competitiva no mercado para gerar ainda mais lucro”.

Hackathon tem sido saída

A falta de talentos é um problema para que companhias se posicionem em um mercado cada vez mais tecnológico. Por isso, muitas têm recorrido a ferramentas externas para captar novidades no mercado.

Um exemplo disso são os hackathons, eventos que reúnem profissionais de tecnologia ou startups em uma disputa por soluções inovadoras. Esse tipo de congresso faz parte da estratégia anual de muitas empresas, que vão ao mercado buscar mentes que pensem em projetos direcionados às necessidades específicas da marca.

Normalmente, os hackathons funcionam através de editais, onde os ganhadores -em alguns casos, também os participantes- recebem algo em troca, seja remuneração, prêmio ou contratação. Quando envolve startups, a proposta pode até resultar no fechamento de uma parceria ou em um aporte financeiro.

“A empresa abre seu desafio para a comunidade, e as pessoas [em formas de times ou startups] tentam resolvê-lo, mapeando o que vai te ajudar. Essa é uma ótima forma de entender e selecionar o que pode colaborar com a empresa, porque você tem algo já resolvido”, salienta Jonathan, da Faculdade Impacta.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/01/2023

Brasil tem o desafio de criar uma política para a produção de minerais estratégicos

O Brasil precisa criar uma política para os chamados minerais estratégicos, defende o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que reúne as grandes, médias e pequenas companhias de mineração que atuam no país.

São considerados nessa categoria os metais e minerais que têm um papel fundamental na transição para um futuro de economia de baixo carbono. São bens cruciais na forma como a energia é gerada, transportada, armazenada e utilizada. Por exemplo, um carro elétrico requer seis vezes mais insumos minerais do que um carro convencional, afirmam especialistas.

Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a demanda por lítio deve crescer 40 vezes até 2040, e a demanda por cobalto, grafite e níquel entre 20 e 25 vezes até o mesmo ano.

Além do lítio, cuja primeira mina do metal voltada para processar material para baterias de veículos elétricos deve entrar em operação até abril, Raul Jungmann, presidente do Ibram, apontou em entrevista ao Valor que o país dispõe de reservas de nióbio, tântalo, magnésio, grafite, terras raras, entre outros minerais.

O Brasil dispõe ainda de reservas de níquel, bauxita (alumínio), cobre e de manganês, minerais que também se encaixam nesse nicho, que cada vez ganha mais importância global devido à eletromobilidade e a transformação verde.

Segundo o executivo, não há condições de se caminhar para uma emissão neutra de dióxido de carbono (CO2) sem os minerais estratégicos. “É importante que o Brasil tenha uma política para essa categoria de bens”.

No nióbio, a CBMM, em Araxá (MG), vem trabalhando no desenvolvimento há alguns anos de material (placas de ânodo e cátodo) para utilização na fabricação de baterias elétricas para automóveis e outros tipos de veículos automotrizes elétricas.

A mineradora já tem acordos com a japonesa Toshiba e outras empresas envolvidas com projetos de mobilidade elétrica. Cerca de 35% da receita da empresa, no final da década, deverá vir dessa nova frente de negócio.

No norte de Minas, está em fase final de implantação, pela Sigma Lithium Corporation, o primeiro projeto de extração e beneficiamento do lítio em concentrado (carbonato) do país de grau bateria. É um investimento de R$ 2 bilhões em três fases. Ao final de 2024, projeta-se uma capacidade instalada de 104,2 mil toneladas de carbonato de lítio contido em concentrado por ano. A mina e as instalações industriais ficam nos municípios de Araçuaí e Itinga.

O presidente do Ibram ressalta que é prioritário uma diversificação dos bens minerais produzidos pelo país, tanto por categoria quanto geograficamente. A ampliação dos estratégicos vai ao encontro dessa diversificação.

Hoje, o minério de ferro domina a produção mineral brasileira, com pouco mais de 61%. É o principal item da pauta de exportação no setor mineral do país — 73% do total. Minério de ferro, ouro e cobre respondem por três quartos do valor da produção brasileira de metais e minerais.

Por Estados, Minas Gerais fica com 40% do valor da produção do país, seguido de perto pelo Pará, com 37%. Depois, bem abaixo, vêm Bahia (4,1%), Goiás (3,6%), São Paulo (3,1%), Mato Grosso (2,7%), Mato Grosso do Sul (1,2%) e Santa Catarina, com 1%. Há reservas pouco dimensionadas em outros estados que podem ser desenvolvidas para produção.

Os minerais estratégicos, e os chamados críticos, são bens dos quais um país depende de importação em alto percentual para o suprimento de setores vitais da economia; que tenham importância por aplicações em produtos e processos de alta tecnologia; ou que tenham vantagens comparativas e que sejam essenciais para a economia, gerando superávit da balança comercial.

Jungmann ressalta ainda que minerais para a indústria de fertilizantes também deveriam ter uma política específica para elevar a produção local e depender menos de importações. Ele cita as rochas fosfática e potássica e as de calcio-magnésio.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 16/01/2023

Minério de ferro cai com cenário de demanda afetado por problemas de Covid na China

Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta segunda-feira, com relatos de um aumento nas mortes por Covid-19 na China, maior produtora mundial de aço, renovando as preocupações com a demanda.

O minério de ferro mais negociado para maio na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 4,3%, a 832,5 iuanes a tonelada.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência de fevereiro recuou 4,4%, para 120,00 dólares a tonelada.

A China disse no sábado que quase 60.000 pessoas com Covid-19 morreram em hospitais desde que o país abandonou sua política de Covid-zero no mês passado, um grande aumento em relação aos números relatados anteriormente e que vem após críticas globais aos dados de coronavírus do país.

Os preços das novas residências na China caíram pelo quinto mês consecutivo em dezembro, com os surtos de Covid-19 prejudicando a demanda. Mas o desmantelamento das rígidas restrições da pandemia e as expectativas de mais medidas de apoio iluminaram o cenário.

O contrato de vergalhão mais ativo na Bolsa de Futuros de Xangai caiu 1,5%, a bobina a quente perdeu 1,4%, e o fio-máquina recuou 0,8%, enquanto o aço inoxidável subiu 0,6%.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 16/01/2023

Abertura da China e reajuste de preços podem alavancar retomada de siderurgia em 2023

A corretora Inter divulgou um relatório sobre as perspectivas para os setores de Siderurgia & Mineração, que continuam sendo afetados pelas dinâmicas do processo de reabertura na China e de seus impactos na retomada do crescimento econômico do país.

As ações do setor fecharam com desempenhos mistos, com destaque positivo para as mineradoras Vale e CSN Mineração que subiram 3,7% e 5,5%, respectivamente, enquanto as siderúrgicas tiveram queda, seguindo o desempenho negativo do Ibovespa no mês.

Em janeiro, o ritmo ainda é forte com mercados animados com a China, apesar de dados de atividade ainda mostrarem contração no país, como o caso do PMI de dezembro que mostrou recuo frente a novembro, ficando em 47 pontos.

“Os preços referência de produtos de aço nos mercados internacionais tiveram importante avanço no fim do ano e abriram oportunidades para as siderúrgicas locais anunciarem aumentos de preços para o mercado interno, movimento liderado pela CSN, que elevou preços de seus produtos em 10% a partir do início deste mês, seguido por demais players da indústria”, explicou a corretora.

Com isso, o ano inicia com demanda ainda resiliente no mercado interno e preços em rota de recuperação, ao mesmo tempo que os custos seguem arrefecendo, podendo impulsionar margens operacionais ao longo dos trimestres. Para as mineradoras, os preços mais elevados contribuem para receitas maiores, porém mantemos a cautela quanto a sustentabilidade destes preços frente à demanda siderúrgica chinesa, ainda em meio fio, em razão da crise que segue no setor imobiliário.

Por fim, a corretora enfatizou que o setor terá pela frente um cenário mais desafiador para toda a indústria, tanto no exterior com as incertezas advindas da China, com no cenário doméstico em meio às discussões sobre arcabouço fiscal, inflação e política monetária.

“Revisamos nossos modelos e, ajustadas as premissas, reportamos novos preços-alvos para ambas as companhias. Sendo assim, esperamos agora um preço-alvo ao final de 2023 para CSN em R$ 20/ação e para CSN Mineração em R$ 6/ação, enquanto mantemos a recomendação de compra para ambos os papéis, concluiu o relatório, que apontou também recomendação de compra para a Gerdau, e neutra para Usiminas e Vale.

Fonte: Agência CMA
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/01/2023