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Vale e CSN Mineração: Morgan Stanley corta recomendações com perspectiva de queda do minério

O Morgan Stanley cortou a recomendação de Vale de compra para neutro e elevou o preço-alvo dos recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse) de US$ 19 para US$ 22, potencial de alta de 10,3% sobre o fechamento de ontem. O banco americano também cortou a recomendação de CSN Mineração de compra para neutro e diminuiu o preço-alvo de R$ 7,50 para R$ 6,50, potencial de alta de 4,33%.

Os analistas Carlos De Alba, Jens Spiess e Ricardo Monegaglia Neto escrevem que a perspectiva de queda do minério de ferro nos próximos anos, indo a US$ 110 a tonelada em 2023 e US$ 66 a tonelada em 2024, de acordo com projeções do Morgan Stanley, vão prejudicar o desempenho das ações e evitar que elas mudem de nível.

O banco destaca que a Vale é negociada a um múltiplo de 2,6 vezes o preço sobre o Ebitda, enquanto na CSN Mineração a relação é de 2,1 vezes, com forte rendimento de geração de fluxo de caixa de 19,1% para Vale e de 14,2% para CSN Mineração.

“Para Vale, vemos pouco potencial de alta para a ação após a forte alta da ação contra o Ibovespa e também sobre as pares no setor”, comentam. No caso de CSN Mineração, pesou a redução nas metas de investimento até 2026, o que vai reduzir capacidade de produção.

O setor de mineração como um todo pode ser impactado com o cenário de alta inflação mundial e baixa perspectiva de crescimento, afirma o Morgan Stanley. Os preços das commodities ainda devem ficar voláteis, em altos patamares, no curto prazo, apontam.

No entanto, a oferta limitada desses insumos, com reduzida perspectiva no aumento da capacidade por parte das empresas, em um momento de alta na demanda por metais, deve sustentar as companhias do setor quando os desafios macroeconômicos reduzirem, ponderam os analistas.


Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/03/2022

Severstal: O primeiro calote russo na guerra, siderúrgica não paga dívida no exterior

 Severstal é a primeira empresa da Rússia a perder o prazo para pagamento de juros sobre a dívida externa desde o início da guerra na Ucrânia. O Citigroup barrou a transação e agora a siderúrgica pode ser declarada inadimplente pelos credores.

Embora tenha muito dinheiro em caixa, a companhia não conseguiu liquidar um cupom de US$ 12,6 milhões referente a títulos denominados em dólar. O período de carência de cinco dias terminou na quarta-feira.

A Severstal afirma que deseja pagar, mas que o Citigroup — correspondente bancário da subsidiária que emitiu a dívida — está bloqueando o pagamento. Segundo uma pessoa a par do assunto, o Citigroup orientou a empresa a solicitar permissão do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (conhecido pela sigla OFAC) antes que o dinheiro seja remetido.

No entanto, nem a empresa nem seus controladores foram sancionados pelo governo americano.

“É uma situação extraordinária para nós”, afirmou o CEO Alexander Shevelev. “Seguimos em consultas com parceiros e fazendo o possível para garantir que os detentores dos títulos recebam os recursos de acordo com os termos da emissão dos títulos. Espero que essa injustiça seja resolvida logo e que os direitos dos detentores dos títulos sejam respeitados.”

Nesta quinta-feira, dois deles confirmaram que não foram pagos.

A empresa em si não está em nenhuma lista de sanções, mas o acionista majoritário, Alexey Mordashov, entrou nas listas da União Europeia e do Reino Unido. Nessas jurisdições, sanções a pessoas físicas geralmente se estendem a todas as empresas que possuem ou controlam.

Mas como Mordashov não foi incluído em sanções dos EUA, a Severstal não fez uma solicitação preventiva ao OFAC, segundo uma fonte com conhecimento da questão.

Um porta-voz do Tesouro dos EUA afirmou na quarta-feira que não poderia fazer comentários sobre interações com uma pessoa ou empresa não sancionada pelo país.

O Citibank de Nova York é o correspondente bancário da subsidiária da siderúrgica em Luxemburgo que emitiu os títulos. O Citibank de Londres atua como agente pagador e fiduciário dos papéis, segundo comunicado da empresa.

O não pagamento é um marco indesejável para os investidores e para as empresas da Rússia. Apesar das muitas sanções e dos novos controles de capital que vêm enfrentando desde a invasão da Ucrânia, a maioria das companhias russas conseguiu liquidar dívidas em moeda estrangeira em tempo hábil. 

A operadora ferroviária do país, por exemplo, atrasou o pagamento de juros, mas transferiu recursos para os detentores dos títulos antes do final da carência.

Para a Severstal, o período de carência foi curto demais para solucionar o problema levantado pelo Citigroup.“A Severstal tem duas opções – a primeira é obter uma licença do OFAC para fazer pagamentos”, disse Dmitry Dorofeev, gestor de carteiras da Alfa-Capital Asset Management em Moscou.

“Se isso não der certo, então haverá um default formal, criação do comitê de credores, contratação de assessores e comunicação com a empresa de reestruturação. Mas é um processo longo.”

Os títulos de dívida somando US$ 800 milhões vencem em 2024 e pagam taxa anual de 3,15%.

Fonte: O Globo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/03/2022

Crise na Ucrânia terá consequências abrangentes nos próximos meses, especialmente pelo impacto nos preços do aço, petróleo e energia

Em meio à guerra, várias empresas globais de construção estão saindo da Rússia, mas não se espera que esses movimentos tenham um impacto significativo na geração de receitas.

Todavia, os efeitos mais amplos da crise, particularmente nos preços de materiais e na energia, terão impacto generalizado no setor, projeta a GlobalData.

Embora não sejam diretamente afetados pelo conflito, os projetos de construção planejados ou já em andamento na Rússia podem ser afetados por questões de financiamento, caso investidores ou líderes de projetos sejam afetados diretamente por sanções e pela retirada de financiadores internacionais.

Ou mesmo pela forte contração do rublo, o que poderia significar que os projetos não são mais viáveis. “Há ainda o risco de grandes rupturas na cadeia de fornecimento”, diz a consultoria.

O envolvimento direto de investidores estrangeiros em projetos na Rússia é baixo, cerca de 1% do total. Empresas chinesas são as mais envolvidas nos megaprojetos atualmente em execução no país, porém atuam em apenas 30 de um total de cerca de 2.000 projetos rastreados pela consultoria.

Por outro lado, haverá uma interrupção significativa na produção e entrega de equipamentos de construção na Rússia, com os principais fabricantes tomando medidas que incluem a suspensão total das operações em território russo.

A Hitachi, por exemplo, decidiu interromper gradualmente a produção em sua fábrica de Tver e cessou as remessas do Japão. As operações comerciais da empresa no país representaram 2,8% de suas receitas no ano passado.

Da mesma forma, a Komatsu anunciou que interromperá temporariamente as entregas, citando restrições da cadeia de fornecimento como resultado da instabilidade geopolítica. A região responde por 5,1% das receitas totais obtidas pela empresa em 2021.

Já a Caterpillar suspendeu suas operações de fabricação devido às interrupções na cadeia de suprimentos, enquanto a John Deere operava um escritório em São Petersburgo e um centro de distribuição de peças em Moscou.

Em 2021, a John Deere obteve 6,1% de suas receitas na Europa Central e na região da CEI (Comunidade de Estados Independentes).

Em paralelo, o governo russo vem elaborando planos para confiscar ativos de empresas estrangeiras que retiraram suas operações do país. “Olhando para as condições de mercado, as empresas de construção global não serão significativamente afetadas por essas ações”, avalia a GlobalData.

“Entretanto, a crise terá consequências de longo alcance para a indústria da construção nos próximos meses, especialmente pelo impacto nos preços do aço, petróleo e energia”, conclui.

Fonte: Revista M&T
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 24/03/2022

 

Novo lockdown na China ameaça oferta global de aço

O principal polo siderúrgico da China entrou em lockdown ontem para conter o surto de covid-19, aumentando as incertezas sobre a oferta global e elevando os preços. Já autoridades de Xangai negaram rumores de lockdown no centro financeiro do país, apesar de ter registrado um número recorde de novos casos.

Em Tangshan, na província de Hebei, no norte do país, os moradores estão proibidos de sair. A região é fundamental para siderurgia chinesa - a maior do mundo - e responde por uma parcela significativa da produção nacional.

As autoridades da cidade chinesa de Xangai negaram os rumores de um lockdown em toda a cidade depois que um sexto aumento consecutivo nos casos diários de coronavírus assintomáticos levou sua contagem a níveis recordes, para quase 1.000 na terça-feira.

Mas a campanha de testes em massa mantém muitos moradores de Xangai trancados em complexos residenciais há dias. As autoridades prometeram manter uma abordagem de separar as áreas para rastrear os bairros um por um, em vez de fechar completamente. Os rumores de lockdown desencadearam compras de pânico na noite de terça-feira.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/03/2022

PF combate extração ilegal de minério de ferro

A Polícia Federal deflagrou na terça-feira, 22/3, a Operação ÁGUA LIMPA, para combater extração ilegal de minério de ferro em Itabirito/MG.

As investigações tiveram início há duas semanas, baseadas em denúncias de vizinhos da região onde ocorria a exploração. Durante a deflagração, a PF constatou a extração e encontrou três pessoas no local, que foram ouvidas e liberadas. Foram apreendidos caminhões e máquinas usados na atividade mineradora.

Instaurou-se inquérito policial para apurar a materialidade delitiva e confirmar a ilegalidade das extrações. As investigações prosseguirão, com diligências em outros lugares também citados em delações.

Os envolvidos responderão pelos crimes de usurpação de matéria prima da União e extração de recursos minerais sem permissão, cujas penas, somadas, podem chegar a 6 anos de detenção.

Comunicação Social da Polícia Federal em Minas Gerais

Contato: (31) 3330-5270

Fonte: Polícia Federal
Fonte: CGN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/03/2022

 

Novos casos de Covid na China podem agravar crise no transporte marítimo

O lockdown adotado em mais de 10 cidades da China na semana passada após o novo surto de Covid-19, pode agravar a crise do transporte marítimo de produtos exportados, além de manter o alto valor do frete, apontam especialistas do setor.

Desde o ano passado, os produtores enfrentam a falta de contêineres e atrasos nos prazos de exportação e importação devido à alta demanda de mercadorias no retorno das atividades comerciais, até então paralisadas com a pandemia de Covid.

No agro brasileiro, os setores de algodão e carne registraram perdas devido à demora dos envios.

O preço do frete passou de US$ 2 mil para US$ 10 mil por cada contêiner, no caso da rota para o Brasil, conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de julho de 2021.

A expectativa era de que o cenário melhorasse em 2022. Porém, as novas restrições na China irão adiar o alívio esperado, afirma Wagner Rodrigo Cruz de Souza, diretor executivo da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC),

"Com a restrição nos portos da China por conta da Covid, além do clima com a guerra na Ucrânia, logo terá congestionamento de cargas, atrasos e o frete não terá como ficar menor. Se o fluxo não tiver normal, não tem como diminuir o frete", afirmou.

Os maiores problemas de logística no transporte marítimo devem ser registrados em Shenzhen, cidade chinesa que tem um dos portos mais movimentados e é sede empresas de tecnologia.

"A situação é complexa e grave, já que o setor logístico vem sofrendo com falta de contêineres e embarcações. Se um navio é cancelado, ele tem que ir para outro porto e isso vai acumulando e criando congestionamento. O lockdown certamente vai criar o efeito cascata", explica Leandro Barreto, que é sócio-diretor da Solve Shipping Intelligence, consultoria de logística e comércio exterior.

"Aumentarão os congestionamentos, haverá terminais portuários com dificuldade de retirar a carga, como as dos setores do agronegócio, e também de enviar para exportação", ressalta.

Frete – Já em relação ao preço do frete, Barreto acredita que os valores ficarão altos, mas não devem crescer como ocorreu no auge da pandemia.

"O preço aumentou muito entre 2020 e 2021, indo de US$ 2 mil para quase US$ 15 mil cada contêiner entre China e Brasil. Em janeiro deste ano um novo operador entrou na rota reduzindo o frete para cerca de US$ 6 mil. Mas, com o lockdown, não temos mais perspectiva de que essa queda continue. Já tirou todas as esperanças de melhora este ano".

"O mundo todo está com inflação e ainda há reflexo da pandemia no transporte internacional de cargas. Por isso, os exportadores de madeira, açúcar, carne e algodão poderão ser afetados”, explica.

Fonte: G1
Seção: Naval & Portuário
Publicação: 24/03/2022