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Fertilizantes: Yara vai comprar amônia verde produzida em Omã

A Yara, fabricante norueguesa de fertilizantes, assinou um compromisso com o Grupo ACME, do setor de tecnologia renovável, e com a Scatec, produtora de energia renovável, para comercializar 100 mil toneladas anuais de amônia verde produzidas na primeira fase de um projeto das empresas em Omã, na Península Arábica. Na segunda fase, a previsão é que 1,1 milhão de toneladas de amônia verde sejam produzidas anualmente no local e, em função disso, pode haver um novo acordo adicional.

Omã tem excelentes condições de energia renovável e uma localização estratégica para produzir amoníaco verde para exportação tanto para a Europa como para a Ásia, que são líderes na redução das emissões de CO2. A joint venture entre a ACME e Scatec visa a construção de uma unidade de última geração no país.

Para a Yara, o fornecimento de amônia verde contribuirá para a produção de fertilizantes sustentáveis e para a descarbonização de outras indústrias, como transporte, energia e siderurgia.

“A amônia verde de Omã entrará em nosso sistema de distribuição escalável e contribuirá para o combustível livre de emissões para transporte marítimo, produção de energia e fertilizantes globalmente”, afirmou Magnus Krogh Ankarstrand, presidente da Yara Clean Ammonia.

Fonte: Canal Rural
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 18/07/2022

Alta de até 80% em materiais de construção pode atrasar obras de estradas, ferrovias e aeroportos

A alta de até 80%, desde o início do ano passado, no preço de insumos fundamentais para projetos de infraestrutura virou um problema para concessionárias de rodovias, ferrovias e aeroportos e uma dor de cabeça para o governo a menos de três meses da eleição.

Asfalto, aço e diesel, entre outros itens ligados à construção civil, dispararam em meio ao processo inflacionário global agravado pela guerra na Ucrânia. A alta nos custos ameaça frear obras das concessionárias, que falam em revisão de contratos num momento em que o governo está mais interessado em mostrar máquinas trabalhando. Construtoras que tocam obras públicas têm as mesmas dificuldades.

As concessionárias têm alertado o governo de que os custos mais altos podem atrasar obras e até prejudicar serviços de manutenção, com consequências para usuários. Esperam algum tipo de compensação para cumprirem metas assumidas nos leilões.

A lista de aumentos com forte peso no caixa das empresas é encabeçada pelo cimento asfáltico de petróleo, um dos materiais mais usados em qualquer projeto de rodovias. O insumo subiu 80% nos últimos 18 meses. Mas a alta de preços da construção civil se espalhou para itens como aço, tubos de PVC, ligantes betuminosos, madeira, cobre e óleo diesel.

As empresas de construção também reclamam dos preços dos insumos, como vergalhões, arames de aço ao carbono e cimento. Este último, somente no primeiro semestre, teve reajuste médio de 16,84%.

Em geral, as empresas tentam convencer o governo sobre a necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Isso pode significar, na prática, aumento de tarifas e de prazos estabelecidos nos contratos, entre outras medidas. Há problemas em concessões antigas e também nas celebradas no governo de Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição em outubro.

— Existem, sim, problemas detectados no fluxo de caixa das concessionárias. O importante é que haja a construção da solução — diz Marco Aurélio Barcelos, diretor-presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR).

Ele reforça que obras podem atrasar:

— Sem dúvida, sem mudanças, é possível falar em atraso, porque não tem conta que se pague. O risco que corre é o cronograma ficar comprometido.

Juro complica situação

Uma onda de revisão de contratos pode atingir em cheio uma das possíveis vitrines de Bolsonaro no ano eleitoral: a área de infraestrutura, que alçou o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) à condição de candidato bolsonarista ao governo do Estado de São Paulo.

Em 2021, por exemplo, o governo federal assinou três concessões de rodovias: BR-116/101, entre São Paulo e Rio de Janeiro; BR-153/080/414, que abrange regiões de Goiás e Tocantins; e BR-163/230, cuja área contempla Mato Grosso e Pará.

O remédio aplicado pelo Banco Central para combater a inflação, a alta dos juros, dificulta ainda mais a situação com o aumento do custo dos financiamentos.

— A situação é muito difícil, até porque o problema dessa inflação não se resolve com taxas de juros elevadas. O caso de rodovias é bastante significativo. Serviços de manutenção e conservação de estradas são afetados, assim como projetos em andamento — diz o presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini.

Fernando Paes, diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), diz que a alta do diesel levou a entidade a pedir à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) uma revisão extraordinária dos tetos tarifários.

Ele afirma que o setor é muito impactado pelos “fortes e inesperados aumentos do preço do diesel”, que move as máquinas nos canteiros de obras, e cobra resposta rápida da agência:

— O impacto da alta dos principais insumos para investimentos em ferrovias, assim como rodovias, portos e aeroportos, certamente demandará revisão dos contratos com previsão de investimentos.

Ele explica que um dos argumentos usados pelas concessionárias é o de que os reajustes anuais dos tetos tarifários seguem o IPCA ou o IGP-DI. Esses índices, enfatiza, não refletem a real inflação de custos do setor, cujos insumos estão subindo bem acima da média.

— Temos a nossa inflação, que não é a inflação do dia a dia. O preço do aço subiu cerca de 70% em 2021 — exemplifica Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).

Romaria em Brasília

Ao GLOBO, o Ministério de Infraestrutura e a ANTT confirmaram que têm tratado do tema com as concessionárias, mas informaram que, até o momento, não chegou nenhum pedido formal de revisão contratual. Porém, essa escalada de preços não cria um problema só para os contratos de concessões. Também encarecem as operações de construtoras que executam obras públicas. As empresas do setor tem feito romaria em Brasília em busca de reajustes nos contratos.

“O Ministério da Infraestrutura acompanha as eventuais variações de preços de insumos que possam afetar o setor. O sistema de orçamentação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é baseado no Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), cuja atualização é periódica e é amplamente utilizado como referencial de custos para obras rodoviárias”, informou a pasta em nota.

A Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (Aneaa) informa que acompanha com apreensão a escalada dos preços dos insumos para a construção civil, com aumentos expressivos desde meados de 2020.

“As concessionárias do setor têm de cumprir metas contratuais de investimento em ampliação da infraestrutura e a alta, em alguns casos de mais de 50%, observada nos preços de materiais pesados impacta fortemente as previsões de custos estabelecidas nesses contratos de concessão”, afirma em nota.

Aeroporto foi devolvido

Parte dos aeroportos administrados pela iniciativa privada conseguiu reequilibrar contratos neste ano, após o forte impacto dos primeiros anos da pandemia. Uma das empresas que pediu revisão e não teve êxito, a Changi decidiu partir para uma medida mais drástica: devolver a concessão do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio.

A decisão acabou levando o governo a tirar o Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, do pacote de terminais a serem concedidos neste ano, atrasando ainda mais investimentos no setor. Os terminais cariocas só devem ir a leilão no ano que vem.

O advogado Frederico Favacho, sócio do escritório Santos Neto, acredita que o cenário pode gerar disputas na Justiça:

— Quando há inflação no custo das obras, normalmente, não há espaço para repasse automático nos contratos firmados com os poderes públicos, que estão amarrados nos termos dos editais que os precederam. Isso pode levar a uma onda de judicialização desses contratos em busca do reequilíbrio econômico.

Especialista em contratos de infraestrutura, Giuseppe Giamundo Neto defende revisão.

— Trata-se de uma problemática que atinge boa parte das concessões de infraestrutura com obras em desenvolvimento. Houve descolamentos inesperados dos padrões históricos de índices relacionados a materiais como asfalto, aço galvanizado, cimento Portland, dentre outros. É algo extraordinário e absolutamente imprevisível, que tem onerando demasiadamente o fluxo de caixa, daí a necessidade de imediata correção — argumenta o sócio do escritório Giamundo Neto Advogados.

Ernesto Tzirulnik, especialista em contratos de infraestrutura e doutor em Direito Econômico e Financeiro pela Faculdade de Direito da USP, avalia que a alta nos insumos se encaixa no critério de fator “imprevisível ou de consequências incalculáveis”, com entendimento, segundo ele, já consolidado do Tribunal de Contas da União (TCU).

Fonte: O Globo
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 18/07/2022

Apesar da alta no preço de materiais, construção civil está aquecida

 Aumento dos insumos encareceu os principais itens da construção civil e pegou de surpresa brasilienses com a casa em reforma. Apesar de os materiais terrem subido, o segmento está aquecido Levantamento do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no DF (Sinduscon), obtido em primeira mão pelo Correio, aponta que o valor do aço, do cimento e do concreto tem oscilado bastante no Distrito Federal, mês a mês, há um ano. O comportamento instável nos custos dos insumos da construção vinha desde 2020. Entre setembro daquele ano e março de 2021, o bloco cerâmico dobrou de preço, e o aço ficou 47% mais caro. Materiais de PVC subiram 42%, o cimento teve crescimento de 25% nos custos, e o cabo de cobre encareceu 21%. As variações fazem parte do cálculo do Custo Unitário Básico da Construção no DF (CUB), medido pelo sindicato.

R$ 40 mil. Esse é o valor que o advogado José Servo, 48 anos, precisou desembolsar a mais na reforma do apartamento onde mora, na Asa Sul. "Os preços subiram bastante, de seis meses para cá, quando começamos a reforma. Os materiais básicos, como cimento e argamassa, compramos antes. Agora, estamos na parte do acabamento, que está bem complicada", reclama. A esposa de José, Alessandra, está grávida, e o casal está adaptando a casa para a chegada do bebê. "Se não fosse a gravidez, com certeza, este não seria um bom momento para reformar", admite o advogado, que percebeu aumento expressivo nos preços dos materiais, principalmente os feitos de metal.

O valor excedente investido por José foi o mesmo que Fernanda França, 38, teve de gastar a mais. No segundo semestre do ano passado, a servidora pública reformou dois ambientes do apartamento onde mora, no Park Sul. O custo de R$ 80 mil, inicialmente calculado por ela, acabou se transformando em R$ 120 mil. "Os preços aumentavam toda semana, estava terrível. Os vendedores me falavam: 'é melhor comprar logo, vai subir na semana que vem, porque está em falta no mercado'. Foi desesperador", lembra. Fernanda observou a inflação em produtos básicos, como tinta e gesso, e em itens de marcenaria e iluminação. Fernanda ainda vai reformar os demais cômodos do apartamento. "Nada está barato. Não sei como vai ser, mas acredito que tudo continua caro. Entro pessimista, porque sei que vou gastar muito", conforma-se. "Talvez, eu não consiga fazer tudo de uma vez, vai ter de ser por etapas. Primeiro a cozinha, depois os quartos", planeja a servidora.

Dionyzio Klavdianos, presidente do Sinduscon, afirma que as flutuações, apesar de constantes, têm seguido um padrão. "De forma geral, em alguns meses percebemos pequenas quedas e, em outros, aumentos maiores. Outro aspecto é um certo comportamento errático entre eles. Enquanto o aço apresentou certa estabilidade neste ano, o cimento aumentou demais", pondera. O presidente cita o caminho percorrido pelas matérias-primas até a chegada na capital do país. "O frete impacta bastante, pois a construção civil de Brasília, essencialmente, traz de fora o que consome no canteiro, e de praças longínquas. A oscilação brusca do dólar impacta também, já que materiais essenciais para o construtor, como ferro, cobre e PVC, são commodities", detalha o empresário.

Lojistas

Na outra ponta, a situação de encarecimento não é diferente. Dono da JW Ferragens, em Ceilândia Sul, Jorge Willian conta que os valores estão em alta desde 2020. "Eu vendia o fio elétrico (rolo com 100m) por R$ 89. Hoje, não sai por menos de R$ 250. Uma lata de thinner era vendida por R$ 12. Agora, esse é o preço que eu compro do fornecedor. Repasso ao cliente por R$ 19,90", exemplifica. O lojista enumera outros itens que sofreram sucessivos aumentos. "Canos, conexões, chuveiros e derivados de petróleo também estão caros. (Os valores) começaram a subir com a pandemia e, com a guerra (entre Rússia e Ucrânia), cresceram mais ainda", analisa Jorge.

A avaliação do comerciante é reforçada por Roberto Bocaccio Piscitelli, professor do departamento de ciências contábeis da Universidade de Brasília (UnB). O docente explica que a alta dos preços teve início com a emergência sanitária, em 2020, por conta da supressão dos canais de intermediação entre os países, movimento chamado por ele de "reversão do processo de globalização". "Antes, as cadeias produtivas eram muito integradas. Na pandemia — e, agora, com a guerra, já que Rússia e Ucrânia são grandes produtoras de itens essenciais — houve uma espécie de esfacelamento desses processos. Isso justifica parte da dificuldade do suprimento de matérias-primas. As economias estão se fechando mais. Mesmo quando os insumos são produzidos em abundância, os países, como mecanismo de proteção, estão deixando de comercializar os excessos. Do ponto de vista dos mercados, a situação está muito mais hermética", expõe o professor.

Embora global, a situação ganha, na realidade brasileira, contornos específicos, que elevam ainda mais os custos dos produtos. Entre esses fatores, Roberto Piscitelli destaca a inflação, a queda do nível de renda da população, o crescimento frequente das taxas de juros, o desemprego em alta e o acirramento do grau de endividamento das pessoas. A incerteza que assola os brasileiros é sentida por Lucas Cardoso, gerente comercial de uma loja do segmento no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). "O que mais tem preocupado o setor varejista de construção civil, neste ano, é a inflação. O cliente está assustado com os preços, e essa instabilidade do mercado deixa todo mundo preocupado. A inflação bagunça tudo, é terrível. Não temos previsão de deflação, pelo menos até o início do próximo ano, porque o Brasil está completamente instável", projeta.

Fôlego

Lucas Cardoso ressalta, porém, que o segmento não está em crise. "A construção civil não está desacelerando, mas os clientes estão mais cautelosos. O índice de vendas à vista, neste ano, está maior, em relação a 2019, 2020 e 2021. Quem tem verba, paga logo, para evitar imprevistos, como aumento de juros", comenta Lucas, que destaca aço, ferro, cimento e argamassa entre os produtos com maior encarecimento. "O cobre, comparado com 2020, está entre 70% e 80% mais caro", exemplifica.

A percepção do gerente quanto ao momento positivo do setor é confirmada pela quantidade de empregos gerados. Em maio de 2020, 51 mil pessoas trabalhavam na construção civil do DF, quantidade que subiu para 78 mil um ano depois. A última pesquisa da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) sobre o cenário laboral da capital do país mostrou que 74 mil indivíduos estavam empregados no segmento em maio de 2022. "Essa pequena queda no número entre os meses de maio de 2021 e maio de 2022 está ligada, provavelmente, a ciclos da construção, como o término de uma etapa que concentra maior número de trabalhadores", explica Dionyzio Klavdianos, presidente do Sinduscon.

O professor Roberto Piscitelli reforça o bom momento da construção civil. "O aumento das vagas de emprego mostra a expansão do setor, o que comprova que o segmento se aqueceu mais rapidamente do que outros, no pós-pandemia. O crescimento da mão de obra demonstra que a construção civil está sendo demandada", analisa.

Fonte: Correio Braziliense
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 18/07/2022

 

Queda no valor das commodities deve beneficiar construtoras de baixa renda

O Itaú BBA reuniu profissionais do setor da construção para analisar as perspectivas para o segundo semestre. Além dos analistas da corretora, participaram representantes da construtora Rocontec e do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon).

Houve consenso que haverá queda nos preços das matérias-primas à medida que a economia global desacelera e o ciclo da habitação torna-se negativo. Também foi destacado que a mão de obra não deve ser um problema significativo no curto prazo, uma vez que a atividade habitacional já está, sem dúvida, em seu pico. "A menor produtividade do trabalho e as negociações contratuais podem afetar os resultados", apontaram.

Para a analista do Itaú BBA, Laura Pitta, a dinâmica de demanda que levou ao rali de commodities está desacelerando. Os componentes do PMI da demanda futura e o tempo de entrega de mercadorias aponta para uma contração, enquanto a demanda por mercadorias nos EUA também está desacelerando.

"Os preços de commodities podem diminuir em 25% a 30%. Para minério de ferro, no entanto, a dinâmica dos preços deve ser diferente diante da expectativa de normalização nos níveis de estoque e atividade de construção na China", explica Pitta.

Segundo Mario Rocha, da Rocontec, as construtoras de baixa renda devem se beneficiar mais do que seus pares de média renda devido ao maior peso que a matéria-prima tem nos custos das empresas de baixa renda.

"As construtoras de baixa renda utilizam métodos de construção mais industrializados, enquanto as empresas de média renda dependem mais da mão de obra. Os custos do aço e do cimento devem cair antes dos custos trabalhistas", explica Rocha.

Fonte: Monitor do Mercado
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 18/07/2022

Comissão Europeia aprova pacote de 5,4 bi de euros para o desenvolvimento de projetos de hidrogênio

 Um dos principais objetivos é acelerar o fim da dependência da UE de combustíveis fósseis; plano prevê a construção de eletrolisadores para a produção de 10 gigawatts de energia de hidrogênio A Comissão Europeia aprovou um projeto de 5,4 bilhões de euros para o desenvolvimento de projetos que envolvam hidrogênio. O pacote envolve 15 países da União Europeia e visa o desenvolvimento de infraestruturas e o financiamento de pesquisas para o uso de combustíveis de hidrogênio.

Um dos objetivos da proposta é acelerar o fim da dependência da UE de combustíveis fósseis, em especial o gás natural, que vem sendo alvo de disputas nos últimos meses, com a Rússia ameaçando cortar o fornecimento para a Europa em retaliação às sanções impostas a Moscou por conta da guerra da Ucrânia.

Para além do financiamento público, o projeto visa arrecadar cerca de 8 bilhões de euros em investimentos privados para apoiar cerca de quarenta projetos que ajudarão a implantar infraestrutura de hidrogênio no bloco, segundo comunicado da Comissão Europeia.

O plano prevê a construção de eletrolisadores para a produção de 10 gigawatts de energia de hidrogênio, o que vai envolver cerca de 5 bilhões de euros de financiamento público.

“Promover o desenvolvimento e a implantação de hidrogênio limpo na Europa é essencial para nossa segurança energética, nossa descarbonização e a competitividade de nossa indústria”, disse Thierry Breton, comissário de mercado interno da UE, em comunicado. “A Europa tem a visão e a capacidade para alcançar a liderança industrial em tecnologias verdes estratégicas.”

O anúncio da Comissão Europeia ocorre no momento em que a UE procura acelerar rapidamente o fornecimento e o uso de hidrogênio verde, visto como uma tecnologia-chave para ajudar a descarbonizar as indústrias mais intensivas em energia, como aço e cimento.

O combustível é produzido usando eletricidade renovável e não tem emissões de dióxido de carbono, mas o processo para fazê-lo pode ser complicado e caro.

A proposta agora precisa ser aprovada internamente entre os países da União Europeia para então ser ratificada no Parlamento Europeu, quando o projeto de fato pode começar a ser desenvolvido.

Fonte: Valor
Seção: Energia, Óleo & Gás
Publicação: 18/07/2022

 

Mineradoras, siderúrgicas e indústria de bens de capital devem registrar queda de lucro, aponta BTG

O BTG Pactual estima que as companhias do setor de mineração e siderurgia, além de bens de capital, devem registar queda de lucro, de acordo com relatório de prévias para o segundo trimestre deste ano.

Segundo os analistas, o maior impacto deve ser da CSN, com queda de 88% no lucro em relação ao segundo trimestre de 2021. Também devem registrar queda no resultado CSN Mineração (-85,4%), Usiminas (-70,8%) e CBA (-47,9%). A menor perda deve ser da Gerdau com recuo de 9,8% no lucro entre os trimestres.

O resultado também deve ser negativo para companhias de bens de capital, como as industriais Marcopolo, Iochpe-Maxion e WEG. O lucro líquido estimado das companhias, de acordo com projeções do BTG Pactual, deve recuar 93,5%, 40,7% e 24,6%, respectivamente. As exceções são Fras-le e Tupy, com variação estimada em 22,5% e 165,8%.

Já no setor de saúde, a exceção é a operadora de planos de saúde odontológicos Odontoprev, que deve ter alta de 14% no lucro de acordo com as projeções do BTG. Já a Hapvida deve ter queda de 89,7% nos ganhos, acompanhada pelas redes de hospitais Rede D’Or (-60,5%) e Mater Dei (-22,6%).

Dentre as chamadas blue chips, a Petrobras deve reportar um balanço positivo e a receita está estimada em R$ 150,3 bilhões, o que representa alta de 35,7% ante o mesmo período do ano passado.

O lucro líquido da petroleira deve ficar em torno de R$ 34,6 bilhões, segundo os analistas, representando recuo de 19,4% em relação ao segundo trimestre de 2021.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 15/07/2022