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Demanda por aço deve continuar aquecida

O Instituto Aço Brasil estima crescimento de 14,7% na produção nacional de aço bruto, que deverá somar 36 milhões de toneladas, e um aumento de 17% nas vendas internas, que irão totalizar 22,8 milhões de toneladas. Para 2022, a expectativa do instituto é de crescimento de 2,2% na produção nacional e de 2,5% nas vendas internas. Para as exportações, a previsão é de queda de 4,3%, para 10 milhões de toneladas.

A médio prazo, a previsão das indústrias é de demanda aquecida, sustentada pelos setores automotivo, de construção pesada, saneamento, petróleo e gás e energias renováveis.

Para atender a essa demanda, o setor faz investimentos bilionários no Estado. Segundo a Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas (Indi), vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, desde 2019 foram anunciados R$ 71,5 bilhões de investimentos em mineração e siderurgia.

O anúncio mais recente foi feito em novembro pela ArcelorMittal, que prevê aportar R$ 4,3 bilhões até 2024 na Usina de Monlevade, em João Monlevade, e na Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu. A Usina de Monlevade vai ampliar a capacidade de 1,2 milhão para 2,2 milhões de toneladas por ano. A Mina de Serra Azul vai passar de 1,6 milhão para 4,5 milhões de toneladas ao ano de minério de ferro.

“Hoje produzimos com 100% da nossa capacidade. Este é o maior investimento que anunciamos no Brasil. Vamos aumentar a capacidade total de produção de 3 milhões para 8 milhões a 9 milhões de toneladas por ano”, afirma Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos América Latina e Mineração Brasil. Segundo ele, haverá demanda aquecida no país nos próximos anos nas áreas de infraestrutura, saneamento, portos, petróleo e gás e de energias renováveis.

Também em novembro, o grupo francês Vallourec, que produz tubulação para a indústria de óleo e gás, anunciou a transferência das operações da Alemanha para Minas Gerais, o que nos próximos dois anos vai demandar investimentos de R$ 1 bilhão, nas fábricas de Belo Horizonte e Jeceaba.

“Com a transferência, vamos eliminar gargalos no acabamento de tubos, aumentando a capacidade da aciaria de 800 mil para 1 milhão de toneladas por ano. E vamos aumentar capacidade nas áreas de acabamento”, afirma Alexandre Lyra, vice-presidente da Valourec na América do Sul. A produção vai atender clientes da Europa, África e do Oriente Médio.

A Belgo Bekaert, que tem como sócias ArcelorMittal e Bekaert, investiu neste ano R$ 100 milhões para expandir a produção de cabos de aço para reforço de pneus. Ao todo, os aportes no ano somam R$ 260 milhões, o dobro do aplicado em 2020. “O nível de investimentos mostra que a empresa acredita na economia brasileira no longo prazo”, afirma Ricardo Garcia, CEO da Belgo Bekaert. Para oexecutivo, o setor automotivo, que teve problemas neste ano com falta de insumos, vai ampliar a produção em 2022.

A cadeia automotiva representa em torno de 40% da sua receita. “O agronegócio também deve crescer, com o câmbio favorável para exportar. A construção civil tende a ser mais fraca”, afirma. A Belgo Bekaert prevê fechar este ano com alta de 13% a 14% no volume vendido e de 50% na receita.

A Aperam também fez neste ano investimento de R$ 243 milhões na planta industrial de Timóteo, tendo em vista a perspectiva de recuperação da economia brasileira. Frederico Ayres Lima, diretor presidente da Aperam América do Sul e da Aperam Bioenergia, diz que os recursos foram utilizados para atualização das linhas de aço inoxidável, carro-chefe da companhia, no agronegócio, nas linhas de aços elétricos, usados no setor automotivo, e na Aperam BioEnergia, que fornece o carvão vegetal para os alto-fornos da usina. “A meta para 2022 é incluir novos produtos no portfólio e ampliar nosso mercado, intensificando a atuação em segmentos como o do agronegócio e o automotivo”, diz Lima.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/12/2021

Expectativas para o minério de ferro em 2022

As medidas de estímulo da China sustentaram o preço da tonelada do minério de ferro no quarto trimestre deste ano de 2021, com os preços se mantendo acima do patamar de US$ 110.

Há dois meses atrás, as expectativas dos analistas do mercado eram de que as cotações cairiam abaixo dos US$ 100 no quarto trimestre de 2021.

O Morgan Stanley previa que o preço do minério de ferro atingiria a média de US$ 85 a tonelada até o último trimestre de 2021. 

Enquanto isso, outros analistas ainda esperam que o preço caia para menos de U $ 100 a tonelada, mas só no ano que vem.

No geral, as previsões antecipavam a queda da demanda pela commodity, cuja qual entraria em colapso com a redução da produção de aço da China.

Porém, apesar da fraca demanda, os investidores apostam que os planos da China de reduzir as restrições ao setor imobiliário e injetar mais estímulos na economia podem aumentar a necessidade de insumos para a produção de aço.

“Uma série de medidas de ajuste visando o setor, combinadas com a flexibilização do crédito, geraram otimismo sobre a política da China se tornar mais favorável”, disse Wenyu Yao, estrategista sênior de commodities do ING.

“Os preços do minério de ferro começaram a subir junto com os preços do aço, montando preventivamente na curva de propriedades da China e nas expectativas de uma rodada de afrouxamento.”

Apesar de positivo, as medidas do governo chinês não devem ser suficientes para levar os preços do minério ao patamar anterior de US $ 200 a tonelada, pois o objetivo é manter a estabilidade do crescimento e não uma recuperação explosiva.

“A ‘prioridade de estabilidade’ fornecerá algum apoio à demanda, mas não significa que estamos retornando ao antigo regime de preços”, disse Yao.

Expectativas para 2022

Para o banco suísso UBS o cenário macro em 2022 será mais fraco do que 2021 e, embora o estímulo ajudasse a evitar um pouso forçado, o crescimento na China continuará a abrandar.

“Esperamos que a demanda de minério de ferro diminua e a oferta aumente no final de 2021, resultando em preços do minério de ferro caindo abaixo de US$ 100 a tonelada durante o quarto trimestre, e comercializando ainda mais baixo até 2022, para a média de US $ 85 a tonelada”, disseram em nota os analistas do UBS, na quarta-feira (15/12).

Com isso, o banco suíço prevê que o minério de ferro terá uma média de US$ 85 a tonelada até 2022.

Já o banco holandês ING estima que o minério de ferro deverá se manter perto dos US$ 110 a tonelada até o primeiro trimestre de 2022, mas cairá para US$ 95 até o final do ano que vem.

“O cenário da política chinesa no nível macro, incluindo movimentos em direção à descarbonização, permanece um limite sobre a perspectiva de demanda de médio prazo por minério de ferro”, disse Yao.

“Dessa forma, a produção de aço da China não deve retornar ao nível do primeiro semestre de 2021. Em média, esperamos que os preços caiam para US$ 100 a tonelada em 2022, com os principais riscos de alta ainda sendo potenciais interrupções na cadeia de suprimentos devido à variante ômicron.”

Nesta sexta-feira (17/12), o minério de ferro operava com alta de 1,80%, cotado a US$ 111,19 a tonelada. Já as ações da Vale (VALE3) corrigiam da alta de ontem, caindo 0,87%, ao preço de R$ 79,74.

Fonte: Yahoo Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/12/2021

Minério de ferro avança pelo 3º dia na China por otimismo sobre demanda

Os contratos futuros de minério de ferro de Dalian e Cingapura subiram pela terceira sessão consecutiva nesta segunda-feira, impulsionados pelo otimismo renovado em torno da demanda pela matéria-prima siderúrgica, uma vez que surgiram sinais de que a maior produtora de aço vai aumentar a produção este mês.

O contrato mais ativo do minério de ferro para janeiro na Bolsa de Cingapura chegou a subir até 6,7%, para 127,95 dólares a tonelada, o maior valor desde 12 de outubro. Por volta das 8h40 (horário de Brasília), subia cerca de 4%

O minério de ferro mais negociado para entrega em maio na bolsa de Dalian encerrou a sessão da manhã com alta de 0,7%, a 687,50 iuanes (107,80 dólares) por tonelada.

A recuperação dos futuros espelhou o ânimo otimista no mercado físico, com o minério de ferro de 62% sendo negociado a 125 dólares a tonelada na segunda-feira, com alta de 5 dólares, com base nos dados da consultoria SteelHome.

"Os analistas esperam uma recuperação na produção de aço com o cumprimento das metas anuais de Pequim, levando as usinas a retomar a produção", disse o consultor do setor de recursos e corretor SP Angel em nota de 17 de dezembro.

Com a China produzindo 946,36 milhões de toneladas de aço bruto durante janeiro-novembro, queda de 2,6% em relação ao período do ano anterior, há espaço para as usinas aumentarem a produção, já que a meta é limitar a fabrição deste ano a não mais do que o volume do ano passado de 1,05 bilhão de toneladas, para controlar as emissões.

A produção de aço bruto nos primeiros 10 dias de dezembro aumentou 12% em relação ao mês anterior, disseram analistas do ANZ, citando dados da Associação de Ferro e Aço da China.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/12/2021

 

Digitalização do setor automotivo deu salto com a pandemia

O setor automotivo acelerou a transformação digital durante a pandemia. É o que mostra o Índice de Transformação Digital do Setor Automotivo (ICTd), feito pelo CESAR, centro de inovação sediado em Recife (PE), em parceria com Automotive Business. O segmento apresenta 66,15% de maturidade no tema em uma escala que vai até 100% para organizações digitalmente maduras.

Apesar de ainda ter uma evolução importante por fazer, o resultado é oito pontos porcentuais maior do que o apurado na edição anterior da pesquisa, realizada em 2019.

“Houve evolução nas oito dimensões da transformação digital avaliadas, em umas mais, em outras menos, mas o caminho foi de crescimento”, diz Eduardo Peixoto, Chief Designer Officer do CESAR.

Ele cita as diferentes frentes analisadas no estudo: cultura e pessoas; consumidores; concorrência; inovação; processos; modelos de negócio; dados e tecnologias. A pesquisa teve 157 respondentes de 131 empresas da cadeia automotiva e foi feita on-line. Dos entrevistados, 37% são diretores, vice-presidentes e presidentes. Já 36% desempenham funções gerenciais ou de coordenação. O relatório completo do estudo será divulgado em janeiro.

Empresas dão prioridade à transformação digital

A transformação digital ganhou mais prioridade dentro da agenda estratégica das organizações. Em 2021, 36,3% das empresas apontaram que o tema está no planejamento da companhia e 24,2% indicaram que o assunto é prioridade máxima. Em 2019, esses porcentuais eram de 24,9% e 12,4%, respectivamente.

Por outro lado, permanece próximo de 13% o número de profissionais que declaram entender a importância da transformação digital, mas não têm o tema como prioridade. Peixoto reforça que a pauta exige o engajamento simultâneo das empresas em diferentes frentes e o compromisso das lideranças.

“Entendemos a transformação digital como destruição criativa, em rede, provocada pela maturidade das plataformas digitais. O principal objetivo é criar novos modelos de negócio, sair do tradicional e potencializar outras frentes”, diz o especialista do CESAR, lembrando que essa não é uma missão simples:

“Estão previstos US$ 6,8 trilhões em investimentos das empresas em transformação digital até 2023 e, apesar desse esforço, 70% desses projetos falham. É essencial tratar o assunto como uma jornada”, aponta Peixoto. 

No setor automotivo, identificar novas oportunidades para criar modelos de negócio é o principal objetivo da maioria das empresas, 57,9%. Parcela de 52,3% buscam, principalmente, aumentar a eficiência e produtividade. O objetivo que teve o maior crescimento foi o de transformar a empresa em uma organização orientada a dados. Em 2019, apenas 6,4% dos respondentes da pesquisa tinham essa meta. O porcentual subiu para 31,4% dos entrevistados em 2021.

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 20/12/2021

 

Estoques aumentam e ultrapassam nível planejado em novembro

A Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta para o aumento dos estoques em novembro de 2021. O índice de evolução do nível de estoques foi de 50,6 pontos, resultado 4,8 pontos acima do registrado no mesmo período do ano passado. Esse resultado rompeu a tendência de estoques abaixo do planejado, que vinha desde dezembro de 2019. Além disso, nos últimos três meses, houve registro o índice esteve de 50 pontos, o que indica crescimento em relação ao mês anterior. 

O índice do nível de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 50,7 pontos em novembro. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que o estoque real está um pouco acima do nível planejado pelas empresas. Na comparação com novembro de 2020, momento crítico de baixos estoques no ano passado, o índice mostra aumento de 6,6 pontos.

“Esse resultado começa a indicar menos gargalos para a indústria. Contudo, nossa preocupação é que o aumento do estoque começa a indicar alguma frustração do empresário com a demanda e, assim, apontar para a desaceleração da indústria. A combinação entre estoques e produção é um fator para acompanharmos nos próximos meses”, explica Marcelo Azevedo.

A pesquisa mostra, ainda, que produção industrial continuou praticamente estável na passagem de outubro para novembro, com leve aumento. O índice de evolução da produção registrado no mês foi de 50,4 pontos. É o terceiro mês consecutivo de relativa estabilidade da produção, após altas registradas entre maio em agosto. 

Em novembro de 2021, a Utilização da Capacidade Instalada foi de 72%, um aumento de um ponto percentual na comparação com outubro. Esse resultado está acima da média histórica de 2011 a 2019.

Empresários se mostram confiantes com o setor externo

Os índices de expectativa de demanda, de compras de matérias-primas e de número de empregados apresentaram estabilidade no mês de dezembro de 2021. Já o índice de expectativa de exportação registrou aumento de um ponto. Todos os resultados continuam acima da linha de 50 pontos, o que indica expectativa de crescimento nos próximos seis meses.

Confira a pesquisa completa abaixo.
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Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 17/12/2021

Minério de ferro caminha para melhor rali semanal desde maio

Os futuros do minério de ferro estão a caminho da quinta semana de ganhos, o período de valorização mais longo desde maio. A commodity é impulsionada por sinais de recuperação da produção de aço na China e pela expectativa de estímulos fiscais em 2022.

A produção de aço bruto cresceu quase 12% nos primeiros 10 dias de dezembro em relação ao mês anterior, segundo a China Iron & Steel Association. O número está em linha com previsões de analistas, que apontam retomada da produção neste mês na esteira de esforços das usinas chinesas para cumprir o objetivo do governo de reduzir a poluição. Em novembro, o volume produzido atingiu o nível mais baixo para o mês desde 2017.

Os contratos futuros do minério de ferro subiram cerca de 11% esta semana e acumulam alta de 35% desde meados de novembro. A commodity perdeu mais da metade do valor em relação a uma máxima em maio.

O minério avançava 2,7%, para US$ 120,05 a tonelada às 15h46 de Singapura. Os preços subiram 0,5% em Dalian, enquanto o vergalhão de aço e a bobina laminada a quente caíram em Xangai.

“As notícias recentes sobre as políticas têm sido positivas, visando a estabilidade para o próximo ano”, disse a Hongye Futures. “Há certa melhora no ânimo no setor de construção, e alguns altos-fornos em Tangshan retomaram as operações. Embora o entusiasmo das usinas em retomar as operações seja alto, ainda existem algumas restrições ambientais.”

No entanto, operadores acompanham de perto o consumo de minério de ferro e a produção de aço em 2022 devido aos desafios enfrentados pela economia e à necessidade de reduzir as emissões. O uso de minério de ferro e a produção de aço bruto podem encolher ainda mais à medida que a demanda por aço esfria, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento da Indústria Metalúrgica da China, financiado pelo governo.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/12/2021