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China terá desaceleração econômica em 2022 (e o Brasil que se cuide)

Um país chave a acompanhar, a China deve ser ponto de atenção do investidor, já que a nação asiática terá desaceleração econômica em 2022, o que pode desencadear reflexos reais aqui no Brasil.

O Banco Mundial prevê que, no período, o PIB chinês atinja 5,1% de crescimento, inferior ao resultado de 8% esperado para 2021. E muitos são os fatores para isto.

De acordo com a Terra Investimentos, a China enfrenta alta inflação com o aumento dos preços das commodities. O país é um grande comprador desta categoria de produtos, respondendo por 18% do PIB mundial de commodities.

“O Brasil monitora esse desempenho com cautela, já que um terço das commodities que produzimos são exportadas para a China“, destaca o analista Régis Chinchila.

Nesse cenário, soja, minério de ferro, petróleo, algodão e proteína animal estão na berlinda.

Para tentar conter a inflação e por razões ambientais, Pequim realizou movimentos em torno do minério de ferro e metais preciosos na segunda metade do ano passado.

“O governo chinês lançou mão de medidas como a liberação de parte de suas reservas de minério para aumentar a oferta e determinou a redução da produção de aço no país”, afirma o analista.

Isto acabou desacelerando a economia chinesa e influenciou nas projeções para 2022. E no caso específico do minério, deixa a Vale (VALE3) em um ponto de inflexão.

Fonte: Money Times
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 17/01/2022

 

Redução das chuvas abre espaço para retomada da mineração em MG

A perspectiva de redução das chuvas em Minas Gerais abre caminho para a retomada da produção de minério de ferro na região, o que seria uma boa notícia para as siderúrgicas chinesas.

As chuvas acima da média no estado levaram a Vale, CSN, Gerdau e Usiminas a interromperem as atividades de mineração na área. A produtora de zinco Nexa Resources também reduziu a capacidade da mina Vazante para 60%.

O clima agora deve melhorar. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê precipitação mais fraca e isolada nas principais áreas produtoras de minério do estado. A Gerdau já começou a planejar a retomada de sua unidade de mineração nos próximos dias, caso o tempo continue melhorando.

“A partir da próxima semana, a tendência é poder voltar à atividade normal”, disse Anete Fernandes, meteorologista do Inmet. “Podemos ver pancadas mais recorrentes e volume significativo novamente no final de janeiro, mas nada próximo ao início do ano.”

A redução da chuva no Brasil fornece um novo driver para a recuperação dos futuros de minério de ferro. As paralisações desde 8 de janeiro afetaram cerca de 1,8 milhão de toneladas das exportações do estado, segundo cálculos da Secretaria de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia (MME), com base em informações das empresas. Essas perdas podem ser recuperadas ao longo do ano.

Embora as tempestades ainda afetem partes das ferrovias usadas para transportar grãos e minério, normalmente não demora muito para restaurar os serviços, disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Ainda assim, os danos precisarão ser avaliados assim que a chuva parar. “Precisa de tempo firme.”

A recuperação das ferrovias pode levar algumas semanas.

As chuvas também levantaram preocupações sobre o impacto nas barragens de rejeitos na região, palco dos desastres de Mariana e Brumadinho, em 2015 e 2019.

O total de barragens em nível de emergência em Minas Gerais subiu de 36 para 40 após as chuvas, de acordo com a Agência Nacional de Mineração. Na quinta-feira, a Vale elevou o protocolo de emergência para nível 2 na barragem Área IX, em Ouro Preto, e iniciou protocolo de emergência em nível 1 no dique Elefante, na mina de Água Limpa, ambos em Minas Gerais. A empresa disse que as medidas não impactam a produção.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/01/2022

 

Usiminas retoma produção de minério de ferro em Minas Gerais, após as fortes chuvas

A Usiminas (USIM5) informou que, desde sexta-feira (14), a produção de minério de ferro foi retomada de forma “gradual” em Minas Gerais. Como se sabe, nas últimas semanas, o Estado foi castigado com fortes chuvas que causaram enchentes em diversas cidades.

As atividades da Mineração Usiminas (Musa) estavam paralisadas desde 10 de janeiro, quando tempestades atingiram a região de Itatiaiuçu, onde estão concentradas. Na mesma ocasião, a companhia informou que acionara o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens da Mineração (PAEBM) para sua Barragem Central, desativada desde 2014.

No fato relevante deste fim de semana, a Usiminas comunica também que a Barragem Central voltou para o nível zero de emergência, ou seja, não corre mais riscos.

Fonte: Money Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/01/2022

 

Preços nas alturas: por que carros devem ficar ainda mais caros em 2022

Ano novo, preço novo. No primeiro dia útil de 2022 a tabela de algumas montadoras já apresentava correção, para cima, dos preços praticados no não tão distante 2021. O combustível acompanhou os carros esta semana, com reajuste de R$ 0,11 [o litro], em média, para a gasolina e de R$ 0,24 para o diesel vendidos pela Petrobras às distribuidoras.

Houve ainda casos de dois aumentos em menos de quinze dias, como relatado pelo Motor1.com nos SUVs Nivus e T-Cross, da Volkswagen. E o consumidor que pesquisar os catálogos das versões 2023 que acabaram de chegar em algumas concessionárias verá que os preços continuam a subir. É, a vida não tem sido fácil nesses primeiros dez dias úteis.

Mas este movimento segue, mais ou menos, o roteiro praticado no mercado automotivo ano passado. De acordo com levantamento da KBB, Kelley Blue Book, naquele período os carros 0 KM subiram, em média, 18,9% - aqueles catalogados como modelo 2022. Enquanto isso, a inflação medida pelo IPCA, do Banco Central, fechou o ano em 10%.

Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, associação que representa as montadoras nacionais, justifica os reajustes como sendo um fenômeno global. Ele comparou, na primeira coletiva da entidade, semana passada, o Brasil com os Estados Unidos: aqui, segundo as contas da Anfavea, os aumentos foram de 14%, em média. Lá os preços subiram 12%, na média.

Ele culpa os preços dos insumos, como o aço, que dobrou ao longo de 2021, o aumento nos fretes marítimos e o dólar, que no início de 2020 era cotado a R$ 4 mas terminou o ano passado na casa dos R$ 5,60. Tudo isso precisou ser repassado em alguma medida para os preços dos carros.

E, pasmem, ou não: o consumidor está aceitando! José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave, garantiu que o fluxo em lojas continua elevado, mesmo com as correções nos preços e a demora nas entregas, reflexo do descompasso na cadeia causado pela pandemia e agravado pela escassez global de semicondutores. Em dezembro as vendas somaram 207,1 mil unidades, o melhor resultado mensal em doze meses.

À essa altura o nobre leitor já se perguntou? "Até quando consumidores continuarão absorvendo esses aumentos de preços?" É possível estender a questão para os combustíveis e os alimentos, ou para a conta de luz, que poderia ter sido reduzida agora que as chuvas abasteceram os reservatórios. São tantas incertezas que fica difícil responder cada uma delas. As montadoras, no entanto, têm suas apostas.

A Anfavea acredita que este ano serão vendidos 2,3 milhões de veículos no mercado brasileiro, volume 9,4% superior ao do ano passado. Em cenário de inflação, aumento de juros, emprego fragilizado, pandemia, eleições presidenciais e Copa do Mundo.

Enquanto houver resposta positiva do consumidor, enquanto houver demanda nas concessionárias, o movimento de reajuste de preços tende a continuar. É a clássica lei da oferta e da procura.

De volta pra fábrica. 691 trabalhadores da General Motors em São José dos Campos, SP, retornaram de lay off na segunda-feira, 10. Sem problema de semicondutores e com a demanda pela Chevrolet S10 e Traiblazer em alta, a fábrica voltou a operar em dois turnos.

SUVs em alta

43% dos automóveis vendidos no ano passado foram utilitários esportivos, informou a Anfavea. Deixaram os hatches para trás como principal segmento do mercado brasileiro. As vendas estão crescendo, também, em tíquete médio.

Fonte: UOL
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 17/01/2022

 

Mercedes-Benz vai eletrificar metade das vendas de caminhões até 2030, inclusive no Brasil

As fabricantes de veículos anunciam metas cada vez mais ambiciosas de eletrificação globalmente. No caso dos veículos pesados o desafio é maior, já que carregar bateria para armazenar energia pode significar redução na capacidade de carga em alguns casos. A Mercedes-Benz pretende contornar esse obstáculo e anuncia que metade das suas vendas de caminhões será de modelos eletrificados ou a célula de hidrogênio em 2030.

O foco do plano está na Europa, mas Karin Rådström, chefe global da Mercedes-Benz Trucks, aponta que o objetivo é que o Brasil tenha os mesmo produtos que a marca vende no resto no mundo. A executiva visitou o país e participou de conversa on-line com jornalistas na quinta-feira, 13.

“O desafio não está tanto nos produtos, nos caminhões eletrificados, mas na infraestrutura para que esses veículos possam rodar com energia elétrica limpa”, enfatiza Karin.

Brasil traz desafios adicionais

Para virar realidade, o projeto de eletrificação da marca enfrentará alguns contratempos extras no Brasil, a começar pela falta de regulamentação e metas claras para a implementação de pontos de recarga. “Precisaremos trabalhar ao lado das nossas concorrentes, como o Grupo Traton e a Volvo, e com as autoridades para estabelecer esse caminho”, diz a executiva.

Segundo ela, reduzir o impacto ambiental dos veículos é a principal contribuição que a Mercedes-Benz pode fazer para a descarbonização. “Da nossa pegada de carbono, 98% vêm dos caminhões em operação, não do nosso sistema produtivo”, aponta. Ainda assim, os desafios da transição energética não parecem desencorajar Karin. “É uma honra ser parte dessa mudança positiva.”

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 17/01/2022

 

Entrevista com Gustavo Gusmão: Investimentos privados em infraestrutura devem crescer em 2022

O Brasil possui gargalos históricos em infraestrutura e essa situação ainda deve permanecer por algum tempo, já que o país investe menos da metade do que seria necessário para o setor. Segundo estudos realizados na área, o país investe menos de 2% do PIB anual em infraestrutura, enquanto os especialistas afirmam que o ideal seria mais de 4%.

As consequências são sentidas pela população. Em áreas como saneamento, por exemplo, cerca de 11 mil pessoas morrem por ano, em média, no Brasil, por falta do serviço básico, segundo dados do Atlas do Saneamento, elaborado pelo IBGE.

Porém, o ano de 2022 deve ser promissor em áreas como saneamento básico, ferrovias e aeroportos. Além dos marcos regulatórios e leilões realizados pelo setor público em todas as esferas (federal, estaduais e municipais), as concessões e parcerias públicos-privadas (PPPs) devem alavancar os investimentos.

“A perspectiva é que o ano de 2022 seja um marco histórico de investimentos privados”, afirma Gustavo Gusmão, diretor-executivo para Setor Público e Infraestrutura da EY.

Gusmão traça as perspectivas para a área de infraestrutura neste ano. A entrevista faz parte de uma série especial de reportagens em que especialistas traçam os cenários para 2022 nos mais diversos setores da economia brasileira.

Qual a perspectiva para o setor de infraestrutura este ano?
Com o amadurecimento das concessões e parcerias público-privadas nos últimos anos (PPPs), o cenário para 2022 é promissor e os investimentos privados em infraestrutura devem seguir uma trajetória de crescimento. Este ano, deveremos ver uma combinação de expansão da carteira de novos projetos bem como iremos testemunhar investimentos e serviços chegando na ponta, que é o usuário. Também é esperado o surgimento de novos entrantes nesse mercado e a diversificação de novos modelos de financiamento. Os projetos em nível municipal devem ganhar tração e há uma tendência de que as entregas de projetos estaduais e federais se concentrem mais no primeiro semestre, em função do calendário eleitoral.

Quais áreas da infraestrutura devem apresentar melhor desempenho este ano? O novo marco do saneamento e a Medida Provisória das ferrovias devem contribuir para aumentar o investimento?
Certamente. Além de investimentos em energia, esses dois setores, ferrovia e saneamento, foram apontados como os mais propensos para receberem investimentos nos próximos anos, segundo o Barômetro da Infraestrutura Brasileira, pesquisa semestral realizada pela EY e a ABDIB. Os marcos legais, com certeza, podem ser apontados como um dos principais direcionadores dessa tendência. Em especial, o saneamento deverá receber um montante de investimentos num ritmo nunca antes observado no histórico do país, que deverá ficar evidente em 2022.

O Brasil investe menos de 2% do PIB em infraestrutura. Os especialistas afirmam que o ideal seria mais de 4%. Quais as consequências dessa defasagem de investimentos para o desenvolvimento do Brasil?
As consequências são diversas. Desde a indisponibilidade de serviços essenciais, passando pela má qualidade na prestação de serviços de interesse público, até os altos custos que comprometem a competitividade do país. O país acaba perdendo o bonde do desenvolvimento econômico global e, consequentemente, também reduz sua capacidade para investir em políticas sociais.

Quais as expectativas em relação aos investimentos privados no setor? Que áreas devem receber mais atenção?
Os investimentos privados têm tido um forte protagonismo em relação ao setor de infraestrutura. Os recentes marcos regulatórios, notadamente nos setores de saneamento e ferrovias, abriram um caminho importante para alavancar projetos privados em setores onde havia, até então, uma percepção de alto risco jurídico-regulatório. Nesse contexto, a perspectiva é que este ano seja um marco histórico de investimentos privados. Devem receber montantes expressivos os setores de saneamento, rodovias, portos e aeroportos. Em volume de projetos, o setor de iluminação pública também deve se destacar.

O fato de ser um ano eleitoral pode comprometer os investimentos públicos e privados em infraestrutura?
É possível que alguns investimentos públicos possam sofrer algum tipo de postergação em função do período eleitoral. Mas, no que se refere aos privados, o histórico tem nos mostrado que não há um efeito paralisador em ano eleitoral. Em alguns casos há, inclusive, um esforço maior dos gestores públicos para acelerarem projetos que resultem em novos aportes. No entanto, após o período eleitoral, os primeiros meses das novas gestões podem representar risco de interrupção ou atraso de alguns projetos contratados na administração anterior. Quanto mais colaborativa for a transição entre governos, menor será o risco de descontinuidade em infraestrutura.

Fonte: Terra
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 17/01/2022