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Energia solar já é terceira fonte na matriz elétrica brasileira

Levantamento inédito da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) aponta que a potência instalada operacional da energia solar fotovoltaica acaba de ultrapassar a potência das termelétricas de gás natural e de biomassa, tornando a terceira maior fonte na matriz elétrica nacional, atrás apenas da hídrica e eólica.

De acordo com mapeamento da entidade, são 16,4 gigawatts (GW) de energia solar em grandes usinas e em pequenos projetos de geração própria, ante os 16,3 GW do gás natural e os 16,3 GW da biomassa.

Segundo a associação, desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 86,2 bilhões em novos investimentos, R$ 22,8 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 479,8 mil empregos acumulados desde 2012. Com isso, também evitou a emissão de 23,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

Para o diretor da Absolar, Carlos Dornellas, o avanço da energia solar no país, via grandes usinas e pela geração própria em residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos, é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil.

“A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da população”, comenta.

“As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, acrescenta Dornellas.

Graças à versatilidade e agilidade da tecnologia solar, uma usina fotovoltaica de grande porte fica operacional em menos de 18 meses, desde o leilão até o início da geração de energia elétrica.

“E basta apenas 24 horas para tornar um telhado ou um pequeno terreno em uma fonte de geração de eletricidade a partir do Sol. Assim, a solar é reconhecidamente campeã na rapidez de novas usinas de geração”, conclui Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar.

Fonte: Assessoria de Imprensa
Seção: Energia, Óleo & Gás
Publicação: 21/07/2022

Em MS, 17% das indústrias registraram crescimento na produção em junho

Em Mato Grosso do Sul, levantamento aponta que 60% das indústrias registraram estabilidade na produção em junho e 17% reportaram crescimento na comparação com o mês imediatamente anterior. Os dados fazem parte da Sondagem Industrial do Radar Industrial da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul).

A pesquisa também aponta que 74% das empresas participantes disseram que a utilização da capacidade instalada da indústria esteve igual ou acima da usual para o mês. Já a utilização média da capacidade total de produção encerrou o mês em 73%.

Para o coordenador da unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, a falta ou alto custo da matéria-prima permanece como o principal desafio apontado pelos participantes em relação às principais dificuldades enfrentadas no segundo trimestre de 2022. Em seguida está a alta taxa tributária, falta de trabalhador qualificado, taxas de juros elevadas e a demanda interna insuficiente.

“Contudo, para os próximos seis meses as expectativas seguem positivas, ou seja, os empresários industriais de Mato Grosso do Sul estão otimistas e esperam crescimento da demanda por seus produtos e aumento das contratações. Com essa combinação, os índices de confiança e intenção de investimento permanecem em patamares positivos e acima da média histórica obtida para o mês”, afirmou Ezequiel Resende.

A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 11 de julho e ouviu 85 empresas, ou 4,6% da amostra nacional, sendo 39 pequenas, 35 médias e 11 grandes dos seguintes segmentos: produtos alimentícios, produtos de metal, produtos têxteis, confecção de artigos do vestuário e acessórios, produtos de material plástico, produtos de minerais não metálicos, químicos, máquinas e equipamentos, extração de minerais não metálicos, biocombustíveis, produtos de borracha, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, bebidas, couros e artefatos de couro, produtos de madeira, metalurgia, extração de minerais metálicos, atividades de apoio à extração de minerais, calçados, impressão e reprodução de gravações, produtos de limpeza, produtos farmoquímicos e farmacêuticos e móveis.

Otimismo - Para os próximos seis meses, a partir de julho, 48,3% das empresas responderam que esperam aumento na demanda por seus produtos nos meses à frente, até dezembro deste ano. Outros 5,9% preveem queda. Já as empresas que acreditam que o nível de demanda se manterá estável foram 44,7% do total.

Com relação ao número de empregados, em julho, 28,2% das empresas disseram que o número de empregados deve aumentar nos próximos seis meses, 7,1% acreditam que esse número deve cair e 63,5% das empresas esperam manter o número de funcionários estável.

Já o índice de intenção de investimento do empresário industrial ficou em 62 pontos em julho, o que representa aumento de 3,6 pontos em relação a junho e de 10,3 pontos em relação à média histórica obtida para o mês. No atual levantamento, 66% das empresas industriais disseram que pretendem realizar investimentos nos próximos seis meses.

Os resultados variam de 0 a 100 pontos, quanto maior o índice, maior é a intenção de investir. Em junho, o Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial) alcançou a marca de 61,5 pontos, indicando aumento de 6,5 pontos em relação à média histórica obtida para o mês.

Cenário atual - A pesquisa ainda aponta que, em julho, 24,7% dos participantes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram. Para 21,2% dos participantes a economia estadual piorou, e para 14,1% as condições atuais estão piores com relação à própria empresa.

Por outro lado, para a maioria, 51,8% dos empresários, não houve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 54,1% e, a respeito da própria empresa, o número ficou em 56,5%.

Os que consideram que as condições atuais da economia brasileira melhoraram somaram 21,2% e, em relação à economia estadual, esse percentual ficou em 22,4%. No caso da própria empresa, o resultado foi de 27,1%. Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação sobre as condições atuais da economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa somaram 2,4% dos participantes.

Fonte: Campo Grande News
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 20/07/2022

 

Comércio Brasil-EUA tem novo recorde de US$ 42,7 bilhões

O aumento das importações brasileiras vindas dos EUA foi puxada pelas compras de produtos de energia, como combustíveis e derivados de petróleo, gás natural, petróleo bruto e carvão. Juntos, eles representaram 43,7% do total das compras do Brasil nos primeiros seis meses do ano.

Além deles, também ganharam destaque a importação de motores e máquinas não elétricos, que somaram US$ 1,9 bilhão, com alta de 72,3%. Em seguida, aparecem os adubos e fertilizantes, com US$ 723,8 milhões, acréscimo de 225,9%, e inseticidas e fungicidas, com avanço de 40,4%, a US$ 446,2 milhões.

Segundo o estudo, o aumento do valor desses produtos está relacionado diretamente com a alta internacional dos preços causada pela guerra na Ucrânia.

Essas importações se concentraram no Sudeste (52%), sendo São Paulo o principal importador (27,7%).

Exportações em alta

As exportações brasileiras para os EUA também seguem aquecidas, com um crescimento de 31,9% no ano. O desempenho dos embarques de carne bovina, petróleo bruto, madeira trabalhada, produtos siderúrgicos e equipamentos de engenharia civil contribuíram para um valor inédito de US$ 17,7 bilhões no período.

O principal produto segue sendo o semi-acabado de ferro e aço (US$ 2,4 bilhões). No mesmo setor, também se destacaram as vendas de ferro-gusa (US$ 2,3 bilhões).

Na esteira das sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra as exportações russas, as vendas brasileiras de petróleo bruto para o país também cresceram 54,4% em volume e 121% em valor, totalizando US$ 2,3 bilhões.

O Sudeste se manteve como a principal região exportadora no primeiro semestre de 2022, responsável por 64,8% do total, com destaque para os produtos siderúrgicos, óleos brutos de petróleo e café não torrado.

“O comércio bilateral seguiu bastante aquecido. O aumento dos preços internacionais e, em menor medida, da demanda de produtos importantes da pauta bilateral, levaram a valores inéditos nas importações e exportações brasileiras em relação aos EUA”, explica Abrão Neto, vice-presidente Executivo da Amcham Brasil.

Devido ao crescimento das importações acima das exportações, o Brasil registrou o maior déficit comercial com os EUA em um 1º semestre de toda a série histórica, no valor de US$ 7,4 bilhões. Esse também foi o maior déficit do Brasil com qualquer parceiro comercial em 2022
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Fonte: MSN
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 20/07/2022

 

Vendas de aços planos têm leve alta em junho

Distribuidores de aços planos tiveram ligeiro crescimento de vendas em junho sobre um ano antes, mas reduziram compras em meio ao ambiente de incerteza cambial e dificuldades logísticas, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela associação que representa o setor, Inda.

As vendas de aços planos no mês passado somaram 302,8 mil toneladas, queda de 2,9% ante maio, mas crescimento de 1% ante junho de 2021. Já as compras recuaram 13,9% na comparação mensal e tiveram queda de 9,1% na anual, para 315,7 mil toneladas.

As importações do setor em junho caíram 18,2% sobre o mês anterior e despencaram 49% ante um ano antes, para 115 mil toneladas.

A expectativa da entidade para julho é de alta de 1,5% nas vendas ante junho, com compras avançando 3% na mesma comparação. Para o ano, a previsão é de crescimento de 3% a 5% nas vendas.

Analistas do Itaú BBA citaram que a expectativa da entidade para as vendas de aços planos decorre de uma fraca base de comparação com o segundo semestre, demanda resiliente nos segmentos de máquinas e energia e níveis menores de importações.

Além disso, os analistas mencionaram que os preços de aços planos podem recuar nos próximos meses diante da queda nos custos com insumos como minério de ferro.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022

 

Produção de minério de ferro da Vale cai no 2º tri; empresa reduz previsão

A Vale produziu 74,108 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre deste ano, queda de 1,2% ante igual período de 2021, informou a mineradora em relatório de produção nesta terça-feira.

Em relação aos três primeiros meses deste ano, no entanto, houve avanço de 17,4% impulsionado, principalmente, pelo desempenho dos Sistemas Sudeste e Sul no período seco, disse a empresa. Também houve um aumento de produção no Norte beneficiado pela sazonalidade climática.

A Vale ainda atualizou a previsão de produção para entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas, contra expectativa anterior de 320 milhões a 335 milhões de toneladas para 2022, “para garantir maior flexibilidade em nossa produção devido às condições atuais do mercado”.

Segundo a companhia, também pesaram sobre a redução de projeções atividades pontuais de homogeneização de estoques em Ponta da Madeira para ajustar níveis de umidade e a venda do Sistema Centro-Oeste (em torno de 3,5 milhões de toneladas).

A mineradora registrou aumentos de 8,3% na produção de pelotas, na comparação com o mesmo trimestre de 2021, e de 25,2% ante ao trimestre imediatamente anterior, para 8,67 milhões de toneladas.

“A produção de pelotas aumentou devido à redução das atividades de manutenção na planta Omã e ao aumento da disponibilidade de pellet feed na planta Vargem Grande”, disse a empresa.

A produção de níquel recuou 16,1% na comparação com o mesmo trimestre de 2021 e 24% ante os três primeiros meses deste ano, a 34,8 mil toneladas.

Segundo a mineradora, a queda na variação trimestral se deve, principalmente, à manutenção programada das plantas downstream, que foi parcialmente compensada pelo forte desempenho em Onça Puma.

Em relação ao cobre, a produção de 55,9 mil toneladas ficou 23,9% abaixo da registrada no segundo trimestre de 2021, mas com recuo de apenas 1,2% na comparação com o primeiro trimestre deste ano.

Assim como no minério de ferro, a companhia alterou a projeção de produção para o cobre.

“Como resultado da manutenção mais longa do que o esperado na planta de Sossego e a manutenção adicional na planta de Salobo identificada para 2022, a Vale está revisando seu guidance de produção anual de cobre para 270-285 mil toneladas”, afirmou em relatório.

A expectativa anterior ficava entre 330 mil a 335 mil toneladas.

VENDAS

As vendas de minério de ferro do segundo trimestre de 2022 caíram mais do que a produção.

A mineradora vendeu 64,318 milhões de toneladas de minério de ferro, volume 2,3% menor que o registrado um ano antes e 22,9% superior ao do trimestre imediatamente anterior.

As vendas de pelotas atingiram 8,84 milhões de toneladas no período, com aumento de 15,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2021 e de 26,1% versus os três primeiros meses deste ano.

“Os maiores prêmios de pelotas foram compensados pelas vendas de minérios de alta sílica. Minérios de alta sílica podem ser blendados ao BRBF, concentrados na China ou vendidos separadamente”, disse a empresa.

“A Vale vendeu um percentual maior de minérios de alta sílica separadamente para antecipar vendas e se beneficiar dos preços de mercado mais altos no segundo trimestre de 2022 para esses produtos”, acrescentou.

As vendas de níquel e cobre, por sua vez, recuaram 17,1% e 30,36%, respectivamente, frente ao segundo trimestre de 2021. A mineradora vendeu 39,3 mil toneladas de níquel e 51,5 mil de cobre.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022

 

Como os investidores de ações de mineradoras e siderúrgicas devem olhar para a China agora?

Os preços das commodities metálicas e das ações do segmento tiveram uma forte queda ao longo nas últimas semanas, com o sentimento impactado por temores de recessão global e uma perspectiva obscura em relação ao crescimento econômico chinês.

Para o Bradesco BBI, um fluxo de notícias conflitante têm pesado significativamente no sentimento dos investidores, com momentos de maior pessimismo sobre a demanda, enquanto em outros há recuperação com expectativa de estímulos no gigante asiático.

Com tamanha incerteza, no final da semana passada, o minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian atingiu patamar abaixo de US$ 100 a tonelada, na mínima desde dezembro de 2021. Com esse cenário, companhias como Vale (VALE3) e siderúrgicas registram forte queda: no acumulado de julho, VALE3 tem perdas de cerca de 10%.

De forma a trazer luz sobre os principais tópicos que impactam o setor, o Bradesco BBI traçou um panorama sobre os últimos acontecimentos da China e as perspectivas para as commodities metálicas.

O banco ressalta que o governo chinês está sob crescente pressão para promover o crescimento econômico e aumentar a confiança da população em sua capacidade de fazê-lo, sem abrir mão de conter os casos de Covid-19.

Dito isso, os analistas do banco reiteraram a visão de que a atividade econômica e a demanda por metais na China devem
melhorar na segunda metade do ano, impulsionado por estímulos em diferentes frentes (infraestrutura, imobiliário, automóveis, disponibilidade geral de crédito), o que deve elevar os preços dos metais em relação aos níveis atuais.

O Bradesco BBI destacou manter preferência por aço e alumínio versus minério de ferro e cobre, pois avalia que essas commodities terão uma dinâmica de oferta versus demanda mais apertada nos próximos meses. “Notamos, no entanto, que o caminho não deve ser linear, especialmente no curto prazo”, avaliam os analistas, que reiteram a Gerdau (GGBR4) como sua escolha preferida no setor.

Thiago Lofiego, Isabella Vasconcelos e Camilla Barder, analistas que assinam o relatório, não esperam que a China alivie sua política de Covid-zero, pois o foco permanece em evitar um contágio fora de controle.

“Como tal, devemos continuar a ver testes e restrições em massa nos próximos meses, especialmente com a variante BA.5 mais contagiosa ganhando mais relevância na China”, apontam. No entanto, após os picos de casos em março/abril e consequentes bloqueios muito estritos, avaliam que o governo chinês está tentando atingir um melhor equilíbrio para tornar a estratégia menos impactante para a população.

Além disso, o governo chinês tem que fomentar a confiança. Apesar de todo o estímulo concedido nos últimos meses, a economia chinesa ainda não se recuperou, apontam. Uma das questões-chave é a confiança do consumidor, que permanece em níveis baixos. A pesquisa do segundo trimestre do Banco do Povo da China mostrou as expectativas das famílias chinesas em renda e emprego abaixo dos níveis observados na crise de 2015 e dos níveis observados após a primeira onda de Covid-19 em 2020.

Mais de 58,3% dos domicílios pesquisados ??estavam mais inclinados a poupar do que gastar ou investir, versus 42,4% no 1T22. “É provável que o governo chinês continue a anunciar estímulo fiscal e monetário na tentativa de fortalecer a economia e gerar empregos, mas uma variável importante a ser observada no curto prazo será a evolução da confiança do consumidor”, reforçam.

Enquanto isso, o setor imobiliário continua sendo uma das principais fontes de preocupação; mas o BBI avalia que o governo ainda tem espaço para estímulos direcionados.

O setor (que responde por cerca de 35% da demanda chinesa por aço) tem sido uma das principais fontes de preocupação há quase um ano, com muitos dados para o setor seguindo muito fracos, enquanto a confiança dos compradores está abalada (notícias recentes apontaram para alguns compradores deixando de pagar hipotecas em projetos imobiliários inacabados até que os desenvolvedores retomem a construção).

Do lado mais positivo, junho registrou uma recuperação nas vendas de imóveis, uma vez que algumas restrições do Covid-19 foram aliviadas (ainda que acumule queda de 22,2% no acumulado do ano), enquanto a China vem implementando medidas de estímulo direcionadas ( redução das taxas de hipotecas, governos locais com novos programas de subsídios para compra de casa) e com espaço para medidas adicionais (como redução total das taxas de hipoteca).

“Em suma, apesar de um abrandamento do setor (já consideramos uma queda de cerca de 20% na demanda de aço do setor em 2022), o governo chinês deve continuar a fazer uso das ferramentas disponíveis para evitar um pouso forçado antes de retornar a um caminho de desalavancagem”, avaliam.

Infraestrutura em alta

Já para infraestrutura, a China tem falado abertamente sobre o fato de que vê os investimentos como uma alavanca para crescimento em 2022, com provável efeito para 2023. Os investimentos em infraestrutura na primeira metade do ano subiram 7,1% na base anual.

O governo acelerou a emissão de títulos do governo local para investimentos e deve vender mais 1,5 trilhões de yuans (US$ 220 bilhões) em títulos especiais na segunda metade do ano. Além disso, o principal órgão de planejamento econômico da China estaria pedindo às autoridades locais que agilizem a submissão de projetos e acelerem a construção sempre que possível (mesmo que agendada apenas para 2023).

A produção de escavadeiras começou a aumentar recentemente (alta de 50% em maio na comparação mensal), mas permanece mais fraca em relação a 2021 (queda de 40% ante maio de 2021). “Notamos que investir em nova infraestrutura (especialmente infraestrutura verde) também é de interesse estratégico, à medida que a China avança para cumprir suas metas de descarbonização”, apontam os analistas.

Para o BBI, a indústria chinesa vem se recuperando em relação às baixas de abril e o banco espera que ela continue a subir. Em junho, a produção industrial cresceu 3,9% na base anual, após crescimento de 0,7% em maio, com melhorias em segmentos-chave.

O mercado automotivo, ressaltam os analistas, têm apresentado uma forte tendência de alta recentemente, com a produção de veículos subindo 30% na base mensal e 28% na anual em junho, para 2,5 milhões de unidades. A demanda também deve ser apoiada por estímulos governamentais (a China já cortou cerca de 7,1 bilhões de renminbis em impostos no primeiro mês de sua nova política de incentivos fiscais para o setor automobilístico).

Por outro lado, a demanda de exportação possivelmente ficará mais fraca com a desaceleração das economias globais, podendo pesar na recuperação.

“A demanda por aço continua fraca por enquanto (também impactada pela sazonalidade), mas esperamos uma melhora ao longo do segundo semestre de 2022 e primeira metade de 2023”, projeta o BBI.

A dinâmica dos preços do aço foi recentemente prejudicada pelo sentimento mais fraco do mercado em relação às perspectivas para o crescimento econômico chinês, uma vez que a demanda não aumentou significativamente em junho, impactada por condições climáticas (os meses de verão costumam levar a uma atividade de construção mais fraca e junho já registrou várias ondas de calor, que continuaram em julho).

Aço: perspectiva de recuperação

Atualmente, as margens do aço permanecem em território negativo, mas o BBI vê espaço para que os preços recuperem  nos próximos meses, já que a produção provavelmente permanecerá estável/para baixo, enquanto a demanda se recupera.

Contudo, os riscos permanecem significativos se o crescimento continuar a defasar materialmente. “Se as medidas adotadas pelo governo não conseguirem estimular a confiança e o crescimento econômico nos próximos meses ou se os casos de Covid-19 aumentarem e novos bloqueios generalizados precisarem ser implementados, o sentimento e a demanda ainda mais fracos continuariam a pesar no mercado global preços das commodities e, consequentemente, nas ações do setor”, avaliam.

No entanto, se os dados começarem a melhorar, os analistas do BBI apontam que o sentimento do investidor pode mudar rapidamente, reduzindo os prêmios de risco e impulsionam os papéis.

Vale em destaque

Pedro Acioli, analista de commodities da gestora Mantaro Capital, apontou para o InfoMoney um cenário cauteloso o minério de ferro.

“As medidas de desalavancagem impostas às imobiliárias pelo governo chinês foram o estopim para uma forte desaceleração do setor, com diversas incorporadoras enfrentando sérios problemas financeiros. As vendas de propriedades na China já caem mais de 20% no acumulado do ano enquanto que o início de obras caiu 30%. Esse cenário traz perspectivas negativas para a demanda por minério de ferro, visto que o setor imobiliário responde por 30% do consumo de aço na China”, avalia.

Esse cenário é relevante para a Vale, principal produtora de minério do Brasil, avalia. No micro da empresa, alguns pontos preocupam, segundo Acioli: a mineradora ainda não conseguiu retomar de forma relevante a sua capacidade produtiva de Minas Gerais pós-Brumadinho e agora também enfrenta problemas de licenciamento e qualidade mineral na operação de Carajás.

A desalavancagem operacional, a inflação generalizada de insumos e o aumento do frete aumentaram significativamente o custo de produção da Vale. Com o minério em alta dos últimos meses, essas ineficiências operacionais não ficaram em evidência nos últimos resultados da companhia, mas devem ir à luz, aponta.

 
Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022