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Estudo estima que reciclagem ferrosa será responsável por 38% do aço produzido em 2050

A produção global de aço é responsável por 7% das emissões de gases de efeito estufa. Entre as alternativas existentes, que visam uma manufatura mais sustentável e o alcance de metas Net-Zero, a reciclagem de sucata ferrosa em fornos elétricos a arco (EAF) é um caminho comprovado para descarbonizar a produção da matéria-prima, sem perda de qualidade. Além disso, será responsável por 38% do aço produzido até 2050: é o que aponta o estudo do Boston Consulting Group (BCG) “Greener Steel, Greener Mining”.

O relatório aponta a reciclagem como uma das soluções que ajudaria a indústria da mineração a diminuir as emissões de gases do Escopo 3, que atualmente representam 90% das emissões do setor. Ao expandir sua oferta de metais com baixo teor de carbono, como é o caso da sucata, as mineradoras podem incentivar o início de um “mercado circular” de ferro nas próximas décadas.

Para Arthur Ramos, diretor executivo e sócio do BCG Brasil, o reuso de sucata ferrosa traz vantagens que vão além da redução de GEE.

“O aço é uma matéria-prima que pode ser reciclada infinitas vezes. Essa é uma oportunidade para os fornecedores da commodity de expandirem seus portfólios e, ao mesmo tempo, diminuírem suas emissões de carbono -- algo que é esperado pelo mercado para atingir as metas globais de Net-Zero”, diz o executivo, ao se referir à cobrança feita pela coalizão de gestores de ativos europeus, o Institutional Investors Group on Climate Change, que em 2021 acusou a indústria siderúrgica de não estabelecer compromissos firmes de redução de poluentes.

Conforme o estudo, é necessária uma compreensão profunda dos subsegmentos da cadeia de valor da sucata ferrosa para desenvolver uma estratégia de utilização rentável e construir um modelo de negócios concreto, passível de investimento. Como a indústria de sucata é bastante fragmentada, ela também pode obter crescimento de valor, aumentando a transparência e abrindo uma nova fonte de receita, ao dar uma nova finalidade para produtos que seriam descartados e gerariam ainda mais poluição.

Captura de carbono e novas tecnologias de forno 

O BCG ressalta que, embora seja promissora, a reciclagem não resolverá todos os problemas da indústria de mineração. Apesar de gerar muito menos CO2, a quantidade de sucata ferrosa disponível não é tão abundante e, por isso, não poderá substituir totalmente a produção de ferro. Outras soluções apontadas pelo BCG são a captura, utilização e armazenagem de carbono, e a transição de altos-fornos para fornos elétricos.

A opção de reutilizar o carbono emitido na produção de aço em processos industriais é bastante discutida globalmente, mas é uma ideia ainda imatura. A armazenagem do CO2 requer formações geológicas específicas e limitadas, que permitam que o gás seja bombeado e retido no subsolo. Além da tecnologia para o procedimento precisar de avanços, o método enfrenta resistência pública em muitas regiões, que não querem permitir as operações em seus territórios.

A substituição dos altos-fornos e fornos básicos de oxigênio (BOFs) de uma siderúrgica para produção de redução direta de ferro (DRI) e fornos elétricos a arco (EAF) é uma opção já amadurecida. As instalações de produção de DRI funcionam com gás natural e, eventualmente, usarão hidrogênio verde, podendo reduzir as emissões de 33 a 55% em comparação com a produção de altos-fornos e BOFs, levando em consideração os Escopos 1, 2 e 3 de GEE. Mais de 100 milhões de toneladas de produção DRI-EAF, com gás natural, já estão em funcionamento em todo o mundo.

“A solução para o Net-Zero na indústria do aço envolverá uma combinação de todas as três alternativas. A indústria como um todo tem um claro incentivo para descarbonizarem a produção do aço, e quanto antes começarem a colocar investimentos e ações em prática, terão recursos cada vez mais valiosos no longo prazo”, finaliza Arthur.

Fonte: ABM Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/06/2022

Reino Unido amplia impostos alfandegários sobre o aço por dois anos

Londres estendeu por dois anos os impostos alfandegários para certas categorias de aço procedentes de 15 países, com a meta de proteger uma indústria "crucial" no Reino Unido, que enfrenta um aumento dos preços da energia.

A ministra de Comércio Externo, Anne-Marie Trevelyan, declarou à Câmara de Representantes que "devido ao interesse estratégico" da indústria siderúrgica e "às perturbações mundiais dos mercados de energia e das cadeias de abastecimento, (...) é interesse do Reino Unido manter ressalvas".

Trevelyan explicou aos deputados que há um ano, após a saída britânica da União Europeia, o governo havia anunciado uma extensão dos direitos alfandegários para dez categorias de produtos de aço por três anos e sua remoção em quatro categorias.

Outros cinco estavam em estudo e foram prorrogados por um ano.

A ministra estima agora que a supressão dos direitos alfandegários para estas cinco categorias "provocaria sérios danos às siderúrgicas britânicas", portanto amplia a medida para esses produtos por dois anos, até 30 de junho de 2024, mesmo prazo que as outras dez categorias já prolongadas no ano passado.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou no domingo que teria de tomar "decisões difíceis" para proteger o aço britânico ante o aço barato de alguns países, ainda que correndo o risco de violar suas obrigações diante da Organização Mundial do Comércio (OMC).a

Fonte: AFP
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/06/2022

Setor de máquinas agrícolas deve crescer 9% este ano

Expectativa em relação à indústria de máquinas e implementos agrícolas para este ano é de um crescimento de 9%, afirmou nesta quarta-feira o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan.

A entidade divulgou neste dia 29 de junho os dados de desempenho do setor em maio e realizou entrevista coletiva online para esmiuçar os números.

De acordo com Marchesan, o setor agrícola vive hoje entre duas frentes. De um lado, os preços das commodities continuam sendo embarcados a preços elevados. De outro, há um aumento expressivo dos custos por causa dos insumos, que em grande parte são precificados em dólar.

Contudo, de acordo com Marchesan, o saldo líquido destes dois movimentos será a manutenção dos investimentos em máquinas e em implementos agrícolas com vistas ao aumento da produção. Para o executivo da Abimaq, a expectativa para o segmento é de aumento de áreas de plantio e de uma colheita de no mínimo 350 milhões de toneladas de grãos da safra que começa a ser plantada em setembro.

“Pegamos três anos positivos em função de tudo o que aconteceu, com a valorização das commodities agrícolas, expansão do meio monetário no mundo todo, o que movimentou o consumo de alimentos e assim por diante. Tivemos a covid, mas isso não atrapalhou e crescemos bastante no ano passado. Para este ano prevemos crescer por volta de 9%”, disse Marchesan.

Plano Safra

Para o presidente do Conselho da Abimaq, no front agrícola, o único fator que está gerando muitas expectativas é o Plano Safra 2022/2023, previsto para esta quarta-feira, para definir a quantidade de recursos com juros equalizados tanto para custeio quanto para investimentos.

“Pelo que estamos vendo, dinheiro para investimentos com juros equalizados só deverá ser para os pequenos e médios produtores agrícolas e o restante com juros livres de mercado, que os bancos particulares vão fazer e até os bancos oficiais”, disse acrescentando que no ano passado essa questão não foi tanto sentida porque além de os preços das commodities estarem valorizadas tinha o câmbio contribuindo para as exportações.

Para este ano, no entanto, de acordo com Marchesan, o setor convive com “essa ameaça” já que o dólar está mais baixo e as commodities com tendência à estabilização. Na falta de juros equalizados para os grandes, segundo Marchesan, os produtores terão de buscar outras fontes de financiamento ou promover investimentos com recursos próprios.

Fonte: Portal DBO
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 30/06/2022

CSN prepara um plano para ficar com Samarco

O grupo CSN, da família Steinbruch, que tem ambição de se tornar uma gigante mundial da mineração de ferro, está preparando um plano que seja uma solução para o imbróglio em que se transformou a recuperação judicial da Samarco Mineração. A produtora de pelotas de minério de ferro listou mais de R$ 50 bilhões em dívidas no pedido contra credores feito em 9 de abril do ano passado.

A ideia, apurou o Valor, é convergir os interesses tanto das acionistas Vale e BHP Billiton Brasil quanto dos credores financeiros da empresa. Os dois lados não chegaram a um acordo sobre o plano de recuperação elaborado pela Samarco, e suas donas. Fruto disso, ele foi rejeitado na assembleia de credores de 18 de abril.

A CSN contratou a consultoria de Ricardo K. - como antecipou o colunista Lauro Jardim, de O Globo -, especializada em reestruturações financeiras e disputas societárias, como se tornou o caso Samarco. A avaliação de uma fonte é que um acerto das partes é melhor do que uma judicialização de anos, o que poderá acontecer.

Contatos preliminares já foram endereçados tanto às sócias da Samarco quanto a representantes dos credores financeiros - 17 fundos estrangeiros conhecidos como “distressed funds”. Entre eles destacam-se Oaktree e Goldentree.

O grupo detém bonds emitidos pela empresa em valor acima de R$ 23 bilhões, referentes a empréstimos feitos antes de 2015. Esses credores não concordaram com os termos do plano da empresa e levaram ao juiz um Plano Alternativo, que está em análise.

O plano do grupo contempla, entre vários pontos, uma capitalização de 38% da dívida na forma de debêntures, o que tira Vale e BHP da gestão da mineradora. O plano é tratado como “Nova Samarco” e um objetivo é buscar, logo depois, um investidor estratégico - uma empresa de mineração. Um prato cheio para a CSN.

Vale e BHP, que aportaram R$ 24 bilhões na Samarco, apoiaram um segundo plano alternativo - bem menos radical que o dos credores - de dois sindicatos de trabalhadores de Minas Gerais e do Espírito Santo. Basicamente, eles fizeram algumas melhorias no plano de recuperação feito pela Samarco.

Entregues em 17 de maio ao juiz de Belo Horizonte responsável pelo caso Samarco, uma decisão ainda pode demorar de 45 a 60 dias, segundo fonte a par do andamento. Hoje está marcada audiência pública de conciliação de acionistas e credores com o juiz. Num primeiro momento, o que se busca é definir se vai haver ou não processo de mediação.

A CSN tem uma tarefa difícil pela frente - convencer, principalmente, a Vale a ouvir sua proposta, que compreende a injeção de recursos e compra de créditos dos fundos. Uma operação em que a CSN seria o “Stalking Horse”, operação conhecida no mercado financeiro e usada na Oi. A mineradora é refratária. Os demais parecem mais abertos. “Vale e BHP correm o risco de serem ‘tratoradas” pelos bondholders se não acharem uma solução”, diz fonte.

Se tiver êxito com uma proposta atrativa será uma grande oportunidade de a CSN assumir o controle da Samarco. É sabido que o dono da CSN, Benjamin Steinbruch, não entra num negócio se não for para ser sócio majoritário.

A Samarco tem condições de voltar a ser, em cinco anos, a grande produtora de pellets que foi antes de 2015, quando se afundou na lama que saiu da barragem de Fundão rio Doce abaixo. A empresa, apta a fazer 30 milhões de toneladas por ano, só voltou a operar no fim de 2020.

As pelotas, ou pellets, como são conhecidas, são um produto premium no mercado mundial.

A CSN Mineração, que abriu o capital em fevereiro de 2021 e que já produz em torno de 33 milhões de toneladas de minério ao ano, vai passar a fazer material superfino (pellet-feed) em grande quantidade em Congonhas (MG). Esse minério é matéria-prima na fabricação de pelotas. Dessa forma, a empresa integraria sua produção, como já faz a Vale.

Congonhas fica distante 45 km, em linha reta, e 69 km por rodovia, de Mariana, onde estão as instalações de beneficiamento do minério da Samarco, que é transformado em polpa e levado por mineroduto até Anchieta (ES).

Sobre o propósito do grupo de Steinbruch, BHP e Vale se manifestaram em nota conjunta. “BHP Brasil e Vale informam que a Samarco não está à venda e reafirmam seu apoio ao plano de reestruturação protocolado pelos sindicatos de empregados da Samarco e outros credores em 18 de maio. Ambos acionistas estão focados nos preparativos para a audiência de conciliação amanhã [hoje] e em garantir a sustentabilidade da Samarco e sua responsabilidade com os esforços de reparação, que não são endereçados pelo plano dos credores.”

Procurados, CSN, os credores financeiros e Ricardo K. não se pronunciaram sobre o assunto.


Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/06/2022

Indique para um amigo do mercado

Minério de ferro se recupera na bolsa de Cingapura, mas perdas em Dalian aumentam

Os contratos futuros de minério de ferro se recuperaram na bolsa de Cingapura nesta terça-feira após uma série de vendas generalizadas (sell-off) desencadeadas pelo pessimismo quanto à demanda da China, maior produtora de aço do mundo. Já em Dalian, os preços permaneceram sob pressão.

O contrato do ingrediente siderúrgico para o mês de julho na Bolsa de Cingapura subiu 2,7%, a 113,95 dólares a tonelada, após uma queda de oito sessões que havia eliminado os ganhos deste ano.

Na Dalian Commodity Exchange, o contrato de minério de ferro mais negociado para setembro encerrou as negociações diurnas em queda de 3,1%, a 749 iuanes (111,85 dólares) a tonelada, depois de atingir 728,50 iuanes, seu menor nível desde 2 de março.

Um número crescente de produtores de aço chineses está paralisando os altos-fornos devido à demanda lenta e lucros fracos, que podem persistir por mais algum tempo à medida que a estação chuvosa interrompe a atividade de construção e os riscos de lockdown contra a Covid-19 permanecem.

No mercado spot, o minério de ferro com teor de 62% com destino à China caiu 2 dólares, para 117,50 dólares a tonelada nesta terça-feira, após uma baixa de 10 dólares na sessão anterior que havia levado o preço ao nível mais fraco desde meados de dezembro, segundo dados da consultoria SteelHome.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/06/2022

Exportações do Brasil à China caem 11% por conta de lockdowns

Lockdowns promovidos recentemente pela China devido à pandemia da Covid-19 causou prejuízos à balança comercial brasileira. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério da Economia, o volume total de produtos exportados do Brasil para a China recuou 11,2% entre janeiro e maio de 2022 quando comparado com o mesmo período do ano passado.

Ainda de acordo com a Secex, o produto mais afetado foi o minério de ferro, com queda de 7,76%. Enquanto de janeiro a maio de 2021, o volume exportado foi de 84,15 milhões de toneladas, no mesmo período de 2022 esse número foi de 77,62 milhões.

Xangai, a maior cidade da China, ficou em lockdown por dois meses e as restrições foram suspensas somente no último dia 1 para cerca de 23 milhões de pessoas. No entanto, na semana seguinte, a administração da cidade ordenou o fechamento de sete distritos por conta do aumento de novos casos da doença.

Saldo de outros continentes

A Ásia teve queda significativa nas compras feitas do Brasil, reduzindo sua participação nas exportações de 51% do total em maio de 2021 para 41,8% no mês passado.

A fatia da América do Norte nas exportações brasileiras subiu de 13,5% para 14%, enquanto a Europa teve alta de 17,4% para 20,3% e a América do Sul, de 10,6% para 12,2%.

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2022, o saldo comercial brasileiro ficou positivo em 25,129 bilhões de dólares. Na divulgação dos dados de março, o Ministério da Economia revisou a projeção para o resultado da balança em 2022, impulsionada por melhor perspectiva para as exportações. De acordo com a estimativa da pasta, o saldo comercial do ano deve ficar positivo em 111,6 bilhões de dólares ante projeção de 79,4 bilhões de dólares feita em janeiro.

Fonte: Yahoo Notícias
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 17/06/2022