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Setorial Siderurgia e Mineração | Janeiro 2025

De maneira geral, as ações do setor tiveram performance negativa em dezembro e no ano de 2024, refletindo o cenário desfavorável para o setor e o aumento da aversão a risco no último mês do ano, que prejudicou a atratividade de ativos de países emergentes.

Mineração

Na China, o PMI Industrial permaneceu em torno da linha de 50 pontos, que indica neutralidade entre expectativa de expansão e retração da atividade. A produção e do consumo de aço voltaram a retrair, assim como as importações de minério, embora tenham seguido resilientes, o que manteve os estoques da commodity elevados. Os preços de minério de ferro de ferro oscilaram em torno dos US$ 100/t desde o mês de dezembro.

No Brasil, apesar da queda no volume em dezembro, as exportações recuperaram, no ano de 2024, o patamar de embarques anterior ao acidente de Brumadinho.

Siderurgia

Em dezembro, os preços internacionais de aço moveram-se em diferentes direções: nos EUA, houve ligeiro incremento das cotações e na China, as cotações encerraram o mês com queda em relação ao fechamento de novembro. No Brasil, oa confiança do empresário do setor sobre a situação atual da economia e da empresa se deteriorou e voltou a ficar abaixo da linha de 50 pontos.

Dados mais recentes da indústria siderúrgica mostram que apesar da sazonalidade desfavorável em novembro, observou-se um movimento de queda em todas as métricas do setor na comparação mensal, incluindo as importações, embora estas tenham atingido patamar recorde no acumulado de 2024.

Fonte: InvesTalk
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/01/2025

 

Projetos de terras raras no Brasil registram aumento expressivo nos investimentos

Embora os investimentos em projetos de terras raras estejam crescendo, o segmento continua representando apenas uma pequena fração da mineração brasileira.

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) espera que US$ 1,46 bilhão sejam investidos em projetos de terras raras entre 2024 e 2028, em comparação com US$ 150 milhões em 2023-27.

No entanto, somas muito maiores foram destinadas a segmentos maduros como minério de ferro, cobre e ouro. Em todo o setor, o Ibram projeta investimentos de US$ 64,5 bilhões até 2028.

"O segmento de terras raras ainda não é tão popular nos setores de mineração brasileiros, mas já há sinais de crescente interesse, principalmente por parte de investidores internacionais," disse à BNamericas José Carlos Martins, sócio-gerente da Neelix Consulting Mining & Metals.

A chinesa CNMC Trade Company anunciou recentemente, por US$ 340 milhões, a aquisição da Mineração Taboca, da peruana Minsur. A Taboca opera a mina de estanho-nióbio-tântalo de Pitinga, no Amazonas, e é proprietária da fundição de Pirapora, em São Paulo.

Para Martins, "o valor pago pelo controle da Taboca foi bastante alto, e o que se especula no mercado é que, além das operações existentes, a empresa chinesa está interessada em explorar o potencial associado aos elementos de terras raras na região das operações da Taboca".

Enquanto isso, a Aclara Resources nomeou country manager Murilo Nagato, ex-executivo da Appian Capital Brazil, visando avançar o projeto Carina, de US$ 600 milhões, localizado em Goiás. Carina é o projeto de terras raras com o maior capex no Brasil, segundo o banco de dados de projetos da BNamericas.

As tarefas de Nagato, conforme comunicado da Aclara, incluem gerenciar o processo de licenciamento e o desenvolvimento técnico, com foco na minimização de despesas operacionais e de capital, enquanto executa o projeto dentro do cronograma.

Com uma vida útil de 22 anos, espera-se que o projeto produza uma produção média anual de 191 toneladas de disprósio e térbio e 1.350 t de neodímio e praseodímio, componentes essenciais para produzir ímãs de alto desempenho usados em veículos elétricos e tecnologias de energia renovável.

O projeto Carina está em estágio de pré-viabilidade, com a Hatch atuando como consultora de engenharia. O projeto está progredindo conforme o cronograma e suas operações estão previstas para começar em 2028, informou a Aclara.

OUTROS PROJETOS

O banco de dados de projetos da BNamericas lista outros projetos de terras raras no Brasil. Entre eles estão Colossus, de propriedade da australiana Viridis Mining and Minerals; Caldeira, da júnior australiana Meteoric Resources; e Terra Brasil Minerals. Os três estão localizados em Minas Gerais.

Terras raras são necessárias para a produção de turbinas eólicas e painéis solares, além de servirem como insumos nas indústrias de petróleo e química, entre outras.

Fonte: BN Americas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/01/2025

 

Cocari indica cuidados essenciais para as lavouras no verão

O verão, com seu clima quente e chuvoso, exige atenção redobrada dos produtores rurais. A combinação de calor e umidade favorece o surgimento de doenças fúngicas, tornando o monitoramento constante uma prioridade para proteger as lavouras.

“Devemos manter um monitoramento constante e utilizar um programa de fungicidas sistêmicos e protetores. É fundamental que essa prática comece antes do período de ‘fechamento de rua’ na lavoura, para proteger as folhas do baixeiro e garantir a melhor sanidade pelo maior tempo possível”, orienta Rodrigo Rombaldi, consultor do Departamento Técnico (Detec) da Cocari.

Tecnologia como aliada no manejo

Em áreas onde a umidade dificulta a entrada de máquinas agrícolas, o uso de drones para pulverização tem se mostrado uma solução eficiente e sustentável. “O uso de drones evita o pisoteio na lavoura, permitindo que a aplicação de defensivos seja feita de forma precisa e sem danificar o solo”, explica Rombaldi.

Essa alternativa tecnológica não apenas garante agilidade e precisão, mas também contribui para a preservação da estrutura do solo e para a saúde das plantas, mesmo em condições desafiadoras.

Fonte: Cultivar
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 08/01/2025

 

Venda de aço barato da China continua prejudicando a siderurgia da América Latina

O afluxo sem precedentes de aço barato proveniente da China ao longo de 2024 levou os países latino-americanos a enveredar ao protecionismo. Um após o outro, os países da região impuseram tarifas sobre as importações de aço chinês, em uma tentativa de proteger as suas indústrias siderúrgicas nacionais da concorrência barata. A estratégia de dumping da China em relação ao aço provocou uma crise na indústria siderúrgica latino-americana, levando ao encerramento de grandes empresas e pondo em risco centenas de milhares de postos de trabalho na região.

A situação está longe de estar resolvida. Segundo a Reuters, as siderúrgicas chinesas deverão continuar a aumentar os embarques em 2025, o que provavelmente agravará a situação já vulnerável da indústria siderúrgica latino-americana. México, Brasil, Chile e, mais recentemente Colômbia, reagiram, aumentando os impostos sobre os produtos siderúrgicos provenientes da China.

As tentativas de Pequim de aumentar sua influência na América Latina têm provocado cada vez mais revolta, informou a agência de notícias alemã DW. Entre as últimas vítimas, e talvez a mais emblemática da influência econômica da China, está a maior siderurgia do Chile, Huachipato, que encerrou 74 anos de operações, ao fechar o seu forno principal em setembro, marcando o fim de uma era para a indústria siderúrgica da região, devido à intensa e desleal concorrência da China.

Para a cidade portuária de Talcahuano e os seus 160.000 habitantes, que fazem parte da região chilena de Biobío, o fechamento da Huachipato significou a perda do seu motor económico. Cerca de 2.700 trabalhadores foram diretamente afetados, enquanto outras 20.000 pessoas indiretamente ligadas à empresa foram impactadas, indicou a organização não governamental Fundación Andrés Bello. O fechamento da Huachipato também tem repercussões a nível nacional, uma vez que os sindicatos locais estimaram que mais da metade dos trabalhadores que perderam os seus empregos têm mais de 50 anos, o que complica as suas possibilidades de reemprego.

O fechamento da siderúrgica também afetou mais de 1.000 pequenas e médias empresas locais, aumentando potencialmente o desemprego na região para 11 por cento, acrescentou a Fundación Andrés Bello. O fechamento da siderúrgica de Huachipato terá um impacto no Produto Interno Bruto (PIB) regional de 3 por cento, segundo estimativas da Universidade Católica da Santíssima Concepción, em uma área que contribui com quase 6 por cento para o PIB do Chile.

“Trabalhei na Huachipato; meu pai trabalhava na Huachipato, minha esposa também era operária da Huachipato, e tínhamos um bom padrão de vida”, disse à AFP, em 13 de setembro, Fernando Orellana, de 62 anos, que começou a trabalhar na limpeza da empresa aos 25 anos e foi promovido a chefe do setor.

Roberto Hernández, outro trabalhador siderúrgico que perdeu o emprego, descreveu a situação como ‘terrível’. “Onde vou encontrar trabalho nesta idade?”, pergunta à AFP o trabalhador de montagem, de 54 anos.

A indústria do aço na América Latina gera 1,4 milhão de empregos diretos e indiretos e é fundamental em diferentes setores econômicos estratégicos, de acordo com um comunicado da Associação Siderúrgica Latino-Americana (Alacero), em 1º de novembro.

O Brasil, que é o nono produtor mundial e o maior da América Latina, com 10 usinas de grande porte, já dá sinais de ser afetado pelo aço chinês. Em 2023, as importações da China aumentaram em 50 por cento e a produção caiu em 6,5 por cento, de acordo com o Instituto Aço Brasil. No final de 2023, a Usiminas desligou um forno, devido ao volume de importação da China. A Gerdau, uma das maiores siderúrgicas do país, demitiu, até abril de 2024, 700 trabalhadores, devido ao “cenário desafiador enfrentado pelo mercado brasileiro, diante das condições predatórias das importações chinesas de aço”, informou a empresa em um comunicado à AFP, em 18 de abril.

Os países da América Latina estão tentando reagir. Em outubro, o Brasil impôs novas tarifas sobre as importações da China de até 25 por cento, em uma tentativa de combater o dumping e “proteger a indústria nacional dos danos causados por essa prática”, disseram as autoridades, que foram as mesmas impostas pelo México sobre 205 tipos de produtos siderúrgicos. No México, o aço é responsável por 1,4 por cento do PIB e gera 700.000 empregos.

“A queda da produção, em um contexto de diminuição do consumo e de aumento das importações, reflete a necessidade de a região procurar estratégias que fortaleçam a sua indústria local e reduzam a vulnerabilidade ao mercado internacional”, destacou em um comunicado à Diálogo Ezequiel Tavernelli, diretor executivo da Alacero.

Alacero explicou que o aumento das importações de aço chinês na América Latina continua a ameaçar a indústria regional, dado que os produtos chegam à região a preços abaixo dos do mercado, vindo de um país que fornece apoio financeiro à sua indústria siderúrgica fora das regulamentações da Organização Mundial do Comércio (OMC), e muitos desses subsídios violam os acordos da OMC.

“Nossa região apresenta uma das melhores performances ambientais na produção de aço, com emissões de 1,55 toneladas de CO? por tonelada de aço bruto”, destacou José Fonrouge, diretor global sênior de Sustentabilidade da siderúrgica brasileira Ternium e presidente do Comitê de Políticas Ambientais da Alacero, em um comunicado à Diálogo. Esse índice está bem abaixo da média mundial – de 1,91 toneladas de CO? por tonelada de aço bruto –, e é cerca de 25 por cento menor do que as emissões geradas na China, acrescentou.

Em novembro de 2024, a Alacero havia registrado 373 denúncias de dumping na OMC contra a China.

Fonte: Diálogo Américas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 07/01/2025

 

Setor de máquinas vê sinais de recuperação

Os anos de 2024 e de 2023 foram de perdas para as empresas de máquinas – reflexo da queda dos preços das commodities agrícolas e das taxas de juros elevadas – depois do auge de 2022.

Naquele ano de euforia, as commodities nas alturas fizeram o faturamento com as vendas de máquinas alcançar o recorde de R$ 95 bilhões.

Ainda que os juros possam ser novo entrave, por ora, a indústria de máquinas avalia que 2025 será um ano de “normalização” das vendas, com a volta do faturamento ao patamar dos R$ 60 bilhões.

Neste ano, deve fechar em R$ 56 bilhões, segundo a Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Associação Brasileia da Indústria de Máquinas (Abimaq).

Em 2023, a receita havia alcançado R$ 74 bilhões. A indústria pondera que, além do cenário desfavorável, a retração foi grande nos dois últimos anos porque a base de comparação era alta.

EUA

Afora o comportamento dos juros, a “normalização” em 2025 vai depender também de outros fatores, como os primeiros movimentos do futuro presidente dos EUA, Donald Trump. Na campanha eleitoral, ele prometeu taxar as importações, sobretudo da China, o que pode afetar fluxos comerciais, elevando os preços das commodities.

Analistas já fazem cálculos caso esse cenário se confirme. Segundo o consultor Carlos Cogo, os preços da soja e milho podem subir na bolsa de Chicago e aumentar a rentabilidade do produtor, e, por consequência, o apetite para investir.

Se isso se concretizar, as vendas de tratores devem crescer entre 4,5% e 9% no Brasil. Sem o “efeito Trump”, entre 2% e 4%.

As vendas de colheitadeiras podem crescer ainda mais, entre 10% e 20%, porque a base de comparação é ruim e pela expectativa de uma nova safra recorde em 2024/25.

“Depois da colheita de soja, é provável que também tenhamos uma safra enorme de milho, e os produtores precisarão de colheitadeiras mais potentes”, diz Cogo.

Entre janeiro e outubro, as vendas de tratores e colheitadeiras totalizaram 60.125 unidades (queda de 26,9%), sendo 53.245 para o mercado interno (-26,4%).

“Neste ano houve uma seca muito severa que diminuiu a rentabilidade do produtor desses dois principais produtos [milho e soja] do agronegócio nacional. Estamos contando que a próxima safra, colhida a partir de fevereiro, apresente uma produtividade e uma rentabilidade melhor para o produtor, que deve voltar às compras de equipamentos”, diz Pedro Estevão, presidente da Câmara da Abimaq.

Segundo ele, equipamentos para soja e milho representam entre 60% e 70% do faturamento do setor e, por isso, apesar dos preços recordes do café e cacau, por exemplo, o resultado de 2024 não foi bom.

Ainda que acredite em normalização, Estevão reconhece que “os juros podem atrapalhar os planos para 2025”. “Como acabaram os recursos do Moderfrota e do Pronaf [do Plano Safra], temos que lidar com taxas de 16% ao ano, que são muito proibitivas”, acrescenta.

Fonte: Revista M&T
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 07/01/2025

 

Produção de aço bruto no Brasil cresce 5,6% em um ano

De janeiro a novembro deste ano, o volume da produção de aço bruto no país foi de 31,1 milhões de toneladas (t). O resultado supera em 5,6% o registrado entre janeiro e novembro de 2023.

Na comparação dos dois períodos, as importações, o consumo aparente e as vendas internas cresceram 24,4%, 9,6% e 8,7%, respectivamente, conforme aponta o Instituto Aço Brasil, em balanço divulgado nesta segunda-feira (16).

A previsão é de que, ao se computar os resultados de dezembro, o ano de 2024 termine com produção de 33,7 milhões de t. No acumulado deste ano, o pior índice foi o referente a exportações, que somaram 8,8 milhões de t até o momento, 18,5% a menos do que o mesmo período do ano passado.

Em coletiva de imprensa, a organização sublinhou como os três principais setores que dependem do aço contribuíram para o desempenho apresentado: o de automotores teve alta de 12,1%, enquanto o de máquinas e equipamentos e o da construção civil registraram variação positiva de 1% e 4,1% respectivamente.

China

O presidente executivo do instituto, Marco Polo de Mello, aludiu a um quadro que compila dados sobre o histórico de alguns países quanto ao consumo da liga metálica, ao longo de 43 anos. No Brasil de 1980, a proporção média era de 100,6 quilos por habitante, passando para 110,8 em 2023. A variação do país foi de 10,1%, ao passo que a da China, por exemplo, foi de 1.863%.

O país asiático foi mencionado como um fator de preocupação, por estar, na avaliação de Mello, praticando uma atividade “predatória”, dominando as exportações.

Mello afirmou que um dos temas que predominaram foi a transição energética, sobretudo pela Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças do Clima (COP29), realizada no mês passado em Baku, no Azerbaijão, e que a indústria de aço e a de ferro são responsáveis somente por 4% do volume de gases de efeito estufa emitidos pelo Brasil. Em âmbito global, a porcentagem é de 7%, frisou ele.

Ao citar os números, o representante do instituto pediu que outros ramos econômicos sejam cobrados de modo proporcional pelos danos que geram. O agronegócio, por exemplo, responde por 32% das emissões, e o setor de energia, por 24%.

Mello enfatizou, ainda, a importância de se delimitar o que é meta estabelecida pelo governo brasileiro e o que está ao alcance do setor. “Só vamos assumir metas factíveis”, declarou.

O executivo do instituto usou como exemplo os Estados Unidos que, segundo ele, após ter passado por um boom na produção de automóveis, aproveitou as unidades como sucata, que entende como uma das soluções para a transição energética.

A segunda delas, complementar, seria a utilização do hidrogênio como substituto, no processo de descarbonização do aço, o que, criticou Mello, exigiria da Petrobras uma posição “menos monopolista”. Para fechar um conjunto de ferramentas, a indústria de aço necessitaria de R$ 180 bilhões para tornar viável a transição para energia limpa.

Fonte: O Cafezinho
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/12/2024