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Mercado de minério se volta para oferta com relatório da Vale

 A rival Rio Tinto não ajudou semana passada ao relatar remessas mais altas Um mercado de minério de ferro atingido por crescentes preocupações com a demanda voltará sua atenção para a oferta – pelo menos momentaneamente – quando a Vale divulgar seu relatório de produção.

O preço do ingrediente siderúrgico caiu mais de 40% em relação ao pico de março, abaixo de US$ 100 a tonelada, com uma crise imobiliária e lockdownsna China que diminuem as perspectivas de demanda em um momento em que as medidas de combate à inflação ameaçam o crescimento global.

A rival Rio Tinto não ajudou semana passada ao relatar remessas mais altas.

Terça-feira à noite é a vez da Vale. A mineradora brasileira – cuja recuperação de um desastre de barragem em 2019 é um importante fator no lado da oferta – deve divulgar uma produção de 76,9 milhões de toneladas no segundo trimestre, segundo a estimativa média de sete analistas acompanhados pela Bloomberg. Isso se compara a 63,9 milhões em um primeiro trimestre afetado por chuvas e 75,7 milhões um ano atrás.

Um número muito acima do esperado representaria mais dor de cabeça para quem aposta na alta do minério de ferro, enquanto uma decepção considerável poderia ajudar a sustentar os preços.

Mas o mais importante pode ser se a Vale consegue ou não atingir sua meta anual de produção da matéria-prima do aço entre 320 e 335 milhões de toneladas.

O mercado já parece estar considerando a extremidade inferior da faixa como o melhor cenário, segundo analistas do Citigroup liderados por Alex Hacking.

O oposto vale para as ações da empresa – uma surpresa positiva na produção pode proporcionar alívio de curto prazo para o papel que seguiu uma trajetória semelhante à do minério de ferro nos últimos meses.

O Goldman Sachs recentemente reduziu suas estimativas de lucros para a empresa, enquanto Will Landers, investidor veterano de América Latina e chefe de ações para a região da BTG Pactual Asset Management, disse que ficou “underweight” (com exposição abaixo da média do índice de referência) em Vale em meio a uma reabertura econômica “frustrante e acidentada” na China.

As expectativas de um declínio na produção de aço na China no segundo semestre do ano “devem ter um impacto negativo no consumo de minério de ferro durante um período de produção sazonalmente mais forte”, analistas do Goldman liderados por Marcio Farid disseram em uma nota.

 
Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022

BHP alerta para desaceleração mundial em meio a aperto de política monetária

 A ameaça de uma recessão e o temor quanto a seu impacto na demanda têm assolado os preços das matérias-primas nos últimos meses A BHP, maior empresa de recursos naturais do mundo, prevê ventos contrários à economia ao longo dos próximos 12 meses e advertiu que a forte queda na cotação das commodities está obscurecendo o panorama das maiores mineradoras do mundo.

Embora projete que a China, seu maior cliente, terá crescimento graças a políticas de estímulo econômico, a mineradora australiana prevê que a crise energética na Europa, a guerra na Ucrânia e as políticas monetárias contracionistas resultarão em uma “desaceleração geral no crescimento mundial”.

“A volatilidade do mercado como um todo continua e prevemos que o efeito retardado das pressões inflacionárias continuará ao longo do ano fiscal de 2023, juntamente com a escassez no mercado de trabalho e as restrições na cadeia de suprimentos”, destacou o executivo-chefe Mike Henry, em uma atualização sobre o desempenho da mineradora divulgada nesta terça-feira.

Os comentários de Henry seguem a mesma linha das observações feitas na semana passada pela rival Rio Tinto, que também fez um alerta sobre ventos contrários “consideráveis” e o crescente temor de recessão, que afeta os preços das commodities.

A ameaça de uma recessão e o temor quanto a seu impacto na demanda têm assolado os preços das matérias-primas nos últimos meses. Recentemente, o minério de ferro, a maior fonte de lucro da BHP e da Rio Tinto, caiu para menos US$ 100 por tonelada pela primeira vez no ano, enquanto o cobre caiu ao menor patamar em 20 meses, abaixo de US$ 7 mil por tonelada, na semana passada.

Isso pesou nos preços das ações de todo o setor, com os papéis da BHP e da Rio Tinto caindo mais de 20% em relação ao pico de junho.

A atualização divulgada nesta terça-feira mostrou um bom desempenho da BHP com o cobre e o carvão, que foi neutralizado pelos resultados decepcionantes em outros metais, como o minério de ferro.

A BHP informou que produziu 253,2 milhões de toneladas de minério de ferro no ano até junho, repetindo o desempenho do ano anterior, e prevê extrair entre 249 milhões e 260 milhões de toneladas do ingrediente usado na produção do aço no próximo ano fiscal, projeção que decepcionou alguns analistas.

Tyler Broda, analista da RBC Capital disse que a projeção “branda” para a produção no exercício de 2023 “tiraria o brilho” de um ano fiscal monumental para a BHP, no qual ela desmembrou suas operações de petróleo e gás por meio de uma fusão com a Woodside e unificou sua estrutura de ações.

A BHP também vendeu sua participação de 80% na BHP Mitsui Coal, que opera as minas de carvão de coque de South Walker Creek e Poitrel, em Queensland, por US$ 1,35 bilhão.

A empresa comunicou nesta terça-feira que reavaliaria as operações que ainda possui em Queensland, após a introdução de um novo imposto de royalties, de três alíquotas, no Estado neste mês.

O imposto descontentou a indústria de mineração, que não foi consultada sobre a decisão do governo de Queensland de aproveitar os altos preços do carvão para dar um impulso aos gastos públicos na região.

A medida também foi criticada pelo embaixador do Japão na Austrália, que em rara intervenção política disse neste mês que o investimento no país pode ser afetado pelo imposto. As empresas japonesas Mitsubishi e Mitsui têm operações no estado.

A BHP já vendeu a maior parte de suas operações de carvão térmico, usado para gerar eletricidade, mas manteve seus ativos de carvão de coque, que abastecem as siderúrgicas.

“A quase triplicação da alíquota mais alta dos royalties piorou o que já era um dos esquemas mais altos de royalties de carvão do mundo, ameaçando investimentos e empregos no Estado”, disse Henry.

Fonte: Financial Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022

 

Arrecadação com extração mineral atingirá 2,11% do PIB até 2030, projeta economista da FGV

A arrecadação federal com a atividade de extração mineral deve superar o patamar de R$1 trilhão e representar 2,11% do Produto Interno Bruto brasileiro até 2030, segundo cálculos do economista Bráulio Borges, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, IBRE-FGV.

De acordo com a projeção, que tomou como base o Plano Decenal de Expansão de Energia 2031, da Empresa de Pesquisas Energéticas, o resultado deve ser impulsionado pela alta de 80% na extração de petróleo e gás no período. Já a estimativa de crescimento da produção de minério de ferro é de cerca de 30% até 2030, tomando por base cálculos da Vale usados no estudo.

O aumento na arrecadação com a extração de petróleo e gás nos próximos anos deverá vir principalmente do pré-sal, segundo o levantamento, cujas licitações seguem o regime de partilha, em que, além de bônus e royalties, as companhias se comprometem a entregar à União parte do “óleo-lucro” de suas operações. A receita associada ao “óleo-lucro” foi praticamente irrelevante até 2021, e a partir deste ano deverá ter crescimento robusto até 2030, segundo o estudo.

Além do pré-sal, Borges cita como fator de impulso a disparada nos preços internacionais do petróleo com a guerra na Ucrânia, que deve elevar as receitas federais associadas ao setor extrativo em 1,2 ponto percentual do PIB ao ano, em média, entre 2022 e 2030, em comparação com a média de 2011 a 2020.

Com o conflito no Leste europeu, os temores em relação à oferta do petróleo levaram à escalada nos preços internacionais da commodity. Em março, o barril do Brent atingiu as máximas de 13 anos, perto de US$140. Hoje, ronda o patamar dos US$105 o barril.

Segundo Borges, o estudo projeta cenário-base com o preço do petróleo Brent de volta ao patamar de US$65 o barril entre 2023 e 2024, média real observada no período de 1980 a 2021. No médio prazo, as projeções de mercado indicam preço de US$70 o barril. No caso do minério de ferro, o pesquisador estima valor de US$80 a tonelada no médio prazo, metade da média do ano passado.

De 2011 a 2020, enquanto a média de arrecadação do setor extrativo no Brasil representou 0,92% do PIB, o estudo de Borges projeta elevação para 2,11% do PIB entre 2022 e 2030, somando as receitas federais associadas de royalties, dividendos da Petrobras, óleo-lucro e tributos federais.

O conjunto arrecadatório da extração mineral atingiu 1,85% do PIB em 2021 e deverá chegar a 2,31% em 2022.

Variáveis e estimativas de longo prazo

Em entrevista ao portal da Mover, Borges pontuou que suas projeções podem ser impactadas pela volatilidade do setor, cujas receitas dependem das cotações das commodities minerais, metálicas e energéticas no mercado internacional, além da taxa de câmbio.

O economista ressaltou ainda que o salto da receita estimada para o setor de extração mineral não deve ser permanente, uma vez que a emergência climática e as questões socioambientais devem reprimir a demanda por petróleo e outros recursos no longo prazo.

Por fim, Borges enfatizou que o setor de extração mineral está associado à exploração de recursos naturais finitos. “Qual o melhor uso que a gente pode dar para as commodities? Porque as próximas gerações, daqui a 50, 100 anos, não vão poder contar com esses recursos, porque eles são finitos”, disse à Mover.

Fonte: Traders Club
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022

 

Plano Safra aquece mercado de tratores para agricultura familiar

O anúncio do Plano Safra 2022/2023 mostra que os recursos para os pequenos produtores rurais tiveram um acréscimo de 36% em relação ao plano anterior.

No total, o Plano Safra 2022/2023 disponibiliza R$ 340,88 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano, em um aumento de 36% em relação ao plano anterior.

Para o médio produtor, foram disponibilizados R$ 43,75 bilhões no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), aumento de 28% em relação à safra passada, com juros de 8% ao ano.

Além disso, serão destinados R$ 53,61 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com juros de 6% para investimentos como compra de maquinário agrícola.

Fabricante de linhas de tratores, microtratores e implementos agrícolas voltadas para o segmento, a Agritech está otimista com o cenário, avaliando se tratar de uma das principais fontes de incentivo ao produtor rural brasileiro.

“Com o aumento da disponibilidade de recursos de custeio e taxas de juros favoráveis, os produtores pequenos e médios continuam sendo prioridade no Plano Safra”, diz o coordenador de vendas e marketing da Agritech, César Roberto Guimarães de Oliveira.

“O mercado deve ficar aquecido até fevereiro do próximo ano, com boas expectativas de vendas”, acredita.

De acordo com Oliveira, a procura pelos tratores cabinados da Agritech para as culturas de café e frutas deve ser alta, especialmente após a Portaria nº 9, do Ministério do Trabalho e Previdência, que exige que a aplicação de defensivo agrícola somente seja realizada por meio de tratores com cabine fechada.

Os cabinados da Agritech, diz o executivo, “são equipados com estruturas monobloco de proteção contra capotamento, porta traseira ampla, controles do ar-condicionado com botões de comandos com fácil acesso, sistemas de ar frio e renovação do ar da cabine por meio de sistema elétrico”.

Fonte: Revista M&T
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 20/07/2022

Cadastro Rural já pode ser consultado e emitido

O Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) referente ao exercício de 2022 já pode ser consultado e emitido. O documento comprova a inscrição das propriedades e posses rurais no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR) – base de dados federal, gerenciada pelo Incra, com informações das áreas públicas e privadas.

Para obter o CCIR, o interessado deve acessar o banner indicativo no site do Incra ou diretamente no endereço https://sncr.serpro.gov.br/ccir/emissao. Também pode baixar o aplicativo “SNCR Mobile” para uso em dispositivos móveis, como tablets e celulares.

Quem não tem acesso à internet conta com o serviço nas Salas da Cidadania das superintendências regionais e unidades avançadas do Incra ou em uma Unidade Municipal de Cadastramento (UMC), instalada em parceria com as prefeituras.

É necessário pagar a Taxa de Serviço Cadastral, por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU), emitida com o certificado. O valor depende do tamanho da área e deve ser quitado até 16 de agosto, sem cobrança de juros e correção, exclusivamente na rede de atendimento do Banco do Brasil.

Caso a quitação não ocorra até a data limite, haverá cobrança de multa e juros. Débitos da taxa de anos anteriores serão cobradas no atual certificado. Em caso de impressão de segunda via do documento já quitado, não será preciso pagar novamente a taxa.

Importância

O CCIR constitui prova do cadastro do imóvel rural no SNCR. É indispensável para desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou prometer em venda o imóvel rural e para homologação de partilha amigável ou judicial (sucessão causa mortis) de acordo com os parágrafos 1º e 2º do artigo 22 da Lei nº 4.947, de 6 de abril de 1966.

Sem a apresentação do certificado, os proprietários, titulares do domínio útil ou possuidores a qualquer título de imóvel rural não poderão, sob pena de nulidade, realizar qualquer tipo de alteração na titularidade, dimensão da área, localização, tipo de exploração realizada e classificação fundiária. O CCIR também é obrigatório para o produtor solicitar crédito agrícola em bancos e instituições financeiras.

As informações constantes do documento são exclusivamente cadastrais e, nos termos do parágrafo único do artigo 3º da Lei nº 5.868, de 12 de dezembro de 1972, “não fazem prova de propriedade ou de direitos a ela relativos”.

Informações

Dúvidas sobre o CCIR podem ser esclarecidas junto ao Incra e às Unidades Municipais de Cadastramento (UMC).

O instituto disponibilizou, este ano, um canal de comunicação via mensagens instantâneas para orientar o titular de imóvel rural cadastrado sobre o CCIR (emissão, pagamento, atualização e outras questões).

O atendimento é via WhatsApp, por meio de assistente virtual. É necessário salvar no celular o telefone (61) 3411-7001 para iniciar a conversa via aplicativo de mensagem. Neste primeiro momento, todas as operações no WhatsApp são informativas.

Fonte: Datagro
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 20/07/2022

 

Índice Geral de Preços acumula alta de 9,18% no ano

O Índice Geral de Preços–10, medido pela Fundação Getúlio Vargas, variou 0,60% em julho. O resultado representa uma desaceleração em relação a taxa de 0,74% medida em junho. Com isso, o IGP-10 acumula alta de 9,18% no ano e de 10,87% em 12 meses. O Indicador de inflação IGP-10 monitora o comportamento dos preços na passagem entre o dia 10 de um mês e a mesma data do mês seguinte. Ele é calculado a partir de outros três subindices.

No período avaliado, O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que mede a oscilação de preços no atacado, variou 0,57%, sob influência dos alimentos e combustíveis. Os destaques foram o leite industrializado, registrando alta de 16,30%, e o Diesel, com aumento de 10,91%. De acordo com os especialistas da FGV, a inflação ao produtor só não foi mais intensa porque algumas commodities importantes registraram queda, como o Minério de ferro, o milho e o algodão.

Já o Índice de Preços ao Consumidor, que calcula a inflação no varejo, desacelerou para 0,42% em julho, após sete das oito classes de despesa registrarem decréscimo em suas taxas. As principais contribuições para este movimento, vieram da gasolina, que caiu 1,49%; das passagens aéreas, que subiram menos, e dos artigos de higiene e cuidado pessoal. Em contrapartida, os alimentos ficaram 1,48% mais caros, puxados principalmente pelos laticínios,  com alta de 8,81%.

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção subiu 1,26% no período apurado, também abaixo da medição de 3,29% feita em junho.

Fonte: Agência Brasil
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 19/07/2022