Notícias

Incertezas derrubam produção e consumo de aço na AL

A indústria do aço tem perspectivas de produção e consumo de produtos siderúrgicos na América Latina em 2023 não alentadoras, conforme as projeções setoriais da Associação Latino-americana do Aço (Alacero), bem como do Instituto Aço Brasil, que reviu seus números para o ano recentemente (em julho).

O Brasil é o principal país produtor de aço na região, seguido por México e Argentina. Em consumo aparente - soma de vendas internas mais importações -, os mercados brasileiro e mexicano se equiparavam. Mas, há alguns anos, o consumo aparente no México tem superado o do Brasil. O volume demandado no Brasil em 2022 alcançou 23,4 milhões de toneladas e a previsão é de recuo neste ano, a 22,9 milhões de toneladas.

Já o volume consumido no México foi de 24,8 milhões de toneladas - o décimo maior do mundo, atrás da Itália. A previsão para este ano no consumo mexicano é de alta de 2,5%, crescendo para 2,6% em 2024, segundo dados da World Steel Association (WSA).

Na região, o consumo aparente de produtos siderúrgicos projetado para este ano, após retração de 7,8% em 2022, ainda não tem estimativa. A Alacero ainda trabalha com previsões de março - alta de 1,8%, ante volume de 68,9 milhões de toneladas de material acabado. Para 2024, aumento de 2,4%.

Porém, desde então, o mercado continuou em desaceleração, principalmente no Brasil. Até junho, o consumo na região registrou leve crescimento, de 1,1%, atingindo 29,6 milhões de toneladas - no México houve aumento de 7%, na Argentina, 11,3%, enquanto Brasil registrou recuo de 1,3%, sobre mesmo semestre de 2022, de acordo com a Alacero.

Neste ano, a previsão é de recuo frente a 2022, que se contraiu frente ao recorde de 74,8 milhões de 2021. A Alacero informou que vai atualizar a estimativa para 2023, tanto de produção quanto de consumo, em novembro, durante o Summit anual do setor na América Latina que vai ocorrer em São Paulo.

Conforme dados da Alacero, que acabam de ser compilados, no primeiro semestre a produção de aço bruto na região teve decréscimo de 8,9% em relação aos mesmos seis meses de 2022, com total de 28,5 milhões de toneladas. A entidade atribui o desempenho setorial negativo a incertezas globais e lenta recuperação nos diversos setores consumidores de aço.

Quando se analisa por trimestres, diz a entidade, o segundo deste ano ficou 10,4% abaixo do mesmo período de 2022 e 0,3% inferior ao de janeiro a março. “Foi o trimestre mais baixo desde o terceiro trimestre de 2020”, comenta a Alacero. No ano passado, a região produziu 62,3 milhões de toneladas de aço bruto.

Já em material laminado de aço - chapas, bobinas, perfis, vergalhões e fio-máquina -, o volume foi 4% abaixo do mesmo semestre do ano passado, somando 26,4 milhões de toneladas de produtos finais até junho. Todo o ano passado somou 54,2 milhões de toneladas. O segundo trimestre foi pior: teve queda de 5,4% na comparação anual e 1,5% sobre o primeiro de 2023. O desempenho se deteriorou desde o quarto trimestre de 2022, diz a Alacero.

No Brasil, que responde por mais da metade da oferta de aço na região, as projeções indicam quedas de 5% na produção e de 2,6% no consumo aparente. As vendas internas devem cair 6% (a 19,1 milhões de toneladas) e as exportações indicam retração de 0,3%, a 11,9 milhões. A maior parte dos embarques ao exterior é material semi-acabado (placas e tarugos).

Nesse cenário, só sobem as importações de produtos siderúrgicos - de China, Rússia, Turquia, Coreia do Sul e outras fontes. A previsão revista aponta aumento de 25,6% sobre 2022, o que tem preocupado as siderúrgicas locais.

“Incertezas globais e problemas estruturais marcam o cenário da economia na América Latina. A produção caiu, mas o consumo continua perto de 0 a 1% e há duas explicações: um ajuste de estoque, com plantas produzindo menos e exportações fracas. Esses indicadores nos mostram que o resto do ano será igual e a recuperação definitiva está prevista para 2024”, afirma Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero.

A análise da Alacero é que o mercado de aço na região latino-americana sofre com a alta volatilidade e dificuldades de crescimento em razão da maior deterioração do indicador social, com altos níveis de instabilidade política em países da região.

A entidade ressalta que, para o futuro, as perspectivas de crescimento macroeconômico da região parecem frágeis, com destaque para Brasil e Colômbia, segundo o relatório (SRO) da WSA, de abril. A organização fará nova revisão do SRO em outubro.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/09/2023

Mercado vê inflação abaixo de 5,3%

Por GILBERTO MENEZES CÔRTES

A inflação do IPCA de agosto será divulgada amanhã pelo IBGE. A expectativa do mercado (e do Itaú) é de que a inflação acelere para 0,29% (de 0,12% em julho), com pressões de alta vindas de veículos (com o fim do programa de descontos do governo) e da gasolina (devido aos recentes aumentos nos preços das refinarias). Assim a taxa acumulada em 12 meses deve subir para 4,7%, de 3,99% em julho, devido à base de comparação após os cortes de impostos federias e estaduais em 2022 (em agosto houve deflação de 0,36%).

As projeções do mercado na Pesquisa Focus para os meses de setembro (0,41%) e outubro (0,39%), que vão substituir taxas de -0,29% e 0,59%, respectivamente, nos mesmos meses do ano passado, indicam que o pico da inflação acumulada em 12 meses – que fechou 2022 em 5,79% e desceu para 5,77% em janeiro e 5,60% em fevereiro - não chegará a 5,3% em outubro e tende a declinar nos últimos dois meses do ano – as projeções da Focus para o IPCA de dezembro subiram ligeiramente para 4,93 (de 4,92% na semana anterior).

A leitura indica que, mesmo provavelmente estourando o teto das metas de inflação pelo 3º ano seguido (a meta é de 3,35% + tolerância de 1,50% = 4,75%), o Banco Central está dando demonstrações de errar feio na avaliação da inflação, motivo pelo qual manteve a Selic por tempo além do necessário, em 13,75% ao ano – a baixa só veio em 2 de agosto, para 13,25% e deve se repetir na mesma intensidade de queda em 20 de setembro, para 12,75% a.a.

As indicações da Pesquisa Focus para 2024, quando a Selic, depois de fechar em 11,75%, deve encerrar em dezembro em 9%, com o IPCA em 3,89% (3,82% nas projeções dos últimos cinco dias úteis), dentro portanto da meta de inflação, que é de 3% + tolerância de 1,50%=4,50%, confirmam o erro de diagnóstico e operação do Banco Central.

A baixa da inflação, em 2022, quando desceu de 12,3% em abril para 5,79% em dezembro, ocorreu devido aos cortes de impostos de julho a setembro feitos por Paulo Guedes para tentar reeleger Bolsonaro; este ano, acreditando que haveria reposição imediata dos impostos, o Banco Central manteve a guarda elevada e calculou mal o impacto baixista dos preços da alimentação devido à supersafra de grãos e manteve desnecessariamente altos os juros.

Que cairão, junto com a inflação, em 2024, não por méritos do BC, mas por força da gravidade e dos acertos da política econômica do governo.

Juros altos só frearam a economia

Ao analisar as perspectivas dos demais indicadores que o IBGE anuncia esta semana – na 5ª feira serão conhecidos os dados de julho para a Pesquisa Mensal de Serviços e na 6ª feira a Pesquisa Mensal de Comércio - o Departamento de Estudos Macroeconômicos do Itaú, “apesar da recente melhoria das medidas subjacentes”, não prevê uma desaceleração adicional significativa na margem (com os serviços e a indústria tendo variação trimestral de 5% e 4%, respetivamente)”.

Para a PMS, o Itaú estima estabilidade na margem (0,0% no mês e +2,7% sobre julho de 2022), com a maioria das categorias recuando e o componente de serviços oferecidos às famílias diminuindo 0,7% no mês. O Itaú observa que este item é “particularmente importante para o acompanhamento do PIB”.

Quanto às vendas no varejo, ele espera que o índice amplo, que inclui veículos, motos, autopeças e material de construção, além das vendas do atacarejo, recue 0,8% no mês, com ajuste sazonal (+5,6% a.a.), com a maior contribuição negativa advinda do componente veículo, enquanto o índice central expande 0,5% no mês (+2,1% a/a), com sinais mistos em seus subitens. Está claro no comportamento do varejo que os juros altos estão freando as vendas de bens de maior valor, enquanto a baixa dos alimentos estimularou as compras de alimentos e bebidas no comércio varejista.

O Itaú observa ser “importante olhar mais de perto as estimativas ano a ano, uma vez que o ajuste sazonal do índice vem apresentando alta instabilidade (especialmente para o conceito amplo). Em função destes ajustes, adverte que seus números para PMS quanto para PMC podem mudar dependendo de alguns dados coincidentes ainda a serem divulgados.

Fonte: Jornal do Brasil
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 12/09/2023

Produção do aço brasileiro registra 2,7 milhões/ton em julho, diz IABr

Queda de 4,7% ante o mesmo mês em 2022. Houve ainda recuo nas vendas internas e nas exportações, mas aumento nas importações, com destaque para China. No acumulado do ano de janeiro a julho de 2023 também apresentaram quedas em todos os aspectos, menos as importações que dispararam, com aumento em volume de 48,4% e em valor 21,8% ante o mesmo período em 2022.

A produção brasileira de aço bruto foi de 2,7 milhões de toneladas, uma queda de 4,7% frente ao apurado no mesmo mês de 2022. Já a produção de laminados foi de 1,9 milhão de toneladas, 11,8% inferior à registrada em julho de 2022. A produção de semiacabados para vendas foi de 715 mil toneladas, um aumento de 40,1% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2022, segundo dados do Instituto Aço Brasil, divulgados em agosto.

Consumo e vendas — As vendas internas recuaram 8,4% frente ao apurado em julho de 2022 e atingiram 1,6 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,0 milhões de toneladas, 0,8% superior ao apurado no mesmo período de 2022.

Exportações — As exportações de julho de 2023 foram de 828 mil toneladas, ou US$ 736 milhões, o que resultou em queda de 13,8% e de 28,9%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2022.

Importações — As importações de julho de 2023 foram de 481 mil toneladas e de US$ 547 milhões, um aumento de 78,5% em quantum e de 33,2% em valor na comparação com o registrado em julho de 2022.

Acumulado de janeiro a julho de 2023: Produção — A produção brasileira de aço bruto foi de 18,6 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a julho de 2023, o que representa uma queda de 8,6% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 12,8 milhões de toneladas, redução de 9,5% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2022. A produção de semiacabados para vendas totalizou 5,6 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2023, um aumento de 16,7% na mesma base de comparação.

Vendas — As vendas internas foram de 11,3 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2023, o que representa uma redução de 5,2% quando comparadas com igual período do ano anterior.

Consumo — O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 13,6 milhões de toneladas no acumulado até

julho de 2023. Este resultado representa uma retração de 0,5% frente ao registrado no mesmo período de 2022.

Exportações — As exportações de janeiro a julho de 2023 atingiram 7,1 milhões de toneladas, ou US$ 6,2 bilhões. Esses valores representam, respectivamente, redução de 6,2% e de 10,6% na comparação com o mesmo período de 2022.

Importações — As importações alcançaram 2,7 milhões toneladas no acumulado até julho de 2023, um aumento de 48,4% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 3,3 bilhões e avançaram 21,8% no mesmo período de comparação.

Produção e distribuição de aço destaca-se Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo — conclui o IABr.

ICIA — Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) ficou nos 44,3% (falta de confiança do segmento), abaixo de 50 pontos pelo 10º mês consecutivo.

 
Fonte: IABr - Instituto Aço Brasil
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/09/2023

 

Cortes na produção do setor siderúrgico da China são apenas questão de tempo

Todos no setor siderúrgico da China sabem que este ano terão de reduzir novamente a produção. Resta saber quando.

Depois de a produção de aço do país ter atingido um recorde de mais de 1 bilhão de toneladas em 2020, o governo impôs cortes nos anos seguintes para conter as emissões do setor altamente poluente e equilibrar melhor a oferta e a demanda.

Mas a produção nos primeiros sete meses do ano foi quase 3% superior à do mesmo período em 2022, após um salto em julho. Quanto mais as usinas adiarem o ajuste, mais profundos serão os cortes necessários para adequar a oferta anual aos limites determinados por Pequim.

Por enquanto, o minério de ferro se beneficia. A matéria-prima siderúrgica é negociada acima de US$ 110 a tonelada em Singapura há quase duas semanas. Nesta segunda-feira (04), a cotação subiu até 1,9%, para US$ 116,10, o preço mais alto desde de 20 de abril.

A China produz mais da metade do aço mundial e é de longe a maior importadora de minério de ferro. Há anos o país produz mais aço do que consome.

A Baoshan, maior siderúrgica da China, afirmou na semana passada que este ano Pequim visará produção estável ou ligeiramente inferior à do ano passado. O setor não deveria estar “perseguindo cegamente uma produção mais alta”, Wu Xiaodi, membro do conselho da empresa, disse aos investidores na quinta-feira (31).

Com custos relativamente altos e demanda fraca do setor imobiliário, as margens de lucros das usinas este ano são as piores em mais de uma década.

Isso dá mais um motivo para as siderúrgicas ignorarem a necessidade de adequar a produção e tentarem aproveitar uma esperada melhora sazonal da demanda. Passado o calor e as férias de verão em julho e agosto, a atividade de construção na China costuma aumentar nos meses de setembro e outubro.

A Associação de Ferro e Aço da China relembrou aos membros, numa mensagem no WeChat, que a política siderúrgica da China é “realista, sensata, justificável e responsável, e deve ser respeitada e implementada”.

As restrições poderão começar em setembro ou outubro, de acordo com o UBS, citando discussões durante uma recente viagem ao centro siderúrgico de Tangshan.

As margens estão razoáveis ??no momento e, embora as usinas tenham recebido avisos não oficiais de redução, elas estão “mantendo a produção até que mais detalhes sejam divulgados”, disse o banco.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/09/2023

Enquanto cortes não chegam ao aço, minério avança (ontem) para maior patamar em 4 meses. Hoje o rali do minério esfriou

Todos no setor siderúrgico da China sabem que este ano terão de reduzir novamente a produção. Resta saber quando.

Depois de a produção de aço do país ter atingido um recorde de mais de 1 bilhão de toneladas em 2020, o governo impôs cortes nos anos seguintes para conter as emissões do setor altamente poluente e equilibrar melhor a oferta e a demanda.

Mas a produção nos primeiros sete meses do ano foi quase 3% superior à do mesmo período em 2022, após um salto em julho. Quanto mais as usinas adiarem o ajuste, mais profundos serão os cortes necessários para adequar a oferta anual aos limites determinados por Pequim.

Por enquanto, o minério de ferro se beneficia. A matéria-prima siderúrgica é negociada acima de US$ 110 a tonelada em Singapura há quase duas semanas. Nesta segunda-feira (4), a cotação subiu até 1,9%, para US$ 116,10 – o preço mais alto desde de 20 de abril.

A China produz mais da metade do aço mundial e é de longe a maior importadora de minério de ferro. Há anos o país produz mais aço do que consome.

A Baoshan, maior siderúrgica da China, afirmou na semana passada que este ano Pequim visará produção estável ou ligeiramente inferior à do ano passado. O setor não deveria estar “perseguindo cegamente uma produção mais alta”, disse na quinta-feira (31) Wu Xiaodi, membro do conselho da empresa.

 

Com custos relativamente altos e demanda fraca do setor imobiliário, as margens de lucros das usinas este ano são as piores em mais de uma década.

Isso dá mais um motivo para as siderúrgicas ignorarem a necessidade de adequar a produção e tentarem aproveitar uma esperada melhora sazonal da demanda. Passado o calor e as férias de verão no hemisfério norte, em julho e agosto, a atividade de construção na China costuma aumentar nos meses de setembro e outubro.

A Associação de Ferro e Aço da China relembrou aos membros, em uma mensagem no WeChat, que a política siderúrgica da China é “realista, sensata, justificável e responsável, e deve ser respeitada e implementada”.

As restrições poderão começar em setembro ou outubro, de acordo com o UBS, citando discussões durante uma recente viagem ao centro siderúrgico de Tangshan.

As margens estão razoáveis no momento e, embora as usinas tenham recebido avisos não oficiais de redução, elas estão “mantendo a produção até que mais detalhes sejam divulgados”, disse o banco.


HOJE: Rali do minério de ferro esfria enquanto traders avaliam perspectivas de demanda na China

O minério de ferro na bolsa de Dalian caiu nesta terça-feira, enquanto o índice de referência de Cingapura reduziu ganhos, uma vez que os traders pesaram as medidas da China para reanimar seu setor imobiliário em dificuldades contra o impacto dos prováveis ??controles na produção de aço na demanda pelo ingrediente siderúrgico.

O minério de ferro de referência para janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian da China encerrou as negociações do dia com queda de 0,6%, a 846,50 iuanes (116,03 dólares) por tonelada, após quatro sessões consecutivas de ganhos.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro mais negociado em outubro subiu 0,7%, para 115,50 dólares por tonelada, após atingir mais cedo 117,25 dólares, o nível mais alto do contrato desde o início de abril.

Uma série de medidas que Pequim anunciou recentemente para reviver o hesitante crescimento econômico da China, incluindo a flexibilização de algumas regras de empréstimo para ajudar os compradores de imóveis, elevou ainda mais os preços do minério de ferro este mês, após os fortes ganhos registrados em agosto.

No entanto, os investidores foram instados a se conter e a estarem atentos às esperadas restrições à produção de aço este ano na China, o maior consumidor mundial de minério de ferro.

"O foco continua nos cortes na produção de aço, que começarão ainda este ano, sendo que a única questão é quando", disseram analistas da Westpac em nota.

A China continuará a limitar a produção de aço este ano, segundo o gerente geral da estatal Baosteel, confirmando a continuidade de uma política de crescimento zero de dois anos que objetiva limitar as emissões de carbono da indústria.

A produção de aço bruto da China entre janeiro e julho aumentou 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os benchmarks do aço em Xangai também caíram. O vergalhão recuou 1%, bobinas laminadas a quente perderam 0,7%, fio-máquina caiu 0,6% e aço inoxidável registrou baixa de 0,7%.

Outros ingredientes siderúrgicos na bolsa de Dalian ficaram mais firmes, mas fora das máximas da sessão, com o carvão metalúrgico subindo 2,8% em sua quinta sessão consecutiva de ganhos em meio à forte demanda e preocupações de oferta restrita após recentes verificações de segurança em minas na China.


Com agências de notícias (Bloomberg e Reuters)

Fonte: Infomet
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/09/2023

Mudança em ‘royalties’ da mineração deve beneficiar 183 municípios cearenses

A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), também chamada de “royalties” da mineração, deverá contemplar praticamente todos os municípios cearenses, a partir do fim de outubro de 2023.

Isso porque o Ministério das Minas e Energia (MME) publicou na última terça-feira, 29 de agosto, uma portaria mudando as regras para o repasse desse tributo. Conforme a Portaria 747, publicada pela Pasta, a Agência Nacional de Mineração (ANM), responsável por fazer essa distribuição, terá um prazo de 60 dias para aplicar novos percentuais e diretrizes na hora de fazer esses repasses, a contar da data da publicação da norma.

A principal mudança é que cidades vizinhas àquelas que produzem minérios também serão considerados municípios afetados pela atividade e terão direito a receber uma parcela dos 15% da CFEM destinada a esse tipo de ente federativo. Os municípios produtores seguirão recebendo 60% do total de “royalties” da mineração.

Embora a ANM ainda não tenha divulgado a lista dos municípios beneficiados, em tese, apenas Baixio não se enquadraria na nova definição. Todos os demais 183 municípios cearenses receberiam alguma quantia relacionada aos royalties da mineração, quer seja como produtores quer seja como afetados por atividades mineradoras.

Anteriormente, era considerado município afetado pela mineração os que possuíssem ou fossem atravessados em seu território por: ferrovias, portos e suas respectivas infraestruturas para o escoamento da produção; estruturas que viabilizem o aproveitamento industrial de uma jazida mineral, incluindo bacias de rejeitos; além dos minerodutos. A propósito, a portaria também trouxe mudanças na distribuição dos recursos para os municípios que já eram classificados como afetados pelas atividades mineradoras.

Ganharão as cidades com infraestrutura ferroviária, que antes ficavam com 50% dos recursos destinados aos municípios afetados e agora ficarão com 55%, e também aqueles que recebem subprodutos da mineração, que de 30% passarão a ganhar 35% do total desses recursos. Por outro lado, municípios afetados que tenham operação portuária, terão redução de repasse, passando de 15% para 7%. O mesmo ocorrerá com aqueles que possuem minerodutos, que ficarão com 3%, quando antes recebiam 5%.

Conforme explica o presidente da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável, o deputado federal Zé Silva (SDD-MG), além dos municípios produtores e afetados, que recebem juntos 75% do total arrecadado com os “royalties” da atividade mineradora, os estados ficam com 15% e a União outros 10%. “O minério é uma riqueza do subsolo e, enfim, de toda a população brasileira. Então, não é uma riqueza só de onde você tem ali a jazida mineral”, defende.

“E o benefício do decreto é esse: você faz essa distribuição mais justa para aproximadamente 1.500 municípios, passando dos atuais 3.500 para pouco mais de 5 mil”, pontua o parlamentar. Sobre as mudanças para as cidades que já são afetadas pela mineração, Zé Silva afirma que no caso daquelas que possuem ferrovias ou onde pode ser feito o aproveitamento do minério o impacto é maior.

Já no caso das cidades com minerodutos, o deputado lembra que esse tipo de estrutura fica abaixo do solo, tal como acontece frequentemente com tubulação de água, eletricidade ou internet. “Ele não causa ruído e outros transtornos, por isso teve redução. No caso dos portos, é o seguinte: quando não tem minério tem outras cargas e ele continua sendo útil para a cidade”, ilustra.

A visão otimista, contudo, não é compartilhada pelo presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran-CE), Carlos Rubens Alencar. “Municípios que nem tem produção e nem são afetados vão se beneficiar. O Brasil tem 5.570 municípios e com essa ampliação praticamente 30% daqueles que hoje não recebem vão morder um pouco da CFEM”, observa.

“Ou seja, ficará muito pouco para os que já recebem e já reclamam que é pouco. Eu acho que a coisa mais importante é que os municípios produtores sejam esclarecidos de que há parte deles na compensação financeira sobre a extração mineral, nos termos do que é previsto em lei. Porque hoje há um um um sentimento entre eles que não recebem nada”, lamenta Alencar.

Ele cita o exemplo de Uruoca, que teve o segundo maior repasse de “royalties” de mineração no Ceará em 2022, cerca de R$ 1,2 milhão. “Há muito pouco tempo eu tive contato com o prefeito (Jan Kennedy Paiva Aquino) de lá e ele achava que não recebia nada. E esse sentimento é o que ocorre em todos os municípios”, afirma.

O POVO tentou contato com a prefeitura do município, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

Fonte: O Povo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 04/09/2023