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Chineses aceleram exportações diante do risco de novas tarifas

O crescimento das exportações da China em outubro foi o maior desde julho de 2022, dando continuidade a um impulso à economia que já dura meses, mas que pode ser ameaçado pela nova eleição de Donald Trump e suas promessas de tarifas.

As exportações subiram 12,7% em termos anuais, para US$ 309 bilhões, segundo dados da agência alfandegária chinesa divulgados ontem, bem acima até das melhores previsões dos especialistas. O superávit comercial em outubro subiu para o terceiro maior patamar na história, uma vez que as fábricas intensificaram as remessas antecipando-se ao Natal e, provavelmente, também a um agravamento nas tensões comerciais.

“Isso pode ter sido motivado, em parte, por exportadores tentando antecipar os embarques para mitigar os danos de uma possível guerra comercial no próximo ano”, disse Zhang Zhiwei, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management. “Acredito que a economia vai melhorar modestamente no quarto trimestre, mas a guerra comercial pode começar no primeiro trimestre do próximo ano. Não podemos contar com as exportações para sustentar a economia da China.”

As ações chinesas se recuperaram com força das perdas de quarta-feira. O índice CSI 300 subiu 3% e alcançou seu nível mais alto em cerca de um mês. Um indicador das ações chinesas negociadas em Hong Kong chegou a subir 2,7%. Ambos os índices estiveram entre os de melhor desempenho da região Ásia-Pacífico.

A força das exportações - que cresceram em valor em 11 dos últimos 12 meses - ajudou a compensar a demanda interna fraca, mas essa enxurrada de produtos baratos enviados ao exterior também provocou reações. Em resposta, EUA, América do Sul e Europa, entre outros, reforçaram as barreiras tarifárias contra produtos como aço e veículos elétricos.

Ontem, a China cortou a taxa de referência diária de sua moeda para o nível mais fraco em quase 12 meses, sinal de que o banco central está permitindo sua desvalorização diante da ameaça de intensificação da guerra comercial contra os EUA. Uma moeda mais fraca aumenta a competitividade dos exportadores chineses.

Houve alta nos embarques para a maioria dos mercados, com aumentos superiores a 10% para a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês) e a União Europeia, assim como para a África do Sul e o Brasil.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 08/11/2024

 

Agro, aço, têxtil: os setores da economia brasileira ameaçados por Trump

A vitória de Donald Trump na eleição dos Estados Unidos, anunciada na manhã de quarta-feira (6), mexeu com o dólar e as bolsas do mundo inteiro, mas esses efeitos imediatos não são os únicos que podem afetar a economia mundial. O resultado traz preocupações também pelas políticas protecionistas prometidas pelo republicano, que podem reduzir as vendas e o faturamento das empresas de parceiros comercial como o Brasil.

O que pode acontecer

Durante a campanha, Trump prometeu colocar em prática o tarifaço de importados. O aumento deve mudar de 10% a 20% para todos os seus parceiros comerciais, de 60% para produtos da China e ainda podendo haver sobretaxas de mais de 100% em ocasiões específicas.

Para os brasileiros, essas medidas podem ter um efeito negativo no curto prazo. O ciclo do dólar mais alto e a redução das exportações é uma possibilidade real, que deve ter impacto na economia do Brasil.

A longo prazo, algumas medidas de Trump poderão aumentar a inflação americana e prejudicar o desempenho de alguns setores da economia no Brasil. Com a subida dos preços, a taxa de juros dos EUA poderá cair menos, forçando o nosso Banco Central a aumentar os juros brasileiro. Isso afeta as empresas nacionais de consumo, imobiliárias e todos os empresários muito endividados, aponta o coordenador do curso de Economia do Ibmec-RJ, Gustavo Moreira.

Quais segmentos devem ficar mais preocupados

Todas as empresas que exportam para os EUA correm risco. Entre os segmentos que mais vendem aos americanos estão o agronegócio, especialmente soja e carnes, siderúrgicas e empresas da área têxtil.

Entrar no enorme varejo interno americano vai ficar mais difícil, porque produtos importados ficam menos atraentes com impostos altos. Isso afeta diretamente, por exemplo, o setor têxtil, no qual o Brasil é um importante fornecedor de roupas e tecidos. As empresas do setor terão de reduzir as margens de lucro e todos os preços na cadeia produtiva devem subir.

Exportadores de commodities também podem ser impactados. Isso aconteceria porque as medidas prometidas por Trump ameaçam reduzir o crescimento econômico chinês, diminuindo a demanda pelas commodities vendidas pelo Brasil ao gigante asiático. Consequentemente, os preços cairiam, achatando o lucro das empresas brasileiras, explica Gustavo Moreira.

No setor de aviação, tanto os custos operacionais quanto o endividamento em moeda estrangeira aumentariam. O que dificultaria ainda mais a sustentabilidade financeira dessas companhias.

Na construção civil, os materiais vão ficar mais caros. Os insumos cotados em dólar podem sofrer reajustes. Além disso, com os juros mais altos, é possível que o setor perca investimentos.

Setor de aço e alumínio nacional tende a perder espaço nos Estados Unidos. Essas companhias já sofreram no primeiro mandato de Trump, em que teve tarifa de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio. Essa medida gerou uma tensão significativa, pois o Brasil é um dos principais fornecedores desses materiais para o mercado norte-americano.

"Os que mais podem sofrer são os que estão ligados de alguma forma ao dólar, como os combustíveis, alimentos produzidos com insumos importados como trigo e milho."
Gilberto Braga, professor de Economia e Finanças do Ibmec

Variação cambial atrapalha uns, agrada outros

Setor petroquímico pode ganhar competitividade com dólar valorizado. Pois ele possui boa parte de suas receitas em moeda estrangeira, e tem seus custos em reais, fatores que devem garantir alta lucratividade. Por outro lado, o preço da gasolina tende a aumentar.

Alguns sofrem inicialmente, mas talvez cresçam em seguida. Se por um lado o agronegócio e o segmento siderúrgico perdem vendas com medidas protecionistas americanas, podem ganhar mercado na China, país que certamente terá redução de negócio com os americanos.

Outro ponto positivo é que as empresas exportadoras nacionais ficarão mais acessíveis ao mundo inteiro. Isso porque seus produtos ficarão mais baratos por causa da desvalorização do real. Vendendo mais, apesar do margem de lucro menor, elas garantirão maior renda.

Setor de tecnologia aguarda os próximos capítulos

As políticas do governo Trump tendem a limitar o crescimento dos investimentos, impactando diretamente o setor tecnológico. Em contrapartida, o dólar mais forte facilita a exportação de serviços e beneficia profissionais desse ramo, que podem oferecer alto valor agregado a um custo competitivo, diz Thiago Pisano, CEO da 87 Labs, empresa brasileira de tecnologia com atuação no mercado americano.

O cenário com Trump não é desfavorável: o investimento continuará, e a vantagem cambial poderá ser aproveitada na venda de serviços de qualidade.
Thiago Pisano é CEO da 87 Labs

Fonte: UOL
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 08/11/2024

 

Taiwan ajudará empresas a se mudarem da China diante de prováveis tarifas de Trump

Taiwan ajudará empresas a transferirem sua produção da China, dado o provável grande impacto das tarifas que o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promete impor ao país, disse o ministro da Economia, Kuo Jyh-huei, nesta quinta-feira (7).

A ameaça de Trump, que assume o cargo em janeiro, de impor tarifas de 60% sobre importações norte-americanas de produtos chineses representa grandes riscos ao crescimento da segunda maior economia do mundo.

Empresas taiwanesas investiram bilhões de dólares na China nas últimas quatro décadas, aproveitando os custos historicamente mais baixos, mas o governo de Taiwan, cauteloso com o aumento da pressão de Pequim para aceitar as reivindicações de soberania da China, tem incentivado suas empresas a transferir investimentos para outros lugares.

Em um discurso no Parlamento, Kuo disse que o impacto das tarifas de Trump para empresas taiwanesas que produzem na China seria “bastante grande”.

“Assim que possível, ofereceremos ajuda para que as empresas de Taiwan transfiram suas bases de produção”, disse, sem fornecer detalhes.

Kuo também foi questionado por parlamentares sobre as preocupações de que Trump possa cancelar subsídios para a TSMC, maior fabricante de chips contratada do mundo, que está investindo 65 bilhões de dólares no Estado norte-americano do Arizona para novas fábricas.
 
Kuo disse que há um plano de contingência, que inclui ajuda a mais empresas da cadeia de suprimentos a se mudarem para os Estados Unidos.

“É uma tendência da TSMC continuar expandindo seus investimentos nos Estados Unidos”, afirmou.

A TSMC não comentou sobre preocupações que possa ter com relação aos subsídios. Suas ações listadas em Taipé fecharam em 0,5% nesta quinta-feira, praticamente em linha com o mercado em geral, que fechou em 0,8%.
 
A GlobalWafers, de Taiwan, com um investimento de 4 bilhões de dólares nos Estados Unidos, disse à Reuters esperar que o prêmio Chips and Science Act, destinado a incentivar o investimento de fabricantes de chips nos Estados Unidos, continue sob a nova administração norte-americana.

“Programas plurianuais e decadais, como o Chips Act e os acordos que assinamos, são regularmente mantidos de um governo para o outro”, disse a empresa, em um comunicado nesta quinta-feira.

“Esperamos que o programa Chips não seja diferente e funcione sem problemas no governo Trump.


 
Taiwan e os Estados Unidos também têm mantido conversações no âmbito de uma série de diferentes iniciativas comerciais que Taipé espera que levem a um amplo acordo de livre comércio.

O representante comercial adjunto de Taiwan, Yen Huai-shing, observou que um dos mecanismos bilaterais, o Diálogo de Parceria para a Prosperidade Econômica EUA-Taiwan, foi iniciado no primeiro governo de Trump.

Embora o atual presidente Joe Biden e Trump sejam de partidos diferentes, “parece haver um alto grau de semelhança na direção de ser amigável com Taiwan e aumentar os intercâmbios bilaterais”, disse Yen à Reuters.


Fonte: Infomoney 
Disponivel em: https://www.infomoney.com.br/economia/taiwan-ajudara-empresas-a-se-mudarem-da-china-diante-de-provaveis-tarifas-de-trump/

Vitória de Trump amplia desafios do Brasil com inflação e juros, diz fonte da Fazenda

O dólar comercial chegou a subir quase 2% em relação ao real na abertura dos negócios, em meio às primeiras reações à vitória do republicano Donald Trump na corrida pela Casa Branca, mas perdeu força e opera com leve baixa no início desta tarde.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contribuiu para a desaceleração, ao afirmar em Brasília que a rodada de reuniões entre ministros para tratar das medidas fiscais está concluída, o que também amenizou a alta dos juros futuros.

Mais cedo, o movimento de alta refletia a percepção de que as políticas de Trump serão inflacionárias, entre elas a alta de tarifas de importação, o bloqueio a imigrantes e a redução de impostos, o que exigirá juros mais elevados nos EUA.

Cortes de juros mais atenuados por lá acabam fortalecendo o dólar ante o real em meio ao enfraquecimento do movimento de carry trade (em que o investidor toma dinheiro emprestado barato em moeda forte e depois investe em outra com rendimentos mais elevados), ainda que com um cenário de elevação da Selic no Brasil.

Contudo, após um período de nervosismo no início da sessão com as primeiras reações ao Trump e depois com as falas de Haddad, o movimento do câmbio atenuou, levando em conta também que o problema fiscal doméstico tem sido um fator de peso para o avanço da moeda americana.

Qual a cotação do dólar hoje?
Às 12h26, o dólar à vista operava com baixa de 0,08%, cotado a R$ 5,742 na compra e na venda. Na máxima, chegou a bater R$ 5,862. Na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,82%, a 5.813 pontos.

Na terça-feira, o dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,62%, cotado a 5,7472 reais.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 14.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

Dólar comercial
Compra: R$ 5,742
Venda: R$ 5,742
Dólar turismo
Compra: R$ 5,87
Venda: R$ 6,05

O que aconteceu com o dólar hoje?

A concretização da vitória de Trump retomou os temores dos mercados globais por suas promessas econômicas, que incluem tarifas e cortes de impostos. Na visão de analistas, a natureza inflacionária das políticas do republicano geraria necessidade de a taxa de juros dos EUA permanecer em um nível elevado.

“O movimento está coerente com o discurso protecionista do Trump, de tarifas mais altas e redução de impostos. O cenário é de juros mais altos e dólar mais forte no longo prazo”, comentou o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano.
 
“Mas no Brasil houve muito mais uma alta por conta do fiscal distorcido, que levou os juros a níveis mais altos e deixou o dólar mais forte. Na teoria, com o fiscal acertado no Brasil, seria possível corrigir a alta que vimos nos últimos meses”, acrescentou Serrano.

Sobre isso, Haddad afirmou nesta manhã em Brasília que, finalizadas as discussões entre ministros, o próximo passo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva provavelmente será pedir conversas com os presidentes das duas Casas do Congresso, para que se discuta o envio das medidas fiscais para análise dos parlamentares.

“A vitória de Trump, de forma acachapante e um fortalecimento muito grande dos republicanos, reforça a ideia de que haverá mais protecionismo, uma tendência maior à pressão inflacionária e consequentemente a elevação da taxa de juros”, disse Gesner Oliveira, sócio da GO Associados e professor da FGV.

Ainda na seara nacional, os destaques ficam por conta da decisão de política monetária do Banco Central e balanços corporativos.

Fonte: Infomoney 
Disponível em: https://www.infomoney.com.br/mercados/dolar-hoje-abertura-fechamento-comercial-turismo-06112024/

Produção global de aço cai 4,7% em setembro, mas a do Brasil cresce, diz World Steel

A produção global de aço bruto diminuiu 4,7% em setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 143,6 milhões de toneladas (mt), segundo dados divulgados pela World Steel Association.

Na China, a produção caiu 6,1% em setembro em comparação com o mesmo período do ano anterior, alcançando 77,1 milhões de toneladas.

Para 2024, espera-se que a China responda por menos da metade do consumo global de aço, em um contexto de desaceleração contínua do setor imobiliário. A associação mencionou que um suporte governamental mais significativo à economia poderia elevar a demanda por aço em 2025.


No mesmo período, o Brasil registrou um aumento de 9,9% na produção, chegando a 2,8 milhões de toneladas (mt).

Já a produção estimada do Irã foi de 1,5 mt, reduzindo 41,2%, enquanto a Índia produziu 11,7 mt, com uma redução de 0,2%.

O Japão registrou uma produção 6,6 mt em setembro, diminuindo 5,8%. Os Estados Unidos alcançaram 6,7 mt, um aumento de 1,2%. A produção da Rússia foi de 5,6 mt, reduzindo 10,3%. A Coreia do Sul teve 5,5 mt, um aumento de 1,3%. A Alemanha alcançou 3,0 Mt, um aumento de 4,3%. A Turquia registrou 3,1 Mt, um aumento de 6,5%.


Fonte: Infomoney 



 

Outubro tem segundo melhor desempenho na abertura de mercados agrícolas

O Brasil registrou 34 novas aberturas de mercados em 12 países em outubro de 2024. O desempenho só perde para setembro deste ano, com um recorde de 55 novos mercados em 14 países. O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) destaca o algodão em pluma e caroço destinados à Arábia Saudita; amêndoas de cacau e erva-mate para os países da União Eurasiática (Rússia, Armênia, Belarus, Cazaquistão e Quirguistão); material genético de ovinos e caprinos para Cuba; frutos secos de macadâmia para o Japão; e carne de ovinos e caprinos para o Catar, entre outros....

Levantamento da SCRI (Secretaria de Comércio e Relações Internacionais) do Mapa aponta que a produção brasileira alcançou 192 aberturas de mercados em 48 destinos em 2024 ate outubro. EXPORTAÇÕES EM ALTA Em setembro, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram um recorde de US$ 14,19 bilhões em vendas externas, representando um aumento de 3,6% em relação ao mesmo período de 2023. Nos últimos doze meses, de outubro de 2023 a setembro de 2024, as exportações do setor somaram US$ 166,19 bilhões, um aumento de 1,8% em comparação aos US$ 163,19 bilhões exportados nos doze meses anteriores

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/poder-agro/outubro-tem-2o-melhor-desempenho-na-abertura-de-mercados-agricolas/)


Fonte: Poder 360