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Agricultura de Precisão: mais que uma tecnologia, um investimento no agro brasileiro

Responsável por mais de um quarto do PIB brasileiro, a agricultura desenvolve um papel fundamental na prosperidade econômica, sendo um segmento tático para a incorporação de ferramentas de alta tecnologia. Com foco no aumento da produtividade no campo, o uso de tais recursos é conhecido como Agricultura de Precisão e, por meio do registro e do processamento de dados georreferenciais do cultivo agrícola, promove uma gestão inteligente baseada em informações precisas do território.

Realizada por máquinas, dispositivos, aplicativos, drones, satélites e outras tecnologias que proporcionam maior controle da produção, a Agricultura de Precisão viabiliza a identificação das variabilidades espaciais e temporais do cultivo, de modo que o produtor consegue sanar, de forma assertiva, as necessidades da produção e evitar possíveis gargalos, executando um plantio eficiente.

Apesar de ser discutida no Brasil há décadas e de proporcionar benefícios como aumento da produtividade, redução de custos, diminuição dos danos ao meio ambiente e tomada de decisão informada, a Agricultura de Precisão tem enfrentado desafios significativos para expandir no país. Entre os principais, é possível citar falta de padronização dos equipamentos, difícil conectividade à internet em áreas rurais e oposição de quem tem receio de ser substituído pela tecnologia.

Neste aspecto, é crucial ressaltar a necessidade da exterminação de tais obstáculos, visto que os benefícios acarretados pela modernização são inúmeras vezes maiores e a tendência é de que cresça a quantidade de profissionais qualificados para trabalhar com as novas técnicas de gerenciamento do agronegócio. Inclusive, aqui é importante destacarmos que, de acordo com o 2° Censo AgTech Startups Brasil, a Agricultura de Precisão é a terceira área de atuação mais comum entre as agtechs brasileiras e, conforme dados da Distrito em parceria com a Crunchbase, é o tipo de solução que mais recebe investimentos no setor de tecnologias para o agronegócio, tendo captado US$ 109,61 milhões de dólares entre 2022 e 2023.

Dentre diversos cases, podemos destacar três agtechs brasileiras que atuam no segmento de Agricultura de Precisão que foram investidas por gigantes do agro recentemente, sendo elas a BemAgro – líder em tecnologia agrícola que une inteligência artificial (IA) e visão computacional para otimizar dados provenientes de tratores, drones e satélites – que  anunciou no mês passado o sucesso na captação de R$ 10,2 milhões em sua rodada pré-série A; a Velos Ag, que contribui com pequenos e médios produtores no gerenciamento de operações agrícolas, e captou no final do mês passado R$ 1,4 milhão; e a Cromai – agtech que usa inteligência artificial para o controle de plantas daninhas em lavouras – que recebeu um aporte adicional e chegou a R$ 30 milhões em sua captação série A.

Para além dos números promitentes, é preciso enfatizar que a Agricultura de Precisão é uma metodologia que não melhora apenas a produtividade e a eficiência, mas também promove a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental, conseguindo resultados que a agricultura tradicional sozinha não pode entregar. Aqui, deixo um conselho para aqueles que ainda resistem contra a tecnologia no campo: o agronegócio é um dos pilares da economia nacional, investir no desenvolvimento do setor é investir no Brasil.

Fonte: Diário Sul Maranhense
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 25/03/2024

Como a Crise da Argentina Afetou nos Lucro das Empresas Brasileiras?

Nos últimos meses, os holofotes têm se voltado para a economia da Argentina, especialmente após a mega desvalorização cambial anunciada em meados de dezembro último. O governo do presidente Javier Milei, que recentemente alcançou a marca de 100 dias de gestão, tem empreendido esforços para implementar uma agenda ambiciosa visando resgatar a segunda maior economia da América do Sul de uma crise persistente. As repercussões dessas medidas têm sido amplamente sentidas, influenciando diretamente os resultados financeiros das empresas brasileiras no quarto trimestre de 2023 (4T23).

Quais os Efeitos da Política Econômica Argentina nas Empresas Brasileiras?

Este cenário complexo tem levado a uma série de desdobramentos, afetando principalmente os setores de consumo e autopeças, devido à sua significativa exposição à Argentina. Em contrapartida, houve também notícias positivas, como o caso do Banco do Brasil (BBAS3) que, impulsionado pelos resultados do Banco Patagonia, reportou lucro líquido ajustado de R$ 9,4 bilhões no 4T23, alcançando ganhos recordes de R$ 36,5 bilhões ao longo do ano.

No entanto, nem todas as empresas tiveram a mesma sorte. A Ambev (ABEV3), por exemplo, viu seu resultado no 4T23 afetado negativamente pela inflação na Argentina, com sua divisão LAS (América Latina Sul) apresentando um Ebitda 34% inferior às expectativas do mercado. Esse cenário também reverberou na Natura&Co (NTCO3), que reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 966 milhões no mesmo período, pressionado pela desvalorização do peso argentino.

Setor de Serviços Digitais e Logística: Um Panorama Misto

A Infracommerce (IFCM3), mesmo com uma redução de 6,2% no lucro líquido do 4T23 em relação ao ano anterior, chamou a atenção pela solidez de suas margens e forte controle de investimentos, mantendo o foco em um fluxo de caixa positivo. Por outro lado, o setor de transporte e logística, representado por empresas como Marcopolo (POMO4) e JSL (JSLG3), apesar de expandir seu lucro em comparação com o trimestre anterior, enfrentou desafios significativos decorrentes da volatilidade cambial argentina.

A siderúrgica Gerdau (GGBR4) não foi exceção, com o Ebitda da América do Sul apresentando uma queda impressionante de 73% na comparação trimestral, evidenciando o impacto da situação econômica argentina sobre suas operações. Esse cenário de incertezas destaca a influência direta das políticas econômicas argentinas sobre as empresas brasileiras, ressaltando a interdependência econômica entre os dois países.

Projeções e Expectativas para o Futuro

Embora muitos dos impactos observados possam ser considerados não recorrentes, o mercado permanece atento às futuras ações do governo Milei e seu potencial efeito sobre as empresas que operam na Argentina. Os próximos meses serão cruciais para avaliar se a agenda de reformas proposta conseguirá estabilizar a economia argentina e, por conseguinte, amenizar os efeitos adversos nas empresas brasileiras com operações no país vizinho.

Concluindo, enquanto algumas empresas brasileiras demonstram resiliência e adaptabilidade diante dos desafios econômicos enfrentados pela Argentina, outras ainda buscam estratégias para mitigar os impactos negativos. A evolução da situação econômica argentina continuará a ser um importante ponto de observação para investidores e analistas nos meses vindouros.

Fonte: BM&C News
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 22/03/2024

 

Para Fazenda, indicadores já divulgados apontam para aceleração do PIB no 1º trimestre

A subsecretária de Política Macroeconômica do Ministério da Fazenda, Raquel Nadal, afirmou que os indicadores divulgados nesta quinta-feira, 21, apontam para uma aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2024. Ela reforçou que a projeção do PIB deste ano, mantida em 2,2%, teve mudança na composição por setores.

A pasta diminuiu, por exemplo, a expectativa de crescimento da agropecuária - setor que impulsionou a economia no ano passado - e aumentou a projeção para a indústria.

O Boletim Macrofiscal mostra que, para o PIB do setor agropecuário, a previsão é de queda de 1,3% em 2024, ante expectativa de alta de 0,5% no boletim de novembro.

Essa piora no desempenho está relacionada, principalmente, aos preços de produtos das lavouras e da pecuária, que mostraram deflação ao longo do ano passado.

As condições climáticas, afetadas pela ocorrência do El Niño, também prejudicaram o desenvolvimento do cultivo de produtos, segundo o relatório.

Já para o PIB da indústria, a projeção cresceu de 2,4% para 2,5%.

O documento dá destaque às perspectivas de aceleração da indústria de transformação, em decorrência da redução dos juros, medidas de estímulo ao crédito e pela política de depreciação acelerada para compra de novas máquinas e equipamentos.

Indústrias de construção e extrativa também devem continuar com bons resultados, aponta o relatório.

PMC e PMS

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que os dados das pesquisas mensais de comércio (PMC) e de serviços (PMS), que superaram as expectativas, foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) após o fechamento da grade do Boletim Macrofiscal e, portanto, não há como mensurar os efeitos deles sobre a grade. Mas ele afirmou que os números trazem viés positivo para as projeções.

"Não sei como impactaria a grade porque a gente não roda a grade a cada dado que sai, mas isso traz um viés positivo para nossas projeções", disse Mello.

A grade precisa ser concluída sempre um dia após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação da economia brasileira.

O secretário reforçou que os dados de fevereiro confirmam um cenário de crescimento mais robusto da economia brasileira.

Fonte: BOL
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 22/03/2024

Produção nacional de aço bruto em fevereiro cresce 13,1% em 1 ano, diz Aço Brasil

O Instituto Aço Brasil informou em boletim nesta quinta-feira, 21, que a produção nacional de aço bruto em fevereiro de 2024 somou 2,8 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 13,1% ante o mesmo intervalo do ano passado. Em igual período de comparação, as vendas internas avançaram 7,3%, para 1,6 milhão de toneladas.

A produção de laminados em fevereiro foi de 1,8 milhão de toneladas, valor 3,8% superior ante o mesmo período de 2023. No mesmo intervalo, a produção de semiacabados somou 759 mil toneladas, retração de 3,3%.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 1,9 milhão de toneladas em fevereiro, valor 11,5% superior na comparação anual.

As exportações no período somaram 700 mil toneladas, o que representa uma queda de 26,2% ante o mesmo mês de 2023. Considerando igual intervalo, os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 587 milhões, valor 25,1% menor para o setor.

As importações, por sua vez, foram de 446 mil toneladas em fevereiro, um aumento de 37,2% ante o registrado no mesmo período do ano passado. Em valores, as importações somaram US$ 491 milhões, uma alta de 32,3% no mesmo intervalo de comparação.

Acumulado de 2024

O Brasil produziu 5,5 milhões de toneladas de aço nos dois primeiros meses de 2024, aumento de 6,4% em relação ao mesmo período de 2023. Já a produção de laminados somou 3,8 milhões de toneladas, avanço de 6% em igual período de comparação. O total de semiacabados foi de 1,5 milhões de toneladas, queda anual de 10%.

As vendas internas no acumulado de 2024 somaram 3,2 milhões de toneladas, o que representa uma avanço de 4,3% quando comparadas com igual intervalo do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 3,9 milhões de toneladas, avanço de 6,2%.

As importações na soma de janeiro e fevereiro de 2024 alcançaram 813 mil toneladas, um aumento anual de 15,7%. Os valores de importação foram de US$ 897 milhões, avanço de 4% na comparação com o acumulado dos dois primeiros meses de 2023.

Já as exportações no acumulado de 2024 atingiram 1,6 milhão de toneladas, redução de 13,8% na comparação com igual período de 2023. Os ganhos com as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 1,2 bilhão, queda de 19,8% no período.

Fonte: Estadão
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/03/2024

Venda de aços planos sobe 4,4% em fevereiro, para 307,3 mil toneladas

As vendas de aços planos aumentaram 4,4% em fevereiro de 2023 em relação ao mesmo período de 2023, ficando em e 307,3 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Na comparação com janeiro, houve baixa de 6,8%, quando foram vendidas 329,9 mil toneladas.

Em fevereiro, as compras de aços planos cresceram 15,1%, em base de comparação anual, para 321 mil toneladas. Com relação a janeiro, em que foram compradas 344,8 mil toneladas, as aquisições recuaram 6,9%.

Em número absoluto, o estoque de dezembro obteve alta de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 907,9 mil toneladas contra 894,2 mil. O giro de estoque fechou em 3 meses.

As importações totais de aços planos avançaram 25% em fevereiro em relação ao mesmo período do ano anterior, com volume de 192,7 mil toneladas. Ante o mês anterior, houve avanço de 46,2% nos embarques.

Para o presidente executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro, com o aumento do custo da matéria prima (spread) no preço do aço, que chegou a US$ 133, a tendência é um aumento das importações. Ele acredita que dificilmente haverá uma queda nas importações em relação a 2023.

As exportações totalizaram 613,9 mil toneladas em fevereiro, sendo os Estados Unidos o destino de 75,2% dos embarques.

Para março de 2024, a expectativa da rede associada é de que as compras se mantenham igual a fevereiro, e as vendas tenham uma alta de 6%. Para o ano, a expectativa é de crescimento de 6%

Loureiro comentou que apesar de um primeiro bimestre forte, os números de março estão mais fracos do que as previsões de alta de 5%. “Caso o primeiro trimestre de 2024 seja inferior ao mesmo período do ano passado, o setor terá dificuldade de crescer entre 5% a 6% este ano. Um dos motivos para isso, apesar da economia brasileira estar mostrando um desempenho melhor, é o baixo investimento em ativo fixo, ou seja, algo fundamental para o aumento da demanda por aço”, explicou o presidente a Inda.

Fonte: Agência CMA
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/03/2024

 

AGRO: simplificação de impostos e direito de propriedade estão entre temas prioritários para o setor

Simplificação de impostos sobre o consumo, legislação sobre meio ambiente e direito de propriedade. Essas e outras medidas estão no rol de temas relevantes para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apresentados publicamente nessa quarta-feira (20) pela entidade. 

No campo econômico e tributário, por exemplo, a CNA entende que a Emenda Constitucional 132/2023, que trata da Reforma Tributária, tem um impacto significante para o produtor rural. A medida simplifica impostos sobre o consumo, prevê fundos para o desenvolvimento regional e para bancar créditos do ICMS até 2032 — além de unificar a legislação dos novos tributos. 

Em relação ao direito de propriedade, a entidade destaca — entre outros — a Lei Ordinária 14.757/2023, que trata da Regularização de Terras na Amazônia Legal. O texto prevê o fim de cláusulas resolutivas relacionadas a títulos fundiários e facilita a regularização de antigas ocupações. 

Outra lei ordinária destacada e que pode impactar, segundo a CNA, a produção agropecuária, é a 14.785/2023. A medida busca aprimorar as regras para registro, reavaliação e comercialização de defensivos agrícolas —  e ainda suprimir a defasagem de mais de 30 anos da legislação atual. “Com os 17 dispositivos vetados, a lei aprovada não atende os principais anseios do setor” — enfatiza a Confederação.

O grupo de medidas também é composto por algumas que envolvem o campo da tecnologia e da educação, como a Lei Ordinária 14.645/2023, que trata da Formação Técnica Profissional. A proposta articula a formação profissional técnica de nível médio com a aprendizagem profissional — o que, para a CNA, determina a formulação de uma política nacional para o setor.

Fonte: Brasil 61
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 22/03/2024