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O terrível aumento da Selic

Depois de meses em queda, a taxa de juros, a Selic, voltou a subir. O Banco Central anunciou um aumento de 0,25 ponto percentual, resultando numa taxa de 10,75% ao ano. Isso pode parecer pouco, mas já afeta – e muito – a nossa economia.

Dificuldade de acesso ao crédito, aumento da taxa para financiamento, diminuição da produção industrial são só alguns exemplos do que a elevação da taxa de juros causa.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 23/09/2024

Brasil e Índia reforçam parceria em mineração e energia

Em um passo significativo para a cooperação internacional, Brasil e Índia publicaram uma declaração conjuntanesta sexta-feira (20/9), reforçando o compromisso de colaboração entre as nações nas áreas de energia e mineração. O documento foi lançado após uma visita oficial do Ministro de Petróleo e Gás Natural da Índia, Hardeep S Puri, ao Brasil, onde foi recebido pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Parceria Estratégica para Biocombustíveis e Energia Sustentável

A declaração conjunta marca um importante avanço nas relações bilaterais entre Brasil e Índia. Ambos os países, membros fundadores da Aliança Global para Biocombustíveis, reafirmaram a importância dos biocombustíveis como componente essencial na transição energética global. A colaboração busca fortalecer não apenas a sustentabilidade ambiental, mas também impulsionar o crescimento socioeconômico.

Brasil e Índia têm se destacado no setor de biocombustíveis, com um mercado robusto de produção de etanol e biodiesel. As nações agora trabalham em conjunto para desenvolver o uso de Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF), essenciais para reduzir as emissões no setor de aviação. A meta é superar os obstáculos relacionados à produção em larga escala e garantir uma aviação mais limpa no futuro.

Cooperação em Minerais Críticos

Outro ponto importante da declaração é o início de discussões sobre a cooperação no setor de minerais críticos, considerados essenciais para o desenvolvimento tecnológico e energético. Brasil e Índia se comprometeram a identificar novas oportunidades de investimento e ampliar a colaboração em projetos de exploração em águas profundas.

Perguntas Frequentes sobre a Cooperação Brasil-Índia

Qual é o foco principal da parceria entre Brasil e Índia?
A parceria se concentra em setores de energia, incluindo biocombustíveis e combustíveis sustentáveis, além da cooperação no setor de minerais críticos.

Como a Aliança Global para Biocombustíveis impacta a cooperação?
A aliança é uma plataforma importante para o desenvolvimento de tecnologias que visam a transição energética global, com Brasil e Índia desempenhando papéis de liderança.

Quais são os desafios para o desenvolvimento dos Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF)?
Os principais desafios incluem o alto custo de produção, a escassez de matérias-primas e a necessidade de uma infraestrutura adequada para produção em larga escala.

Fonte: Diário Carioca
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/09/2024

 

Indústria siderúrgica da China enfrenta aumento de falências em meio à crise econômica

O setor siderúrgico da China está se preparando para uma onda de falências, já que a turbulência econômica do país continua causando estragos no setor, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

A crise do aço é vista como um ponto de virada crítico, potencialmente impulsionando a tão necessária consolidação deste enorme setor.

Um número impressionante de três quartos das siderúrgicas chinesas sofreram perdas financeiras no primeiro semestre do ano, aumentando o espectro de insolvência para muitos, diz Michelle Leung, analista sênior da Bloomberg Intelligence.

Empresas como Xinjiang Ba Yi Iron & Steel Co., Gansu Jiu Steel Group e Anyang Iron & Steel Group Co. são especialmente vulneráveis e podem emergir como alvos principais para aquisições, observa Leung.

Chamadas solicitando comentários dessas empresas não foram atendidas.

China pressiona pela consolidação da indústria siderúrgica

O ambiente atual também pode apoiar a meta de Pequim de reforçar o controle sobre sua indústria siderúrgica por meio da consolidação.

De acordo com a Bloomberg Intelligence, o governo pretende que os cinco maiores produtores de aço controlem 40% do mercado até 2025, com os 10 maiores participantes respondendo por 60%.

Embora essa meta seja considerada alcançável, espera-se que a China fique atrás de gigantes da indústria como Coreia do Sul e Japão em termos de concentração de mercado.

A indústria siderúrgica da China está sendo remodelada por uma prolongada crise no mercado imobiliário e pelo lento crescimento econômico.

O chefe da China Baowu Steel Group Corp., a maior produtora de aço do país, alertou que a crise atual pode ser mais grave do que as vividas em 2008 e 2015.

Com a demanda interna despencando, as usinas chinesas passaram a exportar, uma medida que gerou disputas comerciais internacionais, já que os países alegam que o aço está sendo vendido abaixo do custo.

Apesar das crescentes restrições dos parceiros comerciais, espera-se que as exportações de aço da China permaneçam estáveis até o final de 2026.

De acordo com a Bloomberg Intelligence, a redução geral na produção e o aumento das barreiras comerciais globais acabarão pesando nas exportações.

Reformas habitacionais são essenciais para o crescimento da China

No cenário econômico mais amplo, os esforços da China para resgatar seu mercado imobiliário em dificuldades são vistos como o melhor caminho para atingir um crescimento econômico de 5%, uma meta que muitos economistas dizem estar ao alcance se o pacote de reforma habitacional do governo for totalmente implementado.

A crise imobiliária do país, no entanto, deve durar mais alguns anos, o que continua a exercer pressão negativa sobre a economia.

Além disso, há especulações de que os bancos chineses podem iniciar outra rodada de cortes nas taxas de hipotecas ainda este ano, com analistas prevendo tais medidas para impulsionar o consumo, de acordo com uma reportagem do Securities Daily.

No setor financeiro, a expansão do Citigroup Inc. para a China enfrentou um obstáculo devido aos desafios regulatórios dos EUA.

Segundo fontes, o Federal Reserve impôs penalidades ao banco por problemas de gerenciamento de dados e controle de risco, complicando os planos do banco na região.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/09/2024

 

Reciclagem do aço recua no Brasil por causa das importações chinesas

O uso de sucata ferrosa na setor de aço recuou no ano passado a reboque da queda na produção no Brasil. Em 2023, o total produzido foi de 32 milhões de toneladas, com 24% desse volume reciclado. Um ano antes, foram de 34 milhões de toneladas e 26,17%, respectivamente. Esse recuo reflete principalmente o salto em importações de aço, sobretudo chinês, impactando a cadeia de recicladores e reduzindo a disponibilidade de aço produzido com menor emissão de gases de efeito estufa.

— Com a produção mais baixa devido à concorrência com o produto vindo da China, o consumo de sucata também cai. Ainda não sentimos a melhora esperada pela sobretaxa imposta aos importados. Deve levar ainda algum tempo — diz Clineu Alvarenga, diretor executivo do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa).

A queda na produção de aço em 2023 resultou do aumento da importação de aço em 50%, além de paradas para manutenção em aciarias elétricas, explicou o Instituto Aço Brasil (IAB). Em junho e julho, a produção voltou a subir ante a igual mês de 2023. A alta acumulada desde o início do ano é tímida, de 3,3%, com 19,4 milhões de toneladas. Mas as importações subiram 23,7% no período.

Para o Aço Brasil, a maior disponibilidade de sucata no mercado é uma das alavancas de descarbonização do setor no curto e médio prazos. Alvarenga, do Inesfa, explica que cada tonelada de aço produzida a base de minério de ferro emite 2,4 toneladas de gases de efeito estufa, enquanto se for feita 100% com sucata, essa emissão cai a 0,6t de CO2.

— Usando sucata, a gente consegue produzir aço com uma emissão de gases de efeito estufa muito menor, numa escala de dez para um. Do ponto de vista de pegada de carbono, é muito melhor, traz um grande benefício, ainda mais num momento em que existe essa busca por acelerar a redução de emissão de gases em efeito estufa — diz Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, a maior produtora brasileira de aço. — Nossa média mundial, de emissão é de 0,93 tonelada de CO2, por tonelada de aço, menos da metade da média no mundo.

‘Infinitamente reciclável’

Globalmente, a companhia tem 75% de sua capacidade produtiva baseada em sucata. No Brasil, essa fatia é superior a 70%, enquanto nos Estados Unidos beira os 100%. Ontem, a brasileira anunciou que sua controlada americana Gerdau Ameristeel fechou a compra da Dales Recycling Partnership por cerca de US$ 60 milhões. Pela transação, vai assumir os ativos da empresa que opera, processa e recicla sucata ferrosa nos EUA.

A fatia menor de uso de sucata pela companhia no Brasil, explica Werneck, tem a ver com a usina de Ouro Branco (MG), em que a produção é feita com um alto-forno a minério de ferro. A ideia é manter essa unidade operando, mas fazer sua descarbonização, no futuro, usando novas tecnologias, como o hidrogênio.

— No Brasil, 70% da produção de aço é a carvão mineral. Há um percentual pequeno a base de carvão mineral e as aciarias elétricas, a sucata. É esta a que menos emite carbono. E seria oportuno ampliar essa rota — avalia Marco Polo Lopes, presidente executivo do Aço Brasil.

Para Werneck, a China tem praticado dumping no Brasil, ou seja, vendido aço abaixo do custo de produção. A Gerdau, diz ele, vem chamando atenção para o impacto econômico e ambiental do setor.

— Estamos deixando de produzir um aço de baixa emissão de carbono, o que os clientes já buscam. O aço é infinitamente reciclável. Pode estar no Palco Mundo do Rock in Rio hoje e, amanhã, ser transformado em outro — diz sobre a parceria com o festival desde 2022, em que a Gerdau montou a estrutura do palco principal de 200 toneladas de aço reciclado. — E a sucata é relevante em geração de emprego e renda.

O Brasil tem cerca de 5,5 mil de empresas atuando com sucata ferrosa e cinco milhões de pessoas na cadeia de reciclagem de todos os materiais, segundo Alvarenga.

A indústria também está envolvida. A Gerdau tem acordos com montadoras, absorvendo o resíduo gerado na fabricação de veículos. Arrematou ainda duas plataformas aposentadas pela Petrobras. E afirma poder usar a sucata que ficou das enchentes no Sul.

Fonte: O Globo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/09/2024

 

Queda da produção de aço na China deve pressionar preços no Brasil

A produção de aço está em queda na China. O país que mais produz o metal no mundo – e o que mais consome – enfrenta uma baixa na demanda intensificada pelo momento negativo da atividade de construção. Especialistas apontam que a situação deve pressionar o preço do produto siderúrgico, que vem em declínio há um tempo, e impactar diretamente a dinâmica do mercado.

Dados da National Bureau of Statistics mostram que os chineses produziram, em agosto, 77,9 milhões de toneladas de aço bruto, o menor volume para o mês desde 2017. Ante agosto do último ano, o montante caiu 10,4%. No acumulado dos primeiros oito meses de 2024 frente ao mesmo período de 2023, o setor amargou um declínio de 3,3%, para 691,4 milhões de toneladas. 

O aço produzido na China é destinado, principalmente, para a construção civil. Embora ainda exista um déficit habitacional no país, não há demanda efetiva, de fato, e o preço do metal está caindo regularmente desde 2021, acentuado pela crise imobiliária desencadeada pelo caso da Evergrande, conforme ressalta o sócio-diretor da Belo Investment Research, Paulino Oliveira. Na avaliação dele, a tendência é de que o valor do aço continue em queda daqui para frente.

Com a produção chinesa diminuindo, a oferta global de aço também deve cair devido ao peso do país, já que outros players, como a Índia, estão registrando crescimento nos volumes, analisa Oliveira. No Brasil, os efeitos disso tendem a ser benéficos, segundo ele, visto que as siderúrgicas vinham enfrentando problemas relacionados a um excesso de oferta no mercado internacional.

Para o sócio-diretor da Belo, naturalmente, por consequência, os preços do minério de ferro – insumo para a produção de aço – serão impactados. Entretanto, a perspectiva é de que o cenário não reverta o processo atual de expansão do nível produtivo das mineradoras brasileiras. 

Oferta global deve diminuir em caso de baixa nos preços

O especialista da Valor Investimentos, Paulo Luives, afirma que a oferta global de aço poderá diminuir dependendo do nível de preço do aço. Ele explica que o foco das siderúrgicas chinesas está em conter despesas e fortalecer o caixa, logo, se o valor cair muito, o custo produtivo pode se tornar inviável, o que levaria as empresas a reduzirem a produção. Com esse movimento da oferta e a desaceleração da demanda, os preços, consequentemente, tendem a ser impactados, ele avalia.

Luives acredita que, em alguma medida, também pode haver impacto da redução na produção de aço na China nas mineradoras brasileiras. Os chineses são os maiores consumidores de minério de ferro do mundo e importam a maior parte do volume produzido pelas empresas no Brasil.

Assessor na iHUB Investimentos, Lucas Sharau sublinha que o mercado trabalha para equilibrar a oferta e demanda por meio do ajuste de preços. E quando o valor baixa muito, de forma natural acontecem cortes produtivos, uma vez que as empresas não querem reportar prejuízos. Contudo, ele ressalta que uma intervenção governamental pode influenciar esse movimento.

De acordo com Sharau, se o governo intervém para tentar controlar os preços, os efeitos podem parecer positivos a curto prazo, ajudando a resolver problemas imediatos e reduzir preços para os consumidores. No entanto, mais adiante, tendem a ocorrer consequências econômicas negativas, como inflação e problemas fiscais, quando o governo precisar compensar a perda de receita.

Sobre a oferta global, ele ressalta que, permanecendo ou reduzindo, vai afetar tanto a produção de aço quanto do minério de ferro – na opinião do assessor, as mineradoras do Brasil podem ser afetadas.  “Quando há uma queda na demanda pelo aço, naturalmente terá uma diminuição na oferta do próprio produto para que não tenha uma continuidade na redução dos preços”, pondera. 

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/09/2024

 

A desafiadora (e promissora) busca pelo “aço verde”

 

Do momento em que o engenheiro inglês Henry Bessemer descobriu, em 1856, como retirar as impurezas do ferro, o aço se transformou no metal mais usado na indústria e entrou definitivamente para o nosso cotidiano. Ele está nos utensílios domésticos, nos meios de transporte, na construção civil, nos equipamentos médicos, na agricultura... e por aí vai, tão importante no presente quanto no futuro.

Com o avanço das novas tecnologias energéticas, a procura pelo material é cada vez maior. Para se ter ideia, a infraestrutura global de energia usa hoje entre 1% e 3% de todo o aço produzido no planeta — 1,8 bilhão de toneladas anuais, segundo a World Steel Association. Nos próximo anos, porém, esse índice deve chegar a 10%, alavancado sobretudo pelos sistema eólicos e fotovoltaicos.

Há de se considerar ainda o crescimento da população global. Hoje, cada um dos 8 bilhões de habitantes do planeta “consome”, em média, 220 quilos de aço, por ano. Mas a distribuição entre as regiões é bastante desigual. Enquanto o europeu responde por 320 quilos, por exemplo, ao africano cabem apenas 30 quilos.

Mantido o cenário atual, 2050 exigirá 2,23 bilhões de toneladas de aço. Alguns analistas, porém, estimam que o consumo per capita deve aumentar, sobretudo nos países em desenvolvimento. Caso a previsão se confirme, a demanda deve subir para 2,75 bilhões de toneladas anuais.

Nenhum problema não fosse a a fabricação de aço uma atividade nociva ao meio ambiente. A siderurgia é responsável por 7% a 9% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE). Descarbonizar a cadeia de produção do aço é, portanto, urgente.

Ainda não se chegou ao chamado (e tão sonhado) "aço verde", aquele produto carbono neutro. Algumas inovações já despontam no horizonte como soluções efetivas, capazes de impulsionar o futuro sustentável. Para entendê-las, é preciso, antes, compreender os processos.

Há duas formas de produção de aço. A mais comum é também a mais poluente. A chamada rota integrada opera com fornos de altíssimas temperaturas, alimentados por carvão mineral, o coque. Do derretimento do minério de ferro é obtido o aço. Globalmente, essa tecnologia reponde por 71% do volume total de aço e para cada tonelada de material produzido são liberados 2 mil quilos de CO?2; na atmosfera.

O segundo método de produção, batizado rota de redução direta, funciona à base de gás natural e opera em temperaturas mais baixas. tem, portanto, uma pegada de carbono menor.

"Quando comecei minha carreira em metalurgia, em meados da década de 1970, acreditávamos que a solução estava na substituição do coque por carvão vegetal", diz Paulo Assis, professor da Faculdade de Engenharia de Minas, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Minas Gerais, em entrevista ao NeoFeed.

Feito a partir da madeira de eucalipto, o carvão vegetal compensa as emissões, graças à possibilidade de reflorestamento. Assim, a cada tonelada de aço produzido dá para sequestrar mil quilos de CO?2;.

Como, no Brasil, predomina o uso de carvão vegetal, as emissões do país são menores em relação às médias globais. Aqui, a siderurgia corresponde a 4% do total de GEE lançados na atmosfera, segundo o Instituto do Aço.

Temperaturas mais baixas e sem água

Mais recentemente novas alternativas surgiram para tornar a cadeia do aço ainda mais verde. Depois de 20 anos de estudos, no Centro Tecnológico de Ferrosos, em Minas Gerais, a mineradora Vale chegou a um produto chamado briquete. O material é composto por minério de ferro e aglomerantes e pode utilizar areia proveniente de rejeitos na sua produção.

Além de não usar água, o briquete pode ser trabalhado em temperaturas mais baixas. Segundo a companhia, é possível reduzir em até 10% a emissão de gases do efeito estufa (GEE) na produção de aço. Em dezembro de 2023, a Vale inaugurou, na unidade Turbarão, no Espírito Santo, a primeira fábrica de briquete do mundo.

Biogás com rejeitos do agropecuária

Vinda dos laboratórios da UFOP, outra frente de pesquisa para tornar a siderurgia mais sustentável utiliza o biogás obtido a partir dos resíduos da agropecuária, como os excrementos de bois e cavalos e o bagaço da cana, como insumo e fonte de energia para a produção de aço.

"Essa tecnologia é capaz de reduzir 95% das emissões em comparação ao uso do coque", afirma Assis, que acaba de voltar da China, onde esteve para apresentar a novidade.

Atualmente, os chineses são responsáveis por cerca de 60% da produção de aço mundial, utilizando principalmente os fornos de altas temperaturas. Com o compromisso de reduzir drástica e rapidamente as emissões, o país está ávido por inovações. "Falei para uma plateia de 200 pessoas do setor, que ficaram muito interessadas, sem nenhuma contestação do método", diz o pesquisador.

Outra vantagem do uso deste tipo de combustível é a economia. O coque utilizado no Brasil é importado. Anualmente, o País gasta US$ 10 milhões com a compra do carvão mineral. Com o biogás, é possível reduzir os custos em 40%.

Uma grande esperança para zerar as emissões de CO?2; da cadeia do aço é o hidrogênio verde. Considerado o Santo Graal da transição energética, o gás poderia ser utilizado na transformação do ferro, conforme os estudos mais recentes.

Há, no entanto, desafios a vencer. É preciso construir infraestrutura e transporte para a distribuição do combustível. "Já conhecemos as técnicas de produção do gás, mas elas ainda são muito caras e complexas", afirma Jaques Paes, professor do MBA em ESG da Fundação Getúlio Vargas, em entrevista ao NeoFeed.

Como diz Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, "não existe uma única bala de prata para descarbonizar o setor de aço”. Por isso, a maior produtora de aço do Brasil (e maior recicladora de sucata metálica da América Latina) tem estabelecido parcerias tanto com empresas quanto com centros de pesquisa.

A colaboração mais recente foi anunciada em 9 de setembro. A siderúrgica se uniu à Petrobrás para a investigação da integridade de materiais em ambiente marítimo e a produção de aço via redução direta.

Fonte: NeoFeed
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/09/2024