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CNI projeta crescimento do PIB do Brasil em 1,2% para 2022

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta crescimento de 1,2% para a economia brasileira em 2022. Esse é o cenário-base, há ainda um cenário pessimista e outro otimista. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, para a estimativa de 1,2% se consolidar, espera-se a superação parcial de problemas conjunturais, como inflação, emprego e normalização das cadeias globais de valor a partir do segundo semestre do ano. A previsão consta do documento Economia Brasileira: 2021-2022, divulgado nesta quarta-feira (15), com balanço da economia e previsões para 2022. 

“A atividade econômica também deve se beneficiar da normalização da demanda por serviços prestados às famílias, que ainda está abaixo do nível pré-pandemia, e alguns setores industriais, principalmente aqueles ligados a investimentos, como a cadeia da construção civil e de bens de capital, as quais ainda devem ter o nível de produção impulsionado por pedidos e projetos provenientes de 2021”, explica Robson de Andrade.

Para 2022, o presidente da CNI diz ser importante combater o Custo Brasil. A redução do Custo Brasil é fundamental para o setor produtivo, que segue engessado por problemas estruturais. “Em primeiro lugar, precisamos aprovar a PEC 110, que promove uma reforma tributária ampla e vai simplificar e corrigir as distorções do sistema de arrecadação de impostos. Devemos, ainda, modernizar e ampliar a infraestrutura. Com custos competitivos, poderemos receber investimentos de empresas que querem diversificar a rede de fornecedores”, explica Robson Braga de Andrade. 

Segundo ele, o Brasil necessita de medidas que melhorem o ambiente de negócios e promovam a inserção internacional das empresas, além de políticas para atrair investimentos produtivos vinculados às cadeias globais de valor. “É indispensável eliminar a cumulatividade do sistema tributário e reduzir as despesas com logística e energia, para mudarmos a rota de baixo crescimento da última década”, afirma. Além disso, a reforma administrativa e a regulamentação do teto remuneratório do funcionalismo público são medidas importantes para contribuir com o equilíbrio fiscal.

No cenário pessimista, a previsão é de expansão do PIB de 2022 de 0,3% e, no cenário otimista, o Brasil crescerá 1,8%. 

Brasil crescerá 4,7% em 2021, calcula CNI

A CNI calcula alta de 4,7% do PIB do Brasil em 2021. A estimativa é menor do que o esperado no início do ano, devido às constantes quedas na indústria ocorridas no segundo semestre. De acordo com Robson Andrade, a expansão do PIB neste ano reverte a queda de 2020, mas o resultado não significa que os problemas acentuados pela crise e os desafios estruturais do país tenham sido superados. Há perda de ritmo da atividade econômica e as perspectivas para o próximo ano não são muito animadoras. 

“A inflação elevada, com consequentes altas nas taxas de juros, o alto endividamento das famílias, o desemprego, a escassez de insumos e matérias-primas e os custos de energia em elevação são fatores conjunturais desfavoráveis. Além disso, ainda há incertezas sobre o andamento da pandemia e o temor de algum retrocesso, como ocorre atualmente na Europa”, avalia Robson Braga de Andrade.
Indústria de transformação crescerá 5,2% em 2021

A CNI estima um crescimento de 5,2% da indústria de transformação em 2021. Esse percentual é bem inferior à previsão do Informe Conjuntural do 3º trimestre, de alta de 7,9%. O gerente-executivo de Economia, Mário Sérgio Telles, explica que o PIB da indústria de transformação assumiu uma trajetória de queda ao longo de 2021. A escassez e alta de insumos e de matérias-primas foram um dos fatores determinantes para a trajetória negativa da indústria neste ano. 

“Para 2022, esperamos um aumento gradual do emprego que, juntamente com a desaceleração da inflação e o Auxílio Brasil, deve minimizar o processo de perda de poder de compra por parte das famílias”, explica. Além disso, Mário Sérgio prevê regularização nas cadeias de suprimentos a partir da segunda metade de 2022. 

“Também será benéfico para a indústria brasileira a manutenção da desvalorização do real ao longo de 2022, que beneficiará as exportações do setor e incentivará a substituição de importações no mercado doméstico”, explica. Em um cenário-base, a indústria de transformação deve crescer 0,5% em 2022. 

Ocupação continuará em recuperação em 2022

O economista explica que número de pessoas ocupadas continuará crescendo e massa de renda real deve começar a se recuperar a partir da metade de 2022, em resposta à queda da inflação. Para 2022, espera-se continuidade na recuperação do consumo e do emprego nos serviços prestados às famílias, como transporte, alojamento e alimentação, associado ao aumento da circulação de pessoas. 

“Mas esse aumento não se deve à existência de novos elementos que impulsionem o setor, e sim à defasagem da recuperação desse segmento em relação a outros serviços, à indústria e à agropecuária”, analisa Mário Sérgio. 

A expectativa é de que, na segunda metade de 2022, quando a recuperação de serviços estiver próxima do nível de pré-pandemia, a atividade industrial esteja mais aquecida. 

No entanto, há um contingente populacional relevante que deve voltar a integrar a força de trabalho nos próximos trimestres. Assim, mesmo com a continuidade do crescimento da população ocupada, o retorno dessas pessoas ao mercado de trabalho manterá a taxa de desemprego pressionada para cima ao longo de 2022.

“Projetamos a continuidade do aumento da ocupação e da recuperação da força de trabalho ao longo do ano. Desta forma, o resultado da taxa de desocupação média deverá ser ligeiramente inferior à de 2021, ficando em 13%”, diz Mário Sérgio.

Inflação tende a desacelerar ao longo de 2022

Na avaliação da CNI, a continuidade do aumento da Selic, o desemprego ainda elevado, as despesas primárias do governo federal em queda real, a atividade econômica moderada e estabilidade nos preços dos combustíveis devem fazer com que a inflação desacelere. Para 2022, espera-se um IPCA de 5%, próximo do teto da meta de inflação. Esse cenário considera que não devem ocorrer novas alterações nas regras fiscais, que poderiam elevar a inflação, por meio da depreciação do real.

Neste ano, a CNI estima que a inflação deva desacelerar, moderadamente, em dezembro e fechar 2021 em 10,3%.

Taxa de câmbio em 2022: R$ 5,60 por dólar

A CNI projeta que taxa de câmbio terminará 2022 em R$ 5,60 por dólar, o mesmo patamar do fim de 2021. No entanto, há uma série de condicionantes e deve haver muita oscilação ao longo do ano. Essa previsão considera Selic em 11,5% ao ano e uma pequena elevação na taxa de juros nos Estados Unidos.

Brasil terá saldo comercial positivo em 2021

As altas de exportações e importações são significativas em 2021. Enquanto as exportações são puxadas majoritariamente pelos preços, sobretudo de commodities, as importações mostram crescimento generalizado em volume.

As estimativas da CNI para exportações, importações e saldo comercial para 2021 são, respectivamente, US$ 278,4 bilhões (alta de 33,1% em relação a 2021), US$ 219,5 bilhões (+38,2%) e US$ 58,9 bilhões (+16,9%).

Para 2022, a normalização do fornecimento de insumos e matérias-primas e a taxa de câmbio real, ainda bastante desvalorizada, darão fôlego às exportações brasileiras e estimularão um processo de substituição de importações. A CNI projeta que as exportações alcancem US$ 280 bilhões ano que vem, patamar um pouco superior ao de 2021.

Outros destaques do documento

COMÉRCIO, SERVIÇOS E AGROPECUÁRIA
- PIB do comércio deve crescer de 6,5% em 2021. O PIB de serviços, sem comércio, deve crescer 4,2% este ano. E a agropecuária deve se expandir em 2%.

CONSTRUÇÃO CIVIL
- O desempenho positivo do setor, acima do esperado, resulta em uma revisão acentuada da projeção de crescimento do setor por parte da CNI, de 5% para 8,2%, em 2021. Para 2022, a previsão é de alta de 0,6%.

MATÉRIA-PRIMA
- Escassez de semicondutores e chips deixe de causar paralisações de produção nas grandes empresas a partir do segundo semestre de 2022.

- Risco de redução da produção de magnésio da China tem o potencial de causar uma escassez de alumínio, que afetaria diversos setores industriais. Cerca de 80% da produção mundial de magnésio é chinesa.

MINÉRIO DE FERRO
- As exportações para a China representam quase 50% da produção de minério de ferro brasileira. Para 2022, a expectativa é de desaceleração do segmento imobiliário chinês e, consequentemente, redução da importação chinesa de minério de ferro.

CONTÊINER
- A expectativa é de que o transporte de carga conteinerizada só retorne ao patamar normal a partir do segundo semestre de 2022.

PETRÓLEO
- Preços de petróleo e derivados, inclusive combustíveis, continuarão elevados. 

ENERGIA
- Consumo de energia não deve apresentar grande crescimento. Essa expectativa se baseia no consumo ainda retraído dos consumidores cativos e do crescimento baixo esperado para os consumidores livres industriais, que estão entre os mais eletrointensivos.

RENDA DAS FAMÍLIAS
- O rendimento médio real das pessoas ocupadas caiu 11,1% entre o 3º trimestre de 2020 e o 3º trimestre de 2021.  Para 2022, avanço fraco do consumo, restringido pelos baixos rendimentos, inflação elevada e aumento do endividamento das famílias.

ECONOMIA MUNDIAL
- Em 2022 será impactada por tentativas de controle das pressões inflacionárias persistentes, crise energética e falta de matérias-primas, dados os desequilíbrios das cadeias de insumos globais.

COMMODITIES 
- Menor crescimento da economia mundial deve provocar queda moderada nos preços de commodities importantes na pauta de exportação brasileira.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 16/12/2021

Economia chinesa segue desacelerando e cresce expectativa de estímulo

De repente as autoridades chinesas passaram a emitir sinais muito mais fortes de apoio ao crescimento. A última rodada de indicadores de 2021, divulgada ontem, mostra o por quê disso.

Indicadores de novembro mostram que os consumidores enfrentam dificuldades, que o setor industrial está patinando e que o setor imobiliário ainda se encontra em apuros - embora com sinais iniciais de que a queda das vendas atingiu o fundo do poço e de alguma atividade na indústria de base.

No conjunto, os dados apontam para uma desaceleração adicional na economia da China, que começou no terceiro trimestre devido a uma crise de energia que restringiu a produção da fábrica e surtos esporádicos de covid-19 que afetaram o consumo. A contínua desaceleração no crucial mercado imobiliário, desencadeada pela crise de liquidez de incorporadores altamente endividadas, como a China Evergrande Group, também pesou sobre a economia.

A economia da China está com sérios problemas e mais apoio político, tanto fiscal quanto monetário, será necessário para evitar uma desaceleração ainda maior no ano que vem. Os números de crescimento do primeiro trimestre do próximo ano serão, pelo menos, apresentados sob uma luz um pouco mais favorável pela base de comparação anual mais fraca.

Quanto aos dados de novembro, as boas notícias foram, em sua maioria, incrementais. A produção industrial cresceu pelo segundo mês seguido, para 3,8% sobre o mesmo período do ano passado, de um aumento de 3,5% em outubro. Mas em outubro a força esteve concentrada nos setores de mineração e energia, que continuam se recuperando após o afrouxamento das restrições relacionadas ao meio ambiente e à segurança que resultaram em blecautes em várias partes do país no começo do quarto trimestre.

O crescimento da manufatura foi de 2,9% ao ano em novembro, de 2,5% em outubro, mas permanece bem abaixo dos níveis do terceiro trimestre, de 6%. O crescimento da mineração, por outro lado, foi de 6,2% - o mais forte desde 2019. O crescimento do setor de energia, aquecimento e abastecimento de água foi de 11,1%.

As notícias para os consumidores foram ainda piores. Após uma recuperação modesta do crescimento de 4,9% em outubro, o crescimento das vendas no varejo caiu para 3,9% no mês passado - provavelmente refletindo o impacto de mais um surto de covid-19 e a dura resposta das autoridades.

O cenário no setor imobiliário, que continua sendo a verdadeira chave para fazer girar a economia e evitar riscos financeiros, foi ambíguo. De um lado, os preços em muitas cidades de médio porte voltaram a cair, enquanto o crescimento em termos anuais da produção na indústria de base, da área construída e de novas construções continuou bastante negativo.

Por outro lado, as vendas de espaço físico aumentaram marginalmente na comparação mensal. Embora os investimentos residenciais tenham caído novamente em termos anuais, o ritmo da queda diminuiu pela primeira vez neste ano. Os preços futuros do vergalhão de aço também se recuperaram um pouco em Xangai nas últimas semanas. Algumas das medidas políticas recentes para apoiar o financiamento relacionado à habitação podem estar começando a surtir efeito sobre as margens.

No geral, os dados divulgados ontem trazem um quadro preocupante nesse fim de ano. As autoridades chinesas ainda terão muito trabalho para evitar que as coisas piorem em 2022. Nas últimas semanas, Pequim sinalizou que se empenhará em fortalecer a economia e tomar medidas para amortecer o golpe de um mercado imobiliário em rápido resfriamento.

“A China provavelmente adotará uma política fiscal mais pró-ativa no próximo ano”, disse Shuang Ding, economista do Standard Chartered Bank. Mas ele observou que o aumento da pressão inflacionária provavelmente limitará o escopo do banco central na flexibilização monetária.

Fonte: Dow Jones Newwires
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 16/12/2021

Minério avança com retomada da produção de aço da China

Os futuros do minério de ferro subiram com os sinais de que a produção de aço da China aumentará neste mês pela primeira vez desde maio.

A produção de aço bruto nos primeiros 10 dias de dezembro aumentou quase 12% em relação ao mês anterior, segundo pesquisa com usinas realizada pela China Iron & Steel Association. O volume de produtos siderúrgicos também cresceu.

Os números estão em linha com previsões de analistas de que os volumes deste mês devem se recuperar, já que usinas cortaram a produção acima das metas nos meses anteriores para cumprir a determinação do governo de reduzir os níveis em relação ao ano passado. A produção caiu 22% em novembro na comparação anual, para o patamar mais baixo para esta época do ano desde 2017.

Os futuros do minério de ferro apontam para a quinta semana de ganhos, o que seria o maior período de alta desde maio. O preço da commodity caiu mais da metade em relação ao pico no início do ano. O minério de ferro tem sido impulsionado por expectativas de estímulo fiscal do governo chinês para aquecer a economia e otimismo em relação à produção de aço em dezembro.

“Os ganhos do minério de ferro foram puxados pelo otimismo sobre as operações de usinas”, disseram analistas da corretora Dayou Futures. Ainda assim, operadores devem ser cautelosos pois outros fatores positivos, como a esperada política macroeconômica, levam pelo menos seis meses para que o impacto seja sentido no mercado, disseram.

O consumo de aço deve cair 4,7% em 2022 em relação ao ano anterior, disse o Instituto de Pesquisa e Planejamento da Indústria Metalúrgica da China, em relatório divulgado na quarta-feira. A demanda por aço na construção, contêineres e móveis provavelmente será menor, embora políticas para garantir a estabilidade da indústria continuem, disse o secretário-chefe do instituto, Li Xinchuang.

O minério de ferro mostrava alta de 3,4%, para US$ 116,35 a tonelada, às 15h15 de Singapura, rumo à maior cotação no fechamento desde outubro. Os preços subiram 3,7% em Dalian, enquanto o vergalhão de aço e a bobina laminada a quente também avançaram em Xangai.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 16/12/2021

Estudo mostra que 95% pensam em comprar ou trocar de carro em 2022

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e a Webmotors anunciam os resultados da já tradicional pesquisa de intenção de adquirir veículos. Em comparação com o ano passado, o interesse em comprar e/ou trocar de veículos se mantém estável para 2022, com 95% – apenas um ponto abaixo de 2021. Já o intuito de adquirir carros usados e seminovos continua a crescer, como reflexo da crise de abastecimento do setor.

O estudo foi realizado com 2.426 usuários da Webmotors em todo o país, sendo 89% homens com idade entre 36 e 45 anos. A maioria é da região Sudeste (59%), seguido por Sul (18%) e Centro-oeste (11%). Com relação ao ano passado, houve aumento de 2 pontos percentuais na participação de mulheres (10%).

As respostas foram divididas entre os que têm um ou mais carros (77%) e os que não possuem veículo (23%). Entre os proprietários, a intenção de comprar um carro usado em 2022 aumentou 4 pontos percentuais (85%). A mesma tendência foi percebida entre aqueles que ainda não têm um veículo: 93% demonstraram interesse, um aumento de 5%.

A pesquisa revelou ainda que apenas 16% dos entrevistados efetuaram a compra ou troca de carro este ano, sendo mais da metade (54%) por ter conseguido uma boa oportunidade. “Acompanhamos, durante o ano, o aumento na compra de veículos usados e seminovos em resposta à falta de abastecimento de peças para as montadoras.  Acreditamos que esse setor deva se manter aquecido até, pelo menos, o fim do primeiro semestre de 2022, quando as montadoras esperam normalizar a produção”, explica o CEO da Webmotors, Eduardo Jucevic.

Já Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, reforça a importância da pesquisa para entender o comportamento do consumidor no cenário atual. “Buscamos entender quais são as necessidades do consumidor e identificar as tendências ou padrões. Acompanhamos de perto todas as movimentações no setor para termos um melhor entendimento do comportamento dos consumidores”, afirma.

Quando questionados sobre o tipo de motor, 66% dos usuários que já possuem carro demonstraram interesse em um modelo flex, 13% ficariam com os motores a gasolina e outros 11%, a diesel.  Os índices daqueles que não possuem carro foram 74%, 16% e 4%, respectivamente.

Embora uma minoria tenha demonstrado desejo de comprar um carro híbrido ou elétrico, é possível observar que o consumidor já conhece os benefícios, como economia de combustível, conservação do meio ambiente e redução de ruído. Em média, 60% considerariam pagar um valor mais elevado por esse tipo de tecnologia.

Carroceria

Entre os entrevistados que já têm carros, 37% possuem modelo hatch ou sedã (32%).  Embora a pesquisa revele um aumento de 5% na vontade de adquirir um modelo SUV (41%), os modelos hatch (16%) e sedã (30%) aparecem como as compras prováveis por causa dos preços mais acessíveis. Para os 23% de entrevistados que não têm um automóvel, a opção por um modelo hatch fica em destaque (39%), seguido pelos sedãs (32%). O modelo SUV aparece em terceiro lugar, com 21%.

Para realizar a compra, 84% dos participantes pretendem dar o carro atual como forma de pagamento, mesmo comportamento registrado em 2021. Sobre outras formas de pagamento, as opções de financiamento parcial (57%) e total (8%) ainda aparecem como destaque (65%), ante 31% dos que pagariam à vista, seguido por 4% que fariam um consórcio ou leasing. Entre os entrevistados que não possuem carro, 41% optaram pelo crédito parcial, 27% pelo pagamento à vista e 26% pelo crédito total.

Em relação ao ano anterior (44%), notou-se uma diminuição de 4% na intenção de adquirir um financiamento parcial (41%), com um aumento de 3% para aqueles que desejam financiar todo o valor.

“Embora haja diferenças entre as formas de pagamento desejadas por usuários que têm ou não um carro, ainda vemos um cenário de desconfiança quanto à economia, com aumento de até 4 pontos percentuais na intenção de comprar o carro à vista – no caso daqueles que têm carro – para não acumular dívidas longas”, aponta Jucevic.

Do total de entrevistados, 5% declararam não ter intenção de comprar ou trocar de automóvel em 2022. Os principais motivos para a decisão são: a alta dos preços (53%), dos juros bancários (23%) e dos combustíveis (15%), reflexos da pandemia no Brasil (15%) e a incerteza financeira/manutenção do emprego (11%). Em 2020, dentro do cenário mais duro da pandemia, as razões para não comprar um veículo no ano seguinte refletiam a insegurança financeira e outras formas de mobilidade. O reflexo da pandemia, anteriormente citado por 33% dos respondentes, este ano caiu para 15%.

Os consumidores receosos consideram investir o dinheiro (58%) ou viajar (24%). Indagados sobre quais tipos de ações de bancos, governo e montadoras poderiam fazê-los mudar de ideia, os destaques foram redução nos impostos (54%), no combustível (46%) e nas taxas de juros (39%).

Fonte: Monitor Mercantil
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 16/12/2021

 

Previsão da Caixa para 2022 estima que sua carteira de crédito cresça até 15%

A Caixa Econômica Federal divulgou, na última segunda-feira (13), suas expectativas para 2022, que estimam crescimento de 10% a 15% somente na carteira de crédito — um recorde desde o ano passado. A previsão se deu mesmo com a atual conjuntura de altas taxas. “Apesar de altas dos juros e da inflação, a demanda por crédito segue muito forte”, ressaltou o presidente do banco, Pedro Guimarães.

O banco estatal já havia conquistado um recorde de crescimento na carteira de crédito, especialmente na modalidade imobiliária, ao equiparar os números de 2020 com os de 2019 — quando alcançou 10% de crescimento. Guimarães espera um número ainda maior para 2022, mesmo com a elevação da inadimplência em 2021, que ele explicou ser natural, devido aos efeitos econômicos negativos da pandemia de Covid-19.

Falando sobre a previsão de juros de 10 anos, o presidente ainda discordou dos analistas de mercado que apostaram em 12,5% há cerca de um mês. "A equipe da Caixa nunca acreditou numa taxa de 12%, 12,5%. A previsão é de 10% nos juros de 10 anos", ressalta. Ele explicou que o crédito imobiliário da Caixa tem um prazo de 35 anos e vida média de 10 anos — e, por isso, a priorização da análise dos juros de 10 anos ao invés das oscilações de curto prazo da taxa Selic.

“Muitas vezes, essa questão da inflação já teve o seu pique e você já está na verdade com uma redução esperada por todo o mercado, então isso já está precificado. Do ponto de vista do crédito imobiliário, estamos bem, com uma taxa de inadimplência maior do que em 2019, claro que sim, a Covid-19 impacta, mas uma taxa totalmente precificada e que não impacta o resultado do banco”, afirmou, justificando os financiamentos com altos volumes de recursos depositados nas poupanças.

Em suma, o sentimento para o próximo é de otimismo: Pedro Guimarães prevê avanços na economia brasileira em 2022, mesmo que outras previsões falem em estabilidade. Ele conta que a expectativa é de 2% de crescimento, baseada no microcrédito, e uma expansão para além do eixo Rio-São Paulo-Brasília.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 16/12/2021

Levantamento aponta que 2021 foi marcado pelo aumento no custo da construção

Desde o início do segundo semestre de 2020, o custo dos materiais de construção vem registrando forte crescimento — um índice que tem preocupado o setor e que se repetiu no ano de 2021, conforme pesquisa feita pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A entidade realizou um estudo batizado de “Construção Civil: desempenho 2021 e cenário para 2022”, que, como o próprio nome diz, esmiuçou as nuances do setor durante o ano de 2021. Um exemplo dos dados coletados é o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), que cresceu 13,46% durante o intervalo de janeiro a novembro deste ano — o maior registro desde 2003. 

A análise foi feita em colaboração com a Ecconit Consultoria, que também determinou que o crescimento do INCC Materiais e Equipamentos foi de 42,25% entre julho de 2020 e novembro de 2021. “O grande vilão que tivemos foi o aumento de custos. Esse crescimento fora do propósito de insumos gera um descasamento da renda da população com o preço dos imóveis, o que é preocupante”, destacou o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Os insumos que apresentaram as maiores elevações de preço foram: vergalhões e arames de aço ao carbono (+92,44%), condutores elétricos (+72,10%), tubos e conexões de PVC (+69,09%), eletroduto de PVC (+53,94%), esquadrias de alumínio (+44,40%), compensados (+43,32%), produtos de fibrocimento (+39,53%) e tijolos e telhas cerâmicas (+38,75%).

A elevação não significa, contudo, um cenário negativo para a construção: a previsão é de crescimento de 7,6% durante todo o ano de 2021 — o melhor desempenho dos últimos dez anos. Ainda assim, Martins reiterou que a circunstância permanece preocupante, já que o setor persiste 27,44% inferior ao seu pico de atividades, conquistado no início de 2014. “Podemos dizer que 2021 foi o ano do mercado imobiliário como reflexo do que aconteceu em 2020. A venda de hoje é o emprego de amanhã. O crescimento foi sustentado pelo que já estava contratado e não será possível manter o atual nível de desempenho do setor se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda”, afirmou.

Corroborando a positividade da conjuntura, um dos destaques do ano de 2021 foi a geração de empregos. Foram criados cerca de 285 mil novos empregos formais no setor, somente nos primeiros dez meses do ano. Os dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho exibiram saldos positivos e quase 2,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada — uma elevação que não acontece desde 2016. “Tivemos um excelente desempenho com a construção civil, que registra — há dez meses consecutivos — admissões superiores a demissões, nosso melhor resultado da última década. Além disso, a média do salário no setor [R$ 1.858,43] fica maior que a média nacional, perdendo somente para o setor de serviços [R$ 1.924,00]. Em 2022, essa questão salarial será a fonte de maior pressão no custo da construção”, explicou a economista Ieda Vasconcelos, da CBIC.

O mesmo desempenho foi dado pelo mercado imobiliário em 2021, que registrou grande estímulo nos lançamentos e vendas. A quantidade de unidades lançadas, por exemplo, está 24,59% maior que a do ano de 2019, bem como a venda de imóveis novos, que cresceu 42,29% em relação ao mesmo período. Apenas a oferta não apresentou progresso, com declínio de 3,39%. A preocupação, nesse quesito, está no preço dos imóveis, que deve sofrer reajuste nos próximos meses. Para o presidente da CBIC, o preço não acompanhou o aumento do INCC, portanto, a elevação do custo da construção acabou não sendo repassada ao consumidor.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 16/12/2021