Notícias

Recuo do dólar vai dificultar reajuste do preço do aço, prevê setor

Diante do recuo do dólar e do elevado nível de importações de aço, as siderúrgicas brasileiras devem encontrar dificuldade para implementar aumento nos preços dos aços planos em março, como praticaram em janeiro, afirmou o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, nesta quinta-feira (20).

Segundo ele, os reajustes praticados no primeiro mês do ano variaram em torno de 7% e aproveitaram a forte valorização do dólar em relação ao real no final do ano passado. Porém, com o recuo da moeda norte-americana este ano, isso não deve se repetir.

“Falou-se um pouquinho dessa segunda onda de aumento de preços para fevereiro e março, mas com a queda do dólar, perdeu-se um pouco a força, principalmente, frente aos preços da importação. Por outro lado, não vejo os preços caindo, na medida que nossas usinas estão bem vendidas. Então, não vejo isso acontecer”, disse Loureiro.

Em janeiro deste ano, as vendas de aços planos registraram queda de 2,9% se comparadas ao mesmo mês do ano passado, atingindo um montante de 320,3 mil toneladas contra 329,9 mil toneladas.

A queda em relação a 2024 foi atribuída ao menor número de dias úteis em 2025. “Avaliando as vendas diárias, vendemos, em janeiro, 16 mil toneladas por dia, só perdendo para janeiro de 2021. O menor número de dias fez com que as vendas caíssem, mas as vendas em janeiro foram muito boas”, avaliou Loureiro.

Quando comparadas a dezembro, as vendas contabilizaram alta de 28,4%, superando o índice de 15% esperado pelo Inda. “Tivemos uma reunião com a rede de associados para discutir o mercado e observamos que na última semana de janeiro as vendas deram uma melhorada, superando nossas previsões”, afirmou.

De acordo com o Inda, diferente de outros meses, a alta na última semana de janeiro não foi impulsionada por rumores de aumento de preços para fevereiro, mas, sim, por um movimento dos distribuidores em acelerar as vendas, mesmo com margens menores, a fim de manter o giro dos estoques em um nível semelhante ao de janeiro do ano passado.

Importações de aço continuam alta no País

Ainda conforme a apresentação do Inda sobre o setor, realizada nesta quinta, as importações de aços planos para o Brasil encerraram o mês de janeiro com alta de 83% em relação ao mesmo mês do ano anterior (2024).

O volume total importado de aço no primeiro mês do ano no País foi de 241,5 mil toneladas contra 131,8 mil em janeiro do ano passado. O avanço já era esperado pelo Instituto, segundo Carlos José Loureiro.

“A gente já esperava este aumento sabia que havia um volume de materiais siderúrgicos estocado no Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, que é o principal porto de entrada de material importado, e que não pode desembarcar em dezembro por falta de espaço nos armazéns. Então, só começou a ser nacionalizado este ano”, explicou.

Por isso, esse não deverá ser o ritmo de crescimento de importação durante o ano, mas a prática de trazer o aço da China, em constante crescimento, continua sendo um problema para as indústrias nacionais. “Isso mostra que realmente não estamos tendo um desafogo com relação à importação”.

O presidente do Inda lembra ainda que estes materiais deverão ser taxados em 25% ao entrarem no País, já que as cotas de importação já foram ultrapassadas. 

Comparando com as importações do mês de dezembro de 2024, as importações registraram alta ainda maior, de 95,5%, saltando de 123,5 mil toneladas em dezembro para 241,5 mil toneladas em janeiro deste ano.

Taxações de Trump não afetarão diretamente mercado brasileiro

As taxações de importações praticadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não afetarão diretamente o mercado de distribuição de aço brasileiro, na opinião do presidente do Inda, Carlos Loureiro.

“O grande problema não é nosso. O grande problema é do consumidor americano. São eles que pagarão os 25% de impostos”, afirmou Loureiro.

Loureiro avalia que se o acordo com os Estados Unidos realmente não for renovado com o governo brasileiro e os 25% passarem a ser cobrados, as usinas americanas continuarão a comprar o aço.

“Eles não têm oferta de placas no mercado interno para suprir a demanda. O preço da placa no Brasil pode até cair um pouco, mas vamos continuar exportando”, pontuou. 

Por outro lado, “os americanos vão ter que subir o preço dos produtos, ou vão ter prejuízo”, avaliou Loureiro. Não conseguindo comprar toda a demanda no mercado interno, ele acredita que eles continuarão importando, aumentando o custo para as próprias empresas americanas.

No mês de janeiro, o Brasil exportou cerca de 555 mil toneladas de aço plano para os EUA, valor que correspondeu a 84% das exportações do aço do País naquele mês.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/02/2025

Tarifas dos Estados Unidos devem impactar preços do aço no Brasil

Os preços do aço praticados pelo setor no Brasil tendem a ser impactados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos às importações norte-americanas, de acordo com analistas consultados pelo Diário do Comércio. Eles ressaltam, contudo, que ainda é cedo para estimar os efeitos, visto que a taxação poderá ser reduzida para alguns países.

Partindo do pressuposto que Donald Trump não flexibilize a alíquota de 25% sobre as importações de aço, possivelmente haverá um excesso de oferta no curto prazo e, consequentemente, uma queda nos preços no mercado doméstico – e também internacional –, conforme o sócio-diretor da Belo Investment Research, Paulino Oliveira.

“É importante relativizar o peso da economia norte-americana em termos de mercado global de aço, pois eles não são os principais consumidores”, pondera.

“Acredito que terá algum ajuste importante no curto prazo, mas os drivers de longo prazo continuarão sendo a China e a Índia”, complementa, enfatizando que a participação desses países no consumo aparente de aço global é bem maior do que a dos Estados Unidos, que respondeu por somente 5,1% do indicador em 2023 (dados da World Steel).

Para o especialista da Valor Investimentos, Pedro Sangaletti, considerando que a taxa seja mantida como está, o Brasil terá que adotar estratégias para diversificar suas exportações e até mesmo para fortalecer o mercado interno de aço. Na avaliação dele, se isso não acontecer, poderá haver um cenário de alta nos preços praticados no País, porque as siderúrgicas terão que repassar as perdas de margens com a imposição das tarifas.

Preços do aço subiram em janeiro no País

Segundo Sangaletti, em meio a um cenário de volatilidade, os preços do aço na China caíram em janeiro, embora a queda não tenha sido expressiva. Na Europa, de acordo com ele, os preços se mantiveram estáveis. Já no Brasil, conforme o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), os reajustes das siderúrgicas variaram aproximadamente em 5%.

O analista independente Pedro Galdi pontua que se a tarifa imposta pelos Estados Unidos não for alterada, a siderurgia brasileira tende a ser pressionada e será mais difícil para as empresas que reajustaram para cima os preços no mês passado aumentem novamente, visto que o aço de outros países se tornaria mais competitivo em relação ao do Brasil.  

Na avaliação dele, como a tendência é que a inflação suba, as siderúrgicas vão tentar, pelo menos, repassar a alta inflacionária, algo que já é habitual.

Galdi não acredita que possa haver uma redução de preços por conta da taxação norte-americana. Ele ressalta que se as empresas aguentaram as importações aumentarem substancialmente nos últimos tempos, tomando o espaço delas no mercado interno, sem diminuir os valores, elas estão confortáveis e não deverão fazer isso agora.

 “Tudo pode mudar se conseguir uma taxa menor. Os Estados Unidos continuarão viáveis e isso leva a abrir mão de tentar algum reajuste de preço”, diz. “Mas o aço vai continuar chegando barato e as importações podem seguir crescendo”, salienta.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/02/2025

37ª edição do Show Rural Coopavel movimenta R$ 7 bilhões em negócios

A 37ª edição do Show Rural Coopavel, realizada de 10 a 14 de fevereiro, recebeu 407.094 visitantes e movimentou  R$ 7,05 bilhões, segundo os organizadores do evento. O valor obtido superou em quase R$ 1 bilhão a soma do ano passado, quando a feira gerou R$ 6,1 bilhões em negócios.

Os números foram apresentados pelo presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, que agradeceu a todos que estiveram em Cascavel e se dirigiram ao parque tecnológico da cooperativa para conhecer as inovações e tecnologias apresentadas por 600 expositores do Brasil e exterior.

“Estamos muito felizes com o resultado e só temos a agradecer a todos que, de uma forma ou outra, fazem este grande evento acontecer”, afirmou Dilvo, mencionando coordenadores, funcionários, colaboradores e parceiros do Show Rural.

Somente o quinto dia de visitação recebeu 58.404 pessoas, superando a marca de 58.216 do ano passado. “Tivemos recorde nos cinco dias de visitação dessa edição em comparação aos recordes obtidos em anos anteriores. Isso reflete a capacidade de superação de um evento que é admirado em todo o mundo”, conforme Dilvo.

A soma deste ano, de 407.094 visitantes, foi superior em 15.778 pessoas na comparação à melhor marca anterior, registrada na 36ª edição, em 2024, quando 391.316 visitantes prestigiaram o Show Rural.

Dilvo anunciou também a data da 38ª edição, que será realizada de 9 a 13 de fevereiro de 2026.

Fonte: Portal Máquinas Agrícolas
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 18/02/2025

 

Usiminas tem segunda melhor produção de aço dos últimos 10 anos em 2024

A produção de aço da Usiminas em 2024 registrou o segundo melhor resultado dos últimos dez anos. Dados do balanço consolidado da companhia indicam a soma de 3,2 milhões de toneladas, valor que superou a fabricação de 2023 em 54%. O total de vendas no ano passado também cresceu, desta vez na ordem de 6%. 

Conforme a Usiminas, a empresa foi impactada por causa da concorrência desleal com o aço importado, principalmente da China, e da desvalorização cambial registrada no último ano. Mesmo com o aumento das vendas, houve redução na receita e no lucro da empresa, reflexo dos menores preços praticados no mercado, tanto interno quanto externo.

No ano passado, a Usiminas teve lucro de R$ 3 milhões, ante R$ 1,6 bilhão de 2023. No último trimestre de 2024 foi registrado prejuízo de R$ 177 milhões. O EBITDA Ajustado encerrou o ano com R$ 1,6 bilhão, redução de 8% em comparação com o ano anterior. A margem EBITDA Ajustado está em 6%, mesmo índice registrado em 2023. No quarto trimestre foram R$ 518 milhões, aumento de 22% em relação ao terceiro trimestre e margem de 8%, ante 6% do terceiro trimestre.

O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, afirmou que o esforço das equipes gerou uma melhora nos indicadores operacionais e um aumento nos volumes de produção e vendas, além da redução de custos. “A concorrência desleal do aço importado, a desvalorização do câmbio e os desafios gerados pela instabilidade no comércio internacional são pontos que afetaram diretamente nosso negócio”, detalhou o presidente da Usiminas, Marcelo Chara.

A demanda aparente por aços planos no Brasil cresceu 10% em 2024, alcançando 15,7 milhões de toneladas, o maior patamar desde 2013, segundo a companhia. No entanto, boa parte do crescimento foi suprido por aço importado. Após subir mais de 40% em 2023, o volume de importação de aços planos no Brasil aumentou outros 10% em 2024, alcançando 3,2 milhões de toneladas, o maior desde 2010. Como efeito de comparação, esse volume representa 83% de todo o aço comercializado no Brasil pela Usiminas em 2024.

Neste contexto, Marcelo Chara reafirma a urgência da implementação de medidas efetivas de defesa comercial. “A Usiminas está preparada para atender às demandas dos seus clientes com qualidade, eficiência e, acima de tudo, segurança e compromisso com o meio ambiente. Mas as importações de produtos subsidiados impactam a perenidade da indústria brasileira, reduzem a capacidade de gerar emprego e expandir seus investimentos”, comentou.

Expectativa para 2025

Para o primeiro trimestre de 2025, a Usiminas informou que espera um aumento do volume de vendas no mercado interno, levando assim a um aumento no volume total de comercialização de aço e melhora no mix. Na Mineração a expectativa é de estabilidade nos volumes de venda e melhora do EBITDA.

“Internamente, é preciso seguir com o foco na excelência operacional em todas as nossas operações. Estamos no caminho certo, mas devemos direcionar ainda mais esforços para atendermos nossos clientes com qualidade, eficiência e, acima de tudo, segurança. É assim que vamos conseguir enfrentar esse cenário”, completou Chara.

Fonte: O Tempo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/02/2025

 

Lingote, tarugo, semiacabado, bobina, entenda como o aço é feito

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas contra todo tipo de aço que entra no país, inclusive aqueles produzidos no Brasil. Como reportado pela Folha nos últimos dias, o mercado americano é o maior comprador internacional de aço semiacabado das siderúrgicas brasileiras.

Mas como acontece a produção de aço e o que significa termos como "semiacabado", "placas" e "bobinas"? A Folha explica abaixo.

A principal matéria-prima do aço é o minério de ferro (no Brasil, encontrado majoritariamente em Minas Gerais e no Pará). Após extraído e beneficiado (aumento do teor), esse minério é enviado para siderúrgicas, que o colocam em um forno junto com calcário, em um processo chamado "sinterização".

Paralelamente, as siderúrgicas aquecem carvão mineral ou vegetal para produzir coque, que atua como agente redutor do minério de ferro sinterizado. Tanto o coque quanto o minério de ferro sinterizado vão para os alto-fornos, onde é produzido ferro-gusa. Após essa produção, as siderúrgicas injetam oxigênio ao ferro-gusa no forno e produzem aço.

Em seguida, o aço –ainda em seu estado líquido– é refinado. É nesse momento em que as siderúrgicas optam por colocar outros metais no aço para deixá-lo mais resistente, como nióbio e manganês.

Após essa mistura, o aço líquido é solidificado de forma contínua em moldes. O resultado desse procedimento são produtos de aço semiacabados, como blocos, tarugos e placas. Já quando a solidificação acontece em um molde fixo, o produto é chamado de lingote.

Esse tipo de aço é o produto mais vendido pelas siderúrgicas brasileiras ao exterior, mas as empresas também têm expertise para seguir na cadeia e fabricar produtos para o mercado interno. As exportações, geralmente, são de semiacabados porque os produtos posteriores da cadeia são feitos a partir dos pedidos dos clientes e, por isso, têm formatos menos padronizados, o que dificulta seu transporte.

Nesse caso, após a produção dos semiacabados, o aço é reaquecido e laminado, passando entre uma série de pares de cilindros. Esse processo reduz a espessura do aço, melhora as suas propriedades mecânicas e o acabamento superficial.

Os resultados desse processo são hastes, barras, seções, chapas e bobinas –esse último bastante usado pela indústria automobilística.

Fonte: Folha de São Paulo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/02/2025

ArcelorMittal: É cedo para avaliar impactos da tarifa de 25% imposta pelos EUA contra aço e alumínio

A ArcelorMittal divulgou um comunicado afirmando que considera que é cedo para avaliar os impactos da decisão do governo dos Estados Unidos de elevar para 25% a tarifa sobre a importação de aço.

A posição da empresa, que atua no setor siderúrgico, vem em um momento de crescente tensão comercial, à medida que o presidente Donald Trump reforça sua política protecionista para fortalecer a indústria doméstica.

A taxação pode afetar exportadores de diversos países, incluindo o Brasil, que é um dos principais fornecedores de aço para o mercado americano. “Medida semelhante foi anunciada pelos Estados Unidos em 2018 e, posteriormente, ajustada para o regime de ‘hard quota’ após negociação com o governo brasileiro, atendendo aos interesses tanto das produtoras de aço brasileiras quanto das americanas”, disse a empresa em nota.

O desafio do Brasil é mostrar ao governo americano que o aço brasileiro desempenha um papel complementar na indústria americana. A empresa diz confiar que Brasil e Estados Unidos encontrarão uma solução que seja benéfica para ambos os lados, levando em consideração a cadeia de suprimentos complementar que existe entre os dois países.

“Importante reforçar que a ArcelorMittal defende a adoção da ‘hard quota’ pelo governo brasileiro contra a concorrência desleal do aço importado no país. A empresa esclarece que o plano de investimentos no Brasil está mantido e nenhum dos projetos tem como foco o mercado norte-americano.”

O termo “hard quota” refere-se a um limite para a importação de um determinado produto, sem a possibilidade de flexibilização, como taxas adicionais ou ajustes conforme a demanda. Analistas do mercado, no entanto, têm dito que a multinacional pode ser afetada pela provável aplicação de tarifa, já que tem usinas no Brasil.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/02/2025