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Impactos da reforma tributária no setor da construção são polêmicos

Os efeitos da reforma tributária sobre as atividades da construção civil começam a se delinear após a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei que regulamenta os regimes especiais. Agora tramitando no Senado, a matéria será apreciada apenas depois das eleições municipais de outubro.

As entidades setoriais reivindicaram e conseguiram a redução de 40% sobre a alíquota geral do futuro IVA (Imposto sobre Valor Agregado). “Entretanto, o setor pleiteia um redutor de 60% para que o efeito da reforma seja neutro em relação à atual carga tributária do setor”, informa Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP, lembrando que esse percentual foi definido a partir de estudos feitos pelas consultorias FM/Derraik e Tendências.

Assim como as demais entidades setoriais, o sindicato paulista da construção defende que, se prevalecer a redução da alíquota geral do IVA em 40%, a carga tributária para imóveis de R$ 240 mil dentro do programa Minha Casa Minha Vida aumentará em 15,4%; imóveis de R$ 500 mil terão aumento de 30,7% da carga tributária; e imóveis de R$ 2 milhões, elevação de 51,7%.

“Em consequência, os preços dos imóveis se elevarão, prejudicando adquirentes de imóveis residenciais e comerciais. Muitas famílias se verão impossibilitadas de acessar a casa própria pelo programa Minha Casa, Minha Vida”, prevê Estefan que continua: “Construtoras também sairão do programa, pois o aumento da tributação anulará a apertada margem de lucro. O próprio governo será prejudicado, tendo que pagar mais pelos imóveis da Faixa 1 do programa e pelas obras públicas que for contratar”.

A expectativa é de que o Senado altere o percentual. Em reunião e participação de audiência pública, o setor expôs seu pleito e os cálculos que o embasam. “A receptividade tem sido positiva, mas a matéria somente deverá avançar após as eleições”, afirma.

York Estefan acredita que, em princípio, a industrialização da construção será beneficiada com a reforma tributária. Atualmente, sistemas construtivos industrializados, por recolherem ICMS, acabam saindo mais caro do que a produção no próprio canteiro, tributada pelo ISS. “Com o fim desses dois tributos e sua substituição pelo IVA, o problema deixaria de existir, e a industrialização da construtora ganharia um impulso”, comenta.

A questão em aberto é que ninguém sabe como se comportarão os preços relativos dos insumos da construção quando a reforma tributária for implementada. “Diversos fornecedores de peso dos materiais que compõem os sistemas industrializados são oligopolizados. Caso utilizem a reforma tributária como pretexto para aumentarem seus preços, anularão o efeito desejado de estímulo à construção industrializada. Esperamos que o bom senso prevaleça nesses setores”, finaliza.

Ministério da Fazenda rebate

Em nota oficial emitida no dia 12 de setembro de 2014, o Ministério da Fazenda rebate os argumentos do setor da construção civil. Defende que a reforma tributária será positiva para o setor imobiliário brasileiro e não haverá nenhum aumento relevante de custos em comparação à tributação atual.

Segue o conteúdo:

Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que as vendas eventuais de imóveis por pessoas físicas não serão tributadas, como já acontece hoje. Já as vendas de imóveis novos por empresas (incorporações) serão tributadas da seguinte maneira:

a) O imposto incidirá apenas sobre a diferença entre o custo de venda e o valor do terreno (no caso de aquisição de vários imóveis para construção do prédio, será deduzido todo o valor dos imóveis adquiridos para fazer a incorporação).

b) Haverá um redutor social de R$ 100 mil sobre o valor tributado, de modo a tornar a tributação progressiva, reduzindo o custo dos imóveis populares.

c) A alíquota do imposto incidente sobre esse valor reduzido será reduzida em 40% (ou seja, será de 60% da alíquota padrão), o que corresponde a cerca de 15,9%.

d) Do valor do imposto calculado sobre a base reduzida será deduzido o montante de todo o imposto pago na aquisição de material de construção e serviços pela incorporadora, ao contrário do que ocorre hoje em que o imposto pago nos materiais de construção e serviços não é recuperado.

[Mãos de uma pessoa utilizando calculadora para verificar os impactos da reforma tributária na construção civil.] (Foto: Daenin/Adobe Stock)

Com esse novo modelo de tributação, sem considerar os ganhos de eficiência que resultam da reforma tributária, o custo de um imóvel popular novo (valor de R$ 200 mil) deverá cair cerca de 3,5% e o custo de um imóvel de alto padrão novo (valor de R$ 2 milhões) deverá subir cerca de 3,5%.

Mas a reforma tributária deverá aumentar muito a eficiência do setor de construção e incorporação, pois ao permitir a recuperação de créditos sobre os insumos vai permitir a adoção de métodos construtivos muito mais eficientes.

Com esse ganho de produtividade, é quase certo que o preço mesmo dos imóveis novos de alto padrão seja reduzido em relação à situação atual. Ou seja, o novo modelo beneficia sobretudo os imóveis populares, mas será positivo também para os imóveis de alto padrão.

Por fim, no caso de uma empresa que tenha como atividade a compra e venda de imóveis, a tributação incidirá apenas sobre a diferença do preço de venda e de aquisição de imóveis. Assim, por exemplo, se uma empresa comprar um imóvel por R$ 1 milhão e vender por R$ 1,1 milhão, o imposto incidirá com a alíquota reduzida (15,9%) sobre R$ 100 mil, resultando em um imposto de R$ 15,9 mil.

Ou seja, apenas a margem da empresa será tributada e a empresa ainda poderá recuperar o crédito do imposto incidente em todas as suas despesas administrativas (contador, eletricidade etc.).

Ao contrário das notícias inverídicas que estão circulando, a reforma tributária será positiva para o setor imobiliário brasileiro e será justa, pois tributará menos os imóveis populares que os imóveis de alto padrão.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 25/09/2024

 

Importações de aço registra 287,9 mil toneladas em agosto, diz Inda

As compras do mês de agosto registraram alta de 5,3% perante a julho, com volume total de 368,0 mil toneladas contra 349,5 mil. Frente a agosto do ano passado (345,8 mil toneladas), apresentou alta de 6,4%, dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), no dia 19 de setembro (quinta-feira).

Vendas — As vendas de aços planos em agosto contabilizaram alta de 4,3% quando comparada a julho, atingindo o montante de 350,1 mil toneladas contra 335,7 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 343,4 mil toneladas, registrou alta de 2,0%.

Estoques — Em número absoluto, o estoque de agosto obteve alta de 1,9% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 961,1 mil toneladas contra 943,3 mil. O giro de estoque fechou em 2,7 meses.

Importações — “Inclui chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletro- galvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume”. As importações encerraram o mês de agosto com alta de 31,3% em relação ao mês anterior, com volume total de 287,9 mil toneladas contra 219,2 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (231,0 mil toneladas, as importações registraram alta de 24,7%.

Projeções — Para setembro de 2024, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma queda de 3,0% em relação a agosto, disse o presidente- executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro, que fez a apresentação dos números de fechamento do mês de agosto de 2024.

Fonte: Portal Fator
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/09/2024

 

Brasil enfrenta crise de queimadas com perdas bilionárias no agronegócio

O Brasil registrou quase 70 mil focos de queimadas em agosto, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que atingiram lavouras, pastagens, áreas florestais afetando fauna e flora em diversas regiões e biomas. A área queimada no mês é comparável ao tamanho do estado da Paraíba ou de toda a Costa Rica, segundo dados do Mapbiomas. Para os produtores rurais os prejuízos econômicos são de igual proporção, como no caso da cana-de-açúcar em São Paulo, que já soma perdas estimadas em R$ 1 bilhão.

“Os maiores prejudicados com as queimadas são os produtores rurais”, revelou o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion (PP-PR).

As queimadas trazem inúmeros prejuízos ao produtor rural, começando pela destruição de lavouras e pastagens, o que acarreta perda de produtividade e de receitas. A degradação do solo afeta diretamente sua fertilidade e a vida microbiológica, elevando os custos com replantio e recuperação.

A fumaça e as cinzas comprometem a saúde dos trabalhadores, plantas e animais, podendo prejudicar a qualidade dos produtos que restarem. Esses fatores, somados, impactam negativamente no mercado, por gerar um cenário de apreensão que paralisa os investimentos na safra e possível desgaste no relacionamento entre fornecedores e clientes.

“Diante dos impactos sobre o agronegócio, é importante que a tecnologia se torne uma aliada indispensável para a sustentabilidade do setor, auxiliando o produtor rural nesses momentos desafiadores”, destacou Welber Sant’Ana, CEO e fundador da Agro Atlas, uma rede líder em serviços tecnológicos que oferece o Clima Web, uma ferramenta que apoia o produtor rural, promovendo uma agricultura mais rentável, eficiente e sustentável.

O Clima Web é composto por estações de inteligência climática destinadas a otimizar a tomada de decisões por meio de monitoramento preciso em tempo real, previsão do tempo e registro histórico dos dados meteorológicos de pluviosidade, temperatura, umidade, velocidade e direção do vento, radiação solar e evapotranspiração de referência.

Estes dados são disponibilizados para o produtor através de uma plataforma on-line intuitiva e transparente, auxiliando a planejar o plantio, irrigação e colheita com assertividade, além de prevenir perdas relacionadas a condições climáticas adversas.

A solução já utilizada em todo o país fornece informações-chave para prevenção, gestão e recuperação dos impactos dos incêndios. “Ao integrar essas tecnologias avançadas em seus sistemas produtivos, os agricultores estão mais preparados par enfrentar os desafios climáticos com segurança”, afirma Sant’Ana.

Diante do aumento alarmante das queimadas, o Congresso e o governo federal têm intensificado discussões sobre o fortalecimento de ações para combate às queimadas e recuperação das áreas degradadas, bem como coibir a atuação e aumentar as punições para incendiários com objetivo de proteger o meio ambiente e o agronegócio.

Fonte: Portal Máquinas Agrícolas
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 24/09/2024

 

O terrível aumento da Selic

Depois de meses em queda, a taxa de juros, a Selic, voltou a subir. O Banco Central anunciou um aumento de 0,25 ponto percentual, resultando numa taxa de 10,75% ao ano. Isso pode parecer pouco, mas já afeta – e muito – a nossa economia.

Dificuldade de acesso ao crédito, aumento da taxa para financiamento, diminuição da produção industrial são só alguns exemplos do que a elevação da taxa de juros causa.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 23/09/2024

Brasil e Índia reforçam parceria em mineração e energia

Em um passo significativo para a cooperação internacional, Brasil e Índia publicaram uma declaração conjuntanesta sexta-feira (20/9), reforçando o compromisso de colaboração entre as nações nas áreas de energia e mineração. O documento foi lançado após uma visita oficial do Ministro de Petróleo e Gás Natural da Índia, Hardeep S Puri, ao Brasil, onde foi recebido pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Parceria Estratégica para Biocombustíveis e Energia Sustentável

A declaração conjunta marca um importante avanço nas relações bilaterais entre Brasil e Índia. Ambos os países, membros fundadores da Aliança Global para Biocombustíveis, reafirmaram a importância dos biocombustíveis como componente essencial na transição energética global. A colaboração busca fortalecer não apenas a sustentabilidade ambiental, mas também impulsionar o crescimento socioeconômico.

Brasil e Índia têm se destacado no setor de biocombustíveis, com um mercado robusto de produção de etanol e biodiesel. As nações agora trabalham em conjunto para desenvolver o uso de Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF), essenciais para reduzir as emissões no setor de aviação. A meta é superar os obstáculos relacionados à produção em larga escala e garantir uma aviação mais limpa no futuro.

Cooperação em Minerais Críticos

Outro ponto importante da declaração é o início de discussões sobre a cooperação no setor de minerais críticos, considerados essenciais para o desenvolvimento tecnológico e energético. Brasil e Índia se comprometeram a identificar novas oportunidades de investimento e ampliar a colaboração em projetos de exploração em águas profundas.

Perguntas Frequentes sobre a Cooperação Brasil-Índia

Qual é o foco principal da parceria entre Brasil e Índia?
A parceria se concentra em setores de energia, incluindo biocombustíveis e combustíveis sustentáveis, além da cooperação no setor de minerais críticos.

Como a Aliança Global para Biocombustíveis impacta a cooperação?
A aliança é uma plataforma importante para o desenvolvimento de tecnologias que visam a transição energética global, com Brasil e Índia desempenhando papéis de liderança.

Quais são os desafios para o desenvolvimento dos Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF)?
Os principais desafios incluem o alto custo de produção, a escassez de matérias-primas e a necessidade de uma infraestrutura adequada para produção em larga escala.

Fonte: Diário Carioca
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/09/2024

 

Indústria siderúrgica da China enfrenta aumento de falências em meio à crise econômica

O setor siderúrgico da China está se preparando para uma onda de falências, já que a turbulência econômica do país continua causando estragos no setor, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

A crise do aço é vista como um ponto de virada crítico, potencialmente impulsionando a tão necessária consolidação deste enorme setor.

Um número impressionante de três quartos das siderúrgicas chinesas sofreram perdas financeiras no primeiro semestre do ano, aumentando o espectro de insolvência para muitos, diz Michelle Leung, analista sênior da Bloomberg Intelligence.

Empresas como Xinjiang Ba Yi Iron & Steel Co., Gansu Jiu Steel Group e Anyang Iron & Steel Group Co. são especialmente vulneráveis e podem emergir como alvos principais para aquisições, observa Leung.

Chamadas solicitando comentários dessas empresas não foram atendidas.

China pressiona pela consolidação da indústria siderúrgica

O ambiente atual também pode apoiar a meta de Pequim de reforçar o controle sobre sua indústria siderúrgica por meio da consolidação.

De acordo com a Bloomberg Intelligence, o governo pretende que os cinco maiores produtores de aço controlem 40% do mercado até 2025, com os 10 maiores participantes respondendo por 60%.

Embora essa meta seja considerada alcançável, espera-se que a China fique atrás de gigantes da indústria como Coreia do Sul e Japão em termos de concentração de mercado.

A indústria siderúrgica da China está sendo remodelada por uma prolongada crise no mercado imobiliário e pelo lento crescimento econômico.

O chefe da China Baowu Steel Group Corp., a maior produtora de aço do país, alertou que a crise atual pode ser mais grave do que as vividas em 2008 e 2015.

Com a demanda interna despencando, as usinas chinesas passaram a exportar, uma medida que gerou disputas comerciais internacionais, já que os países alegam que o aço está sendo vendido abaixo do custo.

Apesar das crescentes restrições dos parceiros comerciais, espera-se que as exportações de aço da China permaneçam estáveis até o final de 2026.

De acordo com a Bloomberg Intelligence, a redução geral na produção e o aumento das barreiras comerciais globais acabarão pesando nas exportações.

Reformas habitacionais são essenciais para o crescimento da China

No cenário econômico mais amplo, os esforços da China para resgatar seu mercado imobiliário em dificuldades são vistos como o melhor caminho para atingir um crescimento econômico de 5%, uma meta que muitos economistas dizem estar ao alcance se o pacote de reforma habitacional do governo for totalmente implementado.

A crise imobiliária do país, no entanto, deve durar mais alguns anos, o que continua a exercer pressão negativa sobre a economia.

Além disso, há especulações de que os bancos chineses podem iniciar outra rodada de cortes nas taxas de hipotecas ainda este ano, com analistas prevendo tais medidas para impulsionar o consumo, de acordo com uma reportagem do Securities Daily.

No setor financeiro, a expansão do Citigroup Inc. para a China enfrentou um obstáculo devido aos desafios regulatórios dos EUA.

Segundo fontes, o Federal Reserve impôs penalidades ao banco por problemas de gerenciamento de dados e controle de risco, complicando os planos do banco na região.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/09/2024