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Dia do Aço: a espinha dorsal do progresso industrial e cotidiano brasileiro

Poucos materiais têm uma presença tão marcante — e ao mesmo tempo tão invisível — na vida cotidiana quanto o aço. Presente desde a estrutura das cidades até os equipamentos de alta tecnologia, o aço é base para o crescimento de nações, sustentando infraestruturas, movimentando indústrias e aproximando inovações da sociedade.

Neste especial do Dia do Aço, vamos destacar a importância desse material no cotidiano do cidadão, na economia industrial, nas transformações tecnológicas e no desenvolvimento socioeconômico dos países. Também traremos um olhar sobre a história da siderurgia e os dados da evolução dos preços do aço no Brasil, com base nos índices Infomet da chapa grossa e da barra chata, representando os mercados de aços planos e longos.

O aço no dia a dia do cidadão

Mesmo sem perceber, o cidadão moderno convive com o aço o tempo todo. Ele está na cama em que dormimos, nos eletrodomésticos da cozinha, nas vigas e colunas da nossa casa, no ônibus que pegamos e no celular que carregamos no bolso.

Mais que um símbolo de força, o aço é sinônimo de confiança e durabilidade. Sua versatilidade e resistência permitem que seja usado em milhares de aplicações com segurança e eficiência.

O aço como motor da indústria

A indústria nacional depende do aço para funcionar — da construção civil à automotiva, da linha branca à naval. O aço é matéria-prima essencial para máquinas, equipamentos, veículos, estruturas metálicas e ferramentas.

No Brasil, a indústria siderúrgica movimenta bilhões de reais por ano, gera milhares de empregos diretos e indiretos e influencia diretamente setores como mineração, energia, logística e infraestrutura.

Aço e desenvolvimento socioeconômico

Há uma relação direta entre o consumo de aço e o nível de desenvolvimento de um país. Nações em processo de industrialização tendem a aumentar sua demanda por aço, enquanto países desenvolvidos utilizam o material em obras de manutenção, inovação e modernização tecnológica.

Além disso, o aço é um dos principais produtos de exportação de países com forte base mineral e industrial — como o Brasil —, sendo também um instrumento de política comercial e estratégica.

Do básico ao avançado: as aplicações do aço

Poucos materiais são tão onipresentes em áreas tão distintas como o aço. Ele é fundamental para a indústria de base, como construção, transporte e energia, mas também se faz presente na tecnologia de ponta: aviões, satélites, veículos elétricos, baterias de última geração.

Na medicina, o aço inoxidável é utilizado em bisturis, próteses, pinças cirúrgicas e equipamentos de imagem, graças à sua biocompatibilidade e resistência à corrosão.
Seja em pontes de aço, seja em chips de computadores, ele está sempre por trás de grandes avanços.

Um pouco da história da siderurgia

A história do aço remonta à Antiguidade, mas sua produção em escala industrial começou com a Revolução Industrial, no século XVIII. O desenvolvimento de processos como o Bessemer, o Thomas-Gilchrist e o forno Siemens-Martin revolucionou a fabricação de aço.

No Brasil, a indústria siderúrgica moderna se consolidou no século XX, com marcos como a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 1941 e a formação do chamado "Cinturão Siderúrgico" no Sudeste. Hoje, grandes grupos como Usiminas, Gerdau, ArcelorMittal e Aperam mantêm o país entre os maiores produtores do mundo.

Evolução dos preços do aço no Brasil

- Evolução dos preços dos aços planos (exemplo: Chapa Grossa) no Brasil
O histórico de preços da chapa grossa — utilizada aqui como exemplo representativo dos aços planos — revela um comportamento cíclico, com momentos de forte valorização seguidos por ajustes significativos. Após um período de relativa estabilidade entre 2007 e 2019, o índice sofreu uma virada importante com a chegada da pandemia da COVID-19. Entre 2020 e 2021, os preços deram um salto expressivo — passando de 203 pontos em julho de 2020 para 338,90 em janeiro de 2022, acumulando alta superior a 65%.

Esse movimento foi impulsionado por gargalos logísticos globais, demanda aquecida em setores como infraestrutura e exportações favorecidas pela alta do dólar. Em seguida, observou-se um recuo gradual, com o índice voltando à casa dos 320 pontos em 2023, refletindo o arrefecimento da demanda e a normalização dos estoques. Já em 2024, os preços retomaram uma leve trajetória de alta, encerrando março em 402,25 pontos — sinal de recuperação moderada, possivelmente influenciada por obras públicas, investimentos industriais e movimentações do setor de energia e construção naval.

- Evolução dos preços dos aços longos (exemplo: Barra Chata) no Brasil
No caso dos aços longos, utilizamos como exemplo a barra chata, produto típico da construção civil e da indústria de base. O mercado apresenta forte volatilidade ao longo dos anos. Entre 2009 e 2020, o índice manteve-se majoritariamente na faixa dos 100 a 140 pontos, com pequenas variações, refletindo uma certa estabilidade da demanda. No entanto, a partir de meados de 2020, o setor passou por um ciclo de valorização acentuado, com o índice saltando de 135 em abril de 2020 para 295,5 em abril de 2021 — mais que o dobro em apenas um ano.

Esse avanço coincidiu com o boom da construção civil durante a pandemia, impulsionado por juros baixos e programas de estímulo. Em 2022, o índice atingiu o pico de 495 pontos, antes de recuar de forma significativa. O ano de 2023 foi marcado por forte correção, com quedas sucessivas, levando o índice de 407,50 (em abril) para 335,75 (em setembro). Já em 2024, o movimento tem sido mais estável, com oscilações marginais e um valor atual de 402,25 pontos, refletindo um mercado ainda em busca de equilíbrio entre oferta e demanda.

Aço e sustentabilidade: 100% reciclável

Outro aspecto que merece destaque no Dia do Aço é sua contribuição para um futuro mais sustentável. O aço é infinitamente reciclável, sem perda de qualidade. No Brasil, mais de 90% do aço consumido é reciclado. Além disso, a indústria vem investindo em tecnologias para reduzir emissões de carbono, como o uso de hidrogênio verde e energias renováveis nos processos produtivos.

O aço do futuro

Com o avanço da Indústria 4.0, o aço está cada vez mais conectado à inovação. Impressão 3D de peças metálicas, estruturas inteligentes para construções sustentáveis e ligas especiais para atender a exigências extremas fazem parte dessa nova era.

Empresas do setor já desenvolvem soluções em aço para cidades inteligentes, mobilidade elétrica e até missões espaciais.

Conclusão: O aço como símbolo de resiliência e transformação

Neste 9 de abril, ao celebrarmos o Dia do Aço, mais do que homenagear um insumo industrial, reconhecemos um verdadeiro protagonista da evolução humana. O aço simboliza a capacidade de transformação da sociedade — seja moldando o concreto das cidades, seja sustentando as tecnologias do amanhã.

Em um mundo cada vez mais desafiador, o aço se mantém como um elo entre passado, presente e futuro. Com inovação, sustentabilidade e propósito, ele continua a ser a espinha dorsal não apenas da indústria, mas também da esperança de um desenvolvimento mais justo, eficiente e conectado às necessidades das próximas gerações.

Fonte: Infomet
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/04/2025

 

'O problema é o mundo inteiro ficar exposto a essa enxurrada de aço chinês', diz presidente do Instituto Aço Brasil

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) mostram que, mesmo com a tarifa de 25% sobre o aço e alumínio importados pelos Estados Unidos em vigor por quase metade do mês, o Brasil exportou em março 39% a mais desses metais em comparação com o mesmo mês de 2024. O aço, justamente o principal item da pauta exportadora, foi o que teve melhor desempenho.

O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, explicou que as exportações brasileiras de aço para os Estados Unidos têm caráter complementar, já que o principal produto embarcado são as placas de aço, um tipo de semiacabado usado pela própria indústria siderúrgica americana, que não tem autossuficiência na produção dessa matéria-prima. Ele lembrou ainda que, ao mesmo tempo em que exporta aço, o Brasil importa carvão mineral dos Estados Unidos, essencial para o setor siderúrgico brasileiro.

Segundo ele, esses argumentos foram fundamentais nas negociações que resultaram, em 2018, em um acordo comercial entre os dois países, após a imposição de tarifas pelo governo Trump. Pelo acordo, que durou seis anos, o Brasil pôde exportar até 3,5 milhões de toneladas de placas de aço por ano para os EUA, além de 687 mil toneladas de produtos acabados.

- Nenhum acordo vigia por tanto tempo se fosse bom só para uma das partes. Esse acordo foi bom tanto para a indústria siderúrgica brasileira quanto para a americana - afirma ele, considerando que estes motivos é que devem ser usados na negociação entre o governo brasileiro e o norte-americano neste novo governo Trump.

O presidente do Instituto Aço Brasil ressalta que o país não 'sai de navio em busca de comprador' e quem vai pagar pela alta da tarifa é o importador norte-americano.

- Nós não saímos pelo mundo procurando comprador. Nós somos demandados. O que a gente exporta, de maneira geral, é placa. Placa é matéria-prima. Não é um produto acabado que concorre com as indústrias automobilística, de linha branca, construção civil. Quem paga por essa tarifa? É o consumidor americano. O preço que nós vendemos aqui é o preço FOB (Free on Board), entregue no porto. Daí pra frente, todas essas tarifas, custos logísticos, quem paga é o comprador.

Além das tarifas dos Estados Unidos, o presidente do Instituto Aço Brasil chamou a atenção para um segundo problema enfrentado pelo setor: o aumento das importações predatórias de aço chinês. Agora com a promessa de taxação de 104% dos Estados Unidos à China, a busca por outros territórios deve aumentar.

- O Brasil tem sido bombardeado por importações predatórias há anos. No ano passado, entraram 4,8 milhões de toneladas de aço. E a nossa projeção é que em 2024 esse volume chegue a 5,3 milhões de toneladas, o que representa 25% das nossas vendas. Mais de 90% disso é China - destacou.

Para Marco Polo, o problema é estrutural, já que as empresas brasileiras não competem apenas com companhias chinesas, mas com o próprio Estado chinês, que subsidia a produção e mantém as exportações em alta mesmo diante de uma queda no consumo interno.

- A China exporta cerca de 100 milhões de toneladas de aço por ano. Isso faz parte de uma política de Estado. Eles mantêm a produção e colocam o excedente para fora - afirmou.

Marco Polo destacou ainda que o Brasil não deve se preocupar com um eventual desvio de exportações da China que deixariam de ir para os Estados Unidos e passariam a ser destinadas ao mercado brasileiro. Segundo ele, as tarifas aplicadas pelos EUA já limitam fortemente a entrada do aço chinês naquele mercado.

-Os Estados Unidos já tinham antes dessa nova decisão uma alíquota de 70% contra a China. Em 2023, a China exportou cerca de 1,2 milhão de toneladas para os EUA. No ano passado, esse número caiu para 400 mil toneladas por causa das tarifas. O problema não é o desvio para os EUA. O problema é o mundo inteiro, inclusive o Brasil, ficar exposto a essa enxurrada de aço chinês.

Fonte: O Globo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/04/2025

Vendas brasileiras de aço, alumínio e automotivas para EUA sujeitas a tarifa somaram US$ 6,973 bi em 2024

As exportações brasileiras de aço, de alumínio e do setor automotivo para os Estados Unidos e sujeitas às novas tarifas de importação implantadas pelo governo americano somaram US$ 6,973 bilhões no ano passado. As informações foram levantadas pelo Valor em documento divulgado nesta segunda-feira (07) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O documento apresenta números das exportações do três setores para os Estados Unidos.

Do total, a maior parte se refere às exportações de aço, que somaram US$ 4,137 bilhões em 2024. Na sequência, vêm as exportações do setor automotivo (US$ 1,687 bilhão), demais produtos de aço e alumínio da lista (US$ 881 milhões) e alumínio (US$ 267 milhões). No caso do setor automotivo, US$ 1,68 bilhão se refere a demais produtos do setor, como autopeças, e pouco menos de US$ 7 milhões a automóveis.

Em comunicado, o Mdic afirma que a “seleção de produtos deste relatório foi gerada a partir” das listas divulgadas pelo governo americano em 5 de março, no caso de aço e alumínio, e 2 de abril, no caso do setor automotivo. Em todos os caso, as tarifas de importações implantadas pelo presidente americano Donald Trump são de 25%.

O Mdic faz a ressalva, porém, “que a lista divulgada pelos Estados Unidos apresenta um nível de complexidade elevado, e os códigos tarifários utilizados podem não ter equivalência exata com a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)”.

“Dessa forma, qualquer levantamento específico pode ter margens de imprecisão”, diz, afirmando que as “informações podem ser, em grande parte, comparadas”.


Consumo de alumínio no Brasil cresce 13,5% em 2024
O aumento do consumo foi impulsionado pela demanda aquecida em setores estratégicos como construção civil, eletricidade e transportes

Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), o consumo de produtos de alumínio no Brasil atingiu 1,8 milhão de toneladas em 2024, um crescimento de 13,5% em relação ao ano anterior, quando o volume consumido foi de 1,6 milhão de toneladas. O aumento do consumo foi impulsionado pela demanda aquecida em setores estratégicos como construção civil, eletricidade e transportes. “O resultado reforça o papel estratégico do alumínio como material essencial à infraestrutura, à industrialização e à transição energética do país”, destaca Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL. “Trata-se de um insumo importante, de alta circularidade, elevado desempenho e múltiplas aplicações em setores críticos e importantes para a economia”, acrescenta a executiva.

Um dos segmentos que alavancaram o consumo foi a construção civil, com evolução de 21,9% na demanda de produtos de alumínio. A combinação entre maior concessão de crédito imobiliário, retomada de projetos financiados pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e a busca por edificações mais sustentáveis e eficientes tem favorecido o uso do alumínio em fachadas, esquadrias e sistemas de ventilação, devido às suas propriedades de durabilidade e leveza. Outro destaque foi o setor de eletricidade, que registrou expansão de 20,7%. A expectativa de investimentos robustos em novas linhas de transmissão, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, tem impulsionado a demanda por cabos de alumínio – devido à sua alta condutividade elétrica, menor peso, permitindo menores custos de instalação e manutenção de redes elétricas. “O fato de o Brasil contar com ativos estratégicos para o fortalecimento de uma cadeia produtiva altamente verticalizada, que tem grande parte da produção voltada ao atendimento da demanda interna, se consolida como uma vantagem competitiva relevante. Essa estrutura integrada é o que confere maior resiliência ao setor, garantindo segurança de suprimento, reduz a exposição a choques externos e fortalece a capacidade de resposta diante de crises, como as vivenciadas em cenários desafiadores, como os que estamos vivendo, marcado por uma série de tensões geopolíticas no cenário global e de disputas tarifárias”, diz Janaina.

Outros setores, como Máquinas/Equipamentos (17,8%), Transportes (15,6%), Bens de Consumo (9,5%) e Embalagens (8,4%), também contribuíram de forma significativa:

A alta em Máquinas/Equipamentos reflete um movimento de formação de estoques e de preparação da indústria para atendimento de uma demanda mais robusta de diversos setores, enquanto que Transportes foi impulsionado pela produção de ônibus escolares em atendimento do programa federal “Caminhos da Escola” e pela renovação da frota de caminhões e implementos rodoviários. Já o setor de Bens de Consumo viu o aumento da demanda por eletrodomésticos como refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado crescer, impulsionado por questões climáticas e por mudanças de comportamento, como o home office, que intensificou a compra de refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado. A indústria de Embalagens registrou aumento devido à recuperação do poder de compra das famílias, resultado da recuperação do mercado trabalho que contribuiu para a melhora dos indicadores do setor de alimentos e bebidas.

A ABAL projeta um cenário de crescimento, ainda que mais moderado no consumo doméstico de produtos de alumínio, com destaque para a continuidade da demanda em cabos elétricos e fundição. O setor segue atento aos impactos de curto e médio prazo das medidas tarifárias recentemente anunciadas pelo governo dos Estados Unidos sobre o alumínio, que podem provocar reconfigurações nas cadeias globais de suprimento. Embora o momento inspire cautela na articulação de respostas comerciais, é fundamental que o país evite ceder a movimentos oportunistas e preserve o equilíbrio competitivo da indústria nacional. Os investimentos em reativação e expansão da capacidade produtiva evidenciam o compromisso da indústria brasileira do alumínio com o fortalecimento de sua base industrial – movimento que encontra paralelo nas estratégias industriais adotadas por países como Estados Unidos e União Europeia. Diante desse cenário, a ABAL reforça a importância de avançar em uma agenda de políticas públicas voltadas à valorização da produção nacional e ao aproveitamento das vantagens competitivas do Brasil, como a disponibilidade de recursos naturais, matriz energética renovável, cadeia produtiva integrada e expansão da capacidade de reciclagem do país.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/04/2025

 

Brasil é o maior fornecedor de oito dos principais produtos vendidos aos EUA

O governo dos Estados Unidos anunciou, na quarta-feira (2), tarifa adicional de 10% sobre os produtos brasileiros que entram no país, regra que entrará em vigor no dia 5 de abril. Nos dois últimos meses, o governo americano anunciou tarifas específicas para a importação de aço, alumínio, veículos e autopeças. Nesses casos, a taxa de importação adicional permanecerá em 25%. 

Uma análise elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra os produtos em que o Brasil é o principal fornecedor do mercado norte-americano, na maioria, bens intermediários (insumos industriais) e bens de capital, e como as novas tarifas vão deixar os produtos mais caros aos parceiros nos EUA. 

“As tarifas podem ter um impacto negativo principalmente para a consumidor nos EUA, porque vendemos bens intermediários e insumos. Esse aumento de custos pode levar a uma pressão inflacionária e ao aumento de preços, fazendo com que o produto americano perca competitividade”, afirma a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.

Veja a lista dos 8 produtos:

Outros produtos semimanufaturados, de ferro ou aços: entre os países que mais vendem para os EUA, o Brasil lidera como fornecedor com 59,9% das vendas; adicional de 25% de tarifa 

Ferro fundido bruto não ligado: entre os países que mais vendem para os EUA, o Brasil lidera como fornecedor com 58,1% das vendas; adicional de 10% de tarifa
Café não torrado, não descafeinado: entre os países que mais vendem para os EUA, o Brasil lidera como fornecedor com 25,8% das vendas; adicional de 10% de tarifa
Pasta química de madeira de não conífera: entre os países que mais vendem para os EUA, o Brasil lidera como fornecedor com 79,6% das vendas; adicional de 10% de tarifa
Preparações alimentícias e conservas, de bovinos: entre os países que mais vendem para os EUA, o Brasil lidera como fornecedor com 66% das vendas; adicional de 10% de tarifa
Minérios de ferro aglomerados e seus concentrados: entre os países que mais vendem para os EUA, o Brasil lidera como fornecedor com 53,6% das vendas; adicional de 10% de tarifa
Sucos de laranja não congelados, não fermentados: entre os países que mais vendem para os EUA, o Brasil lidera como fornecedor com 75,8% das vendas; adicional de 10% de tarifa
Niveladores: entre os países que mais vendem para os EUA, o Brasil lidera como fornecedor com 83% das vendas; adicional de 10% de tarifa
EUA são principal destino de exportações da indústria de transformação brasileira

Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras da indústria de transformação, especialmente de produtos de maior intensidade tecnológica, além de liderarem o comércio de serviços e os investimentos bilaterais. Somente em 2024, a indústria de transformação brasileira exportou US$ 31,6 bilhões em produtos para os EUA. Nesse ano, a cada R$ 1 bilhão exportado para os EUA, foram criados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,6 bilhões em produção.

CNI lidera missão aos EUA em maio

Com objetivo de estreitar laços e buscar soluções de interesse comum com os EUA, a CNI levará um grupo de empresários brasileiros ao país na primeira quinzena de maio. A expectativa é que a comitiva se reúna com representantes da indústria e do governo norte-americano para discutir agendas de facilitação de comércio e abertura de mercados de forma equilibrada.

O governo dos Estados Unidos anunciou, na quarta-feira (2), tarifa adicional de 10% sobre os produtos brasileiros que entram no país, regra que entrará em vigor no dia 5 de abril. Nos dois últimos meses, o governo americano anunciou tarifas específicas para a importação de aço, alumínio, veículos e autopeças. Nesses casos, a taxa de importação adicional permanecerá em 25%. 

Uma análise elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra os produtos em que o Brasil é o principal fornecedor do mercado norte-americano, na maioria, bens intermediários (insumos industriais) e bens de capital, e como as novas tarifas vão deixar os produtos mais caros aos parceiros nos EUA. 

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 07/04/2025

Setor do aço alerta para riscos com tarifas dos EUA e defende retomada de acordo de cotas

A recente decisão do governo norte-americano de manter a tarifa de 25% sobre as importações de aço — aplicada anteriormente sob a Seção 232 — reacendeu preocupações na indústria siderúrgica brasileira. Embora não tenha havido um novo aumento tarifário sobre os produtos do Brasil, o setor alerta para os efeitos indiretos da medida, como o redirecionamento de fluxos globais de aço para o mercado interno brasileiro.

Segundo representantes da indústria, o anúncio dos Estados Unidos sobre a aplicação de tarifas recíprocas deve acender um sinal de alerta, especialmente quanto à possibilidade de países que antes exportavam para o mercado norte-americano — e que agora enfrentam barreiras — passarem a direcionar seus produtos para o Brasil. Embora o impacto direto sobre as exportações chinesas de aço não deva ser significativo, uma vez que o país asiático já vinha sendo taxado e apresentando redução nas vendas ao mercado norte-americano, outras origens, como o Vietnã, despertam atenção.

Nesse contexto, lideranças do setor reforçam a necessidade de fortalecer os instrumentos de defesa comercial. Um dos exemplos citados é o caso da investigação de dumping no segmento de aço fino laminado a frio, em que, mesmo diante de indícios claros de práticas desleais, o governo optou por não aplicar imediatamente medidas compensatórias. A demora em agir, segundo a indústria, transmite uma mensagem de pouca urgência diante de ameaças concretas.

Além das preocupações com a concorrência desleal no mercado interno, a indústria brasileira também se mobiliza para restaurar o acordo de cotas de exportação de aço firmado com os Estados Unidos em 2018, que permitia a entrada de até 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e 687 mil toneladas de produtos laminados por ano, sem incidência tarifária. O acordo vigorou até março de 2025, quando foi suspenso pelo governo norte-americano em decisão unilateral, retomando integralmente a tarifa de 25%.

A defesa da retomada do acordo tem sido uma prioridade tanto para a indústria quanto para o governo brasileiro, que vem conduzindo esforços diplomáticos junto às autoridades dos EUA. A expectativa do setor é de que a reativação das cotas seja benéfica para ambos os países. Em 2024, por exemplo, as usinas norte-americanas importaram cerca de 6 milhões de toneladas de placas de aço, sendo 3,4 milhões provenientes do Brasil, evidenciando a complementaridade entre as duas economias.

A não reconstrução do acordo pode representar perdas bilaterais, comprometendo o abastecimento da indústria norte-americana e limitando o escoamento da produção siderúrgica brasileira. Por isso, o setor segue confiando na continuidade do diálogo entre os dois governos para restabelecer condições mais equilibradas e previsíveis no comércio internacional de aço.

Fonte: Infomet
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 07/04/2025

Setor de aço brasileiro mantém pleito para volta do acordo de 2018 com os EUA

O Instituto Aço Brasil disse, nesta quinta-feira (3), que, após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre tarifação de outros países, o setor mantém o pedido, feito em fevereiro, pelo reestabelecimento do acordo de cotas de 2018.

Desde 2018 até 11 de março, Brasil e Estados Unidos tinham acordo que previa isenção de tarifas de importação do aço brasileiro, considerando cota de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e 687 mil toneladas de laminados por ano.

Em fevereiro, Trump anunciou a tarifa de 25% sobre a importação de aço e deu fim ao acordo. O anúncio de quarta-feira (2) não impôs tarifa adicional em relação ao anunciado anteriormente.

"Desde então [fevereiro], a indústria brasileira de aço vem defendendo a reconstrução do mecanismo de cotas, o que também tem sido alvo de grande esforço negocial por parte do governo brasileiro e de sua diplomacia junto às autoridades norte-americanas", informa o Instituto Aço Brasil, em nota.

"O Aço Brasil reforça que a retomada das exportações de aço aos Estados Unidos nas condições vigentes até março atende não somente o interesse da indústria de aço brasileira, mas também da indústria de aço norte-americana. As usinas norte-americanas demandaram quase 6 milhões de toneladas de placas de aço em 2024, das quais 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil".

Na visão do instituto, a manutenção do cenário atual, sem a retomada do acordo, é prejudicial para ambos os países.

No anúncio de 2 de abril, Trump definiu a tarifa de 10% para todas as importações provenientes do Brasil, a cota mínima em relação à lista divulgada sobre os demais países. A cobrança começará a ser feita no dia 5.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 04/04/2025