Dia do Aço: a espinha dorsal do progresso industrial e cotidiano brasileiro
Poucos materiais têm uma presença tão marcante — e ao mesmo tempo tão invisível — na vida cotidiana quanto o aço. Presente desde a estrutura das cidades até os equipamentos de alta tecnologia, o aço é base para o crescimento de nações, sustentando infraestruturas, movimentando indústrias e aproximando inovações da sociedade.
Neste especial do Dia do Aço, vamos destacar a importância desse material no cotidiano do cidadão, na economia industrial, nas transformações tecnológicas e no desenvolvimento socioeconômico dos países. Também traremos um olhar sobre a história da siderurgia e os dados da evolução dos preços do aço no Brasil, com base nos índices Infomet da chapa grossa e da barra chata, representando os mercados de aços planos e longos.
O aço no dia a dia do cidadão
Mesmo sem perceber, o cidadão moderno convive com o aço o tempo todo. Ele está na cama em que dormimos, nos eletrodomésticos da cozinha, nas vigas e colunas da nossa casa, no ônibus que pegamos e no celular que carregamos no bolso.
Mais que um símbolo de força, o aço é sinônimo de confiança e durabilidade. Sua versatilidade e resistência permitem que seja usado em milhares de aplicações com segurança e eficiência.
O aço como motor da indústria
A indústria nacional depende do aço para funcionar — da construção civil à automotiva, da linha branca à naval. O aço é matéria-prima essencial para máquinas, equipamentos, veículos, estruturas metálicas e ferramentas.
No Brasil, a indústria siderúrgica movimenta bilhões de reais por ano, gera milhares de empregos diretos e indiretos e influencia diretamente setores como mineração, energia, logística e infraestrutura.
Aço e desenvolvimento socioeconômico
Há uma relação direta entre o consumo de aço e o nível de desenvolvimento de um país. Nações em processo de industrialização tendem a aumentar sua demanda por aço, enquanto países desenvolvidos utilizam o material em obras de manutenção, inovação e modernização tecnológica.
Além disso, o aço é um dos principais produtos de exportação de países com forte base mineral e industrial — como o Brasil —, sendo também um instrumento de política comercial e estratégica.
Do básico ao avançado: as aplicações do aço
Poucos materiais são tão onipresentes em áreas tão distintas como o aço. Ele é fundamental para a indústria de base, como construção, transporte e energia, mas também se faz presente na tecnologia de ponta: aviões, satélites, veículos elétricos, baterias de última geração.
Na medicina, o aço inoxidável é utilizado em bisturis, próteses, pinças cirúrgicas e equipamentos de imagem, graças à sua biocompatibilidade e resistência à corrosão.
Seja em pontes de aço, seja em chips de computadores, ele está sempre por trás de grandes avanços.
Um pouco da história da siderurgia
A história do aço remonta à Antiguidade, mas sua produção em escala industrial começou com a Revolução Industrial, no século XVIII. O desenvolvimento de processos como o Bessemer, o Thomas-Gilchrist e o forno Siemens-Martin revolucionou a fabricação de aço.
No Brasil, a indústria siderúrgica moderna se consolidou no século XX, com marcos como a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 1941 e a formação do chamado "Cinturão Siderúrgico" no Sudeste. Hoje, grandes grupos como Usiminas, Gerdau, ArcelorMittal e Aperam mantêm o país entre os maiores produtores do mundo.
Evolução dos preços do aço no Brasil
- Evolução dos preços dos aços planos (exemplo: Chapa Grossa) no Brasil
O histórico de preços da chapa grossa — utilizada aqui como exemplo representativo dos aços planos — revela um comportamento cíclico, com momentos de forte valorização seguidos por ajustes significativos. Após um período de relativa estabilidade entre 2007 e 2019, o índice sofreu uma virada importante com a chegada da pandemia da COVID-19. Entre 2020 e 2021, os preços deram um salto expressivo — passando de 203 pontos em julho de 2020 para 338,90 em janeiro de 2022, acumulando alta superior a 65%.
Esse movimento foi impulsionado por gargalos logísticos globais, demanda aquecida em setores como infraestrutura e exportações favorecidas pela alta do dólar. Em seguida, observou-se um recuo gradual, com o índice voltando à casa dos 320 pontos em 2023, refletindo o arrefecimento da demanda e a normalização dos estoques. Já em 2024, os preços retomaram uma leve trajetória de alta, encerrando março em 402,25 pontos — sinal de recuperação moderada, possivelmente influenciada por obras públicas, investimentos industriais e movimentações do setor de energia e construção naval.
- Evolução dos preços dos aços longos (exemplo: Barra Chata) no Brasil
No caso dos aços longos, utilizamos como exemplo a barra chata, produto típico da construção civil e da indústria de base. O mercado apresenta forte volatilidade ao longo dos anos. Entre 2009 e 2020, o índice manteve-se majoritariamente na faixa dos 100 a 140 pontos, com pequenas variações, refletindo uma certa estabilidade da demanda. No entanto, a partir de meados de 2020, o setor passou por um ciclo de valorização acentuado, com o índice saltando de 135 em abril de 2020 para 295,5 em abril de 2021 — mais que o dobro em apenas um ano.
Esse avanço coincidiu com o boom da construção civil durante a pandemia, impulsionado por juros baixos e programas de estímulo. Em 2022, o índice atingiu o pico de 495 pontos, antes de recuar de forma significativa. O ano de 2023 foi marcado por forte correção, com quedas sucessivas, levando o índice de 407,50 (em abril) para 335,75 (em setembro). Já em 2024, o movimento tem sido mais estável, com oscilações marginais e um valor atual de 402,25 pontos, refletindo um mercado ainda em busca de equilíbrio entre oferta e demanda.
Aço e sustentabilidade: 100% reciclável
Outro aspecto que merece destaque no Dia do Aço é sua contribuição para um futuro mais sustentável. O aço é infinitamente reciclável, sem perda de qualidade. No Brasil, mais de 90% do aço consumido é reciclado. Além disso, a indústria vem investindo em tecnologias para reduzir emissões de carbono, como o uso de hidrogênio verde e energias renováveis nos processos produtivos.
O aço do futuro
Com o avanço da Indústria 4.0, o aço está cada vez mais conectado à inovação. Impressão 3D de peças metálicas, estruturas inteligentes para construções sustentáveis e ligas especiais para atender a exigências extremas fazem parte dessa nova era.
Empresas do setor já desenvolvem soluções em aço para cidades inteligentes, mobilidade elétrica e até missões espaciais.
Conclusão: O aço como símbolo de resiliência e transformação
Neste 9 de abril, ao celebrarmos o Dia do Aço, mais do que homenagear um insumo industrial, reconhecemos um verdadeiro protagonista da evolução humana. O aço simboliza a capacidade de transformação da sociedade — seja moldando o concreto das cidades, seja sustentando as tecnologias do amanhã.
Em um mundo cada vez mais desafiador, o aço se mantém como um elo entre passado, presente e futuro. Com inovação, sustentabilidade e propósito, ele continua a ser a espinha dorsal não apenas da indústria, mas também da esperança de um desenvolvimento mais justo, eficiente e conectado às necessidades das próximas gerações.
Fonte: Infomet
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/04/2025