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Mercado do aço promete alavancar economia em 2022

A expectativa de recuperação econômica global aliada ao aquecimento da indústria brasileira deve beneficiar o setor siderúrgico em 2022. O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) prevê aumento de 3% nas vendas enquanto o Instituto Aço Brasil calcula um crescimento de 2,5% em vendas internas e um avanço de 2,2% na produção nacional (número semelhante ao que a World Steel Association prevê para o mundo: aumento de 2,2%, para 1.896,4 Mt).

Dados do Instituto Aço Brasil de janeiro deste ano já apontam uma retomada do crescimento na produção nacional de aço e nas vendas para o mercado interno: a produção brasileira de aço bruto foi de 2,9 milhões de toneladas, representando crescimento de 10,5% frente ao apurado no mês de dezembro de 2021. Já as vendas internas de 2022 cresceram 1,6% frente ao verificado em dezembro do ano passado, atingindo 1,4 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos no mês de janeiro foi de 1,7 milhão de toneladas, 0,6% acima do verificado em dezembro de 2021. Especialistas acreditam que as vendas de aços longos seguirão elevadas em função do aquecimento de setores como a construção civil.

Um ponto de inflexão para o movimento crescente do segmento do aço no Brasil aconteceu em 2021, resultado de estímulos governamentais e uma forte atividade de construção. Uma das regiões responsáveis por essa subida é o Sul do país. Indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Banco Central e Ministério da Economia mostram que essa localidade tem crescido mais do que a média nacional.

Em 2021, a economia do Rio Grande do Sul apresentou crescimento acumulado de 12,2% de janeiro a setembro, sinalizando recuperação maior do que a do Brasil, de 5,7% no mesmo período. Já a indústria catarinense fechou 2021, como o segundo maior crescimento do país. O setor metalúrgico foi o que mais impulsionou esse crescimento.

Os vários setores responsáveis pela reciclagem no Brasil, de ferro e aço, vidro, plástico, papel, alumínio, pneus etc., vão unificar as ações e serão representados pelo Instituto Nacional das Empresas de Sucata Ferro e Aço (Inesfa). A entidade, que hoje reúne as empresas do comércio atacadista de sucatas metálicas, insumo usado para fins siderúrgicos e de fundição, passará a representar todas as áreas da reciclagem de materiais no país, para tornar essa importante atividade mais forte e representativa junto aos três poderes e a sociedade em geral.

“Os recicladores sempre tiveram um papel essencial no Brasil, ao lado dos catadores (os chamados ‘carrinheiros’, mais de 1 milhão de pessoas), na preservação e defesa do meio ambiente e na economia circular. Mas, apesar disso, ainda são pouco reconhecidos e estimulados, principalmente pelos três Poderes do país”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa.

A entidade, já estruturada e organizada, representa atualmente o setor de reciclagem de materiais metálicos, que tem o maior volume de insumos reinseridos na cadeia produtiva e foi indicada para estar à frente na defesa dos interesses dos recicladores nacionais.

No ano passado, o segmento como um todo se reuniu também em Brasília para buscar formas de reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou, em reunião plenária dos ministros, a isenção do PIS e Cofins nas operações de venda de materiais recicláveis à indústria de transformação. Essa isenção existia há mais de 15 anos e foi instituída na ocasião como um estímulo à reciclagem de insumos descartáveis. Na oportunidade, o Inesfa mostrou ao governo que havia muita sonegação no setor e que a Lei 11.196/2005 aumentaria a arrecadação da união.

Com a resolução, as empresas e cooperativas de reciclagem voltarão a pagar os impostos (3,65% ou 9,25%) na venda às indústrias, sem nenhuma garantia de repasse no preço.

Fonte: Monitor Mercantil
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/03/2022

 

Cotação do minério de ferro salta 5%

Os contratos futuros de minério de ferro de referência na China se recuperaram na sexta-feira (11), saltando mais de 5% para registrar um segundo ganho semanal consecutivo com oferta apertada e recuperação da demanda nas usinas.

Os embarques de minério de ferro da Austrália e do Brasil ficaram em 22,45 milhões de toneladas na semana passada, queda de 567.000 toneladas em relação à semana anterior, mostraram dados da consultoria Mysteel.

“Impulsionado pela macropolítica positiva, o consumo downstream está melhorando, enquanto os lucros nas siderúrgicas de processo longo estão decentes. Há mais demanda de reabastecimento nas usinas no período posterior”, segundo nota da SinoSteel Futures.

Os futuros de minério de ferro mais ativos na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em maio, saltaram 5,9%, para 839 iuanes (US$ 132,66) por tonelada na sessão da manhã. Eles terminaram com alta de 3,8%, a 822 iuanes por tonelada, ganhando 1,2% na semana.

Os futuros de aço inoxidável, para entrega em abril, estenderam as perdas pela terceira sessão consecutiva e caíram 3,6%, para 19.235 iuanes por tonelada, enquanto os futuros de níquel de Xangai mergulharam para atingir o limite de negociação de 17% após retomar as negociações na sexta-feira.

Para toda a semana, os preços do aço inoxidável subiram 2,5% em meio à volatilidade nos preços da matéria-prima níquel.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/03/2022

 

Mineradoras apresentam planos para elevar patamar de diversidade, equidade e inclusão

Esta semana, especialistas no tema diversidade, equidade e inclusão (DEI), dirigentes e demais gestores de grandes mineradoras vão apresentar balanço de ações conduzidas pelas empresas e os próximos passos para elevar o patamar de DEI no setor.

A diversidade e a inclusão são alguns dos compromissos assumidos pelo setor mineral na Agenda ESG da Mineração do Brasil. Percebe-se que tem havido uma evolução na implementação de políticas inclusivas, como ações para o aumento da participação das mulheres nas organizações. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer. O diálogo e a criação de uma cultura inclusiva nas empresas mineradoras são fundamentais para se criar ambientes de respeito e oportunidades iguais para todos e todas, avalia o IBRAM.

Uma das metas estabelecidas pelas mineradoras é dobrar o número de participação das mulheres no setor mineral até 2030. Empresas com o percentual atual abaixo de 13% devem chegar a 25%; mineradoras com percentual atual entre 13% a 20% devem dobrar esse número; e as organizações que atualmente têm mais de 20% de mulheres no seu quadro de funcionários devem aumentar para 45%.

De acordo com o 1º Relatório de Progresso do Plano de Ação de Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração, realizado pelo movimento Women In Mining Brasil (WIMBrasil), apenas 15% da força de trabalho é feminina, o que representa uma alta de dois pontos percentuais na comparação com 2020. A presença delas em conselhos executivos é de 11% e nos conselhos de administração, 16%.

Para Patrícia Procópio, presidente do WIMBrasil, muito ainda precisa ser feito para que a indústria seja percebida como um “imã de talentos”, oferecendo as condições necessárias para as aspirações profissionais femininas. “É preciso criar um novo olhar para o setor mineral brasileiro, um olhar de respeito às mulheres em todos os níveis da organização e em todas áreas de atuação, de estímulo aos ambientes de trabalho inclusivos e diversos, e que a participação das mulheres seja valorizada como fonte de expertise técnica, excelência operacional, inovação para promoção da nossa indústria global para um futuro plural, além de mais produtivo e sustentável”, analisa.

Fonte: Assessoria de Imprensa
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/03/2022

“CSN vive seu melhor momento e quer dobrar em três anos”

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) planeja dobrar de tamanho nos próximos três anos, com expansão de capacidade produtiva no Brasil e no exterior e verticalização nos negócios em que já está presente. Novas fusões e aquisições estão nos planos do grupo, que deve destinar entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões para ampliar as operações nos Estados Unidos e Europa nesse período.

Crescer em distribuição, geração de energia e preservação do meio ambiente também faz parte da estratégia, indicou a analistas o empresário Benjamin Steinbruch. “Queremos dobrar o tamanho da companhia nos próximos três anos, mantendo rígidos os nossos compromissos com o mercado em relação a alavancagem financeira e margens”, disse o principal acionista e presidente da CSN.

Nesse intervalo, os ativos da companhia no exterior devem passar a representar algo entre 20% e 30% do total. A ideia é dobrar a capacidade dos ativos existentes na Europa e nos Estados Unidos, e há margem para execução de um projeto “greenfield” em cimento ou siderurgia dentro dos Estados Unidos.

Também deve haver mais aquisições no mercado brasileiro, incorporando a oferta de serviços ao portfólio da CSN. No fim do ano passado, a companhia comprou uma das maiores fabricantes de embalagens de aço para alimentos do país, a Metalgráfica Iguaçu, depois de ter incorporado a Elizabeth Cimentos. Conforme Steinbruch, esse é o perfil de ativo que está no alvo do grupo. “Vamos procurar sempre agregar valor e qualidade, incluindo aquisições na cadeia de fornecedores e clientes”, disse.

O empresário disse que esse crescimento mais agressivo não ocorrerá em detrimento da alavancagem financeira, de forma que a relação entre dívida líquida e resultado operacional (Ebitda) não voltará a ultrapassar 1 vez. Em dezembro, a dívida líquida correspondia a 0,76 vez o Ebitda.

A CSN deve manter o portfólio atual de negócios - siderurgia, mineração, energia, cimento e infraestrutura - e não prevê entrar em novos produtos. A área de energia deve receber investimento considerável em meio aos planos do grupo de se tornar autossuficiente, e se consolidar como “negócio grande e importante”, disse Steinbruch. Na mineração, o grupo planeja oferecer as reservas que não foram prioritárias para exploração por parte de mineradoras menores, de forma “participativa”.

“Nosso crescimento vai ser orientado por alavancagem baixa, compromissos ESG cada vez maiores e uso de tecnologia”, acrescentou. Em relação à descarbonização, a companhia quer avançar em preservação, com a aquisição de grandes áreas.

Para 2022, quando a CSN completa 80 anos, as perspectivas são “muito melhores” do que em 2021, afirmou o empresário. No ano passado, os resultados foram históricos, com receita líquida de R$ 48 bilhões, Ebitda ajustado de R$ 22 bilhões e lucro líquido de R$ 13,6 bilhões - no quarto trimestre, porém, o desempenho mais fraco na mineração acabou pressionando o balanço. Os investimentos no ano devem somar quase R$ 4 bilhões.

De acordo com o diretor de relações com investidores da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, os resultados no último trimestre foram afetados pela piora de desempenho “pontual” na mineração, com preços e volumes menores. Mas essa situação já se reverteu e trará ganhos a partir do primeiro trimestre. “A CSN seguiu na estratégia acertada de margens sobre volume. Houve um impacto importante da mineração, mas a boa notícia é que esse ajuste se reverteu, o que nos permite antever um 2022 tão bom ou melhor que 2021”, disse.

Em 2021, os resultados da CSN foram os melhores da história na esteira do bom momento de preços das commodities, da estratégia de preservação de margens e da atitude “espartana” em custos, afirmou. Na siderurgia, o ano “fantástico”, com volumes e preços fortes, levando ao Ebitda recorde de R$ 9,89 bilhões. Essa trajetória positiva se mantém, segundo o executivo.

Já em cimentos, a Elizabeth foi responsável por 20% dos volumes no quarto trimestre e os aumentos de custo com frete e energia começaram a ser repassados ao preço final, de forma que a previsão é de manutenção das margens vistas em 2021. “O ano [de 2022] será de crescimento menos intenso, mas ainda assim de crescimento e boas margens”, observou.

De acordo com o diretor comercial da CSN, Luis Fernando Barbosa Martinez, a companhia planeja crescer no mínimo 10% no mercado brasileiro de aço em 2022, capturando o crescimento orgânico da demanda e a substituição de importações em meio aos efeitos da guerra na Ucrânia sobre a indústria global e ao movimento de “desglobalização” e descarbonização que já estava em curso.

Com a guerra na Ucrânia, comentou Martinez, os preços de produtos siderúrgicos foram elevados, bem como os custos com insumos (minério e carvão). “O cenário mundial de aço é bastante favorável, apesar do conflito, para que o setor siderúrgico recupere margens. Em laminados e aços longos, acrescentou, a CSN vê espaço para um reajuste de 8% a 10% no mercado doméstico entre o fim deste mês e o início do próximo.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/03/2022

 

CSN: lucro líquido cai 73% no 4º trimestre, mas avança 217% no ano

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) registrou no quarto trimestre de 2021 lucro líquido de R$ 1,061 bilhão, queda de 73% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação ao terceiro trimestre, houve perda de 20%. No ano, no entanto, o lucro líquido atingiu R$ 13,596 bilhões, um avanço de 217% em relação a 2020 reflexo, segundo a companhia do forte desempenho operacional, além do reflexo do ganho na oferta pública de ações da CSN Mineração e das vendas de parte das ações da Usiminas.

A queda em relação ao trimestre anterior é explica no relatório de resultados em razão do menor resultado operacional que acabou por compensar as menores despesas financeiras e impostos registrados no período.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 34,727 bilhões entre outubro e dezembro de 2021, queda de 21% na comparação com o quarto trimestre de 2020. Em relação ao terceiro trimestre de 2021, houve queda de 13%. No ano, o Ebitda chegou a R$ 22,002 bilhões, au,mento de 91% na comparação com o mesmo período de 2020.

Já a receita líquida ficou em R$ 10,361 bilhões no quarto trimestre, alta de 6% em relação ao quarto trimestre de 2020 e avanço de 1,1% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Esse resultado é consequência da melhora do segmento siderúrgico que apresentou recuperação de volume no período, além da incorporação da Elizabeth Cimentos.

A combinação desses fatores acabou por compensar a menor receita verificada no segmento de mineração que foi impactado neste trimestre por um maior volume de chuvas em outubro e paradas programadas tanto na mina quanto no porto no mês de novembro.

Em 2021, a receita líquida totalizou R$ 48 bilhões, o que representa um aumento de 59,4% na comparação com 2020. Esse foi o maior faturamento já registrado na história da companhia e reforça o excelente momento e o ambiente favorável nos principais segmentos operados pela CSN, segundo a empresa.

A CSN informa que a siderurgia atingiu recorde de Ebitda no ano com forte aumento de margem. o ano de 2021, segundo a empresa, também foi marcado pela consolidação da estratégia de crescimento no mercado de cimentos.

Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/03/2022

PL da mineração põe em risco existência de povos indígenas, dizem especialistas

A aprovação do regime de urgência para a tramitação do Projeto de Lei (PL) 191/2020, de autoria do governo federal e que regulamenta a exploração de recursos minerais entre em terras indígenas, aumenta ainda mais a vulnerabilidade das comunidades de povos nativos. Especialistas ouvidos pelo Correio garantem: a proposta que está na Câmara dos Deputados coloca em risco a existência física e cultural dessas comunidades.

Segundo a advogada do Instituto Socioambiental (ISA) Juliana de Paula Batista, pelo menos 237 terras sem decreto de homologação, último passo do processo para a criação da reserva, estão fortemente ameaçadas pelo PL. Isso porque o texto do projeto permite que as áreas sem demarcação concluída não precisem de autorização do Congresso para a exploração de recursos hídricos e riquezas minerais.

"Estamos há pelo menos três anos e meio sem nenhuma demarcação de terras indígenas e pelo menos 237 ainda não têm a homologação. Esse processo pode demorar até 20 anos e, dessa forma, essas áreas ficariam ainda mais expostas", alertou Juliana. Ela lembra que muitas áreas com presença de povos isolados não estão demarcadas.

O deputado federal, ambientalista e coordenador da Frente Ambientalista do Congresso, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), votou contra o regime de urgência do PL e considera a liberação da mineração em áreas indígenas um retrocesso. "É um desastre. Para além da extração do minério, temos, também, o desmatamento provocado pela abertura de estradas e ferrovias", disse.

Para o secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira, "os povos indígenas têm feito uma luta de resistência no Brasil e tem encontrado o apoio da sociedade civil".

Defesa da proposta

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender o projeto que pauta a mineração em terras indígenas. Ao responder, na live de ontem, a pergunta de um internauta sobre a crise de fertilizantes provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o presidente disse que as próprias comunidades de povos nativos são favoráveis à exploração.

Há tempos, Bolsonaro defende a mineração em terras nas quais vivem comunidades de povos nativos. Mas, agora, devido à possibilidade de escassez ou de aumento do preço internacional do potássio — matéria-prima de fertilizantes agrícolas — provocados pela guerra no Leste Europeu, ele vem insistindo que chegou o momento de explorar o mineral existente em áreas indígenas na Amazônia.

"Acredito que tenha que esperar algumas semanas para que vá a plenário. Mas mesmo aprovando esse projeto, vai levar de dois a três anos para começar a produzir algo naquela reserva", explicou.

Fonte: Correio Braziliense
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/03/2022