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Carteira lotadas: Distribuidores esperam alta de 5% em vendas de aços planos em outubro

Os distribuidores de aços planos do Brasil filiados ao Inda, entidade que representa o setor, devem elevar suas vendas em volume em 5% neste mês em relação ao forte desempenho de setembro, afirmou nesta quinta-feira o presidente da entidade, Carlos Loureiro, nesta quinta-feira.

A expectativa do Inda é que as vendas dos distribuidores em outubro somem 343,5 mil toneladas, após 327,1 mil em setembro.

“O mercado (de aço plano no Brasil) está muito firme. As usinas estão com as carteiras lotadas e não há falta de pedidos”, disse Loureiro, em entrevista a jornalistas, citando que as vendas devem crescer em parte por motivos sazonais uma vez que outubro é tradicionalmente um mês aquecido para o setor.

“O que elas (usinas siderúrgicas) reclamam muito é que estão com problemas de rentabilidade com os preços atuais. Com o dólar a 5,70 (reais) está muito difícil para as usinas conseguirem resultados”, afirmou o executivo.

Os dados, que representam pouco mais de 70% das vendas de todo o mercado de distribuição de aço plano do país, vieram uma semana depois de siderúrgicas reunidas no Aço Brasil divulgarem crescimento de 10% na produção de aço bruto em setembro, em um desempenho puxado pelo segmento de aços longos.

Com a previsão para outubro, o Inda mantém expectativa de que as vendas dos distribuidores de aço plano este ano cresçam 3%. No acumulado do ano até o final do mês passado, o crescimento era de 2,7%, somando 2,95 milhões de toneladas.

Segundo Loureiro, o prêmio do aço laminado a quente no Brasil, ou o quão mais caro é o preço do aço nacional em relação ao material importado, está atualmente em cerca de 20%, o que tende a incentivar importações. Siderúrgicas costumam mencionar que uma situação de equilíbrio ocorre com prêmios mais próximos de 10%.

Com isso, apesar das medidas de proteção comercial que entraram em vigor em junho, as importações de aços planos devem encerrar um ano com um crescimento de mais de 10%, disse Loureiro.

Pelos dados do Inda, as importações de aços planos pelo Brasil de janeiro a setembro mostram alta de quase 16%, a 2 milhões de toneladas. O crescimento ocorre sobre o forte fluxo recebido no ano passado e que motivou toda uma mobilização do setor siderúrgico para convencer o governo federal a adotar o regime de cotas quadrimestrais e sobretaxas.

“Hoje tem mais de 240 mil toneladas de material no chão do porto de São Francisco (do Sul-SC), além dos line ups de navios que estão muito fortes”, disse Loureiro.

O presidente do Inda afirmou que, como os preços chineses seguem muito baixos, “os importadores estão ganhando muito dinheiro”, desta forma, as empresas que atuam com material produzido fora do Brasil estão correndo para fazer grandes pedidos antes do preenchimento das cotas de importação sem sobretaxa.

“Assim que abre o espaço para novas cotas, quem tem direito está colocando imediatamente seus pedidos para garantir a disponibilidade”, disse Loureiro, citando que a “única coisa que vai poder resolver o problema da importação no Brasil…é sair o antidumping”.

Segundo o executivo, os pedidos de antidumping feitos pelas siderúrgicas ao governo “estão andando, mas o processo de análise demora ao redor de seis meses”.

Enquanto a punição não é decidida pelo governo federal, o porto de Manaus, que não é atingido pelas medidas de proteção comercial de junho, segue sendo uma das principais portas de entrada de aços planos importados, segundo os dados do Inda. Em setembro, o porto foi responsável por 15% do total de importação de planos pelo país, ou quase 70 mil toneladas. São Francisco do Sul liderou o ranking com participação de 32% no período, ou 144,5 mil toneladas.

“Se for declarado o antidumping, esses importadores, mesmo os da Zona Franca (de Manaus), vão ter de pagar” sobretaxa, disse Loureiro.

Na semana passada, o Comitê de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) decidiu pela aplicação provisória de direito antidumping sobre importações de folhas de aço da China. O material é tradicionalmente usado em embalagens como latas e tem como principal fabricante nacional a CSN.

Loureiro afirmou que houve rumores sobre aumento de preço de aços planos em 5% em setembro no Brasil, mas as negociações não vingaram. “Tem conversa no ar de 5% (de reajuste), mas o momento é muito difícil para isso”, disse o presidente do Inda.

Os associados da entidade chegaram a representar 86% das vendas de aço plano por distribuidores do país no início dos anos 2000, mas desde então essa participação encolheu para os 73% atuais diante do crescimento das importações.

Fonte: Money Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/10/2024

 

Aumento das importações de aço reduz participação das siderúrgicas brasileiras no mercado

As importações de aço continuam crescendo no Brasil e prejudicando a siderurgia nacional. De janeiro até setembro, a alta com relação ao mesmo período do ano passado já gira em torno de 16%.

O aumento das importações tem reduzido a participação das empresas distribuidoras de aços planos no Brasil, associadas ao Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), no mercado nacional.

Conforme dados do Inda, a participação das empresas nas vendas do aço plano no Brasil respondia por 86% do mercado na primeira década do século XXI (entre 2000 e 2010). A partir da segunda década, o aumento das importações e a concorrência com o mercado chinês reduziram a representatividade das empresas nacionais no mercado, que passaram a responder, então, pelos atuais 73%.

“É muito difícil competir com a China. Infelizmente a siderurgia brasileira está comprimida pelo preço do produto chinês”, lamenta o presidente do Inda, Carlos Loureiro.

Para ele, a única forma de resolver o problema do volume crescente de importação de aço no Brasil é a adoção das medidas antidumping, uma vez que as empresas já driblaram as limitações impostas pelas cotas e têm trazido produtos com o boro, elemento químico que está fora do controle das cotas.

Loureiro ressalta que os índices de setembro levam o instituto a esperar um fechamento do ano com níveis de crescimento de importação acima dos 10%.

“Durante um certo tempo, acreditávamos que, com as cotas, teríamos um ano com menos importações que o ano passado, quando houve o grande aumento de volume de importações. Hoje, em função dos números de setembro, das informações de que há produtos já desembarcados e ainda não nacionalizados nos portos, deveremos ter números grandes no último trimestre. Será uma enorme surpresa se este número cair”, afirma. 

Conforme os dados do Inda, as importações encerraram o mês de setembro com alta de 0,6% em relação ao mês anterior, com volume total de 289,5 mil toneladas contra 287,9 mil.

Quando comparado o acumulado do ano, as importações tiveram acréscimo de 15,9%, passando de 1,79 milhão de toneladas de janeiro a setembro de 2023 para 2,07 milhões de toneladas, no mesmo período deste ano.

Rentabilidade das usinas tem sido o maior desafio

Apesar da redução da participação no mercado, o desempenho das usinas nacionais não está ruim. As vendas de aços planos em setembro no Brasil contabilizaram queda de 6,6% se comparado a agosto, mas no acumulado do ano, a rede de distribuição ainda registra alta de 2,7%, mantendo a média do crescimento esperado que é de 3% neste ano.

A expectativa do instituto é que as vendas em outubro tenham alta de 5% em relação a setembro. “Apesar do volume brutal de importações, o mercado está muito firme. As usinas estão vendendo bem, com as carteiras lotadas e não há falta de pedidos”, diz Carlos Loureiro.

“O que [as empresas] reclamam muito é que estão com problemas de rentabilidade com os preços atuais. Com o dólar forte a R$ 5,70 está muito difícil de as usinas conseguirem bons resultados”, explica o presidente do Inda.

Ainda conforme a entidade, o preço do minério de ferro, um dos principais insumos do aço, vive uma nova realidade e gira em torno de US$ 100.

“Alguns analistas alegam que esse preço pode cair ainda mais, porém, abaixo de US$ 90, as mineradoras começam a trabalhar no prejuízo. Então, existe uma resistência muito forte neste valor. Devemos manter os US$ 100”, pontua o dirigente.

Já o estoque, em número absoluto, no mês de setembro, teve alta de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 975,6 mil toneladas contra 961,1 mil, fechando, dessa forma, o giro em três meses. “Para nós é o limite. Acima de três meses, a gente começa a ver o estoque subir mais do que devia”, conclui.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/10/2024

 

Produção global de aço cai 4,7% em setembro, mas a do Brasil cresce, diz World Steel

A produção global de aço bruto diminuiu 4,7% em setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 143,6 milhões de toneladas (mt), segundo dados divulgados pela World Steel Association.

Na China, a produção caiu 6,1% em setembro em comparação com o mesmo período do ano anterior, alcançando 77,1 milhões de toneladas.

Para 2024, espera-se que a China responda por menos da metade do consumo global de aço, em um contexto de desaceleração contínua do setor imobiliário. A associação mencionou que um suporte governamental mais significativo à economia poderia elevar a demanda por aço em 2025.

No mesmo período, o Brasil registrou um aumento de 9,9% na produção, chegando a 2,8 milhões de toneladas (mt).

Já a produção estimada do Irã foi de 1,5 mt, reduzindo 41,2%, enquanto a Índia produziu 11,7 mt, com uma redução de 0,2%.

O Japão registrou uma produção 6,6 mt em setembro, diminuindo 5,8%. Os Estados Unidos alcançaram 6,7 mt, um aumento de 1,2%. A produção da Rússia foi de 5,6 mt, reduzindo 10,3%. A Coreia do Sul teve 5,5 mt, um aumento de 1,3%. A Alemanha alcançou 3,0 Mt, um aumento de 4,3%. A Turquia registrou 3,1 Mt, um aumento de 6,5%.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/10/2024

 

Setor de construção e imóveis pode crescer 9% em 2024

Juntos, os setores imobiliário e de construção civil devem movimentar cerca de R$ 370,6 bilhões até o final deste ano no Brasil.

É o que aponta a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há 30 anos, com base em dados oficiais.

Segundo o levantamento, essa alta é puxada principalmente pela compra de imóveis, já que, de 2023 para 2024, estima-se um incremento de 10,3%, totalizando R$ 114,6 bilhões.

Já a categoria de materiais de construção deve movimentar cerca de R$ 256 bilhões, o que representa um acréscimo de 8,3% em relação ao ano passado.

 

Nos cálculos, são levadas em conta as despesas realizadas somente por pessoas físicas, com aquisição de imóveis, materiais e mão-de-obra para reforma.

Na liderança do ranking nacional, o estado de São Paulo responde por quase R$ 105,2 bilhões dos gastos, porém é o Distrito Federal que, na comparação com o ano passado, contabilizará a maior alta — de 24,6% — nas despesas do setor, resultando em mais de R$ 5,7 bilhões desembolsados pelas famílias.

Perdendo participação nesse consumo estão os estados de Amapá (-13,9%), Roraima (-11,6%) e Rondônia (-6,6%).

Também em alta está a quantidade de indústrias e comércios varejistas no segmento.

Desde 2023, aponta o IPC Maps, foram abertas 168.760 novas unidades — um acréscimo de 8,3% —, totalizando atualmente 2,2 milhões de estabelecimentos no país.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 24/10/2024

 

Produção mundial cai 4,7% em setembro, puxada pela China

A worldsteel divulgou que a produção mundial de aço bruto alcançou 143,6 milhões de toneladas em setembro de 2024, uma queda de 4,7% em relação ao mesmo mês do último ano. A Ásia e a Oceania produziram 105,3 milhões de toneladas em setembro, um recuo de 5% sobre setembro de 2023. Apenas a China produziu 77,1 milhões de toneladas, 6,1% a menos que em setembro do ano passado, enquanto a Índia produziu 11,7 milhões de toneladas no mês, um leve recuo de 0,2% sobre o mesmo mês do último ano. Japão e Coreia do Sul produziram 6,6 milhões de toneladas e 5,5 milhões de toneladas de aço bruto em setembro, respectivamente, com queda de 5,8% e crescimento de 1,3% na comparação com o mesmo mês de 2023.

Os países do Bloco Europeu produziram 10,5 milhões de toneladas de aço em setembro de 2024, ou 0,3% a mais que no mesmo mês de 2023. O destaque fica para a Alemanha, com produção de 3 milhões de toneladas e aumento de 4,3% sobre setembro de 2023. Países europeus, como Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Noruega, Sérvia, Turquia e Reino Unido, produziram 3,6 milhões de toneladas, um crescimento de 4,1% sobre setembro de 2023. A Turquia produziu 3,1 milhões de toneladas, 6,5% a mais que em setembro do ano passado.

A África – Egito, Líbia e África do Sul – produziu 1,9 milhão de toneladas de aço bruto em agosto, 2,6% superior na comparação com setembro do último ano. Já os países da CIS produziram 6,8 milhões de toneladas, um decréscimo de 7,6%, com destaque para a Rússia, que teve um volume de produção estimada de 5,6 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 10,6% na comparação com um ano antes.

Os países do Oriente Médio - Irã, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos – registraram produção de 3,5 milhões de toneladas de aço bruto, 23% a menos que em setembro de 2023. O Irã teve produção estimada de 1,5 milhão e despencou 41,2% no mês.

A produção na América do Norte registrou ligeira queda de 3,4% em setembro de 2024, somando 8,6 milhões de toneladas. Apenas os Estados Unidos produziram 6,7 milhões de toneladas, 1,2% a mais que em setembro de 2023, enquanto a produção na América do Sul alcançou 3,5 milhões de toneladas, 3,3% a mais do que em setembro de 2023. O Brasil produziu 2,8 milhões de toneladas e cresceu 9,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano até setembro, a produção mundial de aço bruto somou 1.394 bilhão de toneladas, o que representa um retrocesso de 1,9% em relação ao mesmo período do último ano.

Fonte: Brasil Mineral
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/10/2024

 

O que é uma construção resiliente às mudanças climáticas?

Eventos climáticos extremos deixaram de ser acontecimentos esporádicos. Tornaram-se fenômenos cada vez mais comuns. Enchentes de grandes proporções e incêndios florestais motivados por secas prolongadas estão mais frequentes. Terminam, muitas vezes, com consequências devastadoras para o meio ambiente e as pessoas.

Se a construção civil ainda é devedora, junto com outros setores, de respostas mais efetivas para a redução das emissões dos gases de efeito estufa, terá de lidar agora, também, com os efeitos dessa transformação no planeta.

Um novo termo começa a ser empregado no setor, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo: construção resiliente às mudanças climáticas. Mas, afinal, do que se trata?

Para compartilhar informações e conhecimentos a respeito, nós convidamos para o Podcast AEC Responde o engenheiro civil José Luiz Esteves da Fonseca, gestor executivo de relações institucionais e sustentabilidade na MRV&CO.

- Ouça o áudio na íntegra aqui, e/ou leia entrevista, a seguir.

AECweb – O que é uma construção resiliente às mudanças climáticas?

José Luiz Esteves da Fonseca – Uma construção resiliente às mudanças climáticas é aquela que se antecipa e se adapta, na medida do possível, aos impactos, por exemplo, de enchentes, da elevação do nível do mar e dos deslizamentos de terra. No passado, as construções focavam em eventos de cheia máxima, as chamadas cheias centenárias. Hoje, no entanto, a resiliência inclui aspectos como conforto térmico e prevenção de crises hídricas, além da análise dos riscos ao selecionar terrenos para incorporação. Ferramentas avançadas permitem prever ameaças relacionadas ao clima em lotes e localidades específicas. Não é simples convencer as pessoas a investirem em soluções preventivas, pois são medidas que, em geral, encarecem o projeto. Mas soluções resilientes podem agregar valor ao produto e contribuir para melhorar o microclima local, especialmente em projetos de smart cities, que utilizam sistemas baseados na natureza para aprimorar o ambiente urbano.

AECweb – Trata-se de uma questão, portanto, que deve ser avaliada ainda na concepção do empreendimento, na etapa de projeto...

Fonseca – Sim, quanto mais cedo isso for feito, com base em estudos científicos, maior a eficiência. Isso inclui, por exemplo, o uso de materiais com menor pegada de carbono e fachadas com elevada performance térmica. Com as normas de desempenho exigindo, no caso de alguns componentes, uma vida útil de 50 anos, a análise do ciclo de vida dos materiais se torna essencial para se pensar em uma agenda para 2030, 2035 ou 2050. Tecnologias como o BIM (Building Information Modeling) facilitam essa abordagem integrada, pois permitem prever soluções e fornecer informações úteis para o uso e manutenção das edificações.

AECweb – O que deve ser feito pela construção civil, nos próximos anos, para adequar os produtos ao novo cenário de eventos climáticos extremos? Pode haver mudanças em normas técnicas e nas premissas dos projetos arquitetônicos, estruturais, fachadas etc.?

Fonseca – Nos próximos anos, a construção civil precisará se adaptar aos eventos climáticos extremos com uma abordagem mais dinâmica e flexível. As cidades devem ser vistas como estruturas vivas. As leis e normas, muitas vezes rígidas, precisam evoluir para acompanhar as mudanças. A inovação é essencial, mas isso depende de ajustes em processos urbanos, como planos diretores e a colaboração entre diferentes municípios. Há cidades que tem procurado se adaptar, como Campinas, que está criando corredores ecológicos para melhorar o microclima, ou São Paulo, que tem estimulado o retrofit em prédios antigos para revitalizar centros urbanos. Veja a importância de soluções baseadas na natureza como, por exemplo, as cidades esponjas, que absorvem água para prevenir enchentes. Veja também o caso da Flórida, onde as novas construções já são projetadas para suportar furacões. Isso garante maior segurança para os moradores que precisam permanecer em casa durante tais eventos. Não há, entretanto, solução única: são necessárias pequenas ações locais, com a participação de vários agentes, para criar uma cidade mais resiliente e sustentável.

AECweb – Em recente artigo sobre o tema, o senhor afirmou que "a resiliência climática pode contribuir com soluções de habitabilidade digna e integrada ao ambiente urbano com acessibilidade para todos". Trata-se de um imenso desafio: fazer com que ações isoladas de cada empresa sejam integradas em prol do coletivo, ou seja, das cidades. Na sua visão, como podemos chegar lá?

Fonseca – Tudo começa no projeto e nas decisões que o envolvem. Pense, por exemplo, em um corte, um desaterro. Ao invés de retirar essa terra e jogar em um aterro sanitário, será que não posso deslocá-la para outro terreno, seja da minha ou de outra empresa, que esteja precisando desse material? Ao fazer isso, já reduzimos a distância média de transporte e, por consequência, a pegada de carbono e o impacto no trânsito local. Existem soluções baseadas na natureza, como os jardins de chuva, capazes de mitigar graves problemas urbanos, como alagamentos e enchentes e, ao mesmo tempo, criar espaços de convivência. Materiais sustentáveis e a busca pela eficiência energética também são muito importantes. Precisamos fomentar a economia circular e o uso de tecnologias inovadoras na construção civil. Mas tudo isso não pode depender apenas de uma empresa ou mesmo de um setor isoladamente. Trata-se de uma ação conjunta de diferentes segmentos. A resiliência urbana está ligada, por exemplo, à saúde pública e à educação, que é essencial para criar uma cultura de sustentabilidade. Sem educação, não promovemos mudanças duradouras na sociedade.

Colaboração técnica

José Luiz Esteves da Fonseca – Gestor executivo de relações institucionais e sustentabilidade na MRV&CO, possui mais de 30 anos da experiência na área de construção civil e sustentabilidade. Graduado em engenharia civil pela UFMG e pós-graduado em engenharia de segurança do trabalho, gestão em resíduos sólidos e meio ambiente, além de gestão e perícia ambiental. Na MRV, passou pelas áreas de engenharia de segurança do trabalho e gestão ambiental, foi gestor executivo de segurança, saúde, meio ambiente, qualidade e sustentabilidade até 2021, coordenando o processo de implantação da gestão de resíduos da empresa.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 23/10/2024