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UFC e Vale firmam parceria inédita para o desenvolvimento de novos materiais aplicados em descarbonização

O desenvolvimento de tecnologias sustentáveis deu origem à primeira parceria PD&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação) entre a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a empresa Vale.Tendo à frente o pesquisador Diego Lomonaco, professor do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica e coordenador do Laboratório de Produtos e Tecnologia em Processos (LPT), o projeto foi acordado no segundo semestre de 2023 no valor de R$ 550 mil e abrange pesquisas com fins de redução das emissões de carbono na Vale.

Integram a equipe do projeto as professoras da UFC Selma Mazzetto, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica (Centro de Ciências); Janaína Machado, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (Centro de Tecnologia); e Flávia Santos, do Departamento de Fisiologia e Farmacologia (Faculdade de Medicina); além do pós-doutorando Leandro Nascimento. O enfoque dos estudos da equipe será em novos materiais para serem aplicados nas iniciativas da Vale de buscar produtos mais verdes para a área de minério de ferro.

Na Vale, o projeto será desenvolvido no Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF), que é um dos mais modernos centros tecnológicos em mineração e siderurgia do mundo. Atualmente, a Vale é uma das únicas mineradoras do mundo a manter um centro de pesquisa com essa estrutura. O CTF possui equipe multidisciplinar, diversos laboratórios e tem como foco pesquisar o uso do minério de ferro na siderurgia desenvolvendo soluções de carga e novos produtos, agregando assim valor ao portfólio da Vale e garantindo soluções adequadas às necessidades dos clientes. Recentemente, o CTF tem se firmado como um importante núcleo de excelência na estratégia de descarbonização da siderurgia.

BOAS PRÁTICAS – Além da inovação no campo científico, o projeto de parceria com a multinacional destaca-se pelo formato do contrato – sendo a propriedade intelectual 100% da Vale, mas com contrapartida financeira para a UFC – bem como pela rapidez na aprovação. Ao todo, foram 43 dias desde o início do processo até a assinatura final pelo reitor Custódio Almeida no Sistema Eletrônico de Informações (SEI).

“Essa é a primeira parceria com a Vale formalmente identificada pela Universidade e foi um trabalho de times da Universidade. A gente conseguiu fazer negociações complexas com essa empresa enorme, colocando o nosso peso institucional e de experts”, destaca Carol Matos, coordenadora do Escritório de Projetos da Pró-Reitoria de Relações Interinstitucionais da UFC (EP/PROINTER).

De acordo com a pró-reitora-adjunta de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, Profª Cláudia do Ó Pessoa, o tempo recorde para a formalização da parceria integra novas práticas de gestão que vêm sendo adotadas na UFC Inova, seguindo os fluxos e processos para proteção intelectual e transferência tecnológica estabelecidos na Lei Federal nº 10.973/2004 (Lei da Inovação) e na Resolução da UFC nº 38/CONSUNI, de 18 de agosto de 2017.

“A UFC INOVA vem qualificando o seu corpo técnico e estabelecendo as boas práticas de gestão, criando um ambiente propício para as práticas de interação, com celeridade e segurança nos acordos de parcerias entre a Universidade e o setor empresarial”, pontua.

Destaca ainda Carol Matos que o suporte junto ao pesquisador e a articulação do Escritório de Projetos com demais instâncias da Universidade tornaram a firmação da parceria um case de sucesso, a partir do alinhamento da equipe de pesquisa e desenvolvimento da Vale com diversos atores do ecossistema de inovação da UFC. “Apoiamos toda a conjuntura, o arranjo jurídico e administrativo, e o arranjo de parcerias que era necessário ser vencido pelo pesquisador para que ele se sentisse seguro e fosse apoiado até o final, até o processo de assinatura”, comenta.

Fonte: UFC
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/02/2024

Inteligência artificial descobre mina de cobre gigantesca na África

A KoBold Metals, uma startup de mineração que usa inteligência artificial para explorar materiais essenciais para a transição da energia verde, disse que descobriu um enorme depósito de cobre na Zâmbia.

A KoBold, sediada na área da Baía de São Francisco, cujos acionistas incluem a Breakthrough Energy Ventures - apoiada por Bill Gates, Jeff Bezos e Michael Bloomberg - bem como a T. Rowe Price Group, Bond Capital, Andreesen Horowitz e Equinor ASA, vem perfurando na mina de Mingomba, na Zâmbia, há pouco mais de um ano.

De acordo com o presidente da KoBold, Josh Goldman, Mingomba está se preparando para ser "extraordinária".

Goldman comparou o potencial de Mingomba ao da mina Kakula, desenvolvida pela Ivanhoe Mines e pela Zijin Mining Group , da China, do outro lado da fronteira, na República Democrática do Congo. Essa mina produziu quase 400 mil toneladas de cobre no ano passado.

- A história de Mingomba é que ela é como Kakula, tanto no tamanho quanto no grau. Será uma das grandes minas subterrâneas de mais alto grau - disse Goldman em uma entrevista antes da conferência Mining Indaba, na Cidade do Cabo.

Embora a empresa tenha como meta sua primeira produção no início da próxima década, ela ainda precisa publicar uma estimativa de recursos atualizada e concluir estudos de viabilidade que informarão a decisão sobre a construção da nova instalação, que Goldman estima que poderá custar US$ 2 bilhões.

A KoBold está usando sua tecnologia de inteligência artificial para processar dados de perfuração e otimizar a exploração de cobre e cobalto em Mingomba.

Com foco na projeção de escassez de longo prazo de materiais como cobalto, níquel e lítio, a KoBold não está se preocupando com os preços baixos que atualmente estão causando estragos em alguns projetos de baterias metálicas em todo o mundo.

- Capitalizamos a empresa para podermos fazer investimentos de longo prazo. Nós nos importamos muito com o preço dessas commodities em 2035 e não nos importamos com o preço em 2024 - afirmou Goldman.

As empresas de mineração têm alertado sobre a iminência de déficits de cobre, impulsionados pela crescente demanda pelo metal em parques eólicos e solares, cabos de alta tensão e veículos elétricos. Essa revolução verde está estimulando a concorrência por recursos escassos, com os Estados Unidos tentando recuperar o atraso depois que as empresas chinesas dominaram por muito tempo o investimento em mineração na África.

Mingomba é o projeto mais avançado do portfólio da KoBold, mas a empresa também está explorando mais de 60 outras áreas, sendo que grande parte dessa atividade está concentrada na Austrália, no Canadá e nos EUA.

Em dezembro, a empresa anunciou que havia descoberto vários depósitos de lítio em potencial em locais como Namíbia, Quebec e Nevada.

A KoBold gastou cerca de US$ 100 milhões em exploração no ano passado e espera ultrapassar essa cifra em 2024 - alocações na "mesma escala das grandes empresas", como o BHP Group e a Rio Tinto, de acordo com Goldman.

Mingomba poderia ajudar o governo de Zâmbia, o segundo maior produtor de cobre da África, a reverter anos de declínio e a atingir sua meta de triplicar a produção em uma década.

 
Fonte: O Globo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/02/2024

Governo avalia efeitos de pedido do setor de siderurgia para elevar taxação

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, reforçou, nesta sexta-feira (2), que o governo está debruçado sobre a demanda da indústria siderúrgica, que cobra uma elevação a 25% nas taxas de importação do aço.

Elias Rosa observou que o governo é sensível à preocupação do setor, mas ponderou também que o pedido pode gerar um efeito para outros segmentos, que temem impacto inflacionário em caso de sobretaxação. As variáveis estão sendo analisadas e ainda não há um prazo para a decisão, disse o número 2 do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin.

“Isso ainda está sendo avaliado, analisado. O governo precisa e vai lançar mão de algum instrumento, seja para atender, seja para negar. Enfim, é essa decisão que precisa ser tomada. Alguns setores são estratégicos e provocam um efeito em cascata. Pode ter impacto inflacionário, é o transbordamento, um efeito de transbordamento. E qual é esse efeito? É um efeito positivo ou é um efeito negativo sobre o preço? Isso precisa ser avaliado. Agora, essa não é uma avaliação simples de ser feita”, disse em entrevista à revista Exame, transmitida ao vivo.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o impacto inflacionário de uma eventual sobretaxa no aço é um dos principais pontos observados pelos técnicos do governo. A indústria siderúrgica nacional é prejudicada pelo excesso de capacidade produtiva de outros países, especialmente a China. E, antes mesmo da guerra na Ucrânia, países têm adotado políticas protecionistas à siderurgia, como os Estados Unidos fizeram em 2018. México, Chile e nações europeias também elevaram as taxações recentemente – e são citados como exemplos pelas empresas brasileiras.

Apesar do perfil mais protecionista, o governo se vê numa encruzilhada porque não pode ignorar os impactos inflacionários de um eventual aumento do imposto de importação. O receio de que a sobretaxa sobre o aço provoque impactos inflacionários e danos à economia não é exclusivo do governo.

Como mostrou também o Broadcast, uma coalizão de 16 entidades alertou para o risco de desindustrialização caso o Brasil venha a aumentar a taxação das importações de aço de aproximadamente 12% para 25%.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/02/2024

Projeto social une investidor milionário e Gerdau no RS

Um projeto social de reforma de casas une a Gerdau e o empresário João Paulo Pacífico no Rio Grande do Sul e em mais cinco Estados. Pacífico é o executivo do mercado financeiro que, recentemente, ficou conhecido por ser o único multimilionário brasileiro a assinar um documento defendendo que os ricos pagassem mais impostos. 

É com a ajuda da empresa do investidor, a Gaia Investimentos, que a Gerdau financia uma parte do projeto Reforma que Transforma. Lançado em 2022, o programa doa a reforma de imóveis a famílias carentes ou financia essas obras a juros subsidiados. 

No Rio Grande do Sul, o projeto acontece em Sapucaia do Sul e Charqueadas, municípios onde a Gerdau possui fábricas. Ao todo, no país, são 12 cidades em seis Estados. 

— Quando a Gerdau completou 120 anos, em 2021, pensamos em qual o legado que a empresa poderia deixar para a sociedade — explica Paulo Boneff, líder de responsabilidade social da Gerdau, sobre a motivação para o projeto. 

Conforme balanço da siderúrgica, neste dois anos, 68 casas foram reformadas em Charqueadas e 27 em Sapucaia do Sul. No país, foram 1.264 obras doadas. É possível arrumar uma parte da casa. As áreas mais demandadas são banheiro, cozinha e teto.

Caso a pessoa interessada não se enquadre nos quesitos para ganhar de graça a obra, ela ainda pode pleitear o financiamento com juros subsidiados. O pagamento deve ser feito em até 24 vezes. É aí que entra a parceria entre a Gerdau e a Gaia Investimentos.

Paulo Boneff conheceu João Paulo Pacífico através de um parceiro de negócios em comum. Em 2022, a empresa de investimentos lançou uma debênture — um título de dívida — formado pela doação de R$ 10 milhões da Gerdau. É esse dinheiro que as famílias tomam emprestado para as reformas. 

— O beneficiário paga as 24 parcelas e o dinheiro volta para ajudar outra família, gerando um efeito de alavancagem — explica o executivo da Gerdau. 

Ao todo, a Gerdau doará R$ 40 milhões ao longo de 10 anos do Reforma que transforma, sendo R$ 10 milhões da debênture. O programa também se destaca por priorizar fornecedores de materiais e mão-de-obra locais. A empresa estuda ampliar para outras cidades dentro de um ou dois anos. 

Fonte: GaúchaZH
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/02/2024

Setor de mineração deve investir US$ 64,5 bi no Brasil até 2028

As empresas de mineração devem investir US$ 64,5 bilhões (cerca de R$ 319 bilhões) no Brasil até 2028. A projeção para os próximos 5 anos é 28,8% superior à do ano passado, de US$ 50 bilhões. A estimativa foi divulgada nesta 4ª feira (31.jan.2024) pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).

Segundo o diretor-executivo do Ibram, Raul Jungmann, a alta é motivada por novos investimentos socioambientais das mineradoras, além de projetos de logística e no segmento de minerais críticos, como lítio. Empreendimentos de minério de ferro ainda lideram, respondendo por US$ 17,3 bilhões (27%).

Minas Gerais e Pará, maiores produtores de minério de ferro do país, são os Estados que mais receberão investimentos, com 30,6% e 28% do total respectivamente.

Na sequência aparece a Bahia (16,1%), onde está em execução a maior obra do setor atualmente: a construção de um trecho da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), que vai ligar minas da Bamin (Bahia Mineração) até portos baianos.

De acordo com o Ibram, o setor de mineração teve faturamento de R$ 248,2 bilhões no Brasil em 2023, número considerado estável diante do resultado de 2022, que foi de R$ 250 bilhões.

Foram cerca de 392 milhões de toneladas de produtos do setor mineral exportados (aumento de 9,5% em relação a 2022). O minério de ferro foi responsável por 71% das exportações.

Na avaliação do instituto, os números sinalizam perspectiva positiva para o setor em 2024 e nos anos seguintes. Segundo Jungmann, a nova política industrial, anunciada pelo governo em 22 de janeiro, coloca a mineração como setor estratégico para a transição energética, a descarbonização e o desenvolvimento tecnológico da indústria nacional.

“São iniciativas que demandam oferta crescente e perene de minérios. Mas o país precisa investir mais em conhecimento geológico, em instrumentos de crédito para o setor mineral, além de estabelecer maior nível de segurança jurídica para atrair mais investimentos externos”, disse.

O diretor-executivo do Ibram afirmou ainda que há riscos no caminho, como o aumento da carga tributária. Jungmann criticou o fato de alguns Estados e municípios criarem taxas sobre a atividade mineral e disse estar preocupado com o teor da Reforma Tributária promulgada, que inclui a incidência de imposto seletivo sobre a mineração.

“O Ibram e as mineradoras estão mobilizados junto às autoridades para evitar essa escalada da carga tributária e estabelecer uma decisão racional que irá proporcionar a multiplicação dos investimentos”, afirmou.

 
Fonte: Poder 360
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/02/2024

Lei do Aço já está em vigor no Estado do Rio

Entrou em vigor no mês de janeiro a Lei 8.960/20, após uma longa batalha judicial. A Lei do Aço, como é chamada, é de autoria do deputado estadual Gustavo Tutuca, que atualmente está licenciado pois é secretário de Estado de Turismo. Ele comemora sua implementação e lembra que a medida concede regime diferenciado na tributação do ICMS a indústrias do setor metalmecânico instaladas no Rio, beneficiando todos os 92 municípios do Estado, mas fortemente o Sul Fluminense por conta da Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN.

A expectativa era de que a Lei do Aço criasse cinco mil novos empregos apenas na região. Uma estimativa feita há pouco mais de um ano. Porém, como anunciado pela CSN na edição de ontem do A VOZ DA CIDADE, somente ela, prevê contratar cinco mil pessoas até 2026. “Já falei algumas vezes e não canso de repetir que essa é a lei mais importante dos meus quatro mandatos, pois traz benefícios diretos à sociedade. A Lei do Aço equilibra a disputa fiscal do Rio com outros estados e terá um papel fundamental para geração de emprego e renda, uma vez que ela prevê o benefício para a cadeia produtiva do setor nos 92 municípios fluminenses”, disse Tutuca.

Com a lei em vigor, o Rio de Janeiro fica em condições iguais a outros estados que já contam com esse benefício fiscal, como Minas Gerais e São Paulo. Terão direito ao novo regime tributário as empresas que já operam no Estado do Rio e também àquelas que vierem a se instalar.

Fonte: A Voz da Cidade
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/02/2024