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Produção de motos crescerá quase 20% em 2022

A grande procura por motos levou as fabricantes a revisar para cima a projeção anual de produção para 1,42 milhão de unidades, o equivalente a 18,8% a mais que em 2021. A nova estimativa foi divulgada em entrevista coletiva concedida na quinta-feira, 13, pela Abraciclo, associação que reúne as montadoras instaladas em Manaus.

Com a nova projeção, 2022 fechará como o melhor ano para a produção de motos desde 2014, quando 1,52 milhão de unidades saíram das linhas de montagem do Amazonas.

Produção de motos tem segundo melhor mês de 2022

Setembro foi o segundo melhor mês do ano para as fábricas, que montaram 139,6 mil unidades, 4,3% a menos que em agosto, que teve mais dias úteis. O acumulado dos nove meses teve 1,06 milhão de motos fabricadas em Manaus, indicando alta de 18,4% sobre os mesmos nove meses do ano passado.

“Teremos mais dois meses fortes até o fim do ano, outubro e novembro, próximos a 140 mil unidades”, estima o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. “As fábricas mantêm a curva de produção ascendente e o mercado pede por mais motos”, diz.

Fermanian admite que permanecem as filas de espera pelos modelos mais vendidos. “As fábricas, juntas, teriam de colocar cerca de 100 mil motos a mais no mercado para resolver o problema”. Essas filas podem demorar 30 dias ou mais, dependendo do modelo, cor ou versão.

Escassez de insumos ainda reflete na produção de motos

A falta de componentes eletrônicos também afeta a produção de motos em 2022, como conta o gerente de relações institucionais da Yamaha, Afonso Cagnino: São pelo menos três chips por moto, um para a central eletrônica do motor, outro para o freio ABS dianteiro e outro para o painel de instrumentos. Se houver ABS nas duas rodas entra mais um chip. Esses componentes vêm da Ásia, não há fornecedor local.

Segundo Cagnino, outros problemas como o fluxo de contêineres de peças e a disponibilidade de navios também atingem a indústria. No acumulado até setembro, enquanto a produção da Honda aumentou 19,8%, a da Yamaha cresceu 11%.

500 contratações do fim de 2021 a julho de 2022

Por conta da produção aquecida, o setor de duas rodas contratou, em Amazonas, cerca de 500 colaboradores desde o fim do ano passado. Até julho havia perto de 15 mil pessoas trabalhando no setor. O número é da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que ainda não divulgou o acumulado até setembro.

“Vale dizer que todas as fábricas vêm cumprindo protocolos de segurança em relação à Covid-19, que agora estão mais flexíveis”, afirma o diretor-executivo da Abraciclo, Paulo Takeuchi. Este foi durante meses o principal motivo para o descompasso entre a oferta e a demanda, a dificuldade das fábricas para produzir e ao mesmo tempo cumprir o afastamento entre os colaboradores na linha de montagem.

Vendas internas vão chegar a 1,35 milhão

A Abraciclo também revisou para cima as vendas no mercado interno. A nova estimativa prevê 1,35 milhão de unidades, 16,7% a mais que no ano passado.

“As vendas estão aquecidas não só por causa da entrega de encomendas para o comércio eletrônico, mas também por motivos como a necessidade de mobilidade urbana, economia de combustível, pelo baixo custo de aquisição e de manutenção e também porque as motos vêm sendo usadas como um complemento de renda”, afirma Fermanian.

O acumulado do ano até setembro teve 986,5 mil motocicletas licenciadas, uma alta de 17,2% sobre o mesmo período do ano passado. A análise isolada de setembro mostra 123,6 mil motos emplacadas, o segundo melhor resultado do ano, atrás apenas de maio. A média diária de emplacamentos do nono mês foi próxima a 5,9 mil unidades, ante 6 mil motos/dia registradas em maio.

Exportações ficarão abaixo de 60 mil

As novas projeções da Abraciclo também incluíram uma revisão para cima das vendas externas. Até o fim do ano os embarques devem somar 59 mil motos, o que dará um pequeno crescimento de 10,3% sobre 2021, um ano ruim.

O acumulado até setembro teve 43,7 mil motos exportadas, alta de apenas 2,1% sobre iguais meses do ano passado. A Colômbia se consolida como o principal destino das motos brasileiras (28,6% de participação). O motivo é a retração do mercado argentino, que ainda sustenta a segunda posição (23,6%), à frente dos Estados Unidos (20,9%).

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 17/10/2022

Confiança da indústria caiu em outubro, afirma CNI

A confiança da indústria caiu em outubro de 2022, após sucessivos avanços de otimismo do setor industrial ao longo do ano. Esse é o retrato apresentado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador recuou 2,6 pontos na passagem de setembro para outubro e está em 60,2 pontos. Apesar da queda, o dado mostra que a indústria permanece confiante, pois está acima da linha de corte de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança. 

De acordo com a economista da CNI Larissa Nocko as expectativas para os próximos seis meses estão mais moderadas, tanto no que diz respeito à visão do empresário para a empresa quanto para a economia brasileira. O Índice de Expectativas recuou 3,2 pontos em relação a setembro, para 61,8 pontos. Ainda assim, por estar acima de 50 pontos, o índice continua demonstrando expectativas otimistas.

O Índice de Condições Atuais recuou 1,5 ponto para 56,9 pontos. Mesmo assim continua em um patamar elevado e apontando melhora da percepção do momento atual da economia brasileira e das empresas em relação aos seis meses anteriores. A avaliação, porém, é mais moderada que em setembro, especialmente na visão dos empresários com relação às condições das suas próprias empresas.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 14/10/2022

Tombo do minério afeta empresas do setor

O tombo do minério de ferro nesta semana, diante de indicativos de que o governo chinês não irá aliviar sua política de covid zero, pesa contra as mineradoras. Ontem, Vale caiu 1,78% e CSN Mineração teve perda de 5,56%. O cenário pessimista parte das siderúrgicas, que também recuaram. Usiminas caiu 0,78%, seguida por CSN (-0,73%). Gerdau e Metalúrgica Gerdau conseguiram virar a chave e subir 0,19% e 0,53%, respectivamente.

Fonte: O Estado de São Paulo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/10/2022

Produção local pode reduzir dependência de fertilizantes importados

Com o objetivo de atender ao mercado nacional de fertilizantes, a Potássio do Brasil está implantando o Projeto Potássio Autazes, voltado para extração e beneficiamento de potássio no município de Autazes (AM), a 112 Km de Manaus.

Para implantar o primeiro projeto de potássio do Amazonas, a empresa está investindo cerca de US$ 2,5 bilhões.

Com vida útil de 23 anos e capacidade de produção de 2,4 milhões de toneladas de cloreto de potássio ao ano, o projeto ajudará a diminuir a dependência da importação deste insumo de outros países, como Canadá, Rússia e Bielorrússia, reduzindo o custo da produção agrícola no Brasil.

O empreendimento já possui a Licença Prévia (LP) e aguarda a Licença de Instalação (LI). Atualmente está em fase de licenciamento ambiental junto ao órgão ambiental do Amazonas.

Durante o Roadshow “Formação de Preços e Relações Contratuais”, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no dia 27 de setembro, o presidente da empresa Potássio do Brasil, Adriano Espeschit, falou sobre a importância do agronegócio para a matriz econômica do país e o mercado mundial de alimentos.

“Com o crescimento da população mundial, com certeza, o Brasil vai ser um player ainda mais forte, passando para dois pratos de comida em cada cinco, em pouco tempo”, previu Espeschit.

Porém, ressaltou, o país ainda é bastante dependente da importação do principal insumo agrícola, que é o fertilizante à base de potássio.

Para o executivo, o fortalecimento da cadeia produtiva do cloreto de potássio do Brasil pode contribuir para garantir segurança alimentar para o país e para o mundo.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 14/10/2022

CNI projeta crescimento de 3,1% para o PIB do Brasil em 2022

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) passou a projetar crescimento de 3,1% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. A expectativa anterior, de julho, era de alta de 1,4%. Os dados fazem parte do Informe Conjuntural do 3º trimestre divulgado nesta terça-feira (11). A previsão para o PIB industrial é de alta de 2% neste ano, ante previsão anterior de 0,2%.

A revisão positiva ocorre devido às mudanças de cenário no primeiro semestre, com normalização parcial das cadeias de suprimentos mesmo diante da continuação da guerra Rússia-Ucrânia, dos novos riscos no cenário internacional e das paralisações em cidades na China devido à Covid. A indústria tem tido sucesso na busca por alternativas para reduzir e contornar o problema da falta de insumos. A produção industrial manteve ritmo de crescimento, ainda que moderado, pela maior parte do ano até o momento.

A indústria da construção, que já mostrava um desempenho positivo, recebeu novo impulso com a ampliação do Casa Verde e Amarela, programa de financiamento à habitação do governo federal. E o setor de Serviços segue em crescimento, impulsionado pela normalização de suas atividades no pós-pandemia, sobretudo aquelas ligadas à mobilidade das pessoas. No caso do setor de Serviços, a projeção passou de alta de 1,8% para alta de 3,8%.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que é importante que o ritmo de crescimento projetado para 2022 seja mantido nos próximos anos.

“O Brasil precisa crescer de forma sustentada, elevar a renda média da população e colocar-se entre os países mais desenvolvidos. Para isso, devemos implementar, com urgência, ações consistentes que incentivem os investimentos e aumentem a competividade e a produtividade das empresas”, diz.

Segundo ele, é fundamental que as principais pautas avancem no Congresso Nacional, em particular a reforma tributária que está em discussão no Senado, a PEC 110. “Estamos seguros de que deputados e senadores continuarão dando as respostas de que o país necessita, mobilizando-se, discutindo, votando e aprovando os projetos adequados, sobretudo a proposta que moderniza o principal gargalo para as empresas do país, que é o nosso sistema tributário”, diz.

Atividade econômica mais aquecida impulsionou o mercado de trabalho

O gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, explica que a atividade econômica de serviços mais aquecida impulsionou o mercado de trabalho, com o aumento significativo do número de pessoas ocupadas. Em 2022, essa trajetória foi acompanhada pelo avanço do rendimento médio, o que não havia acontecido em 2021. 

A recuperação do mercado de trabalho segue consistente no terceiro trimestre, com o emprego em elevação, totalizando 99 milhões de pessoas ocupadas, no trimestre encerrado em agosto. Desta forma, a expectativa de taxa de desemprego média no ano caiu de 10,8% para 9,3%, e a expectativa de crescimento da massa salarial real passou de 1,6% para 5,1%, beneficiada também pela queda da inflação

Além disso, novos impulsos fiscais tiveram início no terceiro trimestre, como o aumento do valor do benefício Auxílio Brasil, e a criação do auxílio a caminhoneiros e taxistas, e darão sustentação ao consumo

Previsão da CNI para inflação é de 5,9% em 2022

Outra mudança importante foi percebida na dinâmica de preços. A inflação desacelerou fortemente a partir de maio de 2022, com variação negativa de preços em julho, agosto e na prévia de setembro. Essa queda da inflação se deve não só à forte influência das desonerações tributárias sobre energia, combustíveis e telefonia, como também à desaceleração na alta dos preços industriais e de alimentos. 

“Essa queda na inflação também contribui para a recomposição do rendimento médio real e da massa salarial real e, consequentemente, do poder de compra das famílias e do consumo”, explica Telles.

Exportações devem superar importações em US$ 51,3 bilhões

Exportações e importações permanecem com crescimento vigoroso neste ano, alavancadas principalmente pelos preços. A previsão para 2022 é de superávit da balança comercial em US$ 51,3 bilhões.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 13/10/2022

 

Riscos de crises e de recessão crescem na economia mundial

A economia global encerrou o segundo trimestre em contração e seus piores momentos ainda estão por vir, avalia o Fundo Monetário Internacional em seu Panorama da Economia Mundial. Na metade final do ano, países que compõem um terço do PIB mundial registrarão dois trimestres consecutivos de queda. O Fundo manteve a previsão de crescimento global de 3,2% neste ano e rebaixou a do ano que vem a 2,7%. O nível corrente de atividade já é inferior ao da média deste século (2000-2021), de 3,6%.

O relatório do Fundo confirma que tudo o que poderia dar errado está dando, em uma sucessão de choques que produziu um desafio inédito em quatro décadas - inflação elevada e persistente nas economias avançadas. Os fatores de incertezas, que correm risco de se intensificarem, são conhecidos. Os preços dos alimentos e commodities dispararam ao fim da pandemia, os programas bilionários de auxílio financeiro elevaram a demanda quando as cadeias de produção haviam sido rompidas, e seguem causando distúrbios com a volta da covid-19 a seu berço de origem, a China, que continua combatendo-a da mesma forma: com rígidos lockdowns envolvendo centenas de milhões de pessoas em cidades economicamente importantes.

O mais recente impulso inflacionário e de ruptura na produção veio da invasão da Ucrânia pela Rússia. Os preços da energia quadruplicaram na Europa e subiram no resto do mundo. O fornecimento de gás russo, do qual os europeus dependem, é hoje de 20% do que foi. O custo subiu e pode subir ainda mais no inverno, em uma mudança do setor de energia que o FMI qualifica de estrutural. Com isso, a inflação chegou perto de 10% nas economias desenvolvidas e passou disso nas emergentes. A variação do nível de preços global será de 8,8% em 2022, 6,5% em 2023 e 4,1% em 2024. Seu pico será no segundo semestre, com a média dos emergentes atingindo 11%, magnitude não vista desde 1990, no século passado.

A reação aos efeitos dos vários choques adversos foi a elevação forte e rápida das taxas de juros em toda parte, com particular intensidade nos países da Europa e nos Estados Unidos, acostumados a juros muito baixos ou negativos por mais de uma década. Com a reação unidirecional dos bancos centrais, na maior parte do planeta, as chances de recessão global cresceram. Não é ainda o cenário do FMI, que a restringe em 2023 à Alemanha e Itália. O relatório disse que há 25% de chances de o crescimento global ser inferior a 2% em 2023 e 10% de probabilidade de recessão.

O aperto da política monetária trouxe mais riscos para a economia global, além da ameaça de recessão. O dólar, pelo ritmo agressivo de aumento dos juros do Federal Reserve, disparou em relação a quase todas as moedas, colocando pressão adicional sobre países emergentes e pobres que são muito endividados na moeda americana. Ao mesmo tempo, os fluxos de recursos estão de novo deixando esses países e procurando o porto seguro dos títulos americanos.

O dólar valorizou-se no ano 15% em relação ao euro, 10% sobre a moeda chinesa, 20% sobre a libra esterlina. Em vários países, isso contribui para elevar uma inflação já alta e forçar uma política monetária ainda mais restritiva para diminuir o diferencial de juros favorável aos EUA, que aprecia o dólar, provocando crescimento menor e asfixiando a capacidade de pagamento diante de uma dívida maior.

Juros mais altos nos EUA e maior força do dólar podem criar crises de dívida em vários países. Títulos soberanos de 14 nações estão com prêmio de risco superior a 10 pontos percentuais em relação ao do Tesouro dos EUA, seis dos quais estão em default. Outro relatório, o de Estabilidade Financeira Global, o Fundo registra que um teste de estresse com premissas menos favoráveis que o do cenário atual faria com que alguns bancos dos países desenvolvidos e 29% dos maiores bancos de países emergentes necessitassem capital adicional.

O Brasil deve crescer 2,8% este ano, abaixo da média dos emergentes, um pouco abaixo da média mundial, de 3,2%, e bem abaixo da dos emergentes, de 3,7%, estima o FMI. Em 2023, a previsão para o Brasil recua a 1%. Os países mais ricos estão tendo maior peso na desaceleração global. Com os choques de 2022, o PIB global em 2024 será 4,6% menor do que seria se a tendência de crescimento anterior à pandemia prevalecesse.

O FMI recomenda o prosseguimento do aperto monetário para debelar a inflação. Como também pensa o Fed, segundo ata divulgada ontem, o risco maior hoje é errar para menos, e não para mais.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 13/10/2022