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Minério de ferro amplia ganhos com apostas em estímulo na China

Por Enrico Dela Cruz

(Reuters) - Os contratos futuros de minério de ferro negociados nas bolsas de Dalian e Cingapura subiram nesta segunda-feira para seus níveis mais altos em seis semanas, com traders apostando em uma recuperação na demanda depois que uma reportagem afirmou que o maior produtor de aço da China estava trabalhando em novas medidas para apoiar seu mercado imobiliário.

Os reguladores estão considerando um pacote de medidas, incluindo flexibilizações adicionais a restrições para compras residenciais, informou a Bloomberg News na sexta-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

A China lançou recentemente medidas de apoio para o setor em dificuldades, um dos principais impulsionadores da demanda por aço e considerado um pilar da economia do país, mas a ação política parecia inadequada para sustentar uma recuperação.

 

Os indicadores chineses decepcionantes também alimentaram as esperanças de uma intervenção política adicional, disseram analistas.

O minério de ferro mais negociado em Dalian encerrou as negociações com alta de 2,2%, a 759 iuanes (106,68 dólares) a tonelada. Anteriormente, atingiu 770 iuanes, o valor mais alto desde 20 de abril.

Na Bolsa de Cingapura, contrato de referência do minério de ferro para julho subia 1%, para 104,95 dólares a tonelada, por volta das 8h40 (horário de Brasília), abaixo de uma máxima da sessão de 108 dólares, o maior valor desde 21 de abril.

Fonte: Investing
Publicação: 05/06/2023

Setor do aço projeta estabilidade para 2023, mas vê potencial com reformas

O setor do aço tem se mostrado "resiliente" frente às adversidades econômicas internacionais e do Brasil. A avaliação é do vice-presidente comercial da Usiminas, Miguel Homes, que apresentou os dados da indústria siderúrgica em reunião-almoço da Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), nesta quinta-feira (1º), em Porto Alegre. O evento contou com a presença de entidades e empresários do setor. Apesar de projetar estabilidade para este ano, Homes acredita que com as reformas (tributária e administrativa), baixa nos juros e crescimento do PIB, a tendência é de melhora.

"Hoje, estamos vivendo um cenário de estabilidade, o setor sofre impactos de consumo e investimento, principalmente por conta do cenário de altos juros", considerou Homes. Conforme apresentou, os juros reais do Brasil chegam a 7,5%, um dos maiores da América Latina, o que prejudica o setor. Para este ano, o Brasil deve sofrer uma leve queda (-1%) no consumo de aço, de 13,8 milhões de toneladas do ano passado para 13,6 milhões de toneladas. No ano que vem, no entanto, a retomada deve ser consistente, com crescimento de 3%, chegando a 14 milhões de toneladas de planos totais.

Ele ressaltou também que, pela primeira vez, o México ultrapassou o Brasil no consumo de aço. "Bom para o México, ruim para o Brasil", ponderou. Em 2022, o Brasil figurou no 9º lugar de produtores da matéria-prima. Apesar disso, o executivo se manteve otimista em relação ao futuro do setor que, com a mudança das projeções do PIB para cima e reformas administrativas, tende a crescer. O último boletim emitido pela Focus projeta um crescimento de 1,4% do PIB em 2024. "O consumo está ligado ao PIB. Com uma projeção de crescimento, mas precisamos reduzir os juros e fazer a reforma tributária e administrativa. Assim, conseguimos reativar todos os setores relacionados a o consumo de aço, setor de construção, setor de consumo, de carros, maquinários e equipamentos. Os investimentos precisam voltar ao Brasil", ponderou. 

A reabertura da China e a diminuição dos gargalos da cadeia de suprimentos também animam os empresários, mesmo com os juros altos e a inflação persistentes. Além disso, os dados apontam um cenário favorável às indústrias que utilizam o aço, como a automobilística (o setor pode crescer a produção de 2% este ano em relação ao ano passado e 4% no próximo) a de equipamentos agrícolas, e a de equipamentos para extração mineral e na construção, que deu um salto de 15% de 2021 para 2022. 

Oportunidades na construção civil e energia podem impulsionar setor

Durante o evento, o vice-presidente comercial da Usiminas, Miguel Homes, destacou as potencialidades do aço mesmo com um cenário de estabilidade no Brasil. Entre as principais oportunidades está o número de carros por habitantes, que ainda é considerado baixo, maior uso do aço para construção civil e para o saneamento básico.

"O déficit habitacional é estimado em 6 milhões de moradias. Se consideradas aquelas em situação precária, o número sobe para 25 milhões", afirmou. Ele ainda apontou para o papel do aço no desenvolvimento da energia sustentável: cada novo megawatt (MW) de energia solar requer entre 35 e 45 toneladas de aço, e cada novo MW de energia eólica requer 120 a 180 toneladas de aço.

O vice-presidente comercial da Usiminas também acredita que Re-shoring, quando a produção volta para o próprio país de origem, podem abrir novas oportunidades de integração dos produtos em aço brasileiro nas cadeias de valor. "Temos que apostar na reindustrialização do País", concluiu. 

O presidente da Associação do Aço do Rio Grande do Sul, José Antonio Fernandes Martins, também acredita que o setor apresenta uma perspectiva de melhora. "As vendas estão boas, o setor que estava prejudicado, de transporte coletivo, melhorou muito. Houve queda no setor de transporte de carga, mas não chegou a afetar."

Ele também defendeu que a Reforma Tributária seja acelerada no congresso. "Precisamos simplificar a tributação. Não podemos conviver com a maratona de impostos que temos", refletiu Martins.

Fonte: Jornal do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/06/2023

Pessimismo com China turva visão para os preços do minério no segundo semestre

A piora dos dados econômicos na China nas últimas semanas e o desempenho aquém do esperado no setor de propriedades chinês, que desempenha papel importante no consumo local de aço, levaram pessimismo a analistas, investidores e participantes do mercado de minério de ferro em maio.

Como resultado, a principal matéria-prima do aço encerrou o mês em baixa e voltou aos níveis de preço vistos há seis meses - no momento mais crítico, a cotação no mercado transoceânico caiu abaixo de US$ 100 por tonelada. Produtos siderúrgicos também enfrentaram correção.

A desvalorização mais acentuada e a manutenção das incertezas quanto ao ritmo de retomada da economia chinesa lançaram dúvidas sobre o comportamento dos preços da matéria-prima na segunda metade do ano, que tipicamente é marcada pela maior oferta a partir do Brasil e da Austrália.

Ontem, no norte da China, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro era negociado a US$ 103,20 por tonelada, com desvalorização de 3,1% em um mês. No ano, a baixa acumulada chegou a 12,1%.

De acordo com o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, o recuo de maio está associado a estatísticas mais fracas no setor de construção na China. “Dados relativos a novas construções iniciadas e a venda de propriedades vieram um pouco mais negativos, com desaceleração versus o início do ano”, comentou o especialista, lembrando que o setor responde por 30% a 35% de todo o aço consumido na China.

De forma geral, afirmou o analista, o mercado tem se mostrado mais cauteloso em relação à economia chinesa e a percepção é a de que o minério deve girar em torno dos US$ 100 por tonelada no curto prazo. “Há muita incerteza com o que pode acontecer no segundo semestre, se a demanda não melhorar e a oferta aumentar”, disse.

Em relatório de terça-feira (30), o Bank of America (BofA) destacou que os preços de exportação de bobinas laminadas a quente a partir da China recuaram US$ 20 em uma semana, para US$ 529 por tonelada, enquanto o vergalhão teve decréscimo de US$ 18, a US$ 542 por tonelada. No mercado doméstico, escreveram os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito, a demanda de aço permaneceu fraca na construção e na indústria.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/06/2023

Exportações de sucata ferrosa somam mais de 250 mil toneladas

Segundo dados do Ministério da Economia, Secex, as exportações de sucata ferrosa atingiram 82.443 toneladas, 14,7% superior em relação ao mesmo mês de 2022 (71.877 toneladas). Porém, a expectativa é de que haja uma queda expressiva em maio, em função da menor atratividade com a baixa nos preços no exterior e uma taxa de câmbio desfavorável.

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2023, as vendas externas alcançaram 251.103 toneladas, um aumento de 30,5% em relação às 192.489 toneladas nos primeiros quatro meses de 2022. O baixo consumo interno, em função do desaquecimento econômico, com menor produção de veículos e outros setores da indústria, como a construção civil, grandes consumidores de aço, explicam a menor demanda pela sucata no País.

“Empresas com atividades suspeitas, sem alvará de funcionamento, licenças ambientais e muitas vezes sequer locais definidos, sonegam impostos para levar vantagem de forma desleal no mercado, vendendo sucatas metálicas para indústrias de transformação”, diz Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa).

A aquisição de insumos metálicos de baixa qualidade por parte de indústrias de transformação, sem se importarem com a sonegação que antecede a comercialização, vem acentuando a concorrência desleal e ocasionando preocupação às empresas comprometidas com o desenvolvimento da siderurgia.

“Trata-se de uma concorrência desleal em detrimento das empresas legalizadas há décadas e comprometidas com o desenvolvimento da siderurgia de nosso País, indo na contramão dos critérios ESG (Environmental, Social and Governance) e de compliance”, além de ocasionar prejuízos ambientais, afirma Alvarenga”.

Para debater os interesses do setor no Congresso Nacional, a Frente Parlamentar dos Recicladores do Brasil (FPRB), que reúne mais de 209 deputados federais, será reinstalada no próximo dia 18, das 8h30 às 12h, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A Frente dos Recicladores, presidida pelo Deputado Federal Vinícius de Carvalho (Republicanos/SP), foi criada visando sensibilizar o governo e parlamentares sobre o papel essencial e estratégico da reciclagem ao País e ainda para a Política Nacional de Resíduos Sólidos e ao cumprimento de compromissos assumidos nas reuniões das Conferências do Clima da ONU (COP).

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/05/2023

Entrevista com Alberto Ono: Usiminas deve aumentar preços do aço, com uma ressalva para as montadoras

Os preços do aço para as chamadas linhas comerciais, como construção civil, devem começar a sofrer reajustes por conta do aumento da demanda, diz Alberto Ono, CEO da Usiminas. A situação é diferente no caso das montadoras: para essas empresas, os preços vão continuar oscilando dependendo da situação do mercado. A Usiminas passou a negociar com essas companhias a cada seis meses para ter maior flexibilidade nos reajustes.

Num dos intervalos do Latam CEO Conference, evento promovido pelo Itaú BBA em Nova York, Ono disse ainda que a Usiminas está fazendo um dos maiores investimentos da sua história: a reforma do seu Alto Forno 3, na usina de Ipatinga, em Minas Gerais.

Fonte: Brazil Journal
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/05/2023

Indústria brasileira cresce 1,1% em março após duas quedas seguidas

A produção industrial brasileira teve alta de 1,1% em março deste ano, na comparação com o mês anterior. A alta veio depois de duas quedas consecutivas (em janeiro e fevereiro) e um mês de estabilidade (dezembro de 2022). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O setor também apresentou crescimento na comparação com março de 2022 (0,9%). No entanto, a produção acumula queda de 0,4% no ano e estabilidade no acumulado de 12 meses.

Na comparação com fevereiro deste ano, a indústria avançou em 16 dos 25 ramos pesquisados, com destaque para as atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), máquinas e equipamentos (5,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,7%).

Outras influências relevantes para o crescimento da indústria vieram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,2%), outros equipamentos de transporte (4,8%), produtos químicos (0,6%), couro, artigos para viagem e calçados (2,8%) e de produtos de minerais não metálicos (1,2%).

Um segmento manteve-se estável (produtos diversos) e oito apresentaram queda, entre eles confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%), móveis (-4,3%) e produtos de metal (-1%).

Entre as quatro grandes categorias econômicas da indústria, três tiveram alta de fevereiro para março: bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo (6,3%), bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo (0,9%) e os bens de consumo duráveis (2,5%).

A exceção ficou com os bens de consumo semi e não duráveis, que recuaram 0,5% no período.

Segundo o pesquisador do IBGE André Macedo, apesar da alta de março, ela não foi suficiente para recuperar as perdas recentes. Ele afirma que há elementos na conjuntura do país que explicam parte das dificuldades na recuperação do setor industrial brasileiro.

“Ainda permanecem no nosso escopo de análise as questões conjunturais, como a taxa de juros em patamares mais elevados, que dificultam o acesso ao crédito, a taxa alta de inadimplência e o maior nível de endividamento por parte das famílias, assim como o grande número de pessoas fora mercado de trabalho e a alta informalidade”, informou o pesquisador, segundo nota divulgada pelo IBGE.

Fonte: Agência Brasil
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 11/05/2023