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Produção da indústria subiu em agosto e emprego ficou estável, aponta CNI

De acordo com a Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a produção industrial avançou em agosto de 2023 e o emprego ficou estável na indústria. A pesquisa mostra ainda o aumento da Utilização da Capacidade Instalada (UCI) e a queda no excesso de estoques na passagem de julho para agosto. Não foi o melhor agosto de todos os tempos, mas a situação da indústria melhorou. Foram consultadas 1.645 empresas entre 1º e 13 de setembro de 2023.

Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, os avanços de agosto sinalizam uma melhora moderada no desempenho do setor. O índice de evolução da produção, por exemplo, registrou 51,7 pontos em agosto. A alta ocorreu após dois meses de queda, mas o indicador está 0,9 ponto abaixo da média histórica dos meses de agosto da série, de 52,6 pontos. Dados acima de 50 pontos, indicam aumento da produção frente ao mês anterior. 

“Agosto é um mês em que, normalmente, esperamos uma melhora. Mas esse avanço na produção na passagem de julho para agosto foi menos intenso do que em anos anteriores, reflexo dos juros altos sobre a atividade industrial”, explica Azevedo.

No caso do emprego, o resultado é mais positivo do que o esperado para o mês. O índice de evolução do número de empregados registrou 49,6 pontos. Embora permaneça abaixo da linha de 50 pontos, o indicador está muito próximo da linha divisória, o que caracteriza que o emprego variou pouco na passagem de julho para agosto de 2023. 

 

Utilização da capacidade instalada ficou em 70% em agosto

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) avançou 1 ponto percentual em relação ao resultado de julho e atingiu 70% em agosto de 2023. Contudo, permanece abaixo da média habitual de 71% para os meses de agosto da série histórica. 

Estoques sobem, mas em um ritmo menos acelerado

O indicador de evolução do nível de estoques de produtos finais da indústria geral alcançou os 50,5 pontos, valor que ultrapassa a linha divisória de 50 pontos, indicando alta moderada dos estoques no período em relação ao volume de estoques observado em julho. Na passagem de julho para agosto houve recuo de 1,1 ponto no índice, o que indica que houve redução no ritmo de crescimento do estoque entre os meses.

Empresários industriais indicam que vão investir mais nos próximos meses

O indicador de intenção de investimento dos empresários industriais atingiu 54,6 pontos em setembro de 2023, o maior valor da série no ano, após avançar 1,1 ponto em relação ao índice de agosto. O valor ainda se encontra 3,1 pontos acima da média dos meses de setembro da série, de 51,5 pontos. 

Indústrias esperam adquirir mais matérias primas até o fim do ano

O índice de expectativa de compras de matérias primas atingiu 53,2 pontos, após avançar 0,4 ponto em relação às expectativas para agosto. Também estão positivos os índices de expectativas de exportações, número de empregados e aumento de demanda do setor. No entanto, os dados indicam moderação significativa do otimismo em relação ao que é normalmente observado em setembro.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 22/09/2023

Venda de aços planos cresce 2,5% em agosto, para 343,4 mil toneladas, base anual

As vendas de aços planos cresceram 2,5% em agosto de 2023 em relação ao mesmo período de 2022, ficando em 343,4 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Na comparação mensal, em relação a julho, houve alta de 10,7%. Na comparação entre os oito primeiros meses de 2022 e 2023, as vendas recuaram 0,1%, totalizando 2.546,2 milhões de toneladas em 2023.

No mês passado, as compras de aços planos recuaram 1,5%, em base de comparação anual, para 345,8 mil toneladas. Com relação a julho, em que foram compradas 301,8 mil toneladas, as aquisições cresceram 14,6%. Na comparação entre os oito primeiros meses de 2022 e 2023, as compras cresceram 0,6%, totalizando 2.573 milhões toneladas em 2023.

Segundo o presidente executivo do instituto, Carlos Jorge Loureiro, as usinas não devem conceder novos descontos, mas também não há espaço para aumento de preços, apesar da necessidade de alta diante das margens pressionadas.

“Preços baixos e concorrência forte não dá espaço para mudanças nos preços atuais. Os preços do carvão e do minério de ferro ainda pressionam as margens das usinas, que precisam manter a saúde financeira do negócio. Atualmente, 60% das usinas trabalham no prejuízo”, explicou Loureiro.

O presidente da Inda ponderou que, sob o ponto de vista das usinas, aumentar as barreiras para importação da China poderia ajudar, mas isso seria sentido a longo prazo, pois a inércia da importação é muito alta.

“Os preços dos importados também impedem que as usinas elevem seus preços. Uma possível mudança no cenário seria uma alta na alíquota de importação, que passou de 12% para os atuais 9,6%, mas isso não deve acontecer tão cedo”, concluiu Loureiro.

Segundo Loureiro, atualmente, o volume de material que já está no porto ou a caminho de São Francisco de Sul (SC) está em torno de 300 mil toneladas, o que ainda deve manter os números de importação elevados até o fim do ano. Os navios tem uma média de espera para descarregar de 20 dias.

Em agosto, os estoques cresceram 0,3% perante julho, atingindo o montante de 843,9 mil toneladas. O giro dos estoques, por sua vez, fechou em 2,5 meses.

As importações avançaram 56,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, com volume de 231 mil toneladas. Na comparação mensal, em relação a julho, houve avanço de 14,2% nos embarques.

Para setembro de 2023, a expectativa do Inda é de que tanto a compra quanto a venda tenham queda de 3% em relação a agosto, mas no balanço de 2023, até agosto, o saldo é positivo.

Fonte: Agência CMA
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/09/2023

Minério de ferro inicia a semana em baixa no mercado transoceânico

Os preços do minério de ferro iniciaram a semana em baixa no mercado transoceânico, devolvendo parte do forte ganho acumulado nos últimos dias e a maior cautela em relação ao mercado imobiliário na China, que segue sem dar sinais mais efetivos de recuperação.

No norte da China, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com baixa de 0,92%, para US$ 124,45 a tonelada. Com isso, a commodity passou a exibir ganho de cerca de 5,3% em setembro e de 6,1% em 2023.

Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com entrega em janeiro, recuaram 0,2%, para 871,50 yuans por tonelada.

Em nota a clientes, o chefe de pesquisa de próxima geração do Julius Baer, Carsten Menke, destacou que os dados econômicos divulgados até agora na China mostram que os setores intensivos em metais ainda estão em dificuldades, em particular o mercado imobiliário.

“Nossa opinião permanece inalterada: salvo medidas de estímulo amplas aos setores imobiliário e de infraestrutura, a demanda chinesa de metais permanecerá estagnada. Continuamos mais cautelosos nos mercados de minério de ferro e aço”, escreveu.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/09/2023

Minério de ferro: tendência é de alta no preço, mas China preocupa

Analistas do mercado financeiro projetam uma tendência de alta no preço do minério de ferro no curto e médio prazo, embora a cotação da matéria-prima tenha caído nessa segunda-feira (18) motivada pela crise imobiliária da China. Apesar da projeção de ganhos na cotação do insumo, a situação da economia chinesa é realmente preocupante, de acordo com os especialistas. O país asiático é o maior consumidor mundial do produto e tem o Brasil como um grande fornecedor. 

Nessa segunda, o insumo mais negociado em janeiro na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia com perda de 0,2%, a US$ 119,53 por tonelada. Enquanto na Bolsa de Cingapura, o contrato de referência do ingrediente siderúrgico para outubro caiu 0,9%, para US$ 121,90 por tonelada. As quedas vieram após aumentos substanciais na semana anterior e o analista de investimentos da Mirae Asset, Pedro Galdi, destaca justamente isso.

Conforme ele, a cotação do minério de ferro subiu quase 6% na semana passada e a elevação pode ser atribuída a possível decisão das siderúrgicas chinesas de reabastecer seus estoques antes dos feriados do Festival do Meio Outono e do Dia Nacional da China. O primeiro acontece em 29 de setembro e o segundo em 6 de outubro. Galdi avalia que é provável que se observe, até os dias festivos, uma pressão altista no preço da matéria-prima que serve de base para diversas indústrias.

Pensando mais a longo prazo, o especialista ressalta, contudo, que as constantes oscilações da economia do país asiático podem ter impacto sobre a cotação no futuro. “Mas claramente a situação da economia chinesa é duvidosa, intercalando indicadores com sinais de fraqueza e alguns um pouco melhores. O governo continua lançando pacotes de estímulo, mas a cenário do mercado imobiliário realmente é difícil e pode influenciar preço do minério de ferro lá na frente”, avaliou.

Oferta limitada e dependência brasileira 

O assessor da iHUB Investimentos, Thiago Oliveira, também estima que o preço da commodity continuará elevado no curto e médio prazos, em função do fomento do governo chinês ao setor. “Porém, vale ressaltar que a oferta limitada desses minérios em um momento de grande demanda por metais, com perspectivas reduzidas de aumento na capacidade das empresas do setor quando os desafios macro diminuírem, deverá proporcionar suporte às empresas”, salientou.

No cenário de iniciativas governamentais para tentar reverter o quadro de fraqueza do mercado imobiliário, a China anunciou, no último dia 31 de agosto, que os pagamentos iniciais mínimos para hipotecas serão reduzidos para 20%. Esse percentual vale para quem está comprando um imóvel pela primeira vez. Antes, aqueles que compravam casas em cidades como Xangai e a capital chinesa Pequim precisavam desembolsar cerca de 30% a 40% como entrada.

Já a economista da Valor Investimentos, Paloma Lopes, aponta uma preocupação para a dependência brasileira com relação ao minério de ferro. Com uma das maiores reservas do mundo, o Brasil é um dos principais produtores e exportadores da matéria-prima, o que a torna um pilar fundamental para a estabilidade econômica do País. Segundo ela, ainda que a situação não se propague de forma imediata, as oscilações no mercado podem afetar o ritmo da economia.

Na visão da especialista, o ponto de atenção para os brasileiros não se limita apenas ao vínculo à commodity, mas abrange o panorama geral econômico chinês. “O que estamos mais preocupados, na verdade, não é só a situação do minério de ferro na China, mas, sim, o ritmo como um todo da economia chinesa, dado que ela é um dos maiores mercados consumidores, quanto mais ele recua mais a gente tem a possibilidade de uma recessão no Brasil”, ressaltou.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/09/2023

O ‘conflito fiscal monetário’ continua em cena

As incertezas sobre as contas públicas aumentaram nas últimas semanas. A avaliação é que a proposta de Orçamento de 2024 tem previsões muito otimistas de receitas e, em alguns casos, despesas subestimadas, como as relacionadas aos gastos com aposentadorias e pensões. Para os especialistas em contas públicas, tem ficado ainda mais distante o cumprimento da meta do governo de zerar o déficit primário no ano que vem. Com isso, os juros reais (descontada a inflação) de longo prazo voltaram a subir, mesmo num cenário em que a aposta dominante é que a taxa Selic seguirá em queda até o fim de 2023 e ao longo de 2024.

Na sexta-feira, as taxas dos títulos do Tesouro corrigidos pelo IPCA com vencimento em 2045 e 2050 fecharam na casa de 5,75% ao ano, depois de bater em 5,4% em 11 de agosto, na mínima do ano. São juros reais inferiores aos 6,5% a 6,6% que chegaram a ser registrados na primeira quinzena de março, antes da apresentação do novo arcabouço fiscal, mas uma taxa de 5,75%, descontada a inflação, é muito elevada, não sendo sustentável no longo prazo. Ela impõe um custo que exige superávits primários muito altos para estabilizar a dívida pública em relação ao PIB, além de afetar o ritmo de crescimento, como lembra sempre o ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore.

O grau de incerteza fiscal não voltou ao nível observado antes da apresentação e aprovação do arcabouço fiscal, mas a alta recente dos juros reais de longo prazo mostra que a nova regra não é vista como uma solução estrutural para as contas públicas. Vale dizer que o aumento das taxas dos títulos corrigidos pela inflação também foi influenciado por um cenário externo mais adverso, com a avaliação de que os juros ficarão mais altos por mais tempo nos países avançados. Ainda assim, as dúvidas recentes sobre o Orçamento de 2024 têm peso para a elevação das taxas reais de longo prazo no país.

A maior incerteza em relação ao Orçamento é quanto à capacidade de o governo conseguir receitas adicionais de R$ 168,5 bilhões. Sem elas, a administração federal não será capaz de zerar o déficit do resultado primário (que exclui gastos com juros) da União. Segundo relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI) divulgado na semana passada, o projeto de lei orçamentária do ano que vem “prevê arrecadar R$ 69,7 bilhões com medidas em tramitação no Legislativo mais R$ 97,9 bilhões com o retorno do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), matéria que aguarda sanção presidencial”. Para a IFI, porém, o governo deverá conseguir apenas R$ 51,9 bilhões com essas iniciativas, e não R$ 168,5 bilhões.

Em relatório, a A.C. Pastore & Associados, a consultoria de Pastore, afirma que as receitas necessárias para cumprir as metas fiscais do governo central nos próximos três anos só seriam atingidas com aumento de alíquotas de impostos já existentes - algo que não está no radar e nem seria viável politicamente. Nesse cenário, a expectativa da consultoria é que o país tenha déficits primários em 2024, 2025 e 2026, o que aumenta a taxa neutra de juros - aquela que permite a economia crescer sem pressões inflacionárias. Os analistas avaliam que essa taxa subiu nos últimos anos. Em junho, o Banco Central (BC), por exemplo, elevou a sua estimativa para o indicador de 4% para 4,5%, descontada a inflação.

Além do problema das receitas, alguns analistas têm apontado que algumas despesas para o ano que vem estão subdimensionadas. Pesquisador do Insper, Marcos Mendes avalia que os gastos com benefícios previdenciários podem estar subestimados em R$ 16 bilhões, como mostrou reportagem do Valor de Jéssica Sant’Ana. Isso aumenta o risco de o resultado primário de 2024 ficar mais distante da meta de déficit zero. Além de projeções de receitas irrealistas, as estimativas para algumas despesas parecem subestimadas. Para completar, o resultado fiscal deste ano tem mostrado queda da receita e alta forte das despesas.

Para a A.C. Pastore, com as dificuldades para obter a arrecadação necessária para atingir as metas de resultado primário, “fica claro que em 2024, 2025 e 2026 a política fiscal continuará sendo expansionista”. O governo não “abdica” de manter o crescimento dos gastos não financeiros acima da inflação, por considerar que o aumento de despesas é “o que promove o crescimento econômico”, segundo a consultoria. Como a alta da demanda do governo expande a demanda total da economia, a taxa neutra de juros será mais elevada, segundo a A.C. Pastore. “Ou seja, ao expandir a demanda agregada a política fiscal expansionista leva, caso o Banco Central mantenha seu compromisso em atingir o centro da meta em 2025 [de 3%], a um ‘crowding out’ da demanda do setor privado, com maior efeito naquelas componentes da demanda do setor privado mais sensíveis à taxa de juros, como são a demanda de bens duráveis de consumo e a formação bruta de capital fixo [medida do que se investe em máquinas e equipamentos, construção civil e inovação].” Isso significa que uma demanda mais forte do setor público toma o lugar na economia da demanda do setor privado. O mais preocupante é o impacto sobre o investimento, que segue baixo no Brasil e precisa crescer para a economia conseguir avançar a taxas mais elevadas de modo sustentado.

Se o BC passar a trabalhar com uma “meta implícita” de inflação superior ao centro da meta, é possível que reduza mais os juros, diz a A.C. Pastore, mas à custa de um IPCA mais elevado, superior aos 3%. Com isso, haveria a continuidade nos próximos anos do “conflito fiscal monetário”, cuja existência o ex-presidente do BC tem apontado reiteradamente.

O arcabouço trouxe algum norte para as contas públicas, afastando o risco de um cenário de ruptura fiscal num prazo mais curto. No entanto, a dependência do novo regime de receitas que poderão não se concretizar e a possibilidade de que algumas despesas estejam subestimadas, com uma regra que prevê expansão dos gastos sempre acima da inflação, apontam para uma coleção de fragilidades, que tornam mais provável o quadro traçado pela A.C. Pastore para os próximos anos.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 18/09/2023

 

Maioria dos bens de capital da China têm alta de preços no início de setembro

A maioria dos bens de capital monitorados pelas autoridades estatísticas da China mostrou preços mais altos no início de setembro em comparação com o final de agosto, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (14).

Dos 50 principais produtos classificados em nove categorias, incluindo tubos de aço sem costura, gasolina, carvão, fertilizantes e outros produtos químicos, 43 reportaram preços mais elevados no período e 7 apresentaram recuos nos preços, de acordo com o NBS, o escritório nacional de estatísticas.

O preço do gás natural liquefeito (GNL), por exemplo, apresentou preços 5,2% maiores no início deste mês em comparação com o final do mês passado. O preço do ácido sulfúrico, por sua vez, subiu 20,2% no mesmo período.

Já os preços dos suínos, item importante para a indústria alimentícia local, mostraram queda de 1,8% nos preços médios, de acordo com o NBS.

Os números são divulgados a cada 10 dias e se baseiam numa pesquisa feita com cerca de 2.000 atacadistas e distribuidores em 31 regiões e províncias do país.

Fonte: Infomoney
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 14/09/2023