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Arrecadação federal é de R$ 166,28 bilhões em setembro

A União arrecadou R$ 166,28 bilhões em impostos em setembro, de acordo com dados divulgados hoje (25) pela Receita Federal. Na comparação com setembro do ano passado, houve um crescimento real de 4,07%, descontada a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor é o maior desde 2000, tanto para o mês de setembro quanto para o período acumulado.

No acumulado do ano, a arrecadação alcançou R$ 1,63 trilhão, representando um acréscimo pela inflação de 9,52%. Os dados sobre a arrecadação de setembro estão disponíveis no site da Receita Federal.

Quanto às receitas administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado, em setembro, foi de R$ 159,60 bilhões, representando um acréscimo real de 2,65%, enquanto no período acumulado de janeiro a setembro a arrecadação alcançou R$ 1,53 trilhão, alta real de 7,64%.

A alta pode ser explicada, principalmente, pelo crescimento dos recolhimentos do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incide sobre o lucro das empresas. Segundo a Receita, eles são importantes indicadores da atividade econômica, sobretudo o setor produtivo.

O IRPJ e a CSLL totalizaram uma arrecadação de R$ 28,42 bilhões, com crescimento real de 9,85% em relação ao mesmo mês de 2021. Esse resultado é explicado pelo acréscimo real de 13,28% na arrecadação da estimativa mensal de empresa não financeiras. Na apuração por estimativa mensal, o lucro real será apurado anualmente, sendo que a empresa está obrigada a recolher mensalmente o imposto, calculado sobre uma base estimada.

A Receita observa ainda que houve pagamentos atípicos de IRPJ e CSLL de, aproximadamente, R$ 2 bilhões, por empresas ligadas ao setor de commodities, associadas à mineração e extração e refino de combustíveis.

No acumulado do ano, o IRPJ e a CSLL totalizaram R$ 371,72 bilhões, com crescimento real de 20,48%. Esse desempenho é explicado pelos acréscimos de 82,41% na arrecadação relativa à declaração de ajuste do IRPJ e da CSLL, decorrente de fatos geradores ocorridos ao longo de 2021, e de 19,81% na arrecadação da estimativa mensal.

“Destaca-se crescimento em todas as modalidades de apuração do lucro. Além disso, houve recolhimentos atípicos da ordem de R$ 37 bilhões, especialmente por empresas ligadas à exploração de commodities, no período de janeiro a setembro deste ano, e de R$ 31 bilhões, no mesmo período de 2021”, informou a Receita.

Já as receitas extraordinárias foram compensadas pelas desonerações tributárias. Apenas em setembro, a redução de alíquotas de PIS/Confins sobre combustíveis resultou em uma desoneração de R$ 3,75 bilhões. No ano, chega a R$ 14,60 bilhões. Já a redução de alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados custaram R$ 1,9 bilhão à Receita no mês passado e R$ 11,50 bilhões no acumulado de janeiro a setembro.

“Sem considerar os fatores não recorrentes, haveria um crescimento real de 9,02% na arrecadação do período acumulado e de 6,37% no mês de setembro de 2022”, informou o órgão.

Outros destaques

Outro destaque da arrecadação de setembro foi a Receita Previdenciária, que alcançou R$ 45,77 bilhões, com acréscimo real de 4,84%, em razão do aumento real de 8,50% da massa salarial. No acumulado do ano, o resultado chega a R$ 393,36 bilhões, alta real de 6,19%. Esse último item pode ser explicado pelo aumento real de 6,43% da massa salarial e pelo aumento real de 18,72% na arrecadação da contribuição previdenciária do Simples Nacional de janeiro a setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2021.

Além disso, houve crescimento das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária em razão da Lei 13.670/18, que vedou a utilização de créditos tributários para a compensação de débitos de estimativas mensais do IRPJ e da CSLL.

O Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) - Rendimentos de Capital teve arrecadação de R$ 6,73 bilhões no mês passado, com acréscimo real de 86,41%. De janeiro a setembro, o valor chega a R$ 62,58 bilhões, alta real de 62,80%. Os resultados podem ser explicados em razão da alta da taxa Selic, que influenciou os recolhimentos dos rendimentos dos fundos e títulos de renda fixa.

O IRRF - Rendimentos do Trabalho apresentou uma arrecadação de R$ 13,25 bilhões em setembro, crescimento real de 6,71%.

Indicadores macroeconômicos

A Receita Federal apresentou ainda os principais indicadores macroeconômicos que ajudam a explicar o desempenho da arrecadação, tanto no mês quanto no acumulado do ano. Entre eles está a venda de serviços, com crescimento de 8% em agosto (fator gerador da arrecadação de setembro e 8,63% no ano) e a massa salarial, que mantém crescimento significativo de 17,96% no mês (17,91% no ano), em relação ao mesmo mês de 2021.

O valor em dólar das importações também cresceu 24,83% em relação a agosto do ano passado (27,10% no ano).

A produção industrial teve crescimento de 4,11% em agosto, mas apresentou queda de 1,48% no acumulado do ano, comparado ao período de janeiro a agosto de 2021. Já a venda de bens teve queda de 0,70% no mês e 1,16% no ano.

Fonte: Agência Brasil
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 26/10/2022

Pequenos negócios atingem menor nível de inadimplência desde início da pandemia

A retomada mais consistente das atividades econômicas no país já apresenta reflexos sobre as contas dos pequenos negócios brasileiros. Pesquisa feita pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a proporção de micro e pequenas empresas inadimplentes, incluindo os microempreendedores individuais (MEI), alcançou o menor patamar registrado em toda a série histórica com 24%. O maior índice (41%) foi registrado em final de maio/início de julho de 2020.

Os dados são da Pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro deste ano, por meio de formulário online com a participação de todos os 26 estados brasileiros e o DF. Desde março de 2020, início da pandemia da Covid-19, o Sebrae acompanha os impactos da crise sobre os pequenos negócios. Há um ano, o índice de inadimplência encontrava-se em 31%.

Além disso, o último levantamento também mostra que 37% dos pequenos negócios estão com as dívidas sob controle, enquanto 39% não apresentam dívidas. No mesmo período do ano passado, em levantamento semelhante feito pelo Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os percentuais eram de 35% tanto para as empresas com dívidas em dia quanto para as empresas sem dívida alguma.

O presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, reconhece o esforço dos empreendedores em colocar as contas em dia. “Bastou melhorar um pouco o faturamento médio das empresas que a inadimplência caiu. Isso prova o quanto os donos de pequenos negócios são comprometidos e bons pagadores”, avalia.

De fato, o levantamento feito pelo Sebrae e IBGE mostra também que houve uma melhora no faturamento médio das empresas, verificando-se um resultado positivo de 3%. Além disso, a pesquisa destaca que metade dos empresários realizou investimentos nos últimos meses, principalmente na aquisição de máquinas e equipamentos (31%) e instalações (26%).

Crédito

Um terço dos pequenos negócios do país procuraram por empréstimos em instituições financeiras nos três meses anteriores à pesquisa. No entanto, apenas quatro entre 10 deles conseguiram o crédito.

Melles destaca que o acesso ao crédito para os pequenos negócios foi decisivo para a sobrevivência das empresas e a consequente retomada econômica. “Vamos continuar defendendo uma política de crédito mais acessível para os donos de pequenos negócios que neste ano foram responsáveis por mais de 70% dos empregos com carteira assinada gerados no Brasil”, declarou.

Fonte: Administradores
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 26/10/2022

Desempenho da economia deve ajudar resultados no 3º trimestre

O desempenho da economia brasileira deve impulsionar o resultado das empresas que atuam no mercado doméstico durante o terceiro trimestre, apesar de ainda ser incerto o real impacto das medidas de estímulo no período. Analistas acreditam que o varejo voltado à alta renda vai se manter resiliente, enquanto as dúvidas residem no de baixa e média renda. Já para as commodities, minério e aço desvalorizados devem ter impacto negativo nos números.

“No geral, o que estamos vendo é uma temporada levemente positiva tanto na comparação trimestral quanto na anual para alguns setores da economia doméstica, além do que esperávamos anteriormente”, diz Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter. Ela destaca que o arrefecimento da inflação e a atividade econômica acima do esperado devem impulsionar os números.

Setor de commodities metálicas deve ser destaque negativo, com desvalorização do minério de ferro

A maioria dos bancos estima crescimento de 0,5% na comparação anual para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. A categoria de serviços sustenta essa expansão, favorecendo as empresas. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve apresentar um cenário de deflação em categorias importantes de consumo entre julho e setembro.

Os custos das companhias, que pressionaram os resultados no segundo trimestre, devem ter retração no período encerrado em setembro, estimam os analistas, com redução nos preços dos combustíveis e o alívio nas cadeias globais, reduzindo despesas com frete e materiais básicos. Reajustes salariais, no entanto, em meio à temporada de dissídios, podem aumentar despesas com pessoal.

“Quando comparamos com o segundo trimestre do ano, no terceiro trimestre as empresas parecem ter conseguido repassar os custos aos consumidores, acompanhando a melhora do PIB”, afirma Aline Cardoso, estrategista institucional de ações para o Brasil do Santander. Entre os principais destaques, estão construtoras, shoppings, transporte, varejo e saúde - este impulsionado sobretudo por fusões.

Nas empresas sob a cobertura do banco, o Santander estima um crescimento de 16% nas receitas na comparação anual e de 3,7% sobre o segundo trimestre. Já o lucro líquido deve subir 17,8% no ano e 22,7% ante o período de abril a junho. O banco espera que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresça 15,4% na comparação anual e 11,5% sobre o segundo trimestre.

A XP tem estimativas parecidas, esperando que as receitas aumentem 23,2% na comparação anual, enquanto o lucro avança 19,6% em um ano e o Ebitda suba 24,9%. Levando em consideração o consenso do mercado, a corretora projeta que a margem Ebitda deve cair 0,63 ponto percentual. Sobre o segundo trimestre, esperam certa estabilidade em receita e em Ebitda.

Para Bruno Lima, analista sênior de renda variável do BTG Pactual, apesar da atividade econômica doméstica mais positiva, ainda é cedo para projetar uma melhora em todos os setores. Ele acredita que, quando a taxa de desemprego estiver mais baixa, os ativos de consumo e varejo expostos a um tíquete mais alto terão aceleração de receita.

“Temos visto os números de PIB melhorando, mas isso vem ajudando segmentos específicos, como o varejo de alta renda”, afirma. Lima diz que o varejo on-line ainda deve ter um trimestre desafiador, devido à exposição a produtos linha branca, como eletrodomésticos, que têm preços elevados. Os efeitos do Auxílio Brasil no consumo devem ser sentidos nos três meses finais do ano.

O resultado do Assaí no terceiro trimestre, divulgado na última semana, dá pistas de como o varejo alimentar, principalmente o voltado para baixa renda, pode se comportar. O apelo custo-benefício das lojas brasileiras é o principal destaque do segmento, indica o Goldman Sachs.

A rede de atacarejo registrou receitas de R$ 13,8 bilhões, alta de 27,5% em um ano. As vendas mesmas lojas, indicador utilizado para medir crescimento em lojas com pelo menos 12 meses de existência, avançaram 9%. O resultado veio 2,4 pontos percentuais acima do GPA Brasil no mesmo indicador, quando comparado ao relatório de vendas deste último no terceiro trimestre.

“O varejo alimentar tem essa resiliência porque é consumo básico e isso cria uma capacidade de repasse de preços muito forte, mantendo margens”, comenta Joubert. O varejo de vestuário deve ter resultados mistos, com o inverno mais fraco prejudicando vendas da temporada, mitigado parcialmente com a retomada das atividades presenciais, aumentando procura por roupas.

As empresas que lidam com commodities metálicas devem ser o destaque negativo da temporada, com o minério de ferro caindo cerca de 36% no terceiro trimestre, na comparação anual. O petróleo ainda tem alta de aproximadamente 32% em um ano, mas caiu 13% sobre o segundo trimestre. Já o setor de papel e celulose aparece entre os destaques positivos, diante do preço da celulose resiliente, acima de US$ 800 a tonelada.

As dúvidas sobre a demanda global por minério e petróleo, com preocupações sobre a recessão, afetam os números. “Principalmente no setor de mineração, as receitas devem ser impactadas pelos preços menores, uma vez que as vendas ainda estão fracas, apesar dos volumes terem melhorado”, aponta Joubert, do Inter. As margens das mineradoras devem sofrer com esse cenário, além de uma demora no arrefecimento dos custos que é natural para o setor.

Para o quarto trimestre, a atividade da China fica no radar, indica o analista do BTG. O país, que importa mais de 60% do minério brasileiro, tem apresentado crescimento aquém do esperado. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre) espera que o PIB chinês fique em 3,4% em 2022, bem abaixo da meta do governo de 5,5%.

“Em petróleo e gás esperamos uma produção forte, com o barril se mantendo na casa dos US$ 100, o que deve deixar as receitas das companhias em patamares saudáveis”, comenta Gabriel Barra, analista do Citi. A queda nos preços dos combustíveis, no entanto, deve afetar os números das empresas do setor, gerando perda com estoques e compressão nas margens.

O setor de energia, que no terceiro trimestre de 2021 sofreu com a seca prolongada, neste ano deve ter resultados mais tranquilos. Na visão do Credit Suisse, geração deve ter alívio nos custos com redução do risco hidrológico, enquanto distribuição pode ver resultados mistos e transmissão será ajudada por reajustes contratuais.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 26/10/2022

 

Produção mundial de aço bruto cresce 3,7% em setembro, informa a Worldsteel

A produção mundial de aço bruto registrou crescimento de 3,7% em setembro, na comparação com um ano atrás, reportou nesta terça-feira (25) a World Steel Association (Worldsteel), baseada em Bruxelas. As informações dos 64 países afiliados à entidade apontaram volume de 151,8 milhões toneladas no mês.

O desempenho de setembro é puxado em grande parte pela siderurgia chinesa, que registrou alta expressiva no mês passado — 17,6%, com 87 milhões de toneladas, na base de comparação anual. A Índia, vice-líder mundial, também cresceu, 1,8%, e o Irã, décimo no ranking, 26,7%.

Os demais sete países posicionados entre os dez maiores produtores de aço do mundo fecharam o mês passado com recuo na produção: Japão, EUA, Rússia, Coreia do Sul, Alemanha, Turquia e Brasil. A siderurgia brasileira registrou recuo de 11,7%, conforme os dados da Worldsteel, com 2,7 milhões de toneladas.

Globalmente, o período de janeiro a setembro ainda teve retração de 4,3% no volume de aço em relação aos mesmos nove meses de 2021. O montante acumulado no período atingiu 1,405 bilhão de toneladas de aço bruto.

A siderurgia chinesa — afetada pela demanda de aço pelo setor imobiliário e pelo impacto dos bloqueios anticovid no país durante boa parte do ano — teve queda de 3,4% de janeiro a setembro. O país fabricou 780,8 milhões de toneladas, o correspondente a 55,6% do total do mundo.

O desempenho do Brasil até setembro mostrou recuo de 5,3%, com 25,9 milhões de toneladas. No ano passado, o país atingiu recorde histórico de 36,1 milhões de toneladas, número que dificilmente será alcançado neste ano.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/10/2022

Como a tendência da desglobalização pode mudar a indústria do aço

A pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia causaram várias mudanças no mundo, uma delas é o possível fim da globalização na indústria, esse fenômeno tem sido chamado de nearshore outsourcing.

O termo é muito usado em empresas de TI, e consiste em fazer parcerias com países que fazem fronteira e tem o fuso-horário compartilhado.

De acordo com uma pesquisa feita pela FGV em janeiro deste ano, o aço foi o material que as indústrias mais sentiram falta quando o assunto era escassez de matérias-primas. 9,2% das indústrias apontavam o aço como principal material em falta no mercado. O aço está mais escasso nas indústrias que produzem metais, o número chegou a 50% em junho de 2021.

Antes da pandemia, a China mantinha o status de parceiro super confiável do Brasil, com mão de obra barata, eficiente e confiável.

Durante a pandemia este conceito foi quebrado devido às medidas de segurança sanitárias e os lockdowns realizados no país, gerando desconfiança em relação ao fornecimento da cadeia de suprimentos global, fato que motivou empresas a repensar seus modelos de cadeia de suprimentos, sendo o nearshore outsourcing o mais falado e utilizado mundialmente.

Segundo Giovanni Marques da Costa, gerente de marketing da Açovisa, a tendência é vista com muito otimismo uma vez que o Brasil é um dos países com maior parque industrial, sobretudo no setor metal mecânico do hemisfério sul.

“Estamos fortalecendo cada vez mais o relacionamento com as empresas deste setor na região sul do país que tem construído parcerias com montadoras, empresas de energia e outros setores que têm adotado ao nearshore outsourcing”, comenta Costa.

O Brasil é uma das primeiras opções na escolha de empresas globais na estratégia de aproximação da cadeia de suprimentos, seja abrindo filiais aqui ou elegendo o país como principal fornecedor de matéria-prima. Tirando assim ao longo do tempo a dependência de um único país, como a China.

Recentemente a Açovisa adquiriu a Bardella, a compra foi estrategicamente pensada para não só expandir o portfólio de produtos e serviços, mas também para aumentar a competitividade e alinhamento com as tendências atuais, com a nova planta a empresa pretende abrir um leque bem maior de clientes em todo o Brasil, e essa expansão de território é essencial para atender as necessidades dos mais diversos setores. Investir na expansão dentro do próprio país é um dos pontos que o torna mais vantajoso para o nearshore outsourcing.

O nearshore outsourcing proporciona o crescimento do parque fabril brasileiro, aumento da competitividade do país diante de gigantes industriais como China e Rússia, além disso agrega mais tecnologias industriais para o Brasil, uma vez que o know-how e tecnologia das empresas contratantes será passado para as empresas contratadas.

“Esta tendência vai proteger não só o Brasil, mas os demais países que hoje são muito dependentes de grandes produtores de matéria-prima. No futuro os países terão mais controle sobre suas cadeias de produção, blindando-se de possíveis falta de produtos por dependência de países terceiros” explica Costa.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/10/2022

Principais entraves às exportações brasileiras estão relacionados à logística, mostra pesquisa da CNI

A competitividade das exportações brasileiras é prejudicada por uma série de entraves desde a origem, nas empresas, até o país de destino. Para subsidiar proposição de melhorias e recomendações de políticas públicas que solucionem esses problemas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elaborou uma nova edição da pesquisa Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras. Entre os 43 entraves avaliados, as questões relacionadas à logística de comércio exterior se destacam como as mais importantes, com quatro dos cinco principais obstáculos indicados pelos exportadores.

Entre os principais entraves estão o "custo do transporte internacional", as "elevadas tarifas cobradas pelas administrações portuárias", o "custo do transporte doméstico" e as "elevadas tarifas cobradas por aeroportos". Completam a lista dos cinco maiores gargalos "a volatilidade da taxa de câmbio". Para o ordenamento dos principais entraves foi considerada a soma dos percentuais de empresas que classificaram o item como “impactou muito” ou como “entrave crítico”. 

“A elaboração desse diagnóstico é fundamental para a orientar as prioridades da política de comércio exterior brasileiro. Esperamos que os resultados norteiem a estratégia de política comercial do Brasil e contribuam com respostas eficazes para ampliar a participação do Brasil no comércio mundial”, avalia a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.

 

Custo do transporte internacional é principal obstáculo para todos os modais  

Principal obstáculo apontado pelas empresas exportadoras, o custo do transporte internacional é considerado crítico e de alto impacto por 60,7% das empresas participantes - percentual mais expressivo do que os 40,4% registrados na pesquisa anterior, em 2018. De acordo com o estudo, o entrave é considerado o mais importante, independente do principal modal de transporte utilizado na exportação: marítimo, rodoviário ou aéreo. A piora de percepção com o entrave é um reflexo da piora nos custos de transporte internacional nos últimos anos devido, sobretudo, aos efeitos da pandemia de Covid-19.

As elevadas tarifas cobradas pelas administrações portuárias também tiveram destaque no ranking geral e ocupam o segundo lugar, com avaliação de alto impacto ou crítico por 40% das exportadoras. E em terceiro na lista de principais obstáculos às exportações, de acordo com o levantamento, está o custo do transporte doméstico, avaliado nesses dois graus de impacto por 33,7% das empresas exportadoras.

“É importante destacar que os entraves às exportações considerados pelas empresas exportadoras como de alta relevância estão todos na esfera externa às empresas. De acordo com a avaliação das participantes, os entraves classificados como internos às empresas são todos de baixa relevância, ou seja, menos importantes”, ressalta Constanza Negri.

Dentre os 43 tipos de entraves avaliados pelas empresas, os 16 mais importantes (com percentual de assinalações em “crítico” ou “impactou muito” acima de 25%) foram considerados de alta relevância. No terço intermediário, ou seja, de relevância intermediária, estão os próximos 15 entraves; e no terço de baixa relevância estão os últimos 12 entraves em termos de importância.

Entraves de nove categorias foram avaliados

Esta edição do estudo dá continuidade ao trabalho de identificação e monitoramento dos principais entraves à exportação no Brasil, iniciado em 2002 pela CNI. A pesquisa dividiu os entraves nos seguintes grupos: macroeconômicos; institucionais; legais; burocracia alfandegária e aduaneira; acesso a mercados externos; tributários; mercadológicos e de promoção de negócios; logísticos; e internos às empresas. Na análise por categorias de entraves, além dos logísticos já destacados, aparecem em destaque entre aqueles de alta relevância os macroeconômicos, institucionais, tributários e legais.

ENTENDA AS CATEGORIAS DE ENTRAVES ÀS EXPORTAÇÕES

Logísticos:
infraestrutura brasileira e logística internacional
Os custos do transporte internacional pioraram desde a última pesquisa e é o desafio mais importante para os exportadores.

Macroeconômicos:
visão dos exportadores sobre a influência da taxa de câmbio e dos juros na exportação
A volatilidade do câmbio é o 4º maior dos 43 entraves.  Um a cada três empresários considera fator como “impacta muito” ou “crítico”. Comparado à última edição, houve melhora em relação aos juros para financiamento da produção e à exportação.

Institucionais:
estratégia, eficiência e transparência governamental nas políticas ligadas ao comércio exterior
Os mais importantes e indicados como de muito impacto ou críticos foram a falta de estratégia governamental de comércio exterior com objetivos, metas e prazos (30,5%) e a baixa eficiência governamental para a superação das barreiras existentes nos mercados externos (29,5%).

Legais:
complexidade das leis e normas do processo de exportação e suas interpretações
Foram destaques no grupo a proliferação de leis, normas e regulamentos de forma descentralizada (26%) e as múltiplas interpretações dos requisitos legais por parte dos diferentes agentes públicos (25,8%).

Burocráticos, alfandegários e aduaneiros: 
exigências de documentos, procedimentos alfandegários e aduaneiros, sistemas de informação do processo de exportação, custo e duração
Na comparação com a última pesquisa, as taxas cobradas por órgãos anuentes e os procedimentos para despacho e liberação das cargas melhoraram.

Burocráticos, alfandegários e aduaneiros:
o principal desafio na categoria é o excesso e a complexidade dos documentos requeridos para exportações, a não aceitação de assinaturas eletrônicas e exigências de documentos originais. Avaliados como um só entrave, os desafios foram considerados muito impactantes ou críticos em 23,9% das respostas.

Acesso a mercados externos:
barreiras tarifárias e não tarifárias aos produtos brasileiros e a capacidade do governo de promover acesso a mercados internacionais
80% dos exportadores enfrentaram pelo menos um obstáculo nos mercados de destino das exportações.

Tributários:
na categoria, o principal entrave é a alta e complexa carga tributária incidente direta ou indiretamente nos produtos exportados. Três em cada cinco empresas indicaram que pelo menos um tributo impacta muito ou é crítico na competitividade das exportações.

Mercadológicos e de promoção de negócios:
dificuldade das empresas de vender e promover 
suas mercadorias no mercado externo.
Nove em cada 10 empresas usaram pelo menos um serviço de apoio à internacionalização para entrar no comércio internacional.

Internos às empresas:
entraves ligados à capacidade das empresas de exportar
Nesta edição, as exportadoras ouvidas consideraram que as maiores dificuldades estão em fatores externos às empresas, por isso os obstáculos internos avaliados são de baixa relevância e não ganharam destaque.

Como foi feita a pesquisa

Às empresas exportadoras, foi apresentada uma lista de 43 entraves e solicitado que avaliassem o impacto de cada um deles nos respectivos processos de exportação nos últimos dois anos. Os obstáculos foram classificados em uma escala que variava de 1 a 5, sendo que 1 indica que o entrave não causou impacto, 2 indica que impactou pouco, 3 aponta que foi moderado, 4 que impactou muito e 5 que foi um entrave crítico.

Para facilitar a análise, a ordenação dos entraves em termos de impacto sobre as exportações foi baseada na soma dos percentuais de empresas que os classificaram nas opções “impactou muito” e “crítico”. Em seguida, os obstáculos foram divididos em três grupos:

- No primeiro, de alta relevância e composto por 16 entraves, aqueles cujo percentual de empresas que o classificaram como “impactou muito” e “crítico” supera 25%;
- O segundo grupo, de relevância intermediária, inclui 15 entraves, aqueles com percentual de “impactou muito” e “crítico” abaixo de 25% e acima de 18%;
- E o terceiro, de baixa relevância, composto pelos 12 entraves com percentual de “impactou muito” e “crítico” abaixo de 18%.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 25/10/2022