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Novo decreto de redução do IPI garante segurança jurídica às indústrias, diz CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera positivo o decreto nº 11.182/2022, que reestabeleceu as alíquotas do imposto sobre produtos industrializados (IPI) de mais 109 produtos fabricados na Zona Franca de Manaus. Assim, somados ao decreto anterior, 170 produtos, que representam praticamente todo faturamento do polo industrial de Manaus, ficaram de fora da redução de 35% no IPI. 

“A medida é positiva, pois mantém a redução do IPI para diversos produtos, o que é importante para a diminuição do custo tributário da indústria, e preserva o diferencial competitivo dos produtos fabricados na Zona Franca de Manaus”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

De acordo com o Robson Andrade, o decreto deixa claro quais os bens não serão objeto da redução do IPI e, assim, garante segurança jurídica às operações realizadas pelas indústrias, que estavam esperando a definição de quais produtos tinham tido a redução do IPI suspensa pela liminar do Superior Tribunal Federal (STF), concedida em 8 de agosto de 2022.

Quais foram as mudanças no novo decreto do IPI?

O Decreto nº 11.182/2022 atualizou a Tabela de Incidência do IPI e manteve a redução de 35% nas alíquotas de IPI dos produtos industrializados, em linha com os decretos anteriores. No entanto, deixou de fora da redução de alíquotas mais 109 produtos (NCMs), que são relevantes para a Zona Franca de Manaus. 

A lista de produtos da ZFM que tiveram as alíquotas de IPI reestabelecidas considerou duas premissas: o atendimento ao Processo Produtivo Básico (PPB); e a relevância desses produtos no faturamento da ZFM em relação ao restante do País. Essas alterações entraram em vigor em 24 de agosto de 2022. 

Decreto adequa-se aos limites impostos pela liminar concedida pelo STF

A liminar concedida em 8 de agosto de 2022 pelo STF, na ação direta de inconstitucionalidade (ADI) 7.153, suspendeu os efeitos do decreto nº 11.158/2022, apenas em relação aos produtos produzidos pelas indústrias da Zona Franca de Manaus que possuem o Processo Produtivo Básico (PPB).

A decisão liminar teve como base a Nota Técnica 009/2022-CATE, emitida pelo Governo do Estado do Amazonas. O principal ponto destacado pela Nota é que as 61 NCMs excepcionadas pelo Decreto representam apenas 11,5% do total de 528 produtos (NCMs) fabricados no polo industrial com PPB.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 26/08/2022

Demanda por aço dobrará no país em uma década, diz ArcelorMittal

O consumo de aço do Brasil deve dobrar nos próximos dez anos graças às “oportunidades gigantescas” e à necessidade de construir mais infraestrutura na maior economia da América Latina, disse o presidente da ArcelorMittal no Brasil.

A demanda pelo metal industrial potencialmente crescerá devido à necessidade de construir mais habitações, projetos nas áreas de energia renovável, portos e petróleo e gás, especialmente se o Brasil “fizer o dever de casa” nas reformas estruturais, disse Jefferson de Paula, presidente do grupo no Brasil, em entrevista.

“O Brasil tem oportunidades gigantescas”, disse De Paula, que participou de uma conferência do setor de aço em São Paulo esta semana. “Em termos de infraestrutura tudo falta.”

Apesar das conversas sobre recessão nas economias ao redor do mundo, a demanda por aço parece estar aumentando, se acreditarmos nos comentários recentes de executivos que participam de reuniões da indústria siderúrgica. Isso pode ser um alívio para o Brasil, cujo consumo de aço está estagnado há anos em relação a outros países.

O uso anual de aço per capita no Brasil foi de cerca de 123 quilos no ano passado, comparado com a média global de cerca de 233 quilos, de acordo com aAssociação Mundial do Aço. A indústria siderúrgica brasileira, que opera hoje com cerca de 67% da capacidade, investirá R$ 52 bilhões nos próximos quatro anos para modernizar e expandir a produção, segundo o Instituto Aço Brasil. Um aumento na produção – mesmo com uma maior demanda doméstica – pode levar a mais exportações de aço.

A própria ArcelorMittal está investindo cerca de R$ 20 bilhões no país, sendo quase 40% para expansão da capacidade de produção até 2024 e R$ 11,2 bilhões para comprar a siderúrgica CSP da Vale (VALE3) e duas sócias. A aquisição, que ainda requer aprovação regulatória, não fecha as portas para novos negócios no Brasil, país que responde por 20% a 25% dos resultados financeiros da ArcelorMittal (ARMT34), disse De Paula.

“Nunca podemos dizer que foi a última”, disse De Paula, que agora também é presidente do conselho diretor Instituto Aço Brasil. “Estamos sempre avaliando oportunidades.”

Fonte: Investnews
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/08/2022

Minério de ferro tem melhor semana desde fim de julho com compra impulsionada por usinas

Os preços do minério de ferro chinês registraram nesta sexta-feira seu melhor ganho semanal em quatro semanas, com as siderúrgicas aumentando as compras em meio aos baixos estoques e na esperança de uma melhor demanda do usuário final quando as condições climáticas melhorarem.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange encerrou com alta de 3%, a 735 iuanes (107,10 dólares) a tonelada. Na base semanal, a alta foi de 6,4%, a caminho de seu maior ganho desde 29 de julho.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de outubro mais negociado subiu 2,5% para 105,60 dólares a tonelada, enquanto o minério de ferro spot para entrega à China avaliado pela SteelHome subiu 2 dólares, para 107,50 a tonelada, nesta sexta-feira.

"O mercado está melhor do que antes. Agora as siderúrgicas mantêm estoques muito baixos. Quando a temperatura cair, a demanda dos usuários finais voltará... pode ser em 1-2 meses. Haverá mais demanda por matérias-primas", disse um trader sediado na China.

A China experimentou um calor recorde e prolongado em muitas regiões, prejudicando as atividades de construção que consomem uma grande quantidade de aço, enquanto os cortes para preservar a energia elétrica também prejudicaram as empresas industriais.

Autoridades da China disseram na quarta-feira que aumentariam o apoio financeiro a projetos de infraestrutura, o que aumentaria a demanda por aço, dias depois de reduzir as taxas, em esforços para reviver uma economia afetada pela Covid-19.

O trader disse esperar que os preços do minério de ferro flutuassem em torno dos níveis atuais, potencialmente aumentando em mais 10 dólares por tonelada, mas as direções dos preços provavelmente dependerão da política de estímulo do governo chinês.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/08/2022

 

Amig cobra dívida de R$ 2 bi da Vale com municípios

Teve início nesta semana em Ouro Preto, na região Central do Estado, uma campanha pública de municípios mineradores contra a Vale. Organizada pela Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), o movimento exige o pagamento de uma dívida de R$ 2 bilhões em royalties que, segundo a entidade, não são pagos desde o ano de 1996.

As cidades cobram o recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) referente à pelotização do minério de ferro por parte da mineradora. 

O consultor de relações institucionais e desenvolvimento econômico da Amig, Waldir Salvador, recorda que desde 2005 tentam um diálogo com a mineradora. “Já se somam 17 anos essas tentativas para um acordo. Isso quer dizer que, se verificarmos o período em que foi auditada a dívida, ou seja, de 1996 até 2005, daqui há quatro anos essa dívida faz 30 anos. É uma loucura. É um absurdo”, avalia.

O valor é cobrado por 28 cidades brasileiras que possuem atividade de extração minerária Destas, 17 cidades são de Minas Gerais. Já as outras 11 cidades estão distribuídas por Amapá, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Sergipe. 

Segundo Salvador, em 2018 chegou a ser criado, a pedido da companhia, um grupo de trabalho no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). “O DNPM criou esse grupo, chamou as prefeituras para rediscutir a dívida. Então, foi ratificada e confirmada toda a dívida de 2018 na presença da Vale, da DNPM e das cidades credoras. Foi quando achávamos que em dias, semanas ou no mês seguinte a Vale iria pagar, mas isso nunca ocorreu”, observa.

Nos últimos quatro anos as tentativas de negociações foram intensificadas, conforme conta o consultor. A Vale então afirmou que não teria condições de pagar a conta bilionária. Na tentativa de encontrar uma solução, a Amig mostrou que a tese defendida pela  Vale em não pagar a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cefm) resultou em 13 ações em primeira instância, e uma em segunda instância. 

Neste período, por sucessivas vezes, a Vale informou que não tinha conforto jurídico para quitar a quantia cobrada pelos municípios mineradores. “A Vale está esperando o quê? Continuar protelando para retirar o que é devido a essas cidades para usar o valor em distribuição de dividendos? Ninguém tem que esperar mais. Todos estão cansados e desgastados, apesar de fazermos essa campanha pela primeira vez. Nunca expomos uma empresa dessa maneira, pois a gente espera que por muito mais que o pagamento da dívida, seja uma mudança de postura”, dispara Waldir Salvador.

“Incompreensível e inaceitável essa postura que a mineradora Vale tem com os municípios do País. É uma dívida auditada pela Agência Nacional de Mineração (ANM), e depois judicializada. Diante disso, a Vale já perdeu todas as ações judiciais. Ou seja, não dá mais para compreender os motivos pelos quais ela nega a pagar ao País, e sobretudo aos municípios de onde vem essa riqueza”, afirma o presidente da Amig e prefeito de Conceição do Mato Dentro/MG, José Fernando Aparecido de Oliveira. 

Segundo José Fernando, é discrepante o valor da dívida da Vale quando comparado à soma total da receita anual.  “O lucro líquido desta mineradora é de R$ 120 bilhões. Ela se nega a pagar R$ 2 bilhões a mais de 20 municípios. Isso é intolerável por parte dessa companhia que acha que está além e acima da lei”, exclama o presidente considerado o caso à situação de calote.

Carta de Ouro Preto 

Os gestores municipais dessas cidades que formam o setor minerador brasileiro assinaram a “Carta de Ouro Preto”. O documento será entregue pela Amig ao Congresso Nacional e aos candidatos das eleições de 2022. Segundo José Fernando, essa carta vai para o Judiciário, Legislativo e também aos poderes Executivos de todo o País. “Vamos dar visibilidade a essa dívida, que se transformou em um verdadeiro calote da mineradora. A Vale utiliza de subterfúgios para ficar adiando uma cobrança líquida e certa com os municípios onde ela já retirou o minério, já vendeu e recebeu por ele”, reitera.

O que diz a mineradora Vale?

Procurada, a Vale pontuou os seguintes argumentos à reportagem do DIÁRIO DO COMÉRCIO. Em primeiro ponto, a companhia afirma realizar, regularmente, o recolhimento da Cfem. Para o recolhimento, a empresa destaca que é observado tanto as normas aplicáveis quanto os limites constitucionais existentes. 

Perguntada em relação à dívida cobrada pelos municípios credores, a mineradora informou que aguarda uma manifestação definitiva por parte do Poder Judiciário. Segundo ela, nos últimos cinco anos, foram recolhidos cerca de R$ 17,6 bilhões em Cfem. 

Em resposta às críticas por parte das gestões municipais para uma possível resolução da dívida, a empresa reforçou a sua conduta de ética e transparência.  “A Vale continua empenhada em gerar valor compartilhado e sustentável para todos os municípios onde atua. A empresa segue empenhada também em contribuir para o crescimento das economias locais, nacionais e global, por meio de suas operações, investimentos, tributos e royalties“. 

Esses recolhimentos, ainda segundo a Vale, fazem parte do relacionamento com a sociedade, tendo a sua divulgação publicada de forma transparente em seu relatório de transparência fiscal.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/08/2022

Governo mantém redução de 35% no IPI, mas exclui produtos da Zona Franca de Manaus

O governo federal editou nesta quarta-feira (24) um novo decreto sobre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), após decisões liminares do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O ministro suspendeu trechos de três decretos que cortavam em 35% o IPI da maioria dos produtos fabricados no país. Ele havia proibido a redução do tributo em produtos concorrentes aos fabricados na Zona Franca de Manaus (ZFM).

O decreto foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU). O governo restaurou as alíquotas de IPI de 109 produtos fabricados na Zona Franca de Manaus. "Nesse novo decreto, além dos 61 produtos anteriores, a gente adiciona mais 109 produtos. No total, teremos 170 produtos cujas alíquotas ficam no patamar original desde as primeiras reduções em fevereiro deste ano", disse o secretário especial de Produtividade e Competitividade, Alexandre Ywata.

Entre esses 170 itens estão xarope de refrigerantes, isqueiro, carregador de bateria, lâmina de barbear, caixa registradora, relógio de pulso, caneta esferográfica e máquina de lavar louça. Já entre os produtos que receberam a redução de 35% do IPI estão geladeiras, fogões de cozinha, produtos de limpeza, insumos metalúrgicos (aço, cobre, alumínio, etc.), móveis, chocolates, sorvetes, cervejas, vinhos, pneus para automóveis e para máquinas agrícolas.

Na prática, o Ministério da Economia blindou os produtos da Zona Franca para atender a determinação do STF e liberar a redução do imposto em aproximadamente 4 mil itens fabricados em outras regiões do país.

Moraes atendeu a pedido de empresas da Zona Franca, que alegavam que o corte do IPI tornaria inviável a atividade na região. Como as empresas instaladas na Zona Franca são isentas de IPI e geram créditos do tributo, a redução de alíquotas em todo o país tira a vantagem competitiva do polo industrial.

De acordo com o Ministério da Economia, o aumento das alíquotas, na maior parte dos produtos, tem impacto fiscal neutro. A exceção são os xaropes concentrados de bebidas, que estão submetidos a um regime especial de IPI. A restauração das alíquotas desses produtos terá custo para o governo de R$ 164,3 milhões em 2022, R$ 715,4 milhões em 2023 e R$ 761,7 milhões em 2024.

Governo já editou quatro decretos sobre o tema

Desde o início do ano, o governo tem desonerado o IPI em todo o país, como medida de estímulo à economia. Em fevereiro, o corte tinha sido de 25%, mas foi ampliado para 35% em maio. Essa ampliação criou atritos entre o governo e os empresários da Zona Franca de Manaus.

Por mais de uma vez, Moraes reverteu a medida para os itens produzidos na região. Em maio, o ministro do STF suspendeu os efeitos para produtos fabricados na Zona Franca de Manaus de três decretosque reduziam o imposto, atendendo a ações do governo do Amazonas e do partido Solidariedade.

No fim de julho, o governo editou um decreto que suspendia o corte do IPI para 61 produtos fabricados na Zona Franca. Na ocasião, o Ministério da Economia havia informado que a medida ajudaria a “preservar praticamente toda a produção efetiva da Zona Franca de Manaus”.

Parlamentares do Amazonas e empresários, no entanto, argumentaram que o decreto não contemplava as necessidades do polo industrial e trazia insegurança jurídica. No último dia 8, Moraes concedeu nova decisão, em que suspendeu o corte de 35% para itens fabricados na Zona Franca. Segundo o ministro, o decreto do fim de julho continuava a reduzir “linearmente o IPI de centenas de produtos produzidos na Zona Franca de Manaus”.

Em nota, o Ministério da Economia informou que o decreto editado nesta quarta, o quarto sobre o tema, resolve o impasse jurídico, reduzindo impostos para a indústria e, ao mesmo tempo, garantindo a competitividade da Zona Franca de Manaus. "O texto garante avanço das medidas de desoneração tributária, com reflexos positivos no Produto Interno Bruto do país e na competitividade da indústria", destacou a pasta. Com informações da Agência Brasil.

Fonte: Gazeta do Povo
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 25/08/2022

CEOs da siderurgia defendem ações políticas em prol da competitividade

O setor de siderurgia está apostando suas fichas no crescimento do Brasil e na redução da carga tributária para impulsionar seu crescimento, em painel que reuniu CEOs da Gerdau, Usiminas, Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e ArcelorMittal Brasil, que ocupam o conselho do Instituto Aço Brasil (IABR), em painel do congresso da entidade realizado nesta quarta-feira.

"O Brasil tem tudo para se tornar um exportador de automóveis e isso pode impulsionar a indústria do aço. O Brasil precisa crescer e voltar aos patamares de 2021", disse Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do IABR.

O executivo disse que está conversando com o ministro Paulo Guedes como melhorar as questões que, no entendimento da entidade, atrapalham a competitividade da indústria nacional, como a desoneração das exportações, e que o IABR contratou a Fundação Getúlio Vargas para fazer esse acompanhamento do custo de produzir no Brasil, que atualmente é de R$ 1,5 bilhão, incluindo tributos da ordem de R$ 380 milhões. "A abertura da economia deve ser feita em sintonia com a redução do custo Brasil. Países protegem seus mercados, precisamos do cumprimento de regras", disse em suas considerações finais durante o painel.

O executivo também disse que a guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe práticas predatórias, com EUA e Europa tentando proteger seu mercado interno. Além disso, a China também tem um peso muito forte no setor, passando a representar 42,2% do total de importações do mercado global em 2021, de 1,4% em 2020, segundo dados apresentados pelo IABR.

O presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que é preciso continuar defendendo a redução do tamanho do estado para que o país volte a crescer, mas também defendeu políticas públicas para impulsionar o mercado, sem detalhar quais. "O curto prazo não deve ser debatido, já que o setor demanda capital intensivo e faz aportes de longo prazo, mas queeste ano o setor deve sofrer impacto da retração do crédito", acrescentou.

Marcelo Botelho, presidente da CSP, defendeu a adoção de "políticas públicas que incentivem a renovação do Brasil e onde a indústria do aço possa agir". "Estamos fazendo a nossa parte, investindo e modernizando nosso parque industrial", acrescentou .

Para Botelho, a diferença entre o Brasil e os Estados Unidos, por exemplo, é a necessidade de mão de obra muito maior na administração contábil e financeira da empresa.

O presidente da CSP, Marcelo Botelho, disse que a indústria siderúrgica é muito cíclica e que sofreu com a volatilidade do preço do minério de ferro e do carvão após a guerra da Rússia com Ucrânia. "A CSP sofre muito mais com as oscilações de mercado, nesse ambiente bastante desafiador, desenvolvemos produtos para vários tipos de clientes diferentes", comentou.

De acordo com Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil, a ArcelorMittal Brasil representa entre 10% e 15% da produção e 20% do resultado financeiro do grupo, mas boa parte do seu contencioso. "A infraestrutura é muito ruim, gastamos mais com transporte que a China, a energia elétrica e impostos são mais altos. Sabemos do problema e vamos atrás para resolver", comentou.

"A guerra é política. Nosso sucesso vai passar por mobilização política. Nossa meta é custo-Brasil zero", disse Carlos Loureiro, presidente executivo do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), que estava na plateia do painel e pediu para falar.

REVISÃO DAS PROJEÇÕES

Ontem, os executivos do IABR afirmaram que as projeções do setor para o ano devem ser reduzidas e anunciadas nas próximas semanas. A entidade projetava alta de 2,5% nas vendas internas e de 2,2% na produção de aço bruto em 2022, com expansão de 1,5% no consumo aparente. No ano passado, as siderúrgicas brasileiras produziram 36 milhões de toneladas de aço bruto e 26 milhões de toneladas de produtos laminados, impulsionadas por vendas domésticas e exportações.

ESG

Para o presidente da Gerdau, "o aço é o orégano da pizza de emissão de carbono, com participação de 0,15% nos 50 bilhões de toneladas de emissão de CO2. Tenho dúvida de onde virá o funding para reduzir as emissões", comentou o CEO, no painel do congresso.

Fonte: Monitor do Mercado
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/08/2022