Notícias

Em reunião com chanceler argentina, Borrell reitera compromisso de concluir UE-Mercosul

O Alto Representante da União Europeia, Josep Borrell, se reuniu nesta segunda-feira, 6, com a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, país que chamou de um "importante parceiro" do bloco.

Em sua conta na rede social "X", o diplomata afirmou que foram abordadas a agenda bilateral, as reformas econômicas e as oportunidades de investimento e comércio. "Reiteramos o nosso compromisso de concluir o acordo UE-Mercosule de apoiar firmemente a Ucrânia", disse o espanhol.

Prioridade para o governo

Segundo comunicado da chancelaria argentina, Mondino reiterou que a assinatura do acordo Mercosul-UE é uma prioridade para o governo e espera que a UE também esteja comprometida com uma rápida conclusão das negociações.

"Após a sua viagem à China e França, a ministra das Relações Exteriores Diana Mondino chegou a Bruxelas, e manteve diversas audiências de trabalho com autoridades da UE com o objetivo de expressar o firme compromisso da Argentina em aprofundar a sua relação com a UE e os seus países membros", disse a publicação.

A chanceler se reuniu ainda com o secretário-geral adjunto para Assuntos Políticos e Política de Segurança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Boris Ruge, a quem reafirmou o interesse da Argentina em se tornar Parceiro Global da Organização. "Com o objetivo de estabelecer uma relação mutuamente benéfica no quadro de um sistema internacional estável onde a paz e a segurança não sejam ameaçadas", afirma o comunicado.

Fonte: Exame
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 07/05/2024

 

Saiba o que o Rio Grande do Sul produz no agronegócio

As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul desde o dia 29 de abril causaram prejuízos em 364 dos 497 municípios. Segundo o boletim mais recente da Defesa Civil do Estado, 83 pessoas morreram e outras 111 seguem desaparecidas. As perdas humanas se somam aos ainda incalculáveis problemas na agricultura e na pecuária.

Ainda não há números oficiais, mas os prejuízos podem ser notados nas lavouras danificadas, na morte de animais e também na paralisação das atividades em frigoríficos.

Segundo a Secretaria da Agricultura, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado foi de R$ 594 bilhões em 2022, sendo R$ 98,6 bilhões provenientes da agropecuária.

O montante sofreu redução em relação ao ano anterior devido à quebra das safras de grãos, especialmente soja e milho, em consequência da estiagem. No entanto, segue como fundamental para a economia. Entre os principais produtos agropecuários com base no Valor Bruto de Produção (VBP) estão:

?Soja (28%)

?Arroz (11%)

?Frango (11%)

?Trigo (10%)

?Leite (8%)

?Bovinos (7%)

?Suínos (6%)

?Tabaco (5%)

?Milho (4%)

?Fruticultura (4%)

?Outros produtos (6%)

Soja

A produção do grão está em 435 cidades do Estado e chegou a 12,71 milhões de toneladas na safra 2022/23. Para 2024, as chuvas preocupam porque o excesso de umidade tende a elevar a acidez do óleo de soja, reduzindo a oferta, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

No mês de março, a Emater, divulgou que o Rio Grande do Sul deveria ter a maior safra de soja desde 1970, com 22,24 milhões de toneladas em uma área de 6,68 milhões de hectares.

Porém, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o início das chuvas, apenas 60% da produção havia sido colhida pelos produtores.

Arroz

Você sabia que o Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil? O último levantamento apontou 7,24 milhões de toneladas do grão, número responsável por 68,15% da produção nacional.

É cedo para estimar as perdas, mas, segundo o Cepea, a colheita, que já estava atrasada, pode ser ainda mais prejudicada, pois muitas lavouras nos 176 municípios produtores ficaram inundadas, impossibilitando o trabalho dos produtores rurais. Outro empecilho foi a interdição de estradas.

Frango

Além dos grãos citados acima, o Rio Grande do Sul também se destaca na criação e exportação de frango. Em 2022, por exemplo, vendeu a carne para 131 países. Porém, em razão da maior tragédia climática no Estado, o número deve diminuir.

Diversas rodovias estão interditadas, impedindo o transporte das aves e também de insumos para alimentá-las. Em alguns locais, as chuvas destruíram aviários.

Trigo

De acordo com o governo gaúcho, a produção de trigo em 2022 foi de 5,29 milhões de toneladas, o que representa 52,6% do resultado do país. Para a safra 2023/24, a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 4,80 milhões de toneladas. Além do trigo, outros grãos de inverno são: aveia branca, canola, cevada e centeio.

Leite

A produção de leite no Estado ultrapassa 4 bilhões de litros. Argélia, Uruguai, Chile, Argentina e Cuba são os principais destinos de exportação do alimento gaúcho, enquanto Uruguai, Argentina, Itália e Estados Unidos são os países que lideram a lista de importação.

Bovinos

Com 10,08 milhões de cabeças, o Rio Grande do Sul exportou carne para quase 100 países em 2022. Já o couro e a pele foram destinados para 59. Alegrete, Santana do Livramento, Uruguaiana, Dom Pedrito, Rosário do Sul, São Gabriel, Bagé, Quaraí, Santiago e São Francisco de Assis são os municípios com os maiores rebanhos.

Conforme o Cepea, a destruição de pontes e estradas prejudicam o transporte dos animais até os frigoríficos para o abate.

Suínos

A produção de carne suína foi de 1,05 milhão de toneladas em 2022, segundo dados divulgados pela Secretaria da Agricultura. A exportação gerou US$ 622 milhões, mantendo o Rio Grande do Sul como o segundo no ranking – Santa Catarina lidera. China, Hong Kong, Cingapura, Vietnã e Tailândia estão entre os principais destinos.

Assim como a avicultura e a pecuária, a suinocultura é afetada pelas chuvas em razão da destruição de estradas para transportar porcos e ração.

Tabaco

Com produção de 290 mil toneladas, o Rio Grande do Sul se destacou como maior exportador de tabaco do Brasil em 2022. Foram 89 países envolvidos nas negociações, como Bélgica, China, Estados Unidos, Indonésia e Turquia.

Milho

O Rio Grande do Sul produziu 3,95 milhões de toneladas de milho na safra 2022/23, número 35% menor que a expectativa pela estiagem. Um ano depois, a situação é contrária, com prejuízos identificados pelas chuvas. A Emater informou ao Cepea que até 2 de maio, a colheita havia atingido 83%, enquanto os números no Paraná e Santa Catarina, também no Sul, foram de 98% e 93%, respectivamente.

Fruticultura

Além de grãos e carnes, o Estado também é destaque com as frutas. A uva, por exemplo, é responsável por 53% da produção do país e teve uma colheita de 907 mil toneladas em 2022. Veja outras que se predominam:

?Maçã: 556 mil toneladas

?Laranja: 320 mil toneladas

?Bergamota/tangerina: 169 mil toneladas

?Banana: 142 mil toneladas

?Pêssego: 130 mil toneladas

?Melancia: 166 mil toneladas

Com produção (em mil toneladas) menor, outras frutas na lista são: abacate (4,47), abacaxi (4,50), ameixa (30,40), amora (3,38), caqui(46,78), figo (7,65), goiaba (4,63), kiwi (2,50), limão (18,31), maracujá(5,03), melão (10,97), morango (23,55) e pêra (7,45).

Hortaliças

Conforme dados do IBGE e da Emater, os principais legumes e verduras cultivados no Rio Grande do Sul em 2023 tiveram o seguinte volume de produção (em toneladas):

?Aipim: 125 mil

?Alface: 93,46 mil

?Alho: 11,58 mil

?Batata: 468 mil

?Batata-doce: 154,38 mil

?Beterraba: 29,54 mil

?Brócolis: 172,24 mil

?Cebola: 156,72 mil

?Cenoura: 46,50 mil

?Couve-flor: 29,66 mil

?Pimentão: 7,79 mil

?Rabanete: 6,26 mil

?Repolho: 84,88 mil

?Rúcula: 7,93 mil

?Tomate: 100 mil

O Cepea informou que a cenoura é a hortaliça mais prejudicada até o momento pelas chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul. A estimativa é que a tragédia resulte em uma janela de oferta e dificulte a retomada da atividade em áreas afetadas. Caxias do Sul deve ter a maior perda na produção do alimento.

As safras de batata e tomate também podem apresentar problemas. Mesmo com a proximidade do fim da colheita, a quantidade de água atrapalha o desenvolvimento.

No caso da cebola, os estoques do Sul terminaram e, então, isso não seria um problema, mas, de acordo com a pesquisadora Renata Bezerra Meneses, do Cepea, as importações que chegam ao Brasil por Porto Xavier, no Rio Grande do Sul, podem comprometer o abastecimento.

Ela explica que, em conversa com colaboradores, as informações são que as chuvas prejudicaram os bulbos importados por causa da excessiva umidade e do tempo de transporte.

Como começou a enchente no Rio Grande do Sul?

As chuvas começaram no dia 29 de abril e causaram o pior desastre climático da história do Estado. Segundo o último boletim, são 364 municípios afetados, 20 mil pessoas em abrigos, 130 mil desalojados, 291 feridos, 111 desaparecidos e 83 óbitos.

As tempestades ainda derrubaram pontes, destruíram calçamentos, alagaram ruas, inundaram casas e estabelecimentos comerciais e deixaram 19 barragens em estado de atenção.

Fonte: Globo Rural
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 07/05/2024

 

Dia do Calculista Estrutural: entenda o que faz um profissional da área

Profissional que atua nas engenharias Civil, Mecânica, Naval e Aeronáutica, o engenheiro estruturalista — também chamado de calculista estrutural — é responsável por desenvolver projetos estruturais, além de analisá-los e supervisioná-los a longo prazo. Sua principal responsabilidade é garantir que as construções sejam seguras, estáveis e capazes de suportar as cargas a que estão expostas. 

A profissão, celebrada em 04 de maio, possui uma relação estreita com o segmento metalúrgico, tendo em vista a sua atuação na materialização de estruturas seguras e eficientes, com metais em sua formação. Assim, enquanto o calculista estrutural é responsável por projetar e analisar a resistência e a estabilidade das estruturas, a metalurgia fornece os materiais essenciais para tornar esses projetos realidade.

O engenheiro calculista é um profissional altamente especializado em projetar e analisar as cargas e as forças que atuam sobre um sistema estrutural. Seu trabalho envolve o uso de princípios matemáticos e de engenharia para garantir que uma estrutura seja capaz de suportar seu próprio peso, as cargas externas, como vento e neve, e as cargas internas, como o peso dos ocupantes e do mobiliário.

Nesse cenário, materiais metálicos, como o aço, oferecem uma série de vantagens na construção, incluindo alta resistência, durabilidade, facilidade de fabricação e montagem, e versatilidade arquitetônica. Essas propriedades tornam o aço um componente fundamental e uma escolha popular para uma variedade de aplicações na construção civil, desde edifícios comerciais e industriais até pontes e torres de transmissão, seja na forma de vergalhão, combinado com o concreto, ou na forma de tubos e perfis em grandes estruturas metálicas. Além do aço estrutural, o aço inoxidável e o alumínio são largamente utilizados em acabamentos, além do cobre nas instalações elétricas.  A constante inovação tanto na área de cálculo estrutural quanto na metalurgia tem permitido o desenvolvimento de soluções cada vez mais avançadas e sustentáveis para os desafios da construção civil moderna.

Para aqueles que se interessam profissionalmente pela área, a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) reuniu alguns dos passos comuns para seguir trajetória nesse setor. Confira:  

 

Educação universitária: o primeiro passo para dar início a uma trajetória profissional como calculista estrutural é obter um diploma de graduação em Engenharia Civil ou uma área correlata, como Engenharia Mecânica.

Estágios e experiência prática: ainda durante o curso universitário, é importante buscar oportunidades de estágio para ganhar experiência prática. Isso pode ser feito em empresas de engenharia, escritórios de projetos ou empreiteiras de construção.

Especialização em Engenharia Estrutural: para se tornar um engenheiro calculista, é recomendável buscar uma especialização em engenharia estrutural por meio de cursos de pós-graduação. Isso pode incluir disciplinas como análise estrutural avançada, dinâmica de estruturas, teoria das placas e elementos finitos.

Certificações profissionais: embora não seja estritamente necessário, muitos engenheiros calculistas optam por obter certificações profissionais para validar suas habilidades e conhecimentos. Por exemplo, nos Estados Unidos, o Instituto Americano de Engenheiros Civis (ASCE) oferece a certificação específica para validar o profissional como Engenheiro Estrutural.

Desenvolvimento de habilidades em software: atualmente, o uso de software de modelagem e análise estrutural é uma parte fundamental do trabalho de um engenheiro calculista. Portanto, é importante desenvolver habilidades em programas como SAP2000, ETABS, STAAD.Pro ou ANSYS, entre outros.

Continuidade da educação e do aprendizado: a engenharia é um campo em constante evolução, e é importante para os engenheiros calculistas manterem-se atualizados com os avanços tecnológicos e as melhores práticas da indústria. Participar de cursos de educação continuada, conferências e workshops pode ser benéfico para aprimorar habilidades e conhecimentos.

Licenciamento Profissional: em muitos países, os engenheiros civis, incluindo os engenheiros calculistas, devem obter licenciamento profissional para praticar legalmente. Isso geralmente envolve passar por exames de licenciamento e cumprir requisitos de experiência e educação específicos definidos por órgãos reguladores de engenharia.

 
Fonte: ABM Notícias
Seção: Empregos & Carreira
Publicação: 07/05/2024

 

Geopolítica assume papel maior na definição de redes de abastecimento

De todas as decisões que o Markus Group está tomando sobre seu novo elevador mecânico para ajudar os americanos a acessar seus sótãos, a mais complicada hoje é onde fabricar o produto.

“Dez anos atrás eu imediatamente teria dito China”, afirma Mark Boone, proprietário dessa fabricante de Raleigh, Carolina do Norte, que opera sob contrato.

A China tem tudo que Boone precisa para o seu elevador Stoaway: aço para a estrutura, máquinas computadorizadas de baixo custo para fabricar as peças, e semicondutores e sistemas de comunicação de rádio para a operação remota dos elevadores.

Mas as relações comerciais dos EUA com a China estão se deteriorando, aumentando a possibilidade de Washington vir a elevar as tarifas sobre os produtos chineses, ou uma guerra eclodir em razão das reivindicações de Pequim sobre Taiwan. Boone está procurando fábricas na Polônia e Romênia, onde é mais difícil encontrar fornecedores e os custos com a mão de obra e matérias-primas são maiores, mas onde os riscos geopolíticos podem ser menores.

“As decisões que tomamos serão tão geopolíticas quanto econômicas”, afirma Boone.

Seu dilema está afetando milhares de empresas à medida que os crescentes obstáculos geopolíticos complicam as cadeias de abastecimento - que vão de sobretaxas ocidentais e restrições às importações de matérias-primas da China e outros aos ataques houthis a navios comerciais que praticamente fecharam o Canal de Suez.

“Hoje, os gestores de cadeias de abastecimento estão pensando mais no risco geopolítico do que em qualquer outro risco”, diz Brian Bourke, diretor comercial da Seko Logistics, transportadora de carga de Schaumburg, Illinois.

Até recentemente, as principais preocupação das empresas com as cadeias de abastecimento era como encontrar uma fonte confiável para produtos ao custo mais baixo, diz Oscar de Bok, presidente-executivo da DHL Supply Chain, uma provedora de logística. Isso levou muitas empresas para a China, com sua mão de obra barata e ecossistema incomparável de fábricas, fornecedores de peças e matérias-primas.

De Bok diz que hoje muitas empresas estão priorizando uma cadeia de abastecimento capaz de suportar choques geopolíticos. Esse novo ônus as está levando para outros países e continentes, onde estão estabelecendo cadeias de abastecimento alternativas que reduzem sua dependência de um único país ou região.

Algumas das mudanças em curso foram estimuladas pela pandemia de covid-19, quando o fechamento de fábricas na China, o aumento dos preços do transporte marítimo e os atrasos no transporte provocaram a escassez de peças e prateleiras vazias. Grant Anderson, vice-presidente de gestão de cadeia de abastecimento da Jabil, diz que “a pandemia assustou muitas empresas, que perceberam o quanto dependiam da China”.

As mudanças estão sendo aceleradas pelos choques geopolíticos mais recentes, à medida que aumentam as tensões internacionais e países como China, Rússia e Irã enfrentam o Ocidente.

Companhias que achavam que não tinham qualquer papel no Oriente Médio agora enfrentam prazos de entrega mais longos e custos mais altos de transporte marítimo devido aos ataques dos houthis a navios comerciais em resposta à guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.

Os navios porta-contêineres estão percorrendo rotas mais longas e mais caras, contornando a África, para evitar a região, o que está levando mais empresas a transportar bens por via aérea, mais cara, para reduzir os atrasos que vêm afetando a produção na Europa. As companhias marítimas parecem ter reformulado suas operações para um conflito prolongado que remove o Mar Vermelho e o Canal de Suez de seus mapas de rotas.

“É impossível prever por quanto tempo a atual situação continuará, mas agora estamos bem posicionados para suportar essa perturbação por um período mais longo”, disse na quinta-feira Vincent Clerc, presidente-executivo da A.P. Moller-Maersk, quando a companhia anunciou resultados.

As empresas se veem no meio de guerras comerciais crescentes, com a União Europeia (UE), os EUA e outros países elevando suas barreiras a produtos chineses em resposta à inundação de produtos subsidiados por Pequim, de carros elétricos, painéis solares a equipamentos de construção e aço.

Os EUA também levantaram preocupações com a segurança nacional relacionada à sua dependência da China em tecnologias como a de semicondutores, que são essenciais para computadores, veículos elétricos, robôs e outros produtos. Washington proibiu as exportações de alguns chips para a China e está estimulando a fabricação interna de semicondutores e tecnologias verdes com subvenções e incentivos à construção de novas fábricas que limitem o uso de matérias-primas da China e de outros países vistos como hostis.

A Apple, que construiu uma cadeia global de fornecimento de eletrônicos baseada na produção de baixos custos na China, agora está tentando fabricar parte de seus iPhones na Índia, levando junto grandes fornecedores como alternativa contra possíveis rupturas no comércio fora da China.

Enquanto isso, a China também está impondo tarifas e restrições às importações à medida que as disputas comerciais aumentam.

Evan Smith, presidente-executivo da empresa de tecnologia para cadeias de abastecimento Altana AI, diz que as novas regras, regulamentações e tarifas estão complicando os esforços de conformidade comercial, especialmente para as empresas maiores que estão no topo de uma cadeia de abastecimento que pode incluir centenas de milhares de fornecedores.

As empresas estão sendo obrigadas a ir mais fundo em suas redes de fornecedores para identificar matérias-primas e componentes que possam estar sujeitos a sobretaxas ou que possam violar um número crescente de regras e regulamentações que visam países como a Rússia e a China.

A Volkswagen foi surpreendida este ano quando milhares de Audis, Porsches, Bentleys e Lamborghinis foram retidos nos portos marítimos dos EUA. Os carros continham um componente magnético proveniente de um sub-fornecedor que se encontra em uma “lista suja” for estar localizado na região de Xinjiang, na China, onde as autoridades são suspeitas de usar trabalho forçado uigur.

“Nós realmente tentamos, mas isso mostra quão desafiador é saber tudo o que acontece em cadeias de abastecimento complexas”, disse um porta-voz da VW.

As relações comerciais entre os EUA e a China poderão piorar ainda mais nos próximos anos. O presidente Biden disse em abril que pretende mais do que triplicar as tarifas às importações de aço e alumínio da China. Os legisladores dos EUA estão pressionando pela limitação dos negócios da indústria farmacêutica com empresas chinesas de biotecnologia como a WuXi AppTec, fabricante terceirizada com supostas ligações com os militares chineses.

Especialistas em logística afirmam que alguns executivos também se perguntam o que poderá acontecer se Donald Trump vencer as eleições presidenciais de novembro e cumprir a promessa de impor tarifas de dois dígitos a todas as importações, bem como uma tarifa de mais de 60% às importações da China.

As multinacionais não conseguem se desvencilhar facilmente dos riscos geopolíticos, observa Simon Geale, vice-presidente-executivo de compras da consultoria Proxima, especializada em cadeias de abastecimento. Ele observa que a Rússia é um dos maiores fornecedores mundiais de alumínio, níquel e cobre, por exemplo, e que a China fornece cerca de 75% dos minerais de terras raras usados nos semicondutores dos EUA.

“Há essas interdependências enormes entre esses países, que basicamente estão em guerra uns com os outros”, afirma ele.

Fonte: Dow Jones
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 06/05/2024

 

Brasil e Japão: encontro empresarial busca fortalecer trocas e construir acordo

Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com Japan External Trade Organization (JETRO), Federação das Empresas do Japão (Keidanren), ApexBrasil e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o Fórum Econômico Brasil-Japão reúne autoridades governamentais e empresariais de ambos os países neste sábado (04) para discutir o fortalecimento da parceria comercial.

Hoje os números são consideráveis, mas há potencial para crescimento:

Em 2023, o Japão foi o 9° parceiro comercial do Brasil. Naquele ano, a corrente de comércio entre os dois países alcançou US$ 11,7 bilhões.
Foram US$ 6,6 bilhões em exportações brasileiras para o Japão no ano passado, sendo 46% da indústria de transformação e US$ 5,1 bilhões em importações, com quase 100% também da indústria de transformação.
O Japão foi o 7º investidor direto do Brasil em 2023.
Na indústria brasileira, os setores automotivo, equipamentos industriais, aparelhos médicos e de borracha foram os que mais receberam anúncios de investimentos do Japão no Brasil entre 2019 e 2023, com destaque para as empresas japonesas Toyota Motor, Hitachi, Nipro, Bridgestone e Komatsu.
Na economia japonesa, os setores de químicos e de serviços empresariais foram os com mais investimentos brasileiros, com destaque para a Novonor e a Pinheiro Neto Advogados.

Os dados são elaborados pela CNI com base em estatísticas do Banco Mundial, ComexStat, Banco Central, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e FDI Markets.

Acordo entre Mercosul e Japão

Um dos temas prioritários no fórum é a retomada da negociação do Acordo de Parceria Econômica entre o Mercosul, bloco do qual o Brasil faz parte, e o país asiático. O tratado é considerado fundamental para o incremento comercial entre os dois países e para a diversificação da pauta exportadora brasileira.

A intenção é que o acordo contenha estímulos como regras aduaneiras para aumentar a celeridade do comércio, abertura do mercado de compras governamentais, aumento dos investimentos bilaterais e do comércio bilateral de serviços e estímulo à cooperação e ao intercâmbio de tecnologia entre Brasil e Japão.

O Japão é a quarta maior economia do mundo, fonte de significativos Investimentos Estrangeiros Direitos (IEDs) em diferentes regiões do mundo e um parceiro comercial e de investimentos relevante para o Brasil. 

O Mercosul, por sua vez, é umas das maiores economias em desenvolvimento, composto por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e mais recentemente, Bolívia, além de um potencial significativo de mercado para o Japão.

 

Desde 2015, os setores empresariais de ambos os países têm trabalhado em conjunto em prol do acordo de parceria comercial. Em 2018, a CNI lançou um roadmap com sugestões de pontos que deveriam ser abrangidos pelo documento. 

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 06/05/2024

 

Agrishow 2024 movimenta R$ 13,6 bilhões em negócios

Os organizadores da Agrishow divulgaram os resultados da 29ª edição, que se encerra nesta sexta-feira, 3 de maio, em Ribeirão Preto (SP). De acordo com comunicado à imprensa, a feira alcançou o volume recorde de R$ 13,6 bilhões em intenções de negócios, especialmente relacionados a máquinas e implementos agrícolas.

O crescimento foi de 2,4% em relação à edição de 2023, que registrou um volume de R$ 13,3 bilhões. Quanto aos visitantes, a organização afirmou que o número permaneceu equivalente ao do ano anterior, com aproximadamente 195 mil pessoas. A feira recebeu produtores rurais de pequenas, médias e grandes propriedades de todas as regiões do país, além de participantes internacionais.

“A mobilidade e a infraestrutura da feira foram alguns dos destaques, que permitiram aos visitantes uma melhor experiência, principalmente para aqueles que compõem a agricultura familiar – público ao qual se atribuiu grande parte do crescimento da Agrishow 2024”, disse João Marchesan, presidente da Agrishow.

Ainda que o cenário não fosse o mais favorável para o setor, com as adversidades do clima, os juros altos e a falta de recursos controlados, as expectativas da feira foram superadas.

“Mantivemos os visitantes e aumentamos as intenções de negócios. E esperamos que, para o próximo ano, o agronegócio brasileiro possa estar ainda mais forte e pujante”, conclui Marchesan. Em 2025, a Agrishow acontece entre 28 de abril e 2 de maio.

Fonte: Portal Máquinas Agrícolas
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 06/05/2024