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BNDES vai investir R$ 2,5 bilhões em fundos de infraestrutura

O BNDES deverá investir até R$ 2,5 bilhões em fundos de infraestrutura, que serão selecionados por meio de um processo competitivo. Nesta segunda-feira (17), o banco de fomento abre uma chamada pública para escolher até cinco fundos. Serão alocados, no máximo, R$ 500 milhões em cada um deles. A expectativa é alavancar ao menos R$ 5 bilhões adicionais, do setor privado, por meio da iniciativa.

Os gestores interessados em receber os recursos terão que enviar suas propostas até 4 de março. A escolha será feita pela equipe da instituição, que irá avaliar a tese de investimento do fundo, sua governança, os custos, além da gestora e da equipe envolvida. A seleção deverá ser concluída no primeiro semestre deste ano.

Trata-se de um novo mecanismo de investimento do banco que está sendo testado. “O objetivo do BNDES é aumentar seus instrumentos de atuação em infraestrutura. Já temos investimentos diretos, financiamentos, e agora queremos alocar recursos por meio de fundos”, afirma Bruno Laskowsky, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto da instituição.

A ideia é impulsionar tanto fundos de crédito (para conceder empréstimos a projetos e empresas), quanto fundos de participações (que entrarão diretamente no capital dos negócios). Dos cinco escolhidos, dois serão de crédito e três, de participações.

Serão priorizados investimentos em saneamento básico e mobilidade urbana, segmentos que têm um grande impacto social, mas que ainda atraem um volume relativamente menor de recursos. Também há uma preferência por fundos de investidores institucionais (que administram dinheiro de terceiros) e com critérios de mensuração de impacto social e ambiental.

Laskowsky destaca outros dois focos buscados na seleção. O primeiro é que os investimentos sejam feitos em operações de “project finance” - nas quais o projeto se “autofinancia”, dando como garantia seu próprio fluxo de caixa, sem recorrer a garantias externas, das empresas envolvidas. “Vamos privilegiar a tomada de risco do projeto, e não necessariamente o risco do avalista.”

O segundo objetivo é alongar o prazo dos empréstimos. “Buscamos estruturas que acompanhem o ‘timing’ de longo prazo da infraestrutura, que está mais para 15, 20 anos, enquanto o prazo do crédito bancário em geral é de até sete, oito anos”, afirma.

Para isso, a ideia é que os fundos sejam fechados, sem possibilidade de resgate, com um prazo mínimo de oito anos, podendo este chegar a 15 anos, no caso dos fundos de participações, e 20 anos, nos de crédito, explica Filipe Borsato, chefe do departamento de gestão de investimentos em fundos do BNDES. “Queremos trazer investidores institucionais e dar a eles mais segurança para colocarem recursos em projetos de infraestrutura no Brasil, por um prazo longo”, diz.

A ideia é que o BNDES seja um “minoritário relevante”, com até 50% de participação nos fundos de crédito e até 25%, nos de participação. A decisão de quais projetos específicos receberão os investimentos será do gestor privado, destacam os executivos.

“Obviamente haverá uma política de direcionamento dos setores que receberão investimentos, mas, uma vez que isso for definido, a decisão é independente”, afirma Borsato. Ele também diz que o desenho não foi pensado com foco nos projetos de 2022. “Em geral, o prazo para a alocação dos recursos é de três a seis anos, então os projetos beneficiados serão estruturados e selecionados nos próximos anos.”

Laskowsky defende que o fato de o processo se desenrolar em meio a um ano eleitoral não será um problema, e que a possibilidade de mudanças de direcionamento no banco não é um fator de preocupação. “A própria supervisão do mercado elimina eventuais riscos futuros de uma alocação que não gere retorno.”

Ele também destaca o caráter de longo prazo da empreitada. “Estamos falando de projetos de 15, 20 anos. Isso transpassa qualquer ciclo de governo. O país tem uma lacuna enorme em infraestrutura. A conta que se faz na hora de pensar o investimento é: tem demanda, tem gente preparada para tocar as obras, tem bons estruturadores, tem financiamento. Estabilidade ajuda muito, claro, mas o tema central aqui não é volatilidade eleitoral.”

Para o BNDESPar, o movimento faz parte de seu processo de “reciclagem de capital”. Desde 2019, o braço de participações do banco vem se desfazendo de ações em companhias como JBS, Klabin, Vale, entre outras. A ideia, diz o diretor, é recompor o portfólio com outras diretrizes.

O aporte em fundos de infraestrutura será uma primeira experiência nesse modelo de investimento, que poderá se estender a outras áreas de atuação do BNDES. “Essa é a primeira chamada, vamos entender como vai se dar o processo. Mas uma possibilidade é dar um ‘guidance’ [orientação], que poderá ser anual, bianual, trianual, de que o banco vai fazer chamadas subsequentes em diferentes setores estratégicos, não só infraestrutura”, afirma.

Fonte: Valor
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 18/01/2022

 

Sete tendências que vão marcar a construção e a arquitetura em 2022

Tal como aconteceu noutros setores, a construção não parou de evoluir nestes últimos anos. Assiste-se agora a uma nova organização de prioridades, de métodos e de técnicas com o setor a adaptar-se constantemente às atuais necessidades sociais, económicas e ambientais, dando origem a novas tendências que vão contribuir imensamente para uma revolução no mercado.

Com o novo ano a começar, a Sto, empresa internacional especializada no fabrico de sistemas e elementos construtivos, identificou e anunciou as principais tendências que vão marcar o setor este ano:

– Novas técnicas de construção sustentável ganham vida. As alterações climáticas são hoje mais do que nunca, uma das grandes prioridades do setor. Esta preocupação fez com que as técnicas de construção também evoluíssem nesse sentido, algo que continuará a marcar 2022. Essa premissa afetará não apenas os processos construtivos, com maior aposta no uso de recursos materiais sustentáveis ??ou no tratamento de resíduos por meio de processos de economia circular, mas também no que diz respeito ao edifício construído ou reabilitado, apostando mais em elementos como: isolamento térmico, caixilharia de qualidade, materiais sustentáveis, sistemas de poupança de água, aparelhos de baixo consumo, utilização de energias renováveis…

– Construir ou reabilitar? A reforma e a renovação darão o impulso final. As medidas do governo e a ajuda europeia que as acompanha, vão promover a reabilitação de habitações e edifícios. Embora as várias medidas implementadas nos últimos anos tenham tentado promover este tipo de ação, fruto da idade do parque imobiliário português, será a partir de 2022 que o setor vai ganhar ritmo, aprendendo com o que outros países mais avançados estão a fazer, e adaptando todas as suas soluções disponíveis à nossa realidade climática e cultural.

– Salto tecnológico para uma maior eficiência e eficácia na execução dos projetos. Em 2022, a busca por técnicas e métodos que agilizem qualquer projeto de construção sem desperdiçar recursos ou reduzir a qualidade, segurança e conforto da edificação serão a chave. E isso só se consegue com o apoio de novos sistemas tecnológicos como o BIM, uma metodologia de trabalho colaborativo para a criação e gestão de um projeto de construção, que visa centralizar toda a informação do projeto num modelo de informação digital. Tudo isso, com um único propósito: eficiência na execução de obras de arquitetura e engenharia.

– Construção industrializada. Os princípios da sustentabilidade e da digitalização estão a colocar em destaque novos modelos construtivos como os industrializados, baseados no projeto e fabricação automatizados de elementos estruturais e não estruturais de uma edificação. Os benefícios que traz a nível social, económico e ambiental serão a base do seu sucesso este ano: otimização dos tempos de produção até 50%, redução de custos até 20%, processo digitalizado e produção automatizada, redução do impacto ambiental da construção e criação de empregos muito mais especializados, seguros, atrativos e inclusivos. Este modelo aplica-se também a todo o sector da construção – imobiliário, infraestruturas… – e, embora seja uma excelente solução para novos projetos de construção, também tem lugar na reabilitação.

– Integração da tecnologia de impressão 3D também na construção. A impressão 3D aplicada à construção consiste em um conjunto de tecnologias de fabricação que possibilitam a criação de um objeto tridimensional através da sobreposição sucessiva de camadas de determinados materiais. Devido à sua facilidade de trabalhar com detalhes, está a tornar-se num excelente método construtivo para edifícios mais artísticos, mesmo em construções instaladas em áreas com condições climáticas variáveis. Em 2021, vários projetos com impressão 3D foram lançados, sendo que 2022 seguirá uma tendência semelhante. De facto, muitas empresas internacionais do setor estabeleceram um crescimento anual de 14% até 2027.

– Estética e design, também em fachadas exteriores. Todo este compromisso acrescido com a sustentabilidade e a inovação tecnológica não é incompatível com a estética. Assim como a decoração de interiores ganhou um papel fundamental nas últimas décadas, o design marcante das fachadas, tanto em reabilitação como na nova construção, dará o salto em 2022. Aliás, já é possível personalizar totalmente a área exterior de um edifício aplicação de diferentes tipos de materiais: reboco (orgânico, mineral, silicato…), grés porcelânico em diferentes modos de apresentação (compacto, extrudido, grande formato), cerâmica de várias cores e superfícies (liso, rugoso, plástico…), pedra natural de diferentes tipos (arenito, dolomita…) ou mesmo vidro, em diferentes tonalidades e tratamentos.

– Espaços mais flexíveis, multi-funcionais e luminosos. A população dá mais importância do que nunca aos espaços em que vive e trabalha, o que fez com que o estilo de vida das novas gerações prevaleça tanto nas residências quanto nos escritórios. No caso dos escritórios, com o regresso ao trabalho, apostará em espaços abertos onde o espaço é partilhado com cafetaria, zonas de reunião ou descanso, para facilitar a mobilidade. A arquitetura residencial, por sua vez, jogará com as noções de multi-funcionalidade, versatilidade e modularidade em espaços abertos, para poder se reinventar em poucos momentos.

Fonte: Engeplus
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 18/01/2022

Em reunião com Guedes, setores da indústria projetam crescer até dois dígitos em 2022

Em reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nessa sexta-feira (14) representantes de 13 setores da indústria estimaram crescimento em 2022 frente ao ano passado. De acordo com documento da Coalizão Indústria, entregue a Guedes e ao qual o Valor teve acesso, há perspectiva de aumento na produção, investimentos e exportações em pelo menos dez segmentos.

A indústria do aço, por exemplo, projeta crescer seu faturamento em 2,5% em 2022, enquanto a indústria de brinquedos, 11%, o setor automotivo, 8,5%, eletrônicos, 9%, e cimento, 1%.

José Velloso Dias, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), disse que esses segmentos industriais fizeram questão de demonstrar otimismo, apesar da Selic e inflação altas. Apenas a entidade espera uma alta de 4,5% na produção nacional e de 6% em suas vendas neste ano.

“A despeito de ser ano eleitoral e um ano em que o Banco Central deve aumentar mais os juros, a gente acredita que em 2022 também será possível aprovar a reforma tributária, concluir as privatizações de Correios e Eletrobras e avançar com marcos regulatórios importantes”, afirmou.

De acordo com Velloso, Guedes se mostrou convergente com as prioridades do grupo de industriais, que também inclui ampliar as exportações de bens manufaturados, melhorar o acesso ao crédito para pequenas e médias empresas e atrair mais indústrias estratégicas para o país, como no segmento de semicondutores. “Se a gente conseguir avançar com essas reformas e prioridades em 2022, daremos um belo passo”, acrescentou o executivo da indústria química.

Executivos do grupo Coalizão Indústria têm se reunido mensalmente com Guedes para traçar estratégias macroeconômicas e debater o quadro da indústria.

 
Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 17/01/2022

 

China terá desaceleração econômica em 2022 (e o Brasil que se cuide)

Um país chave a acompanhar, a China deve ser ponto de atenção do investidor, já que a nação asiática terá desaceleração econômica em 2022, o que pode desencadear reflexos reais aqui no Brasil.

O Banco Mundial prevê que, no período, o PIB chinês atinja 5,1% de crescimento, inferior ao resultado de 8% esperado para 2021. E muitos são os fatores para isto.

De acordo com a Terra Investimentos, a China enfrenta alta inflação com o aumento dos preços das commodities. O país é um grande comprador desta categoria de produtos, respondendo por 18% do PIB mundial de commodities.

“O Brasil monitora esse desempenho com cautela, já que um terço das commodities que produzimos são exportadas para a China“, destaca o analista Régis Chinchila.

Nesse cenário, soja, minério de ferro, petróleo, algodão e proteína animal estão na berlinda.

Para tentar conter a inflação e por razões ambientais, Pequim realizou movimentos em torno do minério de ferro e metais preciosos na segunda metade do ano passado.

“O governo chinês lançou mão de medidas como a liberação de parte de suas reservas de minério para aumentar a oferta e determinou a redução da produção de aço no país”, afirma o analista.

Isto acabou desacelerando a economia chinesa e influenciou nas projeções para 2022. E no caso específico do minério, deixa a Vale (VALE3) em um ponto de inflexão.

Fonte: Money Times
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 17/01/2022

 

Redução das chuvas abre espaço para retomada da mineração em MG

A perspectiva de redução das chuvas em Minas Gerais abre caminho para a retomada da produção de minério de ferro na região, o que seria uma boa notícia para as siderúrgicas chinesas.

As chuvas acima da média no estado levaram a Vale, CSN, Gerdau e Usiminas a interromperem as atividades de mineração na área. A produtora de zinco Nexa Resources também reduziu a capacidade da mina Vazante para 60%.

O clima agora deve melhorar. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê precipitação mais fraca e isolada nas principais áreas produtoras de minério do estado. A Gerdau já começou a planejar a retomada de sua unidade de mineração nos próximos dias, caso o tempo continue melhorando.

“A partir da próxima semana, a tendência é poder voltar à atividade normal”, disse Anete Fernandes, meteorologista do Inmet. “Podemos ver pancadas mais recorrentes e volume significativo novamente no final de janeiro, mas nada próximo ao início do ano.”

A redução da chuva no Brasil fornece um novo driver para a recuperação dos futuros de minério de ferro. As paralisações desde 8 de janeiro afetaram cerca de 1,8 milhão de toneladas das exportações do estado, segundo cálculos da Secretaria de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia (MME), com base em informações das empresas. Essas perdas podem ser recuperadas ao longo do ano.

Embora as tempestades ainda afetem partes das ferrovias usadas para transportar grãos e minério, normalmente não demora muito para restaurar os serviços, disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Ainda assim, os danos precisarão ser avaliados assim que a chuva parar. “Precisa de tempo firme.”

A recuperação das ferrovias pode levar algumas semanas.

As chuvas também levantaram preocupações sobre o impacto nas barragens de rejeitos na região, palco dos desastres de Mariana e Brumadinho, em 2015 e 2019.

O total de barragens em nível de emergência em Minas Gerais subiu de 36 para 40 após as chuvas, de acordo com a Agência Nacional de Mineração. Na quinta-feira, a Vale elevou o protocolo de emergência para nível 2 na barragem Área IX, em Ouro Preto, e iniciou protocolo de emergência em nível 1 no dique Elefante, na mina de Água Limpa, ambos em Minas Gerais. A empresa disse que as medidas não impactam a produção.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/01/2022

 

Usiminas retoma produção de minério de ferro em Minas Gerais, após as fortes chuvas

A Usiminas (USIM5) informou que, desde sexta-feira (14), a produção de minério de ferro foi retomada de forma “gradual” em Minas Gerais. Como se sabe, nas últimas semanas, o Estado foi castigado com fortes chuvas que causaram enchentes em diversas cidades.

As atividades da Mineração Usiminas (Musa) estavam paralisadas desde 10 de janeiro, quando tempestades atingiram a região de Itatiaiuçu, onde estão concentradas. Na mesma ocasião, a companhia informou que acionara o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens da Mineração (PAEBM) para sua Barragem Central, desativada desde 2014.

No fato relevante deste fim de semana, a Usiminas comunica também que a Barragem Central voltou para o nível zero de emergência, ou seja, não corre mais riscos.

Fonte: Money Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/01/2022