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Instituto Aço Brasil vê decisão de Trump como movimento político que ameaça negociações sobre tarifas

O presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, avaliou que a decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros tem caráter político e pode prejudicar o andamento das tratativas entre os dois países em torno da reciprocidade tarifária.

“Esse acirramento foi uma decisão política. Acaba por prejudicar o que estava sendo encaminhado na discussão da renovação do acordo iniciado em 2018, quando Trump também aplicou uma taxa de 25% sobre o aço”, afirmou.

Segundo Lopes, existem atualmente duas vertentes de negociação entre Brasil e Estados Unidos: uma relacionada a produtos de aço e alumínio, e outra voltada à reciprocidade tarifária de forma mais ampla.

“No nosso entendimento, essa nova medida diz respeito à reciprocidade tarifária. Para o aço, especificamente, a tarifa de 50% já estava em vigor, então, na prática, não muda. Não acreditamos que seja uma tarifação cumulativa”, disse.

Lopes lembra que, mesmo com as barreiras, a indústria americana não é autossuficiente em produtos acabados de aço e continua dependente de insumos semiacabados — sendo o Brasil um dos principais fornecedores. Por isso, ele alerta para os riscos do endurecimento das medidas.

Ele defende que a diplomacia brasileira continue atuando para garantir acesso ao mercado americano e espera que o movimento não comprometa os canais de diálogo que vinham sendo reabertos nos últimos anos.

“O que precisamos entender é se, de fato, as decisões valem só para a reciprocidade tarifária ou se esse acirramento tem alguma melhora para viabilizar esse acordo”.

 

 
Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 10/07/2025

 

Mercado brasileiro de máquinas e equipamentos continua crescendo; bens importados ocupam fatia de 46,5%

 

O mercado brasileiro de máquinas e equipamentos apresenta novo crescimento no mês de maio de 2025, reflexo do bom desempenho do mercado doméstico. O faturamento total em maio foi de R$ 27.435,77 milhões, com crescimento de 12,2% em relação ao mês anterior e 26,3% na comparação com maio de 2024. No acumulado do ano, o faturamento somou R$ 119.658,68 milhões, aumento de 15,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Abimaq, no dia 2 de julho em coletiva de imprensa virtual.

Se o mercado interno mostra-se ativo, o mesmo não se pode dizer do mercado externo. As exportações somaram US$ 989,29 milhões no mês de maio, valor abaixo dos US$ 1,088 bilhão, que é a media mensal dos anos 2022 e 2023. Esse volume é 4,1% menor que o do mês anterior e 5,9% abaixo do observado em maio de 2025. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, as exportações atingiram US$ 4.730,25 milhões, 7,7% menos que no mesmo período do ano anterior.

O desempenho veio “acima das expectativas, puxado pelo mercado doméstico”, diz diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella.

De acordo com a Abimaq, parte importante da queda nas exportações de 2025 pode ser atribuída ao preço que recuou 3,5% no mercado internacional. A queda das exportações de máquinas e equipamentos medidas em quantidades foi de 3,8%. Porém, parte relevante do recuo nas vendas externas se deve ao arrefecimento do mercado da América do Norte, que passou dos US$ 1.935 milhão no período de janeiro a maio de 2024 para US$ 1.568 milhão no mesmo período desse ano – um recuo de 18,9%. Para os EUA, que representam 25,8% do total das exportações setoriais, houve queda de 18,3% nas vendas de máquinas brasileiras em 2025.

As exportações para a Europa e América do Sul cresceram10,3% e 8,4%, respectivamente. Entre os países da América do Sul se destacou a Argentina que registrou expansão de 54,3%, na sua maioria máquinas para agricultura e para construção civil. Outro destaque no período foi o crescimento das exportações para a China (90,8%) e Emirados Árabes (121,2%).

IMPORTAÇÕES – No mês de maio, as importações de máquinas e equipamentos foram de US$ 2.675,57 milhões, com crescimento de 2,9% em relação ao mês anterior e de 5,2% na comparação com maio de 2025. No acumulado dos primeiros cinco primeiros meses do ano, as importações totalizaram US$ 13.090,76 milhões, com crescimento de 10,3%.

Para Cristina Zanella, o crescimento nas importações preocupa porque ultrapassa o que considera um ‘nível saudável’, que estaria entre 35% e 40% do consumo aparente nacional. No mês de maio, o consumo aparente foi de R$ 37.591,48 milhões, 9,8 % acima do mês anterior e 24% a mais que no mesmo mês de 2024. No acumulado até maio, o consumo aparente totalizou R$ 172.166,51 milhões, 22% acima do obtido no mesmo período de 2024. Atualmente, as importações ocupam 46,5% do mercado nacional ante 45,9% no mesmo período de 2024.

“Dentre os setores fabricantes de máquinas e equipamentos os mais prejudicados pela crescente penetração de bens importados são os fabricantes de máquinas para infraestrutura e indústria de base, máquinas para a indústria de transformação e de componentes, todos com taxa de penetração superior a 50% no período”, diz o relatório da Abimaq.

O relatório da Abimaq dá a dimensão do aumento das importações: “No ano, as importações somaram US$ 13,1 bilhões, valor 10,3% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e o maior da história para o período. A queda nos preços médios das máquinas importadas ao longo do ano (6%) anulou parte da desvalorização do real (15,4%) e viabilizou a maior entrada de máquinas, em quantum, no país (+17,3%). Atualmente as importações são quase 3x o volume de exportação de máquinas, fator que impacta em acréscimo mensal de cerca de US$ 2 bilhões ao déficit da balança comercial brasileira.”

A Abimaq ainda diz: “As importações crescentes de máquinas e equipamentos, em praticamente todas as atividades da economia brasileira, representam um fator preocupante para o setor e para a nação, reflete a perda de competitividade atribuída, em grande escala, a fatores sistêmicos, mas, principalmente à concorrência internacional assimétrica, baseada em subsídio de toda ordem.”

O que a Abimaq chama de “concorrência internacional assimétrica” vem principalmente da China. Em maio, as importações tiveram como principal origem a China (30% do total), mas a maior taxa de crescimento foi em máquinas vindas da Alemanha (+37%) em relação a abril de 2025). De janeiro a maio, a China seguiu como a principal origem das importações, tanto em participação (32,4% do total) como em taxa de crescimento (+26,6% em relação a 2024), aplicando a sua distância dos tradicionais fabricantes de máquinas e equipamentos. Os dados históricos do setor mostram clara ampliação da presença de máquinas importadas no mercado brasileiro, e de forma mais intensa vindas do mercado chinês. Em 10 anos, a China quase dobrou a sua participação no total de máquinas importadas pelo Brasil (de 16,6% em 2015 para 32,4% em 2025).

OUTROS INDICADORES – O nível de utilização da capacidade instalada do setor registrou expansão de 1,8% em relação ao mês de abril ao atingir 78,9%, valor 5% superior ao do mesmo mês de 2024. Em média o setor atuou em 2025 com 77,3% da sua capacidade, 4 p.p. acima do nível de 2024 (73,3%).

A carteira de pedidos, após ter expandido em 3,9% em abril de 2025, recuou 1,4% no mês de maio. Esta queda foi explicada pela piora nos setores de fabricantes de máquinas para construção civil e agrícolas. Este último, apesar da queda na ponta, manteve carteira quase 20% superior à de 2025.

Em maio de 2025, o setor de máquinas e equipamentos registrou expansão no número de pessoas empregadas. No mês, o setor empregou 419 mil colaboradores – um avanço de 0,8% em relação ao mês de abril de 2925. Na comparação com maio de 2024, houve aumento de pouco mais de 32 mil postos de trabalho no setor, marcando o décimo aumento consecutivo nesse tipo de comparação.

 
Fonte: IPESI
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 07/07/2025

 

Plano Safra 2025/26 disponibilizará R$ 516,2 bilhões a médios e grandes produtores

O governo federal lança nesta terça-feira (1º) o Plano Safra 2025/26, com recursos na ordem de R$ 516,2 bilhões destinados à agricultura empresarial. O valor representa um acréscimo de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior. 

Voltado a médios e grandes produtores, o Plano Safra da agricultura empresarial é coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e contempla operações de custeio, comercialização e investimento. As condições variam de acordo com o perfil do beneficiário e o programa acessado. As taxas de juros, prazos e limites de crédito estarão disponíveis nas tabelas oficiais a serem divulgadas pelo Mapa.

Segurança e sustentabilidade no campo

A partir deste ano, o crédito rural de custeio agrícola passa a exigir a observância das recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Anteriormente restrita a operações de até R$ 200 mil contratadas por agricultores familiares do Pronaf com enquadramento obrigatório no Proagro, a exigência agora se estende a financiamentos acima desse valor e a contratos em que o Proagro não é exigido.

O objetivo da medida é evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições, contribuindo para maior segurança e sustentabilidade na produção. A exceção ocorre somente nos casos em que não houver zoneamento disponível para o município ou para a cultura financiada.

Outra novidade é a autorização para o financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito, o que flexibiliza o acesso aos insumos.

O crédito de custeio também poderá ser destinado à produção de sementes e mudas de essências florestais, nativas ou exóticas, valorizando iniciativas voltadas à preservação ambiental. Ainda nesse contexto, será permitido o financiamento de insumos e tratos culturais voltados ao cultivo de plantas utilizadas para cobertura e proteção do solo no período de entressafra, incentivando práticas agrícolas sustentáveis.

Além disso, o novo ciclo do Plano Safra traz medidas para facilitar a renegociação de dívidas, oferecendo aos produtores que enfrentaram dificuldades em safras anteriores mais flexibilidade para reorganizar seus passivos e retomar o fluxo produtivo.

Acesso ampliado ao Funcafé

Um dos destaques desta edição é a ampliação do acesso ao Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). A partir de agora, beneficiários do Pronaf e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) poderão acessar o fundo mesmo que já tenham contratos ativos pelo Plano Safra, aumentando as opções de crédito e a capacidade de investimento e produção no setor cafeeiro.

Incentivo à produção sustentável 

Os produtores que adotarem práticas sustentáveis terão acesso a condições diferenciadas, como juros reduzidos. O Plano Safra 2025/26 também oferece crédito para produção de mudas, reflorestamento e culturas de cobertura, que ajudam a preservar o solo entre uma safra e outra.

Além disso, o governo prorrogou para o período de 1º de julho de 2025 a 30 de junho de 2026 a aplicação do desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros das operações de crédito rural de custeio. A medida vale para produtores enquadrados no Pronamp e também para os demais produtores que investirem em atividades sustentáveis, com recursos equalizados e respeitados os limites definidos por cada instituição financeira para o ano agrícola.

Programas voltados à modernização e inovação seguem fortalecidos. Moderagro e Inovagro foram unificados para simplificar o acesso ao crédito e, com isso, houve aumento do limite disponível para investimentos em granjas, possibilitando que essas estruturas se mantenham sempre atualizadas em relação à sanidade animal.

O subprograma RenovAgro Ambiental passa a contemplar também ações de prevenção e combate a incêndios, além de recuperação de áreas protegidas. Entre as novidades, está a possibilidade de financiamento de ações de prevenção e combate ao fogo no imóvel rural; uso dos recursos para a aquisição de caminhões-pipa ou carretas-pipa; e entre os itens financiáveis, mudas de espécies nativas para a reposição e recomposição de áreas de preservação permanente e reservas legais.

Armazenagem

O programa de armazenagem (PCA) também foi ampliado. O limite de capacidade por projeto passou de 6 mil para 12 mil toneladas, o que contribui para melhorar a infraestrutura de estocagem e escoamento da produção rural.

Outra novidade é a ampliação do limite de renda para enquadramento no Pronamp, que passou de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano, permitindo que mais produtores tenham acesso às condições diferenciadas oferecidas pelo programa.

 
Fonte: Portal Máquinas Agrícolas
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 02/07/2025

 

Governo investiga dumping em produtos de aço laminado a quente vindos da China, Indonésia e Índia

O governo vai investigar a existência de dumping nas exportações da China, Indonésia e Índia para o Brasil de produtos planos de aços inoxidáveis laminados a quente, apresentados na forma de bobinas ou chapas.

A decisão da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) foi publicada ontem (30) no “Diário Oficial da União”.

A análise dos elementos de prova de dumping considerou o período de julho de 2023 a junho de 2024.

Já o período de análise de dano considerou o período de julho de 2019 a junho de 2024.

 
Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/07/2025

Alta da Selic pressiona o setor de máquinas pesadas

A recente elevação da taxa Selic para 15% ao ano - o maior patamar em quase duas décadas - impõe desafios significativos a empresas que operam em setores de capital intensivo.

O segmento de infraestrutura depende de investimentos contínuos em máquinas e equipamentos, e o aumento dos juros eleva consideravelmente o custo do crédito, comprometendo o fluxo de caixa e dificultando a manutenção de margens operacionais saudáveis.

Em 2024, o mercado de equipamentos da Linha Amarela, que inclui escavadeiras, retroescavadeiras e pás carregadeiras, registrou um crescimento de 14% nas vendas, totalizando mais de 36,9 mil unidades comercializadas.

Este desempenho foi impulsionado por obras de infraestrutura e construção civil, consolidando 2024 como o segundo melhor ano da série histórica de vendas para o setor.

No entanto, para 2025, a projeção é de estabilidade nas vendas, com tendência de crescimento de cerca de 1%, refletindo as incertezas econômicas e o impacto das altas taxas de juros.

“A elevação da Selic, além de prejudicar as operações e investimentos da WPX, especializada em terceirização de frota, e de outras empresas do setor, afeta a economia como um todo. O crédito mais caro desestimula investimentos, reduz a geração de empregos e compromete o crescimento do país. É um freio que atinge os setores produtivos, que mais geram riqueza e desenvolvimento para o Brasil”, declara Alexandre Petkow, sócio-fundador da WPX.

"É imprescindível que as decisões macroeconômicas considerem os efeitos diretos sobre os setores que movimentam a economia real. A sustentabilidade do crescimento econômico depende de políticas que incentivem o investimento e a produção, sobretudo em áreas estratégicas como infraestrutura", finaliza.

Fonte: Revista M&T
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 30/06/2025

Como a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil — e por que isso importa?

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. Essa relação bilateral movimenta bilhões de dólares por ano e afeta diretamente a economia brasileira. Desde os alimentos que chegam à mesa até os eletrônicos utilizados no dia a dia, a interdependência entre os dois países influencia preços, empregos, investimentos e decisões diplomáticas. Entender essa dinâmica é essencial para quem acompanha política econômica e atualidades.

O início da aproximação entre Brasil e China

O intercâmbio entre Brasil e China ganhou força nos anos 1990, com o crescimento chinês acelerado e o interesse por matérias-primas. Nos anos 2000, os dois países se aproximaram ainda mais com a criação do grupo BRICS, ampliando parcerias comerciais, tecnológicas e diplomáticas.

Exportações brasileiras e dependência do mercado chinês

Mais de 30% das exportações brasileiras têm como destino a China, sendo soja, minério de ferro, petróleo e carne os principais produtos. Essa demanda garante superávit comercial ao Brasil, mas também o torna vulnerável a oscilações da economia chinesa e às decisões do governo de Pequim sobre importações.

O que o Brasil importa da China?

Além de exportar commodities, o Brasil importa da China produtos industrializados e estratégicos, como fertilizantes, componentes eletrônicos, máquinas e equipamentos. Isso faz com que o custo de vida no Brasil, principalmente no setor agrícola e de tecnologia, seja diretamente afetado pela relação cambial e pelo comércio com a Ásia.

Impactos no dia a dia e na política externa brasileira

A relação com a China influencia decisões diplomáticas, votos em organismos internacionais e a condução da política externa brasileira. Internamente, o comércio sino-brasileiro afeta a inflação, o nível de emprego em setores do agronegócio e o ritmo das exportações. Qualquer desaceleração na China tende a reduzir a arrecadação brasileira e pressionar o câmbio e os preços domésticos.

Fonte: JC Concursos
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 30/06/2025