Notícias

Decisão do governo pode fazer ação siderúrgica pagar mais dividendos?

Por mais que os últimos meses não tenham sido fáceis para o setor siderúrgico, uma decisão do governo pode “virar o jogo” para algumas empresas. 

Segundo Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, o setor pode se beneficiar caso o governo brasileiro altere as regras de tributação do aço estrangeiro. E, quando isso acontecer, os investidores posicionados nas empresas certas também vão sair ganhando.

O analista afirma que é possível encontrar boas oportunidades no mercado agora mesmo, e investir de modo a buscar surfar as valorizações e a melhora nos lucros dessas empresas, caso a sobretaxa do aço importado seja aprovada.

Mais do que isso: Ruy afirma que existe uma empresa do setor capaz de entregar um dividend yield de 10% neste ano, de acordo com as projeções. E ela ainda está barata.

Siderúrgica pode ‘decolar’ se governo tomar decisão favorável ao setor

O que está em questão aqui é a concorrência entre as siderúrgicas nacionais e as fabricantes chinesas de aço.

Essa história começa com as dificuldades que a indústria siderúrgica chinesa vem passando por conta da desaceleração da economia do país. 

No intuito de contornar essa situação e manter a economia aquecida, o governo chinês tem subsidiado as produtoras de aço, que podem, assim, vender o produto a preços menores.

Então, o aço chinês chega ao Brasil sendo negociado a preços competitivos — o que, é claro, prejudica a indústria nacional. E os acionistas também sofrem.

Diante disso, representantes do setor estão pressionando o governo para que a alíquota de imposto paga pelas empresas chinesas seja aumentada, na linha das tarifas praticadas por outros países.

Em resposta a essa demanda, o governo brasileiro tomou uma decisão “tímida” em outubro do ano passado, e elevou a alíquota de 9,6% para até 14% para 12 produtos da cadeia do aço. Mas a expectativa dos produtores nacionais é que o imposto chegue a 25%.

Empresa tem ‘valuation descontado’ e potencial para ‘surpresas positivas’, diz analista

A pauta ainda está em análise, mas, caso o pedido seja atendido, as ações de empresas da indústria siderúrgica podem se beneficiar bastante.

É também por isso que Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, recomenda investir agora em uma siderúrgica que está “em ponto de bala” para decolar.

Essa empresa é a Gerdau (GGBR4). O analista abriu a recomendação em entrevista ao programa Giro do Mercado, e salientou alguns pontos que fazem dela uma opção interessante para investir agora:

Está descontada, negociando a menor de 4 x EV/Ebitda;
Tem potencial para entregar um dividend yield de mais de 10%;
Tem boa geração de caixa; e
Alavancagem baixa.

Tudo isso faz com que a Gerdau seja capaz de se manter e pagar dividendos aos seus acionistas mesmo em cenários de setor desaquecido, como este.

Ruy também considera que a queda no preço da ação é exagerada diante da qualidade dos fundamentos da empresa, e que essa distorção deve se corrigir em breve.

Além disso, a Gerdau deve se beneficiar caso o governo decida a favor da sobretaxa do aço importado. Nas palavras do analista:

“Quando você tem esses patamares de valuation tão descontados, você abre oportunidade de surpresas positivas. Uma coisa que está em discussão é o aumento da alíquota de importação do aço. Se isso acontecer, vai ser muito positivo para o papel. Se a gente tiver uma retomada da atividade um pouco mais forte, com queda de juros, por exemplo, também vai ser positivo para o papel. Então, acaba que você já tem tanto pessimismo embutido nesses preços que a gente entende que esse é um cenário assimétrico”

Ou seja, a Gerdau é uma das apostas da Empiricus Research para investir agora e lucrar com dividendos e valorizações. Mas ela não é a única.

Todas as ações da lista estão sendo negociadas a preços interessantes e têm potencial para pagar dividendos recorrentes aos acionistas. 

Além disso, também é possível lucrar com as valorizações das ações recomendadas. Para você ter uma ideia, só em dezembro de 2023 a carteira já valorizou +7,3%.

Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/02/2024

ArcelorMittal tem prejuízo maior do que o esperado no 4º trimestre

A gigante siderúrgica ArcelorMittal informou nesta quinta-feira (8) que teve prejuízo líquido de US$ 2,97 bilhões no quarto trimestre de 2023, invertendo lucro de US$ 261 milhões apurado em igual período de 2022.

O resultado foi bem pior do que o esperado em consenso de analistas fornecido pela própria empresa, de perda de US$ 1,645 bilhão.

O Ebitda da ArcelorMittal, que tem sede em Luxemburgo, somou US$ 1,266 bilhão no trimestre, valor bem semelhante ao de um ano antes, enquanto a receita diminuiu 12%, a US$ 14,55 bilhões.

Fonte: Dow Jones Newwires
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/02/2024

Taxação do aço chinês no Brasil: uma briga onde não faltam ofensas nem ataques pessoais

Uma acirrada disputa em torno da importação de aço transformou-se em uma guerra aberta em um setor gigantesco da economia e que concentra algumas das maiores empresas do país. De um lado, postam-se as siderúrgicas brasileiras, que defendem maior taxação sobre a entrada de aço chinês no Brasil, movimento que tem se intensificado nos últimos meses. De outro, posicionam-se empresas compradoras desse aço, que argumentam que a taxação pode gerar custos altamente prejudiciais à indústria de bens de capital. Na semana passada, uma declaração do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, funcionou como gasolina atirada a uma fogueira que já ardia em fogo brando. 

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Velloso acusou as siderúrgicas brasileiras de “fazer chantagem” e, nominalmente, atacou o presidente da maior delas, a Gerdau. Velloso chamou o executivo Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, de “moleque” e disse que seus argumentos em defesa da proteção ao aço brasileiro são “mentiras”. As declarações caíram como uma bomba em um setor marcado pela discrição e reserva nos posicionamentos, surpreendendo desde representantes do governo que lidam com o assunto no Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) a membros da Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Nunca vimos uma disputa nesse setor escalar a esse tom. É até o caso de se questionar a legitimidade de uma liderança que faz essas acusações”, diz uma fonte ligada à entidade.

A guerra do aço tem origem em um pleito apresentado pelo Instituto Aço Brasil junto ao MDIC para elevar a alíquota de importação de vários produtos, entre eles um tipo de aço específico utilizado pelas indústrias brasileiras de máquinas. O instituto pede a elevação da taxa atual – que varia entre 11% e 12% – para 25%.

O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, e o presidente da Abimaq, José Velloso, falaram à Dinheiro sobre a briga entre os setores, um embate que deve ir longe. 

Siderúrgicas temem “invasão chinesa”

O setor da siderurgia nacional, que concentra gigantes como a Gerdau e a CSN, teme que o país seja inundado por aço chinês. Com a economia do país asiático crescendo menos e o setor de construção civil desaquecido por conta da recente quebra da Evergrande, o presidente do Instituto Aço Brasil reforça que o aço chinês já é taxado em 25% em países como Estados Unidos, México e pela União Europeia. Ele teme que empresas paralisem plantas e aumente o desemprego no setor. 

“O que estamos vivendo é a tempestade perfeita. Temos as vendas internas do setor caindo, exportações caindo, importações subindo de forma exponencial e o setor com ociosidade de 40%, que é muito alto. Se nada for feito você terá como consequência demissões e fechamento de plantas”, explicou Lopes. 

A indústria da siderurgia afirma que há 564 milhões de toneladas de aço excedente para exportação e 191 milhões são chineses. Lopes afirma que a China está exportando atualmente 100 milhões de toneladas, o que significa duas vezes mais que a capacidade do Brasil.  Lopes também chama os argumentos da Abimaq de “narrativas” e que as entidades que criticam o aumento da alíquota não tem nenhuma representatividade. 

“Quem está do lado da coalizão da Abimaq não tem representatividade. A Associação da Indústria Ferroviária: não tem expansão da malha ferroviária no Brasil. A Associação da indústria Naval já foi muito forte e você não tem nada hoje. O grupo que  eu coordeno representa 43% do PIB e tem indústria de cimento, brinquedo e várias outras”, afirmou. 

“O aço mais caro do mundo”

O autor das pesadas críticas contra as siderúrgicas, José Velloso representa o setor dos produtores de máquinas, um dos maiores consumidores de aço no país. Em tom mais comedido que o adotado há duas semanas e evitando polemizar sobre os ataques da entrevista à Folha de S.Paulo, ele justifica que o aço do Brasil é o mais caro do mundo para pequenas indústrias. 

Estudo feito pela entidade que preside, a Abimaq, mostra que o aço produzido no país chega a ser 42% mais caro que o importado nacionalizado. Segundo a associação, a tonelada do aço laminado a quente chega a custar US$ 1.210 no Brasil, contra US$ 794 na média dos países. A entidade cita como fonte dos dados a CRU Group, empresa privada especialista em inteligência de negócios.   

Frente ao argumento de que a manutenção das taxas sobre o aço chinês pode levar a indústria da siderurgia demitir trabalhadores, Velloso esboça outro cenário nefasto em que o aumento nas alíquotas teria efeito deletério sobre a inflação, já que produtos como geladeira e automóveis podem ficar mais caros. 

“Se a entrada do aço chinês vai gerar desemprego no setor da siderurgia, a taxação vai ter um impacto econômico muito maior. O setor que representamos gerou 396 mil empregos em 2022, contra  126 mil da siderurgia. Se as barreiras para a entrada do aço importado aumentarem, a situação pode piorar ainda mais”, avalia Velloso.

Na próxima quinta-feira, 8, há expectativa de que o Gecex do Ministério da Indústria e Desenvolvimento tome uma posição sobre a contenda ou solicite mais informações. A guerra, ao que tudo indica, está só começando. 

Fonte: Isto É Dinheiro
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 07/02/2024

Taxação do aço chinês no Brasil: uma briga onde não faltam ofensas nem ataques pessoais

Uma acirrada disputa em torno da importação de aço transformou-se em uma guerra aberta em um setor gigantesco da economia e que concentra algumas das maiores empresas do país. De um lado, postam-se as siderúrgicas brasileiras, que defendem maior taxação sobre a entrada de aço chinês no Brasil, movimento que tem se intensificado nos últimos meses. De outro, posicionam-se empresas compradoras desse aço, que argumentam que a taxação pode gerar custos altamente prejudiciais à indústria de bens de capital. Na semana passada, uma declaração do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, funcionou como gasolina atirada a uma fogueira que já ardia em fogo brando. 

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Velloso acusou as siderúrgicas brasileiras de “fazer chantagem” e, nominalmente, atacou o presidente da maior delas, a Gerdau. Velloso chamou o executivo Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, de “moleque” e disse que seus argumentos em defesa da proteção ao aço brasileiro são “mentiras”. As declarações caíram como uma bomba em um setor marcado pela discrição e reserva nos posicionamentos, surpreendendo desde representantes do governo que lidam com o assunto no Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) a membros da Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Nunca vimos uma disputa nesse setor escalar a esse tom. É até o caso de se questionar a legitimidade de uma liderança que faz essas acusações”, diz uma fonte ligada à entidade.

A guerra do aço tem origem em um pleito apresentado pelo Instituto Aço Brasil junto ao MDIC para elevar a alíquota de importação de vários produtos, entre eles um tipo de aço específico utilizado pelas indústrias brasileiras de máquinas. O instituto pede a elevação da taxa atual – que varia entre 11% e 12% – para 25%.

O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, e o presidente da Abimaq, José Velloso, falaram à Dinheiro sobre a briga entre os setores, um embate que deve ir longe. 

Siderúrgicas temem “invasão chinesa”

O setor da siderurgia nacional, que concentra gigantes como a Gerdau e a CSN, teme que o país seja inundado por aço chinês. Com a economia do país asiático crescendo menos e o setor de construção civil desaquecido por conta da recente quebra da Evergrande, o presidente do Instituto Aço Brasil reforça que o aço chinês já é taxado em 25% em países como Estados Unidos, México e pela União Europeia. Ele teme que empresas paralisem plantas e aumente o desemprego no setor. 

“O que estamos vivendo é a tempestade perfeita. Temos as vendas internas do setor caindo, exportações caindo, importações subindo de forma exponencial e o setor com ociosidade de 40%, que é muito alto. Se nada for feito você terá como consequência demissões e fechamento de plantas”, explicou Lopes. 

A indústria da siderurgia afirma que há 564 milhões de toneladas de aço excedente para exportação e 191 milhões são chineses. Lopes afirma que a China está exportando atualmente 100 milhões de toneladas, o que significa duas vezes mais que a capacidade do Brasil.  Lopes também chama os argumentos da Abimaq de “narrativas” e que as entidades que criticam o aumento da alíquota não tem nenhuma representatividade. 

“Quem está do lado da coalizão da Abimaq não tem representatividade. A Associação da Indústria Ferroviária: não tem expansão da malha ferroviária no Brasil. A Associação da indústria Naval já foi muito forte e você não tem nada hoje. O grupo que  eu coordeno representa 43% do PIB e tem indústria de cimento, brinquedo e várias outras”, afirmou. 

“O aço mais caro do mundo”

O autor das pesadas críticas contra as siderúrgicas, José Velloso representa o setor dos produtores de máquinas, um dos maiores consumidores de aço no país. Em tom mais comedido que o adotado há duas semanas e evitando polemizar sobre os ataques da entrevista à Folha de S.Paulo, ele justifica que o aço do Brasil é o mais caro do mundo para pequenas indústrias. 

Estudo feito pela entidade que preside, a Abimaq, mostra que o aço produzido no país chega a ser 42% mais caro que o importado nacionalizado. Segundo a associação, a tonelada do aço laminado a quente chega a custar US$ 1.210 no Brasil, contra US$ 794 na média dos países. A entidade cita como fonte dos dados a CRU Group, empresa privada especialista em inteligência de negócios.   

Frente ao argumento de que a manutenção das taxas sobre o aço chinês pode levar a indústria da siderurgia demitir trabalhadores, Velloso esboça outro cenário nefasto em que o aumento nas alíquotas teria efeito deletério sobre a inflação, já que produtos como geladeira e automóveis podem ficar mais caros. 

“Se a entrada do aço chinês vai gerar desemprego no setor da siderurgia, a taxação vai ter um impacto econômico muito maior. O setor que representamos gerou 396 mil empregos em 2022, contra  126 mil da siderurgia. Se as barreiras para a entrada do aço importado aumentarem, a situação pode piorar ainda mais”, avalia Velloso.

Na próxima quinta-feira, 8, há expectativa de que o Gecex do Ministério da Indústria e Desenvolvimento tome uma posição sobre a contenda ou solicite mais informações. A guerra, ao que tudo indica, está só começando. 

Fonte: Isto É Dinheiro
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 07/02/2024

UFC e Vale firmam parceria inédita para o desenvolvimento de novos materiais aplicados em descarbonização

O desenvolvimento de tecnologias sustentáveis deu origem à primeira parceria PD&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação) entre a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a empresa Vale.Tendo à frente o pesquisador Diego Lomonaco, professor do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica e coordenador do Laboratório de Produtos e Tecnologia em Processos (LPT), o projeto foi acordado no segundo semestre de 2023 no valor de R$ 550 mil e abrange pesquisas com fins de redução das emissões de carbono na Vale.

Integram a equipe do projeto as professoras da UFC Selma Mazzetto, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica (Centro de Ciências); Janaína Machado, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (Centro de Tecnologia); e Flávia Santos, do Departamento de Fisiologia e Farmacologia (Faculdade de Medicina); além do pós-doutorando Leandro Nascimento. O enfoque dos estudos da equipe será em novos materiais para serem aplicados nas iniciativas da Vale de buscar produtos mais verdes para a área de minério de ferro.

Na Vale, o projeto será desenvolvido no Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF), que é um dos mais modernos centros tecnológicos em mineração e siderurgia do mundo. Atualmente, a Vale é uma das únicas mineradoras do mundo a manter um centro de pesquisa com essa estrutura. O CTF possui equipe multidisciplinar, diversos laboratórios e tem como foco pesquisar o uso do minério de ferro na siderurgia desenvolvendo soluções de carga e novos produtos, agregando assim valor ao portfólio da Vale e garantindo soluções adequadas às necessidades dos clientes. Recentemente, o CTF tem se firmado como um importante núcleo de excelência na estratégia de descarbonização da siderurgia.

BOAS PRÁTICAS – Além da inovação no campo científico, o projeto de parceria com a multinacional destaca-se pelo formato do contrato – sendo a propriedade intelectual 100% da Vale, mas com contrapartida financeira para a UFC – bem como pela rapidez na aprovação. Ao todo, foram 43 dias desde o início do processo até a assinatura final pelo reitor Custódio Almeida no Sistema Eletrônico de Informações (SEI).

“Essa é a primeira parceria com a Vale formalmente identificada pela Universidade e foi um trabalho de times da Universidade. A gente conseguiu fazer negociações complexas com essa empresa enorme, colocando o nosso peso institucional e de experts”, destaca Carol Matos, coordenadora do Escritório de Projetos da Pró-Reitoria de Relações Interinstitucionais da UFC (EP/PROINTER).

De acordo com a pró-reitora-adjunta de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, Profª Cláudia do Ó Pessoa, o tempo recorde para a formalização da parceria integra novas práticas de gestão que vêm sendo adotadas na UFC Inova, seguindo os fluxos e processos para proteção intelectual e transferência tecnológica estabelecidos na Lei Federal nº 10.973/2004 (Lei da Inovação) e na Resolução da UFC nº 38/CONSUNI, de 18 de agosto de 2017.

“A UFC INOVA vem qualificando o seu corpo técnico e estabelecendo as boas práticas de gestão, criando um ambiente propício para as práticas de interação, com celeridade e segurança nos acordos de parcerias entre a Universidade e o setor empresarial”, pontua.

Destaca ainda Carol Matos que o suporte junto ao pesquisador e a articulação do Escritório de Projetos com demais instâncias da Universidade tornaram a firmação da parceria um case de sucesso, a partir do alinhamento da equipe de pesquisa e desenvolvimento da Vale com diversos atores do ecossistema de inovação da UFC. “Apoiamos toda a conjuntura, o arranjo jurídico e administrativo, e o arranjo de parcerias que era necessário ser vencido pelo pesquisador para que ele se sentisse seguro e fosse apoiado até o final, até o processo de assinatura”, comenta.

Fonte: UFC
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/02/2024

Inteligência artificial descobre mina de cobre gigantesca na África

A KoBold Metals, uma startup de mineração que usa inteligência artificial para explorar materiais essenciais para a transição da energia verde, disse que descobriu um enorme depósito de cobre na Zâmbia.

A KoBold, sediada na área da Baía de São Francisco, cujos acionistas incluem a Breakthrough Energy Ventures - apoiada por Bill Gates, Jeff Bezos e Michael Bloomberg - bem como a T. Rowe Price Group, Bond Capital, Andreesen Horowitz e Equinor ASA, vem perfurando na mina de Mingomba, na Zâmbia, há pouco mais de um ano.

De acordo com o presidente da KoBold, Josh Goldman, Mingomba está se preparando para ser "extraordinária".

Goldman comparou o potencial de Mingomba ao da mina Kakula, desenvolvida pela Ivanhoe Mines e pela Zijin Mining Group , da China, do outro lado da fronteira, na República Democrática do Congo. Essa mina produziu quase 400 mil toneladas de cobre no ano passado.

- A história de Mingomba é que ela é como Kakula, tanto no tamanho quanto no grau. Será uma das grandes minas subterrâneas de mais alto grau - disse Goldman em uma entrevista antes da conferência Mining Indaba, na Cidade do Cabo.

Embora a empresa tenha como meta sua primeira produção no início da próxima década, ela ainda precisa publicar uma estimativa de recursos atualizada e concluir estudos de viabilidade que informarão a decisão sobre a construção da nova instalação, que Goldman estima que poderá custar US$ 2 bilhões.

A KoBold está usando sua tecnologia de inteligência artificial para processar dados de perfuração e otimizar a exploração de cobre e cobalto em Mingomba.

Com foco na projeção de escassez de longo prazo de materiais como cobalto, níquel e lítio, a KoBold não está se preocupando com os preços baixos que atualmente estão causando estragos em alguns projetos de baterias metálicas em todo o mundo.

- Capitalizamos a empresa para podermos fazer investimentos de longo prazo. Nós nos importamos muito com o preço dessas commodities em 2035 e não nos importamos com o preço em 2024 - afirmou Goldman.

As empresas de mineração têm alertado sobre a iminência de déficits de cobre, impulsionados pela crescente demanda pelo metal em parques eólicos e solares, cabos de alta tensão e veículos elétricos. Essa revolução verde está estimulando a concorrência por recursos escassos, com os Estados Unidos tentando recuperar o atraso depois que as empresas chinesas dominaram por muito tempo o investimento em mineração na África.

Mingomba é o projeto mais avançado do portfólio da KoBold, mas a empresa também está explorando mais de 60 outras áreas, sendo que grande parte dessa atividade está concentrada na Austrália, no Canadá e nos EUA.

Em dezembro, a empresa anunciou que havia descoberto vários depósitos de lítio em potencial em locais como Namíbia, Quebec e Nevada.

A KoBold gastou cerca de US$ 100 milhões em exploração no ano passado e espera ultrapassar essa cifra em 2024 - alocações na "mesma escala das grandes empresas", como o BHP Group e a Rio Tinto, de acordo com Goldman.

Mingomba poderia ajudar o governo de Zâmbia, o segundo maior produtor de cobre da África, a reverter anos de declínio e a atingir sua meta de triplicar a produção em uma década.

 
Fonte: O Globo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/02/2024