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Geopolítica é desafio do comércio global para Força-tarefa de Comércio e Investimento do B20

Mudanças na dinâmica geopolítica nos últimos anos, questões climáticas e crises sanitárias são alguns dos riscos que têm mudado a dinâmica do comércio global nos últimos anos, incluindo a reestruturação das cadeias globais. É em meio a esse cenário que a Força-tarefa de Comércio e Investimento do Business 20 (B20) discute recomendações nesta área.

Composto por sete forças-tarefas e um conselho de ação, o grupo é o fórum empresarial dos países do G20. Desde o início do ano, as forças-tarefas têm discutido propostas para apresentar aos chefes de Estado na cúpula das maiores economias do mundo. Em 2022, os países do G20 representaram 88,2% do PIB mundial, 83,1% dos investimentos enviados e 79,5% dos investimentos recebidos. 

Em entrevista à Agência de Notícias da Indústria, Daniel Azevedo, diretor-executivo e sócio da Boston Consulting Group (BCG), consultoria que apoia a força-tarefa, falou das alterações no comércio global nos últimos anos e de questões a serem enfrentadas para promoção de um comércio internacional aberto, equitativo e eficiente.

Um estudo do BCG divulgado em janeiro prevê crescimento de fluxos comerciais dentro e entre o Sul Global e uma desaceleração dos corredores Sul-Norte. Quais os motivos desse cenário? Como isso representa novas oportunidades para o Brasil?  

As forças geopolíticas que estão em jogo acabam tendo efeito sobre comércio global, segurança nacional e criação de empregos pelo mundo afora. Por um lado, a gente enxerga um elo comercial entre as duas maiores potências econômicas globais — a China e os Estados Unidos — reduzindo ao longo da próxima década. Esse já foi o maior fluxo comercial do mundo entre duas nações. Por um lado, os Estados Unidos vão acabar reforçando o comércio norte-americano, com o Canadá, com México e também o comércio com Europa. E por outro lado, a China deve crescer principalmente no Sudeste Asiático, com a Índia e também com o Mercosul e com a África. 

Como essas mudanças impactam as empresas?

Quando você vê essa reconstrução das cadeias globais, as empresas que construíram suas cadeias produtivas no mundo onde a lógica era muito “o que é mais eficiente? mais barato? como eu crio uma cadeia de valor mais eficiente e mais barata, sem fronteiras?” isso está entrando num novo estágio onde eu tenho preocupações maiores com a resiliência da minha cadeia.

Quando você coloca a resiliência à frente de custo, ou em paralelo com custo, ou pelo menos como um elemento da equação, as respostas que você tinha antes com relação a qual que era a sua cadeia ideal passam a mudar. É esse momento que a gente vive. A gente vê as empresas cada vez mais alertas e atentas com relação aos riscos para suas cadeias e voltando ao que a gente chama de “fortalecer os múltiplos geopolíticos”.

No mundo plano onde você pode fazer comércio com todo mundo sem se preocupar, era uma questão econômica simples, matemática. Quando você começa a levar outras coisas em consideração, como riscos futuros e até outros elementos não geopolíticos, como por exemplo, riscos de eventos climáticos ou pandemias, como a gente viveu recentemente, que traz estresse para as cadeiras globais, você começa a repensar essa equação.

De que maneira as empresas têm buscado reduzir esse risco?

No passado, se a sua cadeia mais eficiente era uma que nascia no Vietnã, ia para China, passava pela Índia e vinha para o Brasil, era a cadeia que você executava. No mundo onde eu tenho uma preocupação maior com riscos de futuras pandemias, tem desastres naturais com uma frequência cada vez maior e eu tenho riscos geopolíticos, não vai ser essa cadeia, provavelmente, que eu vou querer sustentar. Eu vou querer uma cadeia que tem um risco menor e risco menor muitas vezes é associado ou à proximidade geográfica ou a relações comerciais muito estabelecidas, antigas de países que tendem a ser mais homogêneos com relação a sistemas políticos e jurídicos e em relação à proteção de dados, privacidade etc, que são onde surgem riscos nessas relações de comércio internacional.  

A gente está vendo talvez na história recente de negócios a maior mudança depois da mudança que foi tornar as empresas globais. Esse é o primeiro momento que a gente vê o comércio global crescendo menos que PIB global para a próxima década. Não muito menos, um pouco menos e isso vem muito de empresas buscando aproximação de cadeias para reduzir um pouco risco. 

O quanto esses movimentos como o nearshoring e friendshoring, de reestruturação das cadeias, têm sido feitos? Quais as dificuldades para essas mudanças?

Isso já está sendo uma realidade sim, mas gradual. Vou dar dois exemplos. Um foi a guerra na Ucrânia, um conflito geopolítico em que os países europeus chegaram a impor uma série de sanções à Rússia, mas havia a dependência do gás russo para sua matriz energética. Não dava para da noite para o dia você de repente desplugar do gás russo. Diferentes países tinham diferentes graus de dependência. Os mais próximos, com Alemanha, bastante dependente e os mais distantes, menos dependentes. Criou-se um plano de reduzir a dependência no médio prazo do gás russo. 

Por mais que a guerra na Ucrânia em algum momento, talvez se resolva, conflitos geopolíticos com a Rússia podem voltar a acontecer. Foi criado um plano de criar resiliência energética, com uma combinação de retornar algumas matrizes energéticas que foram um pouco abandonadas, como a nuclear, que é algo que está sendo discutido; reiniciar algumas usinas que estavam fechadas, mas também aumentar a importação de gás natural americano, criar a infraestrutura para você conseguir receber esse gás importado via marítima. Não é uma mudança de um momento para outro, mas decisões são tomadas para de fato mudar. 

Outro exemplo são os semicondutores. A indústria americana percebeu a dependência muito grande da China e de Taiwan e decidiu que esse era um setor estratégico que o grau de dependência não era condizente com os riscos geopolíticos. Então iniciou-se um processo de desenvolver a indústria de semicondutores nos Estados Unidos e no México. A Europa também está passando por algo similar. 

Então para alguns itens, que são recursos de relevância desproporcional, como energia, como semicondutores, não é algo que você consegue fazer de um dia para o outro a mudança porque você tem toda uma cadeia montada eficiente onde o arranjo original economicamente falando, talvez fosse a melhor equação. Por isso que era a Europa consumia gás russo, por isso que semicondutores asiáticos eram produzidos lá e não nos Estados Unidos. Mas dado os efeitos geopolíticos isso precisa mudar. 
Em outras indústrias isso acontece de uma forma muito mais simples. Indústrias talvez menos complexas, com vários fornecedores globais, a mudança acaba sendo um pouco mais simples e direta. 

O tema de investimento tem essa interseção com a transição energética. Como mercados emergentes podem atrair investimentos nessa área? 

O grande tema da transição energética é que, de partida, as matrizes energéticas dos diferentes países têm naturezas muito distintas. O custo da transição, por consequência, também é bastante distinto e o grau de compromisso individual de cada país com essa transição energética também tende a variar, então é um tema é muito complexo de existir um acordo amplo global em que todos os interesses são levados em consideração e a gente chega numa fórmula em que todo mundo enxerga que é o melhor caminho para todos. A transição energética acaba por trazer algumas distorções principalmente quando países avançam com velocidades diferentes no assunto. 

Por exemplo, o CBAM na Europa é uma forma de você, via regulação, acelerar a transição energética em que indústrias mais intensivas em carbono vão ter uma taxação específica dado o conteúdo de carbono emitido no processo de produção de cada uma das indústrias que estão sendo consideradas. Para algumas indústrias, o impacto vai ser bem menor, para produtos mais leves em carbono. Para produtos mais pesados em carbono, o impacto é super relevante nas empresas.

O problema dessa abordagem é que você está impondo uma taxação sobre essas indústrias que no país de origem das empresas que estão exportando para Europa não existe, então você cria um desbalanço de taxação. 

Esse ponto também se relaciona com a discussão das responsabilidades diferentes dos países na questão climática…

Os países em desenvolvimento trazem um princípio importante, que é o princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas. O que significa que temos responsabilidade comum, mas a nossa capacidade de atuar sobre isso é distinta, dado o grau de riqueza e o quanto cada país já poluiu na sua história. Então o CBAM ainda é uma medida que não é vista por mercados em desenvolvimento como algo que está alinhado com esse princípio e acho que não tem solução fácil.  

Acordos climáticos que de fato sejam impactantes são muito difíceis de se obter, ainda mais no mundo atual que está se desglobalizando. Não só nas cadeias globais, mas também a Organização Mundial de Comércio vem perdendo sua relevância nas últimas décadas e o comércio tem se expandido, mas muito com base em acordos bilaterais ou focados em regiões específicas e não via acordos globais de comércio. 

Há expectativa em relação a uma reestruturação da OMC?

Infelizmente a gente enxerga a OMC como um órgão que está perdendo a relevância. O tempo necessário para processamento das disputas na OMC se tornou absurdamente longo. É um órgão que não consegue cumprir a sua função e você tem sinalizações importantes, como os EUA não nomeando juízes para arbitrar nas disputas, o que reduz ainda mais a capacidade de processamento. 

Promover avanços estruturais, perenes, não é um processo linear. Tem muito trabalho para ser feito para conseguir resgatar a relevância da OMC. Enquanto isso, eu não vejo nenhum problema das nações buscarem acordos regionais ou bilaterais. Não resolve o problema global, mas pelo menos ajuda a avançar. Tanto é que nas últimas décadas, apesar do declínio da OMC, o comércio global cresceu, gerou riqueza enorme. O futuro é um pouco mais incerto, mas eu acho que no curto pro médio prazo ainda vai ser muito mais calcado em acordos regionais ou bilaterais do que grandes acordos na OMC.

Uma das recomendações da força-tarefa de comércio e investimento do B20 no ano passado foi a digitalização do comércio. O que tem de melhorar nesse ponto e como novas tecnologias como a inteligência artificial podem impactar nesse cenário?

É um daqueles temas em que talvez exista um certo alinhamento de caminho. É quase unanimidade que a gente precisa caminhar na digitalização do comércio. O desafio é na execução e parte do desafio da execução é tornar mais acessível, ampliar a utilização, mas tem algumas questões regulatórias que não são triviais: proteção de dados, proteção de propriedade intelectual, cibersegurança. Existem níveis de penetração e adoção por empresas e países muito distintos. Um futuro onde o acesso digital é mais amplo e a regulação mais uniforme ou com algum grau de alinhamento tem um potencial de facilitar o comércio global. Você amplia a transparência, se torna muito mais fácil a troca de dados e acho que isso é uma infraestrutura básica para a gente conseguir ver um salto no comércio global nos próximos anos.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 07/06/2024

Desempenho da indústria de implementos rodoviários fica equilibrado em 2024

O desempenho de emplacamentos de implementos rodoviários de janeiro a maio de 2024 apresentou resultado semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado. Esse ano, foram vendidos 61.667 implementos rodoviários ante 61.095 produtos de janeiro a maio de 2023.

“Esse equilíbrio mostra que a indústria como um todo soube manter o mercado logístico abastecido de implementos rodoviários mesmo diante das enchentes que se abateram sobre o Rio Grande do Sul e que prejudicaram as empresas associadas instaladas naquele estado”, avalia José Carlos Spricigo, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).

As empresas localizadas no Rio Grande do Sul foram afetadas de maneira variada. Desde inundação das instalações até escassez de matérias primas e componentes ocorrida pelos bloqueios nas estradas. A Polícia Rodoviária Federal contabilizou 187 pontos de interrupção de tráfego.

“As perdas de vidas é algo irreparável, porém o conforto que resta aos irmãos gaúchos pelas consequências desta grande enchente fica pela solidariedade do povo brasileiro e também da ajuda internacional. Por isso rogamos que a indústria e demais setores retomem o quanto antes suas atividades com finalidade de amenizar ainda mais as questões sociais que estão por vir", conclui.

O desempenho de emplacamentos de implementos rodoviários de janeiro a maio de 2024 apresentou resultado semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado. Esse ano, foram vendidos 61.667 implementos rodoviários ante 61.095 produtos de janeiro a maio de 2023.

“Esse equilíbrio mostra que a indústria como um todo soube manter o mercado logístico abastecido de implementos rodoviários mesmo diante das enchentes que se abateram sobre o Rio Grande do Sul e que prejudicaram as empresas associadas instaladas naquele estado”, avalia José Carlos Spricigo, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).

As empresas localizadas no Rio Grande do Sul foram afetadas de maneira variada. Desde inundação das instalações até escassez de matérias primas e componentes ocorrida pelos bloqueios nas estradas. A Polícia Rodoviária Federal contabilizou 187 pontos de interrupção de tráfego.

“As perdas de vidas é algo irreparável, porém o conforto que resta aos irmãos gaúchos pelas consequências desta grande enchente fica pela solidariedade do povo brasileiro e também da ajuda internacional. Por isso rogamos que a indústria e demais setores retomem o quanto antes suas atividades com finalidade de amenizar ainda mais as questões sociais que estão por vir", conclui.

Pesados e Leves – O segmento de Reboques e Semirreboques (Pesados) registrou crescimento de 6,3% no período. De janeiro a maio de 2024 a indústria comercializou 36.967 unidades, contra 34.776 em igual período do ano passado.

O mercado de Carroceria sobre chassis apresentou recuo de 6,15%. Nos cinco primeiros meses do ano as empresas entregaram ao mercado 24.700 produtos, ante 26.319 em 2023.

– O segmento de Reboques e Semirreboques (Pesados) registrou crescimento de 6,3% no período. De janeiro a maio de 2024 a indústria comercializou 36.967 unidades, contra 34.776 em igual período do ano passado.

O mercado de Carroceria sobre chassis apresentou recuo de 6,15%. Nos cinco primeiros meses do ano as empresas entregaram ao mercado 24.700 produtos, ante 26.319 em 2023.

Fonte: Revista M&T
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 07/06/2024

 

Na China, delegação brasileira obtém US$ 495 milhões de banco do Brics para o RS

A delegação brasileira, liderada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, começou na terça-feira, 4, missão oficial à China.

Em Pequim, conforme nota divulgada pelo Ministério da Agricultura, houve uma reunião com a presidente do banco do Brics, a brasileira Dilma Rousseff, ocasião na qual foi assinada uma carta-compromisso de apoio ao Rio Grande do Sul.

A carta formaliza a destinação de US$ 495 milhões do banco do Brics para a reconstrução do Estado.

Segundo nota da Agricultura, o encontro teve a presença dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro; Rui Costa (Casa Civil); Simone Tebet (Planejamento e Orçamento); Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome); Márcio França (Micro e Pequenas Empresas) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além dos presidentes da ApexBrasil, Jorge Viana, e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli.

A pasta informou, ainda, que, além dos recursos oriundos diretamente do banco do Brics, tomadores como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB) e Banco Regional do Extremo Sul (BRDE) vão ofertar outros US$ 620 milhões, totalizando US$ 1,115 bilhão (R$ 5,75 bilhões) em investimentos.

"Na parceria com o BB, serão destinados US$ 100 milhões para a reconstrução da infraestrutura agrícola no Estado gaúcho, como por exemplo, em projetos de armazenagem e de logística", cita a Agricultura.

De acordo com a carta-compromisso, os recursos de US$ 495 milhões serão distribuídos da seguinte forma: US$ 200 milhões para infraestrutura, incluindo investimentos em rodovias, pontes, vias urbanas e outras instalações.

Os outros US$ 295 milhões serão canalizados pelo BRDE e destinados exclusivamente às necessidades do Rio Grande do Sul.

Já os US$ 620 milhões alocados exclusivamente para o Estado serão concedidos por BNDES, BB e BRDE.

Fonte: Folha PE
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 06/06/2024

 

Investimento começa 2024 bem, mas setor de máquinas e equipamentos não se beneficia, diz Abimaq

A Formação Bruta de Capital Fixo, conhecida como a medida de investimentos no PIB, cresceu 4,1% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, mas nem todos os subsetores agregados nesse indicador se saíram bem. Segundo a diretora de competitividade, economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Cristina Zanella, o crescimento foi puxado pelos investimentos em construção.

“Esperávamos que o ano começaria mais pujante com o direcionamento de queda da taxa de juros, mas isso não aconteceu. Já até revisamos os nossos números e esperamos uma queda de 8% no setor de máquinas e equipamentos para o fim do ano de 2024”, afirma Zanella.

Segundo levantamento interno da Abimaq, no primeiro trimestre deste ano em comparação ao trimestre imediatamente anterior, o consumo de maquinas e equipamentos cresceu 1,2%, mas a receita do setor caiu 4,5%.

Zanella relata que a importação de máquinas e equipamentos cresceu 10%, mas a produção local não teve a mesma demanda e vive um momento difícil.

“O problema é na questão das máquinas produzidas localmente. Quando olhamos para o nosso faturamento direcionado ao mercado doméstico, encolheu 24% nesse primeiro trimestre comparado com o mesmo trimestre do ano passado, por exemplo”, afirma a diretora da Abimaq. As exportações [de máquinas] sustentaram um pouco os nossos números, mas o mercado doméstico foi muito ruim”, acrescenta.

A executiva da Abimaq explica que a demanda na indústria de transformação por máquinas e equipamentos produzidos dentro do Brasil esteve muito baixa por causa da taxa de juros elevada. “O câmbio passou a ser favorável para o produtor local [favorecendo as exportações] e as nossas taxas de juros aqui estão elevadas. Por outro lado, quando se importa uma máquina, geralmente se faz financiamento e as taxas de juros lá fora estão mais baratas. Por isso preferem comprar máquinas e equipamentos lá fora do que internamente”, explica.

Para Zanella, não há expectativa de que esse cenário seja revertido ao longo do ano. “Esperávamos que a taxa Selic fosse para 9%, mas agora já vimos que não vai. Isso é ruim para o mercado porque a taxa básica de juros é o direcionamento para as outras taxas. Ela vai continuar alta e isso inibe os investimentos em máquinas”, diz.

Fonte: Valor
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 06/06/2024

 

Brasil estende decisão antidumping a aço inoxidável importado da China

Cerca de um mês depois de fixar cotas para importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos, o governo brasileiro decidiu estender a aplicação do direito definitivo de antidumping sobre dois tipos de aço inoxidável com origem na China. A medida veio em resposta a um pedido da Aperam South America, maior produtora de aço inoxidável da América Latina.

Conforme a siderúrgica, os chineses elevaram as exportações de aços inoxidáveis dos tipos 200 e 410 — agora também alvos de tarifa antidumping — para evitar sobretaxa similar, imposta desde 2013 pelo país, a outros dois tipos de aço inoxidável, 304 e 430, que têm propriedades diferentes.

Em nota, o diretor comercial da Aperam, Rodrigo Damasceno, afirma que “o desfecho da investigação demonstra a capacidade técnica do governo de analisar casos complexos de burla a medidas de defesa comercial em vigor”.

“Entendemos que a decisão do governo foi sensata e tende a contribuir para uma projeção mais otimista no médio prazo, embora não seja possível falar em uma recuperação imediata sem antes avaliar os reais efeitos dessas medidas”, diz.

Em sua decisão, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) aponta que, embora o volume importado de laminados a frio que já eram alvo do antidumping tenha crescido 278,8% no período analisado, as importações dos outros dois tipos de aço inoxidável saltaram 514,4% no mesmo intervalo.

No fim do ano passado, a Aperam anunciou a suspensão da terceira etapa de seu pacote de investimentos no país, previsto para os anos de 2024 e 2025, diante do excesso de oferta de aço inoxidável no mercado doméstico provocada pela forte entrada de produtos chineses. Conforme Damasceno, ainda não é possível dizer que os investimentos serão descongelados.

“Não podemos dizer agora que o plano de investimento será retomado, pois precisamos entender o verdadeiro impacto dessa medida no mercado de aço inoxidável brasileiro e isso leva algum tempo, pelo menos seis meses. Mas, sem dúvidas, é um sinal bastante positivo”, afirma.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/06/2024

Venda de carro 100% elétrico desacelera em maio

Apesar de ainda manter expressivo crescimento no comparativo anual, o segmento de carro 100% elétrico deu sinais de desaceleração em maio.

Com 5.174 unidades emplacadas no mês, registrou retração de 22,76% sobre abril, índice que equivale a quase o dobro do decréscimo verificado na média do mercado de veículos leves, que foi de 12% (183,3 mil e 208 mil emplacamentos, respectivamente).

Em contrapartida, o segmento de híbridos mostrou-se estável neste mesmo comparativo, com 8.437 emplacamentos no mês passado, um número extremamente próximo ao de abril ( 8.501).

No acumulado do ano, os elétricos totalizaram 26 mil unidades, alta de 722% sobre os primeiros cinco meses de 2023 (3.160). O elevado porcentual é explicado pela falta de modelos nesse segmento com preço abaixo de R$ 150 mil até meados do ano passado.

O BYD Dolphin só chegou ao País em junho e e na sequência a GWM, também chinesa, apresentou o Ora 03.

No caso dos híbridos, o crescimento no comparativo do acumulado anual é de 70%, de 22,78 mil para 38,9 mil unidades. “Os veículos híbridos, por envolver mais marcas disponíveis no mercado nacional, têm conquistado a preferência do consumidor”, avalia o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr.

O executivo diz que tal tendência é corroborada pelo desempenho dos 100% elétricos em maio, que teve retração de vendas acima da média do mercado, não apenas provocada pelo menos número de dias úteis mas também pela migração para os híbridos.

Além da Toyota, que já oferece o Corolla e o Corolla Cross em opção híbrida flex a etanol e realiza testes para apresentar versões híbridas plug-in desses modelos (foto acima), a maioria das demais marcas instaladas no Brasil se prepara para lançar automóveis do gênero entre este e o próximo ano.

A Stellantis garante que vair iniciar a venda de híbridos flex no mercado brasileiro ainda em 2024, certamente no segundo semestre, e a Volkswagen, apesar de não especificar datas, está avançada no desenvolvimento desse tipo de automóvel. As duas empresas não descartam a produção de elétricos por aqui, mas num futuro mais distante.

Fonte: AutoIndústria
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 05/06/2024