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Acreditamos que Brasil e EUA vão chegar a um acordo sobre sistema de cotas para o aço, diz presidente da ArcelorMittal

O presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula, afirmou que o governo Lula está negociando com os Estados Unidos um novo sistema de cotas para exportação do aço brasileiro diante das taxas impostas pelo presidente Donald Trump.

A ideia é repetir o modelo adotado em 2018, quando os americanos impuseram um limite para a importação de aço brasileiro que ficou fora da tributação de 25%. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os americanos.

"Acreditamos que eles [governos do Brasil e dos EUA] vão chegar a um acordo, porque em 2018 foi a mesma coisa, nós mostramos que os EUA precisam importar aço semiacabado. Das 5,6 milhões de toneladas que eles importaram no ano passado, 3,5 milhões vieram do Brasil", afirmou o executivo nesta sexta-feira (14) em evento de expansão da unidade da empresa em Sabará (MG).

Naquele ano, foram definidas cotas de exportação de até 3 milhões e meio por ano de placas e mais 680 mil toneladas de produtos que ficaram fora da taxação de 25%. Como resultado, as siderúrgicas brasileiras ampliaram as vendas para os Estados Unidos no período.

A ArcelorMittal está entre as empresas nacionais mais impactadas pelas novas tarifas. Parte de suas exportações aos Estados Unidos é feita via envio de aço semiacabado produzido nas usinas da companhia no Espírito Santo e no Ceará para a Calvert, siderúrgica no Alabama de propriedade da própria ArcelorMittal.

"Desde 2018 o Brasil não descumpriu um grama [do limite]. Nós estamos cumprindo o que nós acordamos com o governo americano. Por causa disso, estamos em negociações e acreditamos que vamos acabar chegando a um acordo que seja bom para as duas partes", disse o presidente da companhia no Brasil.

Ele ainda afirmou que tem estado em negociações com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Geraldo Alckmin (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), que teve reuniões com representantes do governo americano.

Questionado sobre o assunto, o governador de Minas, Romeu Zema, que também esteve na cerimônia em Sabará, evitou criticar a medida de Trump, cuja eleição celebrou nas redes sociais.

O governador preferiu reforçar críticas ao governo Lula ao engrossar demanda do setor siderúrgico para a taxação do aço que é importado da China.

"Todos os países tributam o aço subsidiado que vem da Ásia em 25%, aqui no Brasil se paga um Imposto de Importação muito menor", disse Zema.

"Parece que aqui nós estamos querendo reinventar a rota. É muito triste alguém achar que sabe mais do que o resto do mundo. Nós temos aqui, em alguns momentos, um governo que pensa dessa maneira", completou o governador, que tem reforçado nas últimas semanas uma posição de antagonismo ao presidente Lula.

Na cerimônia desta sexta, a ArcelorMittal anunciou investimentos de R$ 144 milhões para aumentar a capacidade em 35% e reforçar seu portfólio de produtos para o setor automotivo e a indústria.

Fonte: Folha de São Paulo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/03/2025

Para CSN, aço barato da China é ameaça maior ao setor do que tarifas dos EUA

A CSN, um dos principais fabricantes de aço do Brasil, afirma que o fluxo “injusto” de aço chinês barato é um problema maior para o país do que as tarifas dos Estados Unidos.

“O Brasil ainda é o quintal do mundo para a China enviar materiais”, disse o diretor executivo da CSN, Luis Fernando Martinez, na quinta-feira (13), em uma teleconferência de resultados financeiros.

As restrições comerciais dos Estados Unidos ao aço do Brasil são uma preocupação secundária em comparação com o desequilíbrio das importações provenientes da China, acrescentou.

Os comentários da siderúrgica brasileira foram feitos um dia após a entrada em vigor das tarifas de 25% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações de aço e alumínio do país.

Embora o Brasil tenha sido o segundo maior fornecedor de aço estrangeiro para os Estados Unidos no ano passado, de acordo com dados comerciais dos Estados Unidos, a CSN considera mais significativo o fluxo de matéria-prima chinea para o país.

No ano passado, o Brasil intensificou a proteção de suas siderúrgicas contra uma onda de importações lideradas pela China, impondo um sistema de cotas de importação para 11 tipos de produtos de liga metálica.

A medida foi “inócua” para preservar a competitividade do setor, disse Martinez, criticando a decisão do governo brasileiro de aprofundar as investigações de um caso antidumpingsobre produtos laminados a frio da China, apesar de ter identificado danos à indústria nacional.

O Brasil deveria agora usar as mesmas táticas de outros países, aumentando o imposto sobre o aço chinês, disse Martinez.

"O que cabe ao Brasil agora é fazer ctrl+c, ctrl+v o que o mundo está fazendo", disse ele, acrescentando que outros países asiáticos, como o Vietnã e a Tailândia, aumentaram os impostos sobre as importações de aço chinês.

A CSN vê espaço para negociação entre o Brasil e o governo Trump, inclusive potencialmente por meio de cotas, e disse que tais medidas poderiam trazer oportunidades comerciais, incluindo a venda de chapas metálicas.

Autoridades do Brasil e de outros países latino-americanos produtores de aço já estão em contato com autoridades nos Estados Unidos, de acordo com Ezequiel Tavernelli, chefe da associação latino-americana de aço Alacero.

Embora Tavernelli tenha dito não ter conhecimento em primeira mão do que está sendo discutido, um bom resultado seria a repetição das isenções concedidas aos países latino-americanos durante o primeiro mandato de Trump.

Ele concordou com Martinez que a principal queixa é com relação ao dumping praticado pela China e outras nações asiáticas, pedindo que os Estados Unidos vejam a América Latina como uma aliada devido ao seu aço limpo e de alta qualidade.

"Somos a melhor alternativa para os Estados Unidos substituírem o fornecimento asiático", disse Tavernelli. "Estamos sofrendo o mesmo problema - uma enxurrada de aço chinês a preços subsidiados."

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/03/2025

 

EUA vão avaliar pedido do Brasil para adiar tarifa sobre aço, mas querem sinalização sobre etanol

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA (USTR), Jamieson Greer, vão levar ao presidente Donald Trump o pleito do Brasil para que seja adiada a implementação da sobretaxa sobre o aço importado brasileiro. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, esse foi um dos avisos dados na quinta-feira, 6, ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em reunião por videoconferência que durou quase uma hora com os dois auxiliares do republicano.

Em troca de um eventual adiamento da tarifa, os americanos querem abrir o diálogo sobre temas caros para o governo trumpista, em especial o imposto de importação que o Brasil aplica sobre o etanol comprado dos EUA, considerado muito alto pela administração americana.

De acordo com pessoas a par das conversas, a expectativa é a de que Alckmin, Lutnick e Greer voltem a se falar na próxima semana. Até lá, os governos irão trocar informações técnicas sobre os temas em tratativa. Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, terá uma conversa ainda nesta sexta-feira, às 12h, por telefone com o representante do USTR.

O prazo para a tarifa de 25% sobre o aço importado pelos Estados Unidos entrar em vigor está se aproximando. A previsão é que a alíquota mais alta já passe a valer na próxima quarta-feira, 12, o que foi reafirmado por Trump na terça, 4. O Brasil, contudo, tenta negociar uma saída com os americanos, como a manutenção das cotas de exportação para os EUA acordadas ainda em 2018, no primeiro mandato do republicano.

Pelo acordo, o Brasil pode exportar anualmente 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e 687 mil toneladas de laminados aos EUA, arranjo que evitou a sobretaxa anunciada pelo republicano em seu primeiro mandato. O volume importante de placas de aço exportadas daqui aos Estados Unidos foi uma das informações destacadas na reunião com os auxiliares de Trump. Como o item é complementar à indústria siderúrgica de lá, o Brasil argumenta ser importante que os EUA mantenham a parceria comercial, de modo que a produção interna dos americanos não tenha seus custos elevados.

Números da balança comercial entre o Brasil e os Estados também foram destacados na reunião. Os dois países mantêm uma balança de cerca de US$ 80 bilhões, com um superávit de US$ 200 milhões para os americanos. Além disso, dos dez produtos que o Brasil mais importa dos Estados Unidos, oito a tarifa é zero. A tarifa média ponderada efetivamente recolhida é de 2,73%, bem abaixo do que sugerem as tarifas nominais, destacou o Mdic em nota sobre o encontro.

A conversa entre os dois países foi classificada como produtiva por integrantes do governo brasileiro. Já era esperado que os Estados Unidos fizessem alguma cobrança sobre assuntos comerciais que incomodam o país, como é o caso das tarifas sobre o etanol, uma demanda histórica dos americanos.

Há uma pressão antiga dos Estados Unidos para redução do imposto de importação aplicado pelo Brasil sobre o produto norte-americano, de 18% ante 2,5% da tarifa cobrada para o etanol brasileiro que entra nos Estados Unidos. O item já foi citado diretamente por Trump em suas reclamações sobre as tarifas cobradas pelos parceiros comerciais que o republicano considera exageradas.

Fonte: Estadão
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 10/03/2025

 

Produção mineral brasileira volta a crescer, mas ainda depende do minério de ferro

De acordo com as nossas estimativas, com base em dados da ANM (Agência Nacional de Mineração) e confirmadas pelo IBRAM, o valor da Produção Mineral Brasileira alcançou R$ 270,8 bilhões em 2024, o que representa um aumento de aproximadamente 9,1% em relação ao valor registrado em 2023, que foi de R$ 248,2 bilhões. Como de praxe, a produção foi liderada pelo minério de ferro, com um total de R$ 160,72 bilhões, equivalente a 59,3% do total produzido. A produção de minério de ferro ocorreu em 160 operações, concentradas principalmente nos estados Minas Gerais e Pará.

O segundo lugar no ranking da produção foi do ouro, com 486 frentes de extração (incluindo as operações artesanais, que são a grande maioria), que respondeu por 8,81% do valor total produzido no ano passado, somando R$ 23,85 bilhões. O cobre manteve o terceiro lugar entre as substâncias minerais produzidas em 2024, com uma soma de R$ 20,28 bilhões, obtidas em 17 frentes de operação. O granito, tanto para uso como rocha ornamental quanto para produção de agregados para construção, ocupou a quarta colocação entre as substâncias produzidas em 2024, com um valor total de R$ 7,33 bilhões, gerados em 831 frentes de operação.

O calcário, usado principalmente na produção de cimento e cal e como corretivo agrícola, registrou uma produção no valor de R$ 7,23 bilhões, em 481 operações, colocando-se em quinto lugar no ranking. A lista das dez substâncias com maior valor de produção em 2024 inclui ainda: a bauxita (minério de alumínio), com R$ 5,71 bilhões em 69 operações; o basalto (R$ 3,79 bilhões e 859 operações); areia (R$ 3,32 bilhões e 4.912 operações); gnaisse (R$ 3,30 bilhões e 293 operações); e fosfato (com R$ 3,28 bilhões e 24 operações.

Esse valor de produção mineral gerou uma arrecadação de CFEM (Contribuição Financeira pela Exploração Mineral), no total de R$ 7,45 bilhões em 2024, em comparação aos R$ 6,81 bilhões registrados em 2023, um aumento superior a 9%. O minério de ferro foi o produto mineral que mais gerou CFEM em 2024, com um total de R$ 5,57 bilhões, seguido pelo cobre (R$ 406,7 milhões), ouro (R$ 358 milhões), bauxita (R$ 165,7 milhões) e calcário (R$ 149,7 milhões).

Balança comercial

A indústria extrativa gerou um valor de US$ 80,9 bilhões em exportações no ano de 2024, montante um pouco acima do registrado em 2023. Com isto, a participação do setor no total das exportações aumentou de 23,2%, em 2023, para 24,0% em 2024.

No caso da indústria extrativa mineral, o principal produto exportado foi o minério de ferro e derivados, com um total de US$ 29,8 bilhões, o que equivale a uma participação de 8,9% no total das exportações brasileiras. O valor é um pouco abaixo do registrado em 2023, quando as vendas de minério de ferro e derivados ao exterior somaram US$ 20,6 bilhões, representando 9,0% das exportações. Em valor, as exportações de minério de ferro tiveram uma redução de -2,4%, enquanto os preços registraram um recuo de -5,2%.

Mesmo com uma redução de 0,8% em relação a 2023, no total geral as exportações brasileiras somaram US$ 337 bilhões, que é o segundo maior valor da série histórica. Em compensação, houve um aumento de 3,0% no volume embarcado.

Já as importações, que cresceram 9%, somaram US$ 262,5 bilhões, também o segundo maior valor da série histórica. Com isso, o saldo comercial da balança em 2024 foi de US$ 74,6 bilhões, uma redução de -24,6% em relação a 2023. Naquele ano, o saldo comercial havia sido de US$ 98,9 bilhões. As importações aumentaram 17,2% em volume e 9% em valor, já que os preços tiveram uma redução de 7,4%.

Perspectivas de crescimento

As perspectivas de crescimento da indústria mineral brasileira nos próximos anos são positivas, tanto em segmentos em que o Brasil já é um player importante e tradicional, como o minério de ferro e ouro, quanto naqueles em que o País está iniciando ainda uma caminhada, como os minerais considerados estratégicos para a transição energética.

Fonte: Brasil Mineral
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 07/03/2025

Minas lidera produção de aço bruto no país com crescimento de 9,3%

A produção de aço bruto em Minas Gerais teve um desempenho notável em janeiro de 2025, com um crescimento de 9,3%, alcançando 883 mil toneladas. Esse avanço consolidou o estado como líder no setor siderúrgico brasileiro, representando 31,7% do total produzido no Brasil.

O estado se destaca ainda mais, pois ocupa a primeira posição no ranking nacional, superando o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, que ficaram com 28,6% e 18,7%, respectivamente.

Crescimento nacional e liderança mineira do aço bruto

No cenário nacional, a produção de aço bruto também seguiu em alta. O Brasil fabricou 2,8 milhões de toneladas de aço em janeiro, um aumento de 2,4% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Em 2024, o Brasil produziu 33,7 milhões de toneladas de aço bruto, com Minas Gerais contribuindo com 10,2 milhões de toneladas, representando um avanço de 8,8% em relação a 2023.

Apesar dos bons resultados na produção de aço bruto, a produção de semiacabados para venda e laminados em Minas Gerais teve um desempenho negativo no início de 2025. No primeiro mês do ano, o estado registrou uma queda de 7,5%, totalizando 755 mil toneladas. Esse resultado refletiu um declínio em relação ao mesmo período de 2024, quando a produção de semiacabados já havia recuado 0,6%, somando 9,4 milhões de toneladas.

Perspectivas para o setor siderúrgico

Embora o recuo nos semiacabados e laminados tenha sido um desafio, o estado de Minas Gerais mantém sua liderança no setor, com 29% da produção nacional, seguido de perto pelo Rio de Janeiro (28,2%) e Espírito Santo (16,2%).

A produção nacional de semiacabados para venda e laminados somou 2,6 milhões de toneladas em janeiro, uma diminuição de 7,5%. Isso representa um contraste com 2024, quando o Brasil havia registrado um aumento de 7,5% no mesmo segmento.

O panorama da siderurgia no Brasil, especialmente em Minas Gerais, continua positivo, com crescimento na produção de aço bruto, mesmo diante das quedas no segmento de semiacabados e laminados.

Fonte: Cidades & Minerais
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/02/2025

Autopeças: Mercado ilícito no setor automotivo cresceu 6,5 % em 2024

Como é conhecido do mercado, parte das autopeças relacionadas a segurança no mercado brasileiro é regulamentada pela Portaria INMETRO nº 301 de 21/07/2011 e atualizada pela Portaria 145 de 28/03/2022 que determina a avaliação de conformidade compulsória, seja para fabricação, importação e comercialização dentro do território nacional.

Mesmo não atingindo todas as autopeças, o próprio mercado se autorregula pela cultura estabelecida no Aftermarket automotivo, principalmente pelas oficinas independentes, de aplicarem peças com qualidade, origem e procedência conhecidas, evitando assim problemas de garantia e prejuízos em seus serviços, desencadeando uma exigência para todos os elos da cadeia de valor em manter tais padrões.

O fenômeno do mercado ilícito é antigo, porém se tornou mais visível após o advento do comércio eletrônico, que, ao mesmo tempo que permitiu boas práticas e melhoria da logística de distribuição, também carregou a origem e procedência duvidosa para dentro das plataformas, onde há a suspeita de peças com importação subfaturada, peças falsificadas, peças com utilização indevida de marcas conhecidas, peças roubadas, e acreditem , até peças que não poderiam estar nestas plataformas sem a comprovação da certificação INMETRO circulando livremente.

Para quem quiser mais detalhes é só clicar aqui: Anuario de Mercados Ilícitos 2017 – Sindirepa Brasil.

Fonte: Novo Varejo Automotivo
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 28/02/2025