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Citi vê minério a US$ 130 a tonelada enquanto analistas adotam tom de “otimismo cauteloso”

Analistas da Citi e da Gavekal (estes últimos ouvidos pela XP) adotaram tons mais cautelosos quanto à trajetória do minério de ferro em 2024, mas mantendo um certo otimismo para o desempenho das commodities. Apesar de as duas casas verem um aumento moderado da demanda por aço ao longo do ano, elas também enxergam alguns desafios. 

No primeiro ponto que justifica a cautela, o Citi, por exemplo, diz que a retomada da economia da China no pós-Ano Novo foi mais lenta do que o esperado, o que levou ao recuo dos preços do minério de ferro visto no último mês. Anteriormente, a casa tinha uma perspectiva de preço de US$ 150 para a tonelada do minério em 2024, previsão revista esta semana para US$ 130 – ante o preço atual de US$ 121,06 em Dalian, na China.

“O aumento dos estoques de minério de ferro e de aço agravou o sentimento negativo”, avaliou, citando ainda que a incerteza na demanda de aço contribuiu para essa queda.

No fim de fevereiro, o Banco Popular da China chegou a cortar sua taxa de juros de empréstimos a longo prazo, mas, para o Citi, isso se tratou de uma “resposta fraca”.  “O setor imobiliário permanece fraco e o corte de 25 pontos-base na taxa de cinco anos pelo PBoC não apoiou os preços do minério de ferro, indicando um pessimismo contínuo para as perspectivas de demanda”, diz a equipe. 

A Gavekal tem uma visão parecida. Para eles, embora o governo esteja tomando medidas para enfrentar os desafios do crescimento econômico, as incertezas no setor imobiliário permanecem.

“O elevado estoque de habitações pré-vendidas em entregas excessivamente prometidas pelos promotores continua a ser um desafio, afetando o sentimento do consumido. Dito isto, a entrega de unidades pré-vendidas em 2022/23 poderia potencialmente melhorar o sentimento geral”, falam. 

A visão é de que o corte de juros tenha impulsionado a compra de casas prontas – com os chineses, devido à crise do setor imobiliário, apresentando certo receio de adquirir plantas em novos projetos (que consomem aço e, decorrentemente, minério).

No entanto, a casa de research vê que, em relação à demanda de aço, deve haver um impulso dos projetos de construção liderados pelo governo. O governo chinês, recentemente, soltou estímulos para setores como habitação acessível, renovação de aldeias urbanas e reconstrução de infraestruturas, que devem ajudar do lado da procura pelo produto. Fora isso, o país, apesar de tudo, deve trazer um crescimento real do PIB.

Já o Citi, do lado positivo, espera que as atividades de construção, juntamente com um potencial de taxação da exportação de minério da Índia, ofereçam suporte aos preços da commodity potencialmente impulsionando uma recuperação frente aos preços atuais.

A Índia está considerando a aplicação de um imposto de exportação sobre o minério de ferro de baixa qualidade, depois que pequenos produtores de aço pediram ao governo que o país reduza suas vendas no exterior.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 04/03/2024

Anglo American conclui frota fretada de 10 navios de GNL

A Anglo American realizou a entrega do último navio de sua frota fretada de 10 graneleiros de duplo combustível Capesize+ Gás Natural Liquefeito (GNL), o Ubuntu Liberty, que fez uma viagem inaugural da China para Saldanha Bay, na África do Sul, para coletar uma carga de minério de ferro de alta qualidade. Todos os navios foram construídos nos últimos três anos, em conjunto com a Shanghai Waigaoqiao Construção Naval Co.

Matt Walker, CEO do negócio de Marketing da Anglo American, celebrou o compromisso da empresa com um “transporte marítimo mais sustentável” e informou que a companhia é uma das líderes de mercado como fretador da maior frota Capesize+ bicombustível de GNL do mundo. “Ao adotar opções de combustível mais sustentáveis e com baixo teor de carbono, como o GNL, estamos contribuindo ativamente para um futuro mais limpo e verde para a indústria marítima. Os nossos clientes demonstraram grande interesse em aceder ao nosso frete Ubuntu, demonstrando um reconhecimento crescente do valor do transporte marítimo sustentável como parte de uma cadeia de abastecimento mais sustentável que os consumidores finais esperam cada vez mais”.

Com a frota Ubuntu, a Anglo American segue em busca de alcançar a neutralidade de carbono para seu frete marítimo controlado até 2040, em linha com seu Plano de Mineração Sustentável de operações neutras em carbono nsas minas até o mesmo ano. Os navios movidos a GNL oferecem uma redução estimada de 35% nas emissões em comparação com os navios alimentados por óleo combustível naval convencional e são os navios mais eficientes do seu tipo atualmente.

Desde que o primeiro navio foi carregado no início de 2023, a frota Ubuntu movimentou com sucesso e segurança 6,4 milhões de toneladas de minério de ferro e carvão siderúrgico através de rotas marítimas globais. Além disso, a frota Ubuntu realizou mais de 30 paragens de reabastecimento de GNL em locais estratégicos como Singapura e Malásia.

Fonte: Brasil 61
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/03/2024

Minério de ferro tomba mais de 11% em fevereiro com menor demanda

Os preços do minério de ferro acentuaram a trajetória de queda na reta final de fevereiro, com a demanda de aço mais fraca do que o previsto no retorno do feriado prolongado do Ano Novo chinês. Com o início da temporada sazonalmente mais forte para a construção civil na China em março, por causa da menor incidência de chuvas, pode haver aquecimento na procura por produtos siderúrgicos e, consequentemente, pela matéria-prima. Mas, até agora, as estatísticas não indicam retomada acentuada na atividade econômica ou na produção local de aço.

Ontem, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia em alta modesta, de 0,2%, negociado a US$ 117,10 por tonelada em portos no norte da China. Ainda assim, é o menor preço de fechamento do mês desde julho e a principal matéria-prima do aço acumulou perda mensal de 11,2%, ampliando a 16,7% a desvalorização registrada em 2024 no mercado transoceânico. Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com entrega em maio, cederam 0,17%, para 892 yuan (cerca de US$ 124) por tonelada.

No ano passado, lembra o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, a China entregou o crescimento proposto, de mais de 5%. Foi um ano surpreendentemente bom também para a siderurgia local, suportada por exportações, infraestrutura e indústrias de linha branca e máquinas pesadas, mais do que compensando a fraqueza no setor imobiliário, importante consumidor de aço.

Nesse ambiente, o minério chegou a US$ 140 por tonelada em dezembro. De lá para cá, contudo, são duas quedas mensais consecutivas. “O setor imobiliário continua fraco”, pondera Sasson. “As notícias pós-Ano Novo chinês parecem indicar um pessimismo maior do que o esperado com o setor de construção e propriedades. Mas ainda é preciso conhecer o conjunto de dados de atividade pós-Ano Novo chinês. Poucos foram divulgados.”

Analistas do banco australiano ANZ compartilham dessa visão. Em nota, segundo a agência Reuters, disseram que a China está entrando no período de pico das obras, mas há poucas evidências de que as usinas estão elevando a produção de aço. Segundo o banco, a demanda mais fraca do que o habitual no retorno do feriado conteve o ímpeto de retomada das operações nas siderúrgicas. Por outro lado, estoques baixos de minério nas usinas podem levar a um movimento de compra nas próximas semanas, ponderaram.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/03/2024

Transição energética e guerra viram pedra no sapato das siderúrgicas da Europa

A transição energética e a guerra na Ucrânia afetam consideravelmente a velha indústria siderúrgica europeia, forçada a fechar fábricas que não cumprem com os padrões atuais.

No Reino Unido, berço da Revolução Industrial no século XIX, a indústria siderúrgica hoje é apenas uma sombra do que era após o recente anúncio do fechamento dos dois últimos altos-fornos da Tata Steel em Port Talbot, no País de Gales, e da incerteza sobre o futuro da British Steel, pertencente ao grupo chinês Jingye, em Scunthorpe (norte de Inglaterra).

Na Itália, o governo acaba de recuperar da Arcelor Mittal o controle dos antigos altos-fornos Ilva de Taranto (sul), quase falidos, na esperança de encontrar compradores.

"Tanto no Reino Unido como em Itália, trata-se de fábricas que no passado eram muito mal conservadas e cuja renovação era muito custosa", analisa Marcel Genet, especialista da indústria siderúrgica e fundador da empresa Laplace Conseil.

Seriam necessários "entre US$ 1,6 e US$ 2,2 bilhões" (R$ 7,9 bilhões e R$ 10,9 bilhões na cotação atual) para modernizar os fornos de Port Talbot, que estão "em mau estado", e praticamente o mesmo para os altos-fornos italianos atenderem aos padrões climáticos aceitáveis, afirma.

A União Europeia já anunciou US$ 9,75 bilhões (R$ 48,3 bilhões) em ajuda pública para financiar a descarbonização e a modernização da sua indústria siderúrgica.

Junto com o cimento, o alumínio, os fertilizantes e a petroquímica, a siderurgia é uma das indústrias que mais contribui para o aquecimento global.

A sua produção é responsável por quase 8% das emissões globais de CO2, já que cada tonelada de aço produzida em um alto-forno tradicional emite cerca de 2 toneladas deste gás de efeito estufa.

Foi concedida ajuda maciça à Arcelor Mittal em França, Bélgica e Espanha; também às alemãs ThyssenKrupp, Saltzgitter e Dilligen e à austríaca Voestalpine, para que evoluam os seus procedimentos.

Estes grupos siderúrgicos embarcaram em grandes planos para abandonar o carvão, ao mesmo tempo em que continuam produzindo na Europa.

Novas fábricas "mais verdes"

Inicialmente optaram por fornos de arco elétrico, que derretem e reciclam sucata. Depois, por fornos de redução direta (DRI), que desoxidam e fundem o minério de ferro com gás e, finalmente, com hidrogênio, quando as capacidades de eletrólise o permitem.

Mas as enormes quantias de dinheiro que precisam de ser investidas são difíceis de arrecadar devido ao aumento dos custos da energia, às taxas de juros recordes e à queda acentuada dos preços de alguns materiais.

A Thyssenkrupp acaba de anunciar um novo prejuízo significativo no primeiro trimestre, prejudicado pelas dificuldades do seu ramo siderúrgico.

Além da reestruturação da antiga indústria siderúrgica, foram anunciadas pelo menos cinco novas fábricas siderúrgicas "mais verdes" nos próximos anos: três na Escandinávia, uma na França e uma na Espanha.

"Hybrit, H2 Green Steel e Blastr na Suécia e Noruega, Gravithy em Fos sur Mer na França e Hydnum em Castilla na Espanha são novas unidades que renovarão todo o processo de fabricação do aço", destaca Genet.

"O seu financiamento está garantido e as tecnologias foram testadas. As fábricas siderúrgicas mais antigas e frágeis da Europa serão provavelmente forçadas a fechar", ressalta.

Mas o clima não é o único elemento perturbador da indústria siderúrgica europeia. A guerra na Ucrânia, iniciada há dois anos, também complica a reestruturação do setor.

O país invadido pela Rússia perdeu o controle operacional de duas siderúrgicas, "as fábricas Azovstal e Ilych, que tinham produzido um total de cerca de 8,6 milhões de toneladas de aço bruto em 2021", disse o presidente do grupo siderúrgico ucraniano Metinvest, Yuri Rizhenkov, em entrevista ao jornal francês Les Echos em dezembro.

O aço é necessário para substituir trilhos ferroviários danificados, fabricar armas ou obuses. A Metinvest, com sede em Donetsk, assinou um protocolo de acordo em meados de janeiro na Itália para reativar a siderúrgica de Piombino (centro).

Rizhenkov indicou ainda ao jornal italiano Corriere della Sera que poderia estudar uma "oportunidade em Taranto", onde o governo procura investidores após a saída da Arcelor Mittal.

Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/03/2024

 

Relatório indica que Brasil pode liderar mercado de aço verde

O Brasil pode ser tornar uma potência do aço verde. A conclusão é da E3G na elaboração do perfil do Brasil no relatório Raising ambition on steel decarbonisation: The 2023 E3G Steel Policy Scorecard (acesse aqui o relatório) e que contou com apoio do Instituto E+ Transição Energética.  Foram analisados 11 países e seu posicionamento nesse segmento da economia. No relatório, são indicados a grande disponibilidade de energia limpa e de minério de ferro brasileiros que podem colocar o país nesse papel de liderança. A contribuição do think tank brasileiro destacou as condições da indústria siderúrgica nacional contribuir na descarbonização do setor globalmente.

O relatório destaca que o Brasil gerou quase 93% da sua eletricidade a partir de fontes limpas em 2023. E aponta que o potencial remanescente de energia renovável pode alimentar as aspirações do país para a reindustrialização verde. “O país precisa de incorporar a descarbonização do aço no seu esforço para ser uma potência verde. Como Presidente do G20 em 2024, pode impulsionar uma agenda para acordos internacionais e clubes de compras de aço verde”, afirma a entidade em seu relatório. Em geral, a avaliação é de que o país tem um perfil único na indústria siderúrgica.

A liderança do Brasil no G20 pode ajudar o país nessa agenda, por meio do convencimento de outros países para que também participem desse processo.

Para tanto, lembra o Instituto E+, o Brasil deve promover um ambiente interno propício à atração de investimentos voltados à produção siderúrgica de baixo carbono, estimular a criação de clubes de compras internacionais de seus produtos e estabelecer acordos comerciais nessa direção. Essa visão do E+ tem sido defendida nas interlocuções com o governo brasileiro, no contexto do desenvolvimento do plano de metas de descarbonização da indústria.

De acordo com o relatório, a transição do setor siderúrgico já está em andamento nos principais países do G7. Nesse sentido, nenhum deles está planejando adicionar novas plantas a base de carvão mineral, e vários estão desenvolvendo planos de transição. Por outro lado, há falta de apoio público direcionado a uma mudança efetiva na capacidade instalada que atualmente opera com o combustível fóssil. Além disso, a eficiência e a circularidade dos materiais continuam sendo pouco exploradas.

Fonte: Canal Energia
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 27/02/2024

Novo local de mineração de lítio pode resolver escassez na produção de baterias

O CEO da mineradora looner, Bernard Rowe, declarou na última semana sua animação com a descoberta feita dentro de algumas montanhas rochosas, em Nevada, nos Estados Unidos. Foi realizado uma coleta de amostra de minério em um afloramento rochoso vulcânico na parte sudoeste do estado, devido a singularidade da jazida, que revelou concentrações excepcionais de lítio e boro no local.

Análises e estudos sobre a área

A descoberta visionária de Rowe não passou despercebida por seu colega James Calaway, um pesquisador conhecido por sua expertise na operação de minas de lítio. James se viu motivado pela perspectiva de explorar esse promissor recurso, se juntando a Rowe em Nevada e após algumas análises e pesquisas, eles asseguraram os direitos minerais no condado de Esmeralda, garantindo uma capacidade potencial de produção de mais de 100 mil toneladas de lítio por ano. Esse montante seria suficiente para alimentar a fabricação de incontáveis iPhones e veículos elétricos em todo o mundo.

Proteção ambiental dos arredores

A Ioneer, situada nos arredores de Carson City, Nevada, adotou medidas importantes para proteger o trigo sarraceno de Tiehm, uma planta delicada ameaçada pela atividade da mineração. Em cooperação com uma equipe de botânicos dedicados, a empresa opera uma estufa onde cultiva e armazena sementes dessa planta, reconhecendo e valorizando sua importância ecológica na região.

O presidente da Eriogonum Society, Benjamin Grady, expressou suas preocupações sobre os impactos da mineração na sobrevivência do trigo sarraceno de Tiehm, salientando sua adaptação única a condições específicas, Benjamin afirmou que teme que a aprovação da mina possa representar uma ameaça existencial para essa espécie rara.

Diferentemente das minas de lítio convencionais, o projeto Rhyolite Ridge adota uma abordagem de mineração de rocha dura, o que implica na extração e no processamento intensivo do material. O analista de lítio da universidade de Oxford, Thomas Chandler, afirmou e citou os benefícios econômicos desse método, destacando especialmente a rica presença de compostos de boro na região.

Fonte: R7
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 27/02/2024