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Intenção de investimento sobe de 43% para 57% das empresas da indústria paulista, diz Fiesp

Pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revela uma melhora na intenção da indústria paulista em realizar investimentos. Conforme o levantamento, 57% das empresas industriais pretendem realizar investimentos em 2024, mais do que os 43% que planejavam investir um ano atrás.

Quanto maior o porte, maior a proporção de empresas que pretendem investir: 78% das grandes empresas da indústria do Estado pretendem investir neste ano, enquanto nas médias e pequenas os porcentuais são, respectivamente, de 60% e 43%.

Segundo mostra o levantamento, a intenção, na média, é direcionar a investimentos 5,1% do faturamento, o que, se confirmado, significará um retorno da indústria ao padrão de investimento observado nos últimos dez anos. Na grande indústria, o plano é investir 8,7% do faturamento.

Foram consultadas, entre os dias 31 de janeiro e 8 de março, 403 empresas (pequenas, médias e grandes) da indústria de transformação do Estado. O investimento em máquinas, equipamentos e instalações é o principal destino dos investimentos planejados – 3,5% do faturamento -, sendo o maior responsável pela melhora na disposição da indústria em investir.

O dado vem na esteira de estímulos do governo federal à atualização do parque produtivo, como a depreciação acelerada dos investimentos em bens de capital, o programa federal de incentivos a montadoras e os financiamentos de R$ 300 bilhões previstos na nova política industrial.

Um terço (34,4%) das empresas que pretendem investir neste ano tem como principal objetivo aumentar a produtividade, o que leva a um diagnóstico de que é preciso trocar máquinas e equipamentos obsoletos. A cada cinco empresas, praticamente uma (19,4%) tem plano de expandir a capacidade de produção.

A avaliação da Fiesp é de que existe um ambiente mais favorável ao investimento, com melhora nos índices de confiança do empresário industrial. Contudo, a carga tributária elevada ainda é apontada pelas empresas como o principal obstáculo aos investimentos.

Para as pequenas empresas, a dificuldade de acesso a linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é considerado tão limitante quanto a carga tributária para a realização de investimentos.

Fonte: Isto É Dinheiro
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 05/04/2024

 

Expectativas para avanço do PIB de 2024 melhoram

Os bons resultados advindos do PIB relativo a 2023 podem não ser ainda a salvação da lavoura da economia nacional, mas deram novo ânimo para o início de 2024, pois superam em muito a expectativa do início do ano passado. O ano de 2023 fechou com crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo que a indústria total (transformação, construção e extrativista) avançou 1,6%.

As expectativas para o PIB em 2024 são de crescimento de 1,78%, segundo o Boletim Focus, que reúne projeções do mercado financeiro e é divulgado pelo Banco Central, e vem subindo paulatinamente. O Ministério da Fazenda estima um avanço de 2,2%. Embora as expectativas de crescimento sejam mais modestas que as do ano passado, será mais diversificado, atingindo uma maior variedade de segmentos econômicos. Para a produção industrial de 2024, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) projeta um aumento de 1,8%. 

O crescimento de 2023 foi impulsionado, principalmente, por setores como a agropecuária (15,1%), que se beneficiou de condições climáticas favoráveis e da alta dos preços internacionais de commodities, e a indústria extrativa mineral (4,3%), que também se beneficiou da alta dos preços internacionais de commodities, principalmente o petróleo.

No conjunto da indústria, a extrativa, que inclui a exploração de petróleo, gás natural e minérios, teve uma participação de 3,5% do PIB brasileiro em 2023. A participação da indústria extrativa na economia nacional vem crescendo nos últimos anos, o que pode ser explicado pelo aumento da produção e exportação de commodities, principalmente para a China.

A indústria de transformação, que inclui a produção de bens duráveis e não duráveis, por sua vez, caiu 1,3%. Esse segmento teve participação de 22,5% no PIB brasileiro em 2023. O crescimento do setor foi lento, de apenas 1,2%. O desempenho fraco da indústria de transformação pode estar relacionado a diversos fatores, como a desaceleração da economia global, a alta dos juros, a inadimplência dos consumidores e a perda de competitividade da indústria brasileira, segundo avaliação da Fiesp.

Por outro lado, a indústria da construção, que inclui obras civis e residenciais, teve uma participação de 7,2% no PIB brasileiro em 2023. O crescimento do setor foi moderado, de 2%. Seu desempenho foi impulsionado principalmente pela construção de obras civis, como rodovias, ferrovias e portos, e pela recuperação do mercado imobiliário.

 REFORMAS ESTRUTURAIS

Para o empresário José Roberto Colnaghi, presidente do Conselho da Asperbras, conglomerado que atua em diversas áreas da indústria e do agronegócio, os números que emergem de 2023 apontam um caminho para o país. Ele passa pela reindustrialização, com ênfase na indústria de transformação e que deve se consolidar por meio de um ambiente favorável aos negócios, com juros baixos, segurança jurídica e responsabilidade fiscal. “O Brasil já experimentou outros caminhos, que não deram certo. É hora de colocar a casa em ordem e plantarmos desde já o crescimento sustentável”, afirma Colnaghi.

“Com a inflação sob controle será possível manter o poder de compra das famílias, o que estimula o consumo. Sem esquecer que uma eventual alta dos juros pode encarecer o crédito e prejudicar o investimento”, argumenta josé Roberto Colnaghi, que conhece a realidade da indústria de perto, por meio da GreenPlac – produtora de placas de madeira certificada do grupo Asperbras e que já recebeu cerca de R$ 1 bilhão em investimento.

José Roberto Colnaghi defende ainda os investimentos em infraestrutura, que podem dar gás ao crescimento da indústria da construção. A implantação de reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, melhorando o ambiente de negócios, favorecem a entrada de investimentos. “Além disso, a recuperação da demanda interna, impulsionada pelo aumento do emprego e da renda, pode dinamizar o crescimento da indústria de transformação”, conclui.

Fonte: Folha Vitória
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 05/04/2024

 

Aperam avança em mercado internacional de remoção de carbono; entenda o que é

A pressão das metas ambientais no Brasil e no mundo impulsiona empresas a buscar alternativas de sustentabilidade sem comprometer a produção. Minas Gerais está na rota dessas mudanças, e o braço de bioenergia da siderúrgica Aperam, sediada em Timóteo, no Vale do Rio Doce, concluiu um acordo com a plataforma global de transação de créditos de carbono Patch com a meta de comercializar pelo menos 35 mil toneladas de carbono em 2024. Até agora, foram 15 mil toneladas de CO2 removidas. 

A empresa não divulga o valor investido na parceria com a Patch, que recebe seus créditos de carbono e os comercializa para outras empresas. Na plataforma de créditos de carbono Puro.earth, a tonelada da Aperam é cotada por US$ 170. Os créditos são uma certificação: a cada tonelada de carbono que uma empresa deixa de emitir, ou remove, ela recebe um. Esses créditos são comercializados no mercado internacional, isto é, organizações que não atingiram sua meta podem comprar créditos de outras e, assim, equilibrar esse balanço.

Os créditos de carbono da Aperam Bioenergia são gerados pela fabricação de biochar. Ele é uma biomassa semelhante ao carvão, produzida a partir de resíduos agrícolas ou florestais orgânicos sem oxigênio, e tem capacidade de armazenar carbono da atmosfera por centenas de anos. As empresas que produzem o material passam por uma auditoria e, caso sejam aprovadas, podem vender créditos de carbono referentes a essa produção.

A Aperam utiliza o biochar em suas florestas de 100 mil hectares de eucalipto plantadas no Vale do Jequitinhonha. É a partir delas que a empresa produz seu carvão vegetal, que, então, é utilizado na fabricação do aço da empresa em Timóteo, a fim de minimizar o impacto ambiental da produção siderúrgica. 

As atuais taxas de redução de emissão de CO2 no mundo estão abaixo do necessário para cumprir a meta do Acordo de Paris, que tenta limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o final deste século. Por isso, o Instituto Mercador de Investigação sobre Bens Comuns Globais e Alterações Climáticas (MCC), sediado em Berlim, estima que, até 2100, seja necessário remover até 1,1 trilhão de toneladas métricas de gás da atmosfera. Ainda segundo a entidade, a aplicação de biochar no solo pode ajudar nessa tarefa, com aplicação de 0,3 bilhões a 6,6 bilhões de toneladas métricas de CO2.

Fonte: O Tempo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/04/2024

Analistas do Itaú ajustam preferências em siderurgia: sai CSN, entra Usiminas

O Itaú BBA elevou a recomendação de Usiminas de neutra para compra e o preço-alvo de R$ 9,50 para R$ 12, potencial de alta de 18% sobre o fechamento de ontem. Também cortou a da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de neutra para venda e o preço-alvo de R$ 20 para R$ 15, valor 2,2% menor que o último fechamento.

O banco reduziu os preços-alvos dos recibos de ação (ADRs) de Vale negociados na Bolsa de Nova York (Nyse) de US$ 17 para US$ 14, potencial de alta de 15,9%, mantendo recomendação de compra, e o de CSN Mineração de R$ 7,40 para R$ 6, potencial de alta de 15,4%, mantendo recomendação neutra.

Os analistas liderados por Daniel Sasson escrevem que o cenário de preços do aço e a demanda por minério de ferro permanecem desafiadores neste início do ano, o que privilegia a preferências por empresas do setor que estejam com ações baratas e gerem caixa.

Eles veem melhores perspectivas operacionais para Usiminas agora que os custos operacionais de produção do aço vão diminuir com a inauguração do renovado alto-forno 3. As ações estão com múltiplos abaixo da média histórica, o que a torna uma boa aposta em termos de risco-retorno.

Já a CSN está do lado contrário, deve ter queima significativa de caixa ao longo do ano por conta dos investimentos que precisa fazer. Operacionalmente, a empresa será pressionada pela continuidade nos preços baixo do aço e também com a redução recente nas cotações do minério de ferro, o que vai afetar CSN Mineração.

A queda nos preços do minério de ferro afetam diretamente os resultados da Vale. No entanto, a companhia continua com geração de caixa robusta, mantendo também uma perspectiva de pagamento de dividendos elevados, o que limita a queda em potencial dos papéis.

Em bolsa, a ação da CSN fechou hoje em queda de 1,2% enquanto Usiminas ficou praticamente estável, subindo 0,09%.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/04/2024

 

Setor de autopeças eleva investimentos

A indústria brasileira de autopeças está pronta para acompanhar a onda de investimentos anunciados pelas montadoras. O Sindipeças, que representa o setor, estimava alta de 2% nos investimentos neste ano, mas com a expectativa de aumento do índice de nacionalização dos veículos a previsão ficou defasada. Agora, pode chegar a 5%, o que representaria R$ 6,1 bilhões.

É o caso da alemã Bosch, que pretende produzir em Campinas (SP) componentes do sistema híbrido - combustão e elétrico - hoje fabricados na Europa. “Desta vez, as montadoras não visam ampliação da capacidade, mas renovação tecnológica. Isso ajuda que essa produção seja feita no Brasil”, diz o presidente da empresa na América Latina, Gastón Perez.

Fonte: Valor
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 05/04/2024

Ministério da Agricultura e Pecuária estuda ampliar recursos para o Seguro Rural

Em meio às perdas projetadas para a safra 2023/2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estuda um novo modelo para o Seguro Rural. Esta semana, em entrevista ao Canal Rural, o ministro Carlos Fávaro destacou que o governo quer aumentar o valor da subvenção, ajudando a baratear o preço das apólices e a aumentar o número de produtores beneficiados. 

"Há necessidade de mais, afinal de contas as intempéries climáticas viraram realidade e estão causando bastante danos nas lavouras. As apólices e o custo de produção estão mais caros — e isso requer que o governo esteja participando mais", disse. 

No ano passado, o governo disponibilizou cerca de R$ 1 bilhão para subvencionar o Seguro Rural em todo o país, mas representantes dos produtores pleiteiam um valor entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, pois consideram o montante atual insuficiente. O ministro concorda e diz que é desejo da pasta chegar à cifra, mas que é preciso agir com responsabilidade orçamentária devido às metas fiscais do governo. 

Uma das alternativas em análise pelo Mapa, segundo Fávaro, é redirecionar parte dos recursos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para o Seguro Rural. "O Proagro teve um dispêndio público de R$ 10 bilhões no ano passado. Será que nós não podemos equacionar isso? Ajustar ele para economizar R$ 1 bi, R$ 2 bi e passar esse recurso para o seguro rural e ampliar as coberturas", sugeriu. 

Evandro Grilli, advogado especialista em agronegócio, explica que o custo das apólices para os produtores que buscam segurar a lavoura varia de acordo com o risco climático. "É como um seguro de carro. Se você é motorista jovem, o seguro é mais caro do que para o motorista de 50 anos, que tem um perfil de direção diferente", compara. "Não é uma ferramenta barata e, em um cenário de instabilidade climática, o custo desse seguro não tem muita perspectiva de baixar", ressaltou. 

Grilli lembra que o seguro é importante para o setor, pois protege os produtores de quebras de safra que possam ocorrer em virtude da falta ou excesso de chuvas, por exemplo. "É um instrumento importante que o mercado tem oferecido e que está começando a ganhar importância no agronegócio brasileiro". 

Por isso, o especialista diz que aguarda com expectativa positiva o aumento dos recursos disponibilizados pelo poder público. "Na medida em que o governo possa aumentar as disponibilidades de subsídios, é muito bem-vindo para o setor. A gente está num momento de ajuste fiscal. E é um desafio grande do ponto de vista do orçamento público encontrar espaços para aumentar essa cifra", pondera. 

Minimizar perdas

Assim como diversos produtores espalhados pelo país, a safra de 2023/2024 não será positiva para Flávio Faedo, produtor de soja, milho e feijão, em Rio Verde, Goiás. 

Ele conta que a irregularidade das chuvas prejudicou a colheita da soja e também, em consequência, a do milho — em especial a segunda safra, a "safrinha". Embora ainda vá colher uma parte da produção, Faedo dá como certa uma perda de cerca de 15% em relação à safra anterior. 

O valor obtido com a venda das sacas não será suficiente para cobrir os custos de produção, estima. "Este ano, a margem de lucro é zero. Eu ainda não terminei a colheita, mas provavelmente vai dar um pouco de prejuízo", lamenta. 

O seguro rural, no entanto, evitou que o prejuízo fosse ainda maior. "Eu usei o seguro em uma área não muito grande, mas o seguro tem dois lados. Tem o lado que garante uma parte, pelo menos para empatar, não perde. E o outro que é: os valores estão altos", diz. 

Segundo o ministro do Mapa, Carlos Fávaro, a pasta está usando a tecnologia para cruzar informações meteorológicas e agronômicas de modo a baratear o preço das apólices e facilitar a aquisição dos seguros pelos agricultores. 

Renegociação de dívidas

Outro mecanismo que pode aliviar o bolso dos produtores rurais que registraram perdas nas lavouras nos últimos meses é a renegociação de dívidas aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). 

A flexibilização foi pedida pelo governo diante dos problemas climáticos e da queda no preço dos produtos agrícolas, que levaram a prejuízos no campo. 

A autorização do CMN permite que as instituições financeiras renegociem até 100% do valor principal das parcelas do crédito que venceram ou irão vencer entre 2 de janeiro e 30 de dezembro de 2024 — e que estavam em dia até 30 de dezembro do ano passado. 

 

Os produtores rurais que se enquadram nos critérios têm até 31 de maio para formalizar o pedido de renegociação. "O prazo limite é 31 de maio. Todos aqueles que precisam, façam a repactuação, mesmo que vá vencer lá em setembro, outubro deste ano, você já faz o pedido, porque com isso a gente vai calcular as necessidades de recursos públicos para fazer essa renegociação e isso impacta diretamente no novo Plano Safra, que nós queremos que seja o maior plano safra da história", afirmou o ministro. 

Fonte: Brasil 61
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 05/04/2024