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Mineradoras da Austrália estão cautelosas com plano da China de centralizar compras

O plano da China de centralizar as compras de minério de ferro levantou dúvidas se a medida poderia atingir os resultados de gigantes da mineração global, como a australiana Rio Tinto (LON:RIO) e o Grupo BHP.

Exposta aos preços internacionais da matéria-prima siderúrgica, por ser grande importadora para atender sua demanda, a China lançou uma nova empresa estatal para o setor na terça-feira.

O China Mineral Resources Group, com capital registrado de 20 bilhões de iuanes (3 bilhões de dólares), está encarregado de investir em mineração de minerais, bem como atuar no comércio e compras, segundo o Tianyancha, um banco de dados online chinês de informações empresariais.

Gigantes globais da mineração, como Rio, BHP e Fortescue Metals (ASX:FMG) Group, se recusaram a comentar os planos, mas disseram que não houve mudança em suas relações com os clientes chineses.

A Fortescue fornece minério de ferro para clientes sob contratos de longo prazo, disse a presidente-executiva Elizabeth Gaines.

"Continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com nossos clientes e outras partes interessadas importantes na China para... otimizar nossos canais de distribuição para atender às necessidades de nossos clientes de longa data e da indústria siderúrgica chinesa", disse Gaines.

A China respondeu por 90% da receita da Fortescue no ano financeiro de 2021.

A nova empresa chinesa deve coordenar a aquisição de minério de ferro importado, desenvolver recursos domésticos de minério de ferro e supervisionar o desenvolvimento de minas no exterior, segundo informações do banco de dados.

A chinesa Caixin também disse este mês que o órgão centralizaria a demanda de minério de ferro.

No entanto, a história mostrou que planos de compras centralizadas de minério de ferro não funcionaram, disse a BHP, a terceira maior produtora de minério de ferro do mundo, que vende a maior parte de sua produção à China.

"No final das contas, acreditamos que os mercados decidirão onde o preço precisa ser baseado na oferta e na demanda", disse o diretor financeiro David Lamont em um fórum de negócios em Melbourne.

A BHP liderou os esforços há mais de uma década para encerrar as negociações anuais de definição de preços do minério de ferro, em uma mudança para preços de mercado.

A anglo-australiana Rio Tinto se recusou a comentar.

Ainda assim, uma abordagem centralizada das compras parece ter mais sucesso agora do que há duas décadas, disse o analista de commodities do Commonwealth Bank, Vivek Dhar.

"Isso se deve em grande parte à recente consolidação entre os produtores de aço estatais da China", acrescentou.

O impacto das compras centralizadas nas principais mineradoras depende do objetivo final da agência, disse Glyn Lawcock, chefe de pesquisa de mineração da Barrenjoey.

"Os comentários dos últimos anos indicam claramente que a China não está satisfeita com os preços do minério de ferro acima de 100 dólares a tonelada", disse Lawcock.

Fonte: Investing
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/07/2022

 

Minério de ferro cai com perspectiva nebulosa para demanda da China

Os contratos futuros de minério de ferro registraram baixas nas bolsas de Dalian e Cingapura nesta quinta-feira, com os investidores voltando seu foco para as perspectivas sombrias de demanda da China após um impulso de curta duração da mais recente retórica do governo sobre estímulo econômico.

O contrato de minério mais negociado, para entrega em setembro, na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações com queda de 0,3%, a 657 iuanes (97,15 dólares) a tonelada, depois de tocar anteriormente em 646,50 iuanes.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato para agosto do ingrediente siderúrgico recuou 0,6%, a 98,85 dólares a tonelada.

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Permanecem as preocupações com os lockdowns da Covid-19 na China, a maior produtora de aço do mundo, e seu impacto na demanda por produtos de aço e matérias-primas, apesar da promessa repetida do governo de apoio político à economia em dificuldades.

A megacidade de Shenzhen, no sul, prometeu conter um surto que se espalha lentamente, à medida que as autoridades aderem à política "zero-Covid" da China.

Os riscos de lockdowns levaram o Banco Asiático de Desenvolvimento a reduzir sua previsão de crescimento econômico para a China este ano em 1 ponto percentual, para 4,0%.

Em meio à fraqueza sustentada na demanda, o mercado de minério de ferro da China provavelmente terá "superoferta" no segundo semestre do ano, disseram analistas da Zhongzhou Futures em nota.

Os estoques de minério de ferro na China aumentaram de forma constante nas últimas três semanas, atingindo uma alta de sete semanas de 130,6 milhões de toneladas, mostraram dados da consultoria SteelHome. Analistas disseram que os estoques podem se acumular ainda mais.

As siderúrgicas reduziram a produção nas últimas semanas, colocando suas instalações em manutenção mais cedo do que o normal devido a margens reduzidas.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/07/2022

 

Carros elétricos exigem aço com maior valor agregado

Carros elétricos já são uma realidade em diversos países. Além de provocarem mudanças no mercado de combustíveis, esse setor automobilístico promete mexer também com a indústria do aço. Em 2018 a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) previa que até 2030 a maioria das montadoras terão alguma plataforma de veículos elétricos em seus portfólios. A Volvo, por exemplo, se impôs a produzir somente carros elétricos a partir desse ano.

Parte desse movimento europeu deve-se a uma proposta de lei que proíbe a venda de carros com motor a combustão a partir de 2035. Engana-se, porém quem acredita que essa ação não irá reverberar globalmente: já se especula que a popularização dos carros elétricos vai aumentar a demanda pela liga de aço elétrico e o aço de alta resistência, além do aço inoxidável utilizado para proteger as baterias que equipam os carros híbridos.

De acordo com o gerente de Marketing da Açovisa, Giovanni Marques da Costa, a indústria automobilística vem se adaptando às novas demandas de baixa emissão e um melhor custo-benefício para os clientes, que estão cada vez mais exigentes. Isso impacta no mercado siderúrgico em geral. “Um grande exemplo é a migração de preferência do consumidor para carros hatch dos anos 2000 para cá. Hoje os hacht são maioria, mas nem por isso o setor siderúrgico perdeu.”

Ainda que a estrutura do carro elétrico seja quase idêntica à do “convencional”, a maior alteração se deve aos motores elétricos e sistema de baterias, pois ambos utilizam uma cadeia de aços novos ligados ou não e ferrosos ou não. E sobre a quantidade de aço utilizado na montagem de carros elétricos, ela é menor em peso final, visto que não há presença de sistema de transmissão, tanque de combustível e outros elementos e sistemas presentes nos carros a combustão, porém a quantidade de aço com alto valor agregado é bem maior, tornando o custo de fabricação do carro elétrico em média maior.

Logo, o peso em quilos final do veículo elétrico em média fica ligeiramente abaixo do carro a combustão, pois o completo e grande sistema de baterias compensa a falta de elementos presentes no carro a combustão.

Costa lembra ainda que além da utilização de aço na montagem dos carros, outros elementos ligados ao setor de carros elétricos podem compensar este peso, como exemplo a construção de milhares de estações de carregamento em todo Brasil, todas sendo compostas em sua grande parte por aço.

Fonte: IPESI
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 21/07/2022

 

Vendas de pneus caem no primeiro semestre de 2022

As vendas de pneus encerraram o primeiro semestre de 2022 em queda de 0,5% na comparação com o volume resgistrado em igual período no ano passado. De acordo com dados do balanço da Anip, a associação que representa as fabricantes do componente, o total comercializado até junho chegou a 28,1 milhões de unidades. A queda, segundo a entidade, foi puxada pela menor entrega às montadoras, principalmente as de automóveis.

Apenas em junho as vendas de pneus somaram 4,6 milhões de unidades, alta de 2% sobre o volume vendido em junho de 2022. Do total negociado em junho, 1,1 milhão de unidades tiveram como destino as montadoras, alta de 17% sobre o volume vendido para este segmento no ano passado. Já no mercado de reposição, as vendas caíram 2,3%, somando 3,5 milhões de unidades.

Alta na venda de pneus originais em junho de 2022

Separando por segmento, as vendas de pneus de veículos de passeio para as montadoras chegaram a 681 mil unidades, alta de 16,3% sobre o volume vendido em junho do ano passado. As vendas na resposição caíram 1,3%, com 1,7 milhão de unidades.

Já as entregas de pneus para comerciais leves às fabricantes totalizaram 259 mil de unidades, alta de 28%. Para a reposição, as vendas totalizaram 432 mil unidades, alta de 3%. No caso das vendas de pneus para veículos de carga às montadoras, o resultado foi de alta de 10%, chegando a 174 mil unidades. As vendas para a reposição, no entanto, caíram 15%, somando 461 mil unidades do componente.

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 21/07/2022

 

Fábrica de aviões é inaugurada no Espírito Santo

A empresa Sling Aircraft, de Johannesburg na África do Sul, inaugurou recentemente uma montadora de aviões em Jaguaré, Norte do Espírito Santo. A fábrica contou com um investimento de R$ 10 milhões e a inauguração foi realizada na sede da fábrica, no distrito de Água Limpa.

De acordo com a publicação do ESBRASIL, a empresa é a distribuidora, no território nacional e na América Latina, da The Airplane Factory – TAF, da África do Sul, e possui área de 112 mil metros quadrados, que conta ainda com um aeródromo próprio, área de testes e de montagem, e uma pista para pousos e decolagens.

A montadora irá produzir modelos Sling de dois e quatro lugares, que serão distribuídos no território nacional. A expectativa é que os modelos comecem a ser produzidos ainda em 2022. No entanto, para iniciar a produção, o projeto dos modelos precisa passar pela avaliação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Produção e geração de empregos

Para 2023, a estimativa de produção é de 10 aeronaves. A cada ano espera-se aumentar a produção em cinco aeronaves. Ao final de três anos, os investidores esperam entregar 20 aviões. 

A empresa sul-africana vai gerar no mínimo 20 postos de trabalho diretos, sendo que algumas vagas são para profissionais que atuam com tecnologia de ponta. Já indiretamente, espera-se a criação de 40 a 60 vagas de trabalho.

Além da geração de empregos, o município vai ser beneficiado com ganhos tributários. Além disso, o intuito da Sling Brasil é ser uma das primeiras a aderir ao programa IBR+, que visa certificar projetos de aeronaves nacionais por meio da desburocratização e modernização da aviação geral.

Diferente da maioria dos outros fabricantes de aeronaves, a companhia da África do Sul produz quase todas as peças. A aeronave é feita quase inteiramente de alumínio, o restante de fibra de carbono ou fibra de vidro, que são fabricadas na oficina de compósitos.

Fonte: CIMM
Seção: Metalurgia
Publicação: 21/07/2022

 

Frete com valor de US$ 10 mil por contêiner é o novo normal no mercado de navegação

O custo médio do transporte de um contêiner no mercado marítimo global permaneceu próximo à US$ 10 mil em vários momentos nos últimos meses, valor sete vezes mais elevado que o verificado antes da pandemia. O dado faz parte de um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre os efeitos da crise logística internacional desencadeada pela Covid-19 no Brasil e nas principais rotas da navegação do mundo. A CNI lançou neste mês de julho um painel virtual que acompanhará mensalmente a evolução dos valores do frete, que pode ser acessado aqui.

A crise sem precedentes no mercado de navegação se iniciou há mais de 2 anos, com as interrupções nas atividades produtivas na China e, posteriormente, em outros países, que se refletiram na suspensão generalizada de serviços de transportes e das encomendas programadas. A progressiva retomada das atividades, ainda 2020, alavancou a demanda por mercadorias e insumos produtivos, muitos destes represados em portos e armazéns chineses. Desde então, a capacidade de transporte ofertada nos portos e embarcações a nível global tem sido insuficiente para equilibrar o mercado, resultando nos maiores valores de fretes já registrados na história.

Situação do Mercado de Navegação Brasileiro 

Seguindo uma tendência que se repetiu com outros países, o comércio exterior brasileiro sentiu os primeiros efeitos da crise logística nos níveis de frete de importações com origem na China. No fim do primeiro semestre de 2020, momento inicial da pandemia, os fretes médios no mercado spot caíram à US$ 400 por contêiner de 40 pés.

“A retomada das atividades produtivas, no Brasil e no mundo, e o consequente desbalanceamento entre a oferta e a demanda global por serviços de transporte reverteu a tendência de queda e elevou os fretes a níveis jamais vistos no mercado de navegação. Como consequência, o custo médio de importação de um contêiner de 40 pés da China para o Brasil alcançou US$ 9 mil no início de 2021”, destaca o especialista em Infraestrutura da CNI Matheus de Castro. 

“Posteriormente, ainda em 2021, a demanda por embarcações nas rotas prioritárias e a piora nos níveis de congestionamento nos grandes portos globais pressionou ainda mais os níveis de frete, que alcançaram US$ 13 mil no fim do ano”, acrescenta Castro.

 

O levantamento da CNI mostra que os primeiros meses de 2022 indicam uma retração no custo médio de importação com origem na Ásia para o Brasil. A queda revela uma acomodação entre a demanda e a oferta de capacidade de transporte na rota. No entanto, os efeitos do lockdown em portos chineses, especialmente o de Xangai, e a piora nas condições do mercado de navegação global reverteram o processo de redução dos valores de frete, que, neste mês de julho, já ultrapassa o patamar de US$ 10 mil por contêiner de 40 pés.

Os valores de frete nas principais rotas de exportação partindo do Brasil também estão altos. De acordo com os dados, o custo de transporte de um contêiner de 40 pés do Brasil para portos dos Estados Unidos está próximo à US$ 10 mil, valor oito vezes superior ao observado antes da pandemia. Desde novembro do ano passado que os fretes para os EUA apresentam tendência de estabilização em patamares elevados, o que revela os efeitos dos congestionamentos nos portos norte-americanos. 

No caso da exportação para o Norte da Europa e Ásia se observa a mesma tendência de estabilização em níveis também mais elevados. “Isso agrava as preocupações a respeito de possíveis rupturas na logística internacional derivadas do conflito na Ucrânia e de novos surtos de Covid-19 na China, por exemplo”, destaca Matheus de Castro.  


Evolução do Frete Médio Mensal de Exportação partindo do Brasil – por rota 
(milhares de US$ por contêiner de 40 pés)
 
 

Tendência para os próximos meses

Por ser um mercado secundário, as rotas vinculadas ao Brasil sofrem os efeitos da demanda por embarcações e dos atrasos nos portos dos principais fluxos globais de navegação. “Isso explica a queda no início do ano nos valores do frete de importação com origem na Ásia, ao mesmo tempo em que se verificou um aumento nos fretes de exportação partindo do Brasil, especialmente para os portos dos Estados Unidos”, afirma Matheus de Castro.

Ele acrescenta que a melhora no mercado de navegação brasileiro depende, no entanto, da solução dos problemas logísticos nas principais rotas globais. Em julho de 2022, o custo médio do frete de contêiner no mercado global alcançou US$ 6.500.

O valor é quatro vezes maior que o observado antes da pandemia, mas representa uma queda de 29% em relação ao fim de 2021, quando o frete médio global esteve próximo à US$ 10 mil por contêiner. Apesar da queda dos valores de frete nos últimos meses, o mercado de navegação internacional ainda apresenta grande instabilidade e deve retornar à normalidade apenas em meados de 2023.

“Ainda vão ser necessários vários meses até que os níveis de congestionamentos, atrasos e demanda por transporte se normalizem. O risco de uma recessão global pode atenuar a demanda pelo transporte marítimo. No entanto, novas rupturas na logística global, em função da Guerra na Ucrânia, surtos de Covid-19 na China ou qualquer outra eventualidade vão estender a crise logística, já que não há capacidade ociosa no mercado para acomodar pressões adicionais na oferta de serviços de transporte”, pontua o especialista da CNI.

Atuação da CNI para mitigação dos impactos da crise logística

Mesmo com as limitações de atuação da legislação brasileira em relação às empresas de navegação estrangeira, a CNI orienta aos seus associados reportar à ANTAQ qualquer tipo de conduta abusiva ou ilegal por parte de qualquer agente interveniente nas atividades de transporte.

Ressalta-se que, desde dezembro de 2017 e desde que não tenham dado causa, os usuários de transporte marítimo de carga não podem ser cobrados por custos portuários adicionais, em decorrência do não embarque das cargas no prazo previamente programado. É um resultado para conferir maior segurança jurídica obtido por meio da publicação da Resolução Normativa 18/2017 da Antaq, sobre os direitos e deveres dos usuários, dos agentes intermediários e das empresas de navegação. Ao final de 2021, a Agência publicou outra versão, no formato da Resolução 62/2021.

No dia 29 de junho, a CNI realizou o Diálogo da Indústria com os pré-candidatos à Presidência da República 2022. Na ocasião, foi entregue aos presidenciáveis os cadernos “Transporte de Cargas: abrindo novos caminhos” e “Competitividade das Exportações Industriais: um mundo pela frente”. Os documentos apresentam as propostas da CNI para, entre outros, trazer maior equilíbrio nas relações entre as empresas de navegação e usuários do transporte marítimo de contêineres e avançar em medidas que reduzam o custo e aumentem a transparência dos procedimentos do transporte marítimo internacional. Recomendações:

- Fortalecimento da Resolução 62/2021 da Antaq;
- Ampliação do monitoramento, transparência e divulgação das cobranças e estatísticas do transporte marítimo brasileiro;
- Implementação do Programa de Janela Única Aquaviária, a fim de possibilitar o redesenho do fluxo de carga e trânsito aquaviário.
- Simplificação e redução das tarifas portuárias e eliminação das cobranças portuárias abusivas, a exemplo da cobrança do escaneamento de contêineres; e
- Desenvolvimento e implementação do Sistema de Comunidade Portuária.

Fonte: CNI
Seção: Naval & Portuário
Publicação: 21/07/2022