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Mercado projeta expansão menor para PIB brasileiro em 2022, de 0,28%

A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2022 voltou a cair, agora de 0,36% para 0,28%, no Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira com estimativas coletadas até o fim da semana passada.

O ponto-médio das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 também caiu, de 1,80% para 1,70%. Para 2024, manteve-se em 2%. No caso de 2021, dado a ser divulgado em 4 de março, permaneceu em 4,50%.

Quanto à inflação, os consultados pelo BC esperam uma alta de 5,03% no IPCA neste ano, sem mudança. Para 2023, caiu de 3,41% para 3,36%. Para 2024, permaneceu em 3%.

Em relação a 2021, a mediana das projeções dos economistas é de 9,99% para a inflação do período, em vez de 10,01%.O IPCA de 2021 será conhecido na terça-feira, junto com o dado relativo a dezembro.

Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas subiu de 11,50% para 11,75% em 2022 e permaneceu em 8% em 2023 e 7% em 2024.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic em 1,5 ponto percentual na última reunião de 2021, no começo de dezembro, passando de 7,75% para 9,25% ao ano, o maior patamar desde outubro de 2017. Foi a sétima alta consecutiva e já era esperada pelo mercado. No comunicado, o Copom informou que antevê outro ajuste da mesma magnitude na próxima reunião, prevista para os dias 1º e 2 de fevereiro.

Quanto ao câmbio, a mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi mantida em R$ 5,60. Para 2023, o ponto-médio das projeções para a moeda americana subiu, de R$ 5,40 para R$ 5,45, entre uma semana e outra. Para 2024, foi de R$ 5,30 para R$ 5,39.

Fonte: IABr - Instituto Aço Brasil
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 11/01/2022

Mineradoras suspendem produção em MG

As fortes chuvas que atingem grande parte do Estado de Minas Gerais desde o início do ano, com recrudescimento no fim de semana, fizeram ontem Vale, Usiminas e CSN suspender suas operações de produção de minério de ferro no Estado, transporte ferroviário e embarques nos portos temporariamente. As empresas divulgaram comunicados ao mercado e não forneceram mais detalhes.

Outra mineradora, a Vallourec, cujo dique de água transbordou no sábado, paralisando uma rodovia, a BR-040, está com sua mina Pau Branco suspensa por decisão da Justiça. O Ministério Público ainda pediu bloqueio de R$ 1 bilhão da companhia. A empresa também não concedeu entrevista.

Para o analista do Itaú BBA, Daniel Sasson, a suspensão das operações de minas das três empresas não devem afetar os preços do minério de ferro, caso essa paralisação ocorra em até duas semanas.

Pelas contas de Sasson, se isso durar 15 dias, a Vale deixaria de produzir 3 milhões de toneladas, a CSN outras 430 mil e a Usiminas 330 mil. “Não é um volume gigantesco, somando as três operações seriam de 3,7 milhões a 3,8 milhões que deixariam de ser produzidos em duas semanas. Mas se essa parada persistir, e durar, um mês, por exemplo, ai sim poderia mexer nos preços da commodity”.

Rafael Foscarini, da Belo Investment Research, não vê também que esse movimento das mineradoras possa interferir nos preços do minério. Segundo ele, o suprimento para o mercado chinês se mantém forte e isso deve segurar a cotação da principal matéria-prima. Ele ressaltou que de 27 de dezembro a 2 de janeiro, os embarques do Brasil e Austrália somaram 28 milhões de toneladas. “A normalização de oferta e demanda é o que vai reger o ritmo de preços do minério. Essas paradas não devem durar por muito tempo. Caso perdurem além do programado, aí, sim, pode afetar os preços.”

Rafael Barcelos, analista do Santander, afirmou que a suspensão das operações da Vale nas minas de Brucutu e Mariana no Sistema Sudeste e a suspensão das operações em todos os complexos do Sistema Sul poderiam reduzir a produção de minério de ferro em mais de 250 mil toneladas por dia, ou 5 % da oferta marítima diária.

“Acreditamos ainda que essa suspensão pode implicar em riscos para o guidance de produção de minério de ferro da Vale para 2022, dependendo de quanto tempo levar para a retomada das operações na região. A incerteza da oferta também pode elevar os preços do minério. Mantemos nossa projeção de preços médios em US$ 105 por tonelada para 2022, mas com riscos de alta”, disse em relatório.

Para suspensão das minas da Usiminas e CSN, ele avalia que a medida não deve afetar os suprimentos das usinas de aço das companhias, pois, os estoques da commodity nas usinas estão em alta.

A Gerdau informou que também tem enfrentado problemas operacionais em todas as unidades da empresa em Minas Gerais, incluindo a mineração. “A companhia acredita que estas dificuldades devem ser mitigadas dentro dos próximos dias e segue monitorando a situação. No momento, o atendimento aos clientes segue inalterado.” A empresa tem uma siderúrgica e uma mina de ferro no município de Ouro Branco.

A Anglo American informou que a produção de minério em Conceição do Mato Dentro (MG), segue conforme o previsto para o período de chuvas. “As estruturas de contenção da barragem - que é alteada a jusante - e dos diques permanecem seguras. A empresa mantém rigoroso programa de monitoramento”, disse em nota.

A ArcelorMittal informou que continua acompanhando em tempo real as fortes chuvas no Estado e está adotando medidas preventivas e corretivas para mitigar os impactos em suas operações, em virtude das interdições de rodovias e priorizando a segurança operacional, das pessoas e atendimento aos clientes e que sofreu apenas impactos pontuais nas operações.

A ação Vale3 fechou o dia na B3 com baixa de 1,13%. Já CSN, CMIN, Usiminas e Gerdau tiveram alta de 3,32%, 0,14%, 4,77% e 0,55%.
 
Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/01/2022

 

Chuvas em MG não devem refletir nos preços do minério, diz Instituto Brasileiro de Mineração

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) informou em comunicado à imprensa que não espera reflexos nos preços dos minérios, nem na oferta dessas commodities, se as chuvas intensas que atingem Minas Gerais desde o início do mês tiverem curta duração.

“Se esta intensidade de chuvas perdurar por um curto período, o Ibram estima que não haverá reflexos na variação do preço dos minérios e na oferta”, afirmou em nota.

O Instituto também observou que a suspensão temporária das atividades de mineradoras no Estado pode ser revertida em breve, a depender do nível de chuvas dos próximos dias.

Hoje, Vale, Usiminas e CSN anunciaram a suspensão temporária de operações em Minas Gerais, em função das chuvas. A Vale paralisou parcialmente a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e a produção nos Sistemas Sul e Sudeste.

A CSN interrompeu as atividades na mina Casa de Pedra em Congonhas e informou em nota que espera retomar a atividade nos próximos dias.

A Usiminas anunciou a paralisação das operações em Itatiaiuçu (MG). Em nota, a empresa afirmou que vai usar estoques próprios para manter o fornecimento de matéria-prima.

Já a Mina de Pau Branco, da Vallourec, em Nova Lima (MG), está com as atividades suspensas pelo Tribunal de Justiça do Estado.

De acordo com o Ibram, as mineradoras têm agido com cautela quando ocorrem fenômenos naturais, como o excesso de chuvas em Minas Gerais. “Todas as estruturas que compõem as empresas – como barragens de rejeitos – estão sendo monitoradas 24 horas ao dia e a qualquer sinal de anormalidade as autoridades são imediatamente comunicadas e medidas de emergência, como alertas, são tomadas imediatamente”, acrescentou o Instituto.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/01/2022

 

BTG estima risco de chuvas para alto volume de minério

Há mais de 100 milhões de toneladas de minério de ferro, em base anual, em risco devido às chuvas no Brasil, o que representa cerca de 7% do suprimento transoceânico e de 30% da oferta brasileira, estimaram, em relatório os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner, do BTG Pactual. “Então, claramente, as apostas são altas e nós podemos ver impactos no curto prazo nos movimentos [do preço] do minério”, disseram os analistas.

Segundo eles, mesmo admitindo que há um período de chuva mais forte que o usual, há um elemento de “business as usual” nas notícias veiculadas até o momento. Ontem, a Vale anunciou que paralisou parcialmente a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e a produção dos Sistemas Sudeste e Sul, no Estado, em razão do nível elevado de chuvas em Minas Gerais.

No Sistema Sudeste, a EFVM foi paralisada no trecho Rio Piracicaba-João Monlevade impedindo o escoamento do material em Brucutu e no complexo de Mariana, que estão com a produção suspensa. O trecho Desembargador Drummond-Nova Era também foi paralisado, mas em fase de liberação e não afetou a produção do Complexo de Itabira.

No Sul, devido à interdição de trechos das BR-040 e MG-030, da segurança de circulação de empregados e terceiros e da infraestrutura da frente de lavra das minas, a produção de todos os complexos está temporariamente paralisada.

Correa e Greiner lembraram que a Vale manteve sua meta de produção de minério para 2022 entre 320 milhões e 335 milhões de toneladas. Os analistas, no entanto, ponderam que o fator chave atualmente é o período de duração das chuvas acima do normal.

“O incerto nesse ponto é quanto tempo vai durar a chuva forte, mas assumindo que a normalidade seja restaurada rapidamente, acreditamos que os impactos econômicos podem ser baixos”, afirmam, acrescentando que, depois dos incidentes com as barragens no passado, é bem-vinda a abordagem de tolerância zero que as mineradoras estão tomando para reduzir os riscos operacionais, “abordagem que nós consideramos prudente”.

Pedro Galdi, da Mirae Asset Corretora, reiterou que até o momento a Vale não alterou a meta de produção para o ano e acrescentou que janeiro é um mês em que, comumente, as chuvas causam transtornos. “Com o La Niña está sendo pior, mas é só torcer para não haver um colapso maior em alguma grande barragem”, ponderou.

De janeiro a setembro de 2021, a Vale produziu 51,12 milhões de toneladas no Sistema Sudeste, cujo minério é escoado pela Estrada de Ferro Vitória-Minas até o Porto de Tubarão, no Espírito Santo. Outras 41,28 milhões de toneladas foram produzidos no Sistema Sul, escoado pela MRS para portos no Rio. Desse total, 13,53 milhões no Sudeste e 11,72 milhões no Sistema Sul foram produzidas no primeiro trimestre, período que sazonalmente é mais afetado por chuvas.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/01/2022

Agência de mineração diz não haver outros problemas além da Vallourec

A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou ao Valor que não havia registros, até ontem, de outros problemas em mineradoras e barragens de rejeitos, além do transbordamento de um dique de contenção de água de chuvas da Mina de Pau Branco, da Vallourec, no fim de semana. O incidente inundou a rodovia BR-040, que liga Minas ao Rio, na altura de Nova Lima (MG), ficando interditada durante dois dias.

O diretor-geral substituto da ANM, Guilherme Gomes, e o gerente de barragens da ANM, Luiz Paniago, e mais cinco servidores da gerência regional da agência prestaram apoio técnico à equipe da Vallourec para executar ações de emergência para cessar o galgamento que estava ocorrendo na barragem. A estrutura do dique chegou a ter sua classificação elevada para 3, mas foi reduzida a 2, após melhoria de suas condições.

Segundo dados mais recentes da agência, há 36 barragens em Minas com classificação de risco alto de rompimento. No país, são 43 barragens com essa classificação. Não houve alteração no nível de segurança de nenhuma barragem do Estado no mês até agora.

Em dezembro, nenhuma barragem teve a situação de emergência declarada e três tiveram essa condição encerrada: Forquilha IV, em Ouro Preto, e Marés I, em Belo Vale, ambas da Vale, e Santa Bárbara, da Vallourec, em Brumadinho. Do total de barragens em caso de emergência, 29 são da Vale, uma é da ArcelorMittal, uma da CSN, uma da Topazio Imperial Mineração, duas da Emicon Mineração e Terraplenagem e duas barragens da massa falida da Mundo Mineração.

Segundo a ANM, no Estado existem 350 barragens cadastradas no Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração, das quais 210 estão enquadradas na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB). Elas são classificadas segundo a categoria de risco, que pode ser baixo, médio e alto. A ANM vistoriou 23 barragens em dezembro e para este mês estão previstas mais 20

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) declarou que se esta intensidade de chuvas durar um curto período, não haverá reflexos na variação do preço dos minérios e na oferta. E que a suspensão temporária pode ser revertida em breve, a depender do nível de chuvas nos próximos dias. Afirma que as empresas têm agido quando ocorrem fenômenos naturais, monitoração as barragens 24 horas ao dia.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/01/2022

Vendas de automóveis e comerciais leves usados superam barreira dos 11 milhões em 2021

A venda de automóveis e comerciais leves usados atingiu 11,2 milhões de unidades no acumulado de 2021. O resultado superou em 2,3% o recorde para o segmento, alcançado em 2019. O número também foi 18,8% mais alto que o de 2020, ano prejudicado pelo fechamento de Detrans e revendas, sobretudo no primeiro semestre com o início da pandemia de Covid-19.

Os números foram divulgados na segunda-feira, 10, pela Fenabrave, entidade que reúne as associações de concessionários. Para cada veículo leve zero-quilômetro vendido em 2021 foram negociados 5,7 usados.

Com a escassez de veículos zero-quilômetro em razão de paralisações nas montadoras durante todo o ano passado, as transações de usados até novembro já haviam superado a barreira de 10 milhões de veículos leves. Dezembro foi mais um mês forte por causa de seus 23 dias úteis. Teve 901,8 mil veículos leves negociados, 4,4% a mais que no mês anterior.

“Como o mercado de novos foi bastante impactado pela crise global de abastecimento de componentes, muitos consumidores buscaram opções entre os seminovos e usados”, recorda o novo presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior.

Ainda de acordo com a entidade, os modelos leves com até três anos de fabricação responderam por 12,1% das transferências em 2021.

Quase 400 mil caminhões usados no ano

As transações de caminhões de segunda mão somaram em dezembro 27,8 mil unidades. O total foi 5,6% menor que o de novembro, mas o acumulado do ano teve 397,2 mil unidades e aumento de 19,2% sobre o ano anterior. A cada caminhão zero-quilômetro emplacado em 2021, 3,1 modelos de segunda mão trocaram de dono.

A venda destes usados esteve tão aquecida no ano passado que no acumulado até novembro eles já haviam superado o recorde anual do setor (obtido em 2019, com 364 mil caminhões transferidos).

Maior alta anual ocorreu para os ônibus

Dezembro teve a negociação de 3,9 mil ônibus usados, anotando pequena alta de 3,2% sobre novembro. No acumulado do ano foram 43 mil unidades. O confronto com 2020 indica crescimento de 28,1%, o maior entre todos os tipos de veículos.

Essa alta, no entanto, ocorreu sobre um ano bastante ruim: em 2020 foram negociados apenas 33,6 mil ônibus usados em todo o País. Como se sabe, o setor foi bastante afetado pela Covid-19. A retração no turismo e a queda nas renovações de frota urbanas e rodoviárias em razão da pandemia tiveram forte impacto no setor.

A venda de modelos zero-quilômetro teve apenas 17,8 mil unidades em 2021, um total 2,5% menor na comparação com o ano anterior. A baixa procura por modelos novos impediu movimentação maior entre os modelos de segunda mão. Com isso, a taxa anual de usados versus novos foi de apenas 2,4 para 1, a mais baixa entre os veículos.

Motos usadas também batem recorde: 3,26 milhões

As transferências de motos usadas em dezembro somaram 254,6 mil unidades, total 0,4% maior que em novembro. O acumulado do ano teve 3,26 milhões de unidades negociadas. Esse total foi 17,5% mais alto que o de 2020. Assim como os caminhões, as motos de segunda mão já haviam quebrado em novembro o recorde anual, obtido em 2019 com 2,98 milhões de transferências.

Em 2021, a cada moto zero-quilômetro entregue, 2,8 usadas mudaram de mãos. O setor de motos (novas e usadas) vem sendo puxado pelos serviços de entrega. E a baixa oferta de modelos zero-quilômetro também contribuiu com o aquecimento do mercado de segunda mão, assim como ocorreu entre os automóveis e comerciais leves.
 
Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 11/01/2022