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Minério de ferro sobe com maiores esperanças de estímulos após dados fracos da China

Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura subiram nesta terça-feira, impulsionados por maiores expectativas de medidas de apoio mais favoráveis ??na China após a divulgação de dados econômicos mais fracos do que o esperado.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com alta de 0,66%, a 845 iuanes (117,83 dólares) a tonelada, após perdas na segunda-feira.

O minério de ferro de referência em agosto na Bolsa de Cingapura ganhou 0,98%, para 113,60 dólares a tonelada.

O Produto Interno Bruto (PIB) da segunda maior economia do mundo cresceu 6,3% no segundo trimestre em base anual, bem abaixo da previsão de crescimento de 7,3%, mostraram dados do Escritório Nacional de Estatísticas na segunda-feira.

O setor imobiliário, o maior consumidor de aço na China, permaneceu firmemente em tendência de baixa durante o trimestre.

'A última divulgação de dados está estimulando pedidos de mais estímulo para a economia chinesa', disseram analistas do National Australia Bank em nota.

Aumentaram as expectativas de que medidas de estímulo mais fortes serão anunciadas na reunião do politburo até o final deste mês para sustentar a recuperação econômica pós-pandemia, disseram analistas.

Isso ocorreu depois que o principal planejador econômico da China prometeu na terça-feira que implementaria políticas para 'restaurar e expandir' o consumo sem demora, já que o poder de compra dos consumidores continua fraco, sugerindo uma urgência em reanimar a demanda doméstica.

O ânimo também melhorou com algumas siderúrgicas de Tianjin e Xingtai, no norte da China, aceitando a segunda rodada de aumento de preço do coque de 50 iuanes por tonelada métrica, que deve se expandir em mais regiões, disse a consultoria Mysteel em nota na segunda-feira.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/07/2023

 

Com demanda reprimida, Aço Brasil revisa projeções para 2023

Os resultados apurados pelo setor siderúrgico no decorrer do primeiro semestre levaram o Instituto Aço Brasil a revisar para baixo as projeções de produção, vendas internas e consumo aparente para 2023. Mesmo assim, a entidade estima que o Brasil possa alcançar a 8ª posição entre os principais países produtores de aço no mundo ainda neste exercício. A capacidade de oferta do País está em 54 milhões de toneladas ao ano, mas atualmente a produção anual está no patamar de 34 milhões de toneladas, ou seja, 60% da capacidade instalada.

De acordo com o Instituto, as novas projeções indicam que a produção de aço bruto neste ano deverá fechar em 32,388 milhões de toneladas, queda de 5% sobre 2022. Já as vendas internas devem atingir 19,116 milhões de toneladas, redução de 6% ante o ano anterior.

O consumo aparente, que compreende as vendas internas e as importações, deve chegar a 22,912 milhões de toneladas, recuo de 2,6% na mesma comparação.

As exportações devem cair 0,3%, para 11,903 milhões de toneladas, enquanto as importações devem crescer 25,6%, para 4,209 milhões de toneladas.

“O Brasil precisa crescer de forma consistente. Se o PIB (Produto Interno Bruto) cresce de forma sustentável, o consumo de aço acompanha, afinal, há aço em todos os lugares, em todos os setores. Mas o consumo per capita do insumo no País estagnou na casa dos 108 quilos nos últimos 42 anos. A China saltou de 32 kg para 645 kg; a Coreia do Sul de 164 kg para 988 kg; o Chile de 52 kg para 114 kg”, alertou o presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson De Paula.

Neste sentido, o Aço Brasil também prevê queda no consumo per capita de produtos siderúrgicos no Brasil este ano, de 108,6 kg para 105,9 kg por habitante.

Em abril, o Aço Brasil já havia divulgado, para 2023, a previsão de alta de 2% na produção de aço bruto; queda de 0,7% nas vendas internas; alta de 7,6% nas exportações e de 2,5% nas importações; e queda de 1% no consumo aparente.

Instituto aposta no MCMV para elevar demanda por aço

A recente projeção de piora, conforme De Paula, se justifica pelo fraco desempenho dos principais setores consumidores do aço – automobilístico, bens de capital e construção civil, que respondem por 82,5% da demanda da siderurgia. Mas o Aço Brasil espera melhora da construção civil no segundo semestre com o relançamento do programa Minha Casa, Minha Vida pelo governo federal e com os lançamentos para o mercado imobiliário de alta renda.

”Os principais setores consumidores de aço não performaram bem no primeiro semestre e devem ter melhora, mas não muito significativa, no segundo”, resumiu o presidente executivo do Instituto, Marco Polo de Mello Lopes.

Recessão mundial

Já quanto ao aumento das importações no País, a entidade atribuiu à recessão mundial e ao aumento dos juros pelos bancos centrais, o que tem gerado ainda mais excedente de capacidade mundial e busca de mercados por países produtores de aço.

“Com o menor consumo dos Estados Unidos e Europa, sobra aço no mundo. Outro ponto é o câmbio. Com o real valorizado, o Brasil perde competitividade para exportar e melhora para importar. O câmbio, no atual patamar entre R$ 4 e R$ 5, não é bom para a balança comercial”, explicou De Paula.

“O consumo de aço é um indicador antecedente. Olhando nossa siderurgia em relação ao contexto mundial, neste ano devemos passar para 8ª posição em termos de produção, ultrapassando a Turquia. Não falta oferta, falta demanda”, completou Lopes.

Produção de aço caiu 8,9% no semestre

Nos primeiros seis meses do ano, frente a igual período de 2022, a produção de aço bruto caiu 8,9%, para 15,972 milhões de toneladas; as vendas internas encolheram 5,7%, para 9,626 milhões de toneladas; as exportações recuaram 4,2%, para 6,315 milhões de toneladas, e as importações cresceram 43,2%, tendo atingido 2,208 milhões de toneladas. Ainda na mesma comparação, o consumo aparente recuou 1,6%, para 11,557 milhões de toneladas.

De toda maneira, o presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil reforçou que o setor mantém firme a previsão de investimentos, da ordem de US$ 2,5 bilhões por ano, e estimados em US$ 12 bilhões entre 2023 e 2027.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/07/2023

Produção industrial na China cresce 4,4% em junho ante 2022; vendas no varejo desaceleram para 3,1%

A China divulgou nesta segunda feira uma série de dados referentes à atividade econômica em junho de 2023. A produção industrial cresceu 4,4% ante o mesmo mês do ano passado e as vendas no varejo subiram 3,1% na mesma comparação. O consenso Refinitiv espera uma alta menor para a indústria, de 2,7%, e um resultado similar para as vendas varejistas, de 3,2%.

Em maio, a produção industrial havia crescido num ritmo mais lento, de 3,5%, mas o comportamento do varejo tinha sido muito melhor, com vendas 12,7% mais fortes que em abril.

Segundo dados oficiais do NBS, o escritório nacional de estatísticas do país, a produção industrial avançou 3,8% no primeiro semestre do ano e as vendas no varejo subiram 8,2%.

Segundo Fu Linghui, porta-voz do NBS, a produção da indústria da China registrou uma recuperação constante no primeiro semestre do ano, com o setor de fabricação de equipamentos tendo uma expansão relativamente rápida.

A produção do setor de fabricação de equipamentos aumentou 6,5% em relação ao ano anterior durante o período de janeiro a junho, 2,7 pontos percentuais acima do crescimento geral da produção industrial.

A produção de empresas estatais e sociedades de capital misto aumentou 4,4% ano a ano nos primeiros seis meses, enquanto a do setor privado cresceu 1,9%.

O setor de fabricação de máquinas e equipamentos elétricos se destacou com um crescimento de 15,7% na produção em relação ao ano anterior, seguido pelo setor de fabricação de automóveis, que cresceu 13,1% em relação ao ano anterior.

Varejo

As vendas no varejo online continuaram sendo um ponto positivo. Nos primeiros seis meses de 2023, as vendas no varejo online aumentaram 13,1% ano a ano, chegando a 7,16 trilhões de yuans. As vendas no varejo online de bens físicos aumentaram 10,8% ano a ano, respondendo por 26,6% do total de vendas no varejo de bens de consumo.

O consumo de viagens e serviços baseados em contato registrou rápida expansão no primeiro semestre do ano, com o aumento das atividades gastronômicas, comunicação e turismo, de acordo com Fu.

Com uma contribuição de 77,2% para o crescimento econômico chinês, o consumo tem desempenhado um papel cada vez mais importante na condução da economia do país na primeira metade do ano, disse Fu.

“À medida que a sociedade e a economia retomam totalmente as operações normais, a economia está se recuperando, os cenários de consumo estão se expandindo, as políticas para promover o consumo estão entrando em vigor, os gastos dos residentes estão crescendo constantemente e as vendas no varejo do mercado estão acelerando.”

Fonte: Infomoney
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 17/07/2023

CNI projeta crescimento de 2,1% do PIB em 2023

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta que, neste ano, a economia brasileira vai crescer 2,1% em relação ao ano passado e o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria será de 0,6%, com queda de 0,9% na indústria de transformação.

Os dados são do Informe Conjuntural – 2º trimestre de 2023, divulgado nesta quinta-feira (13), e mostram uma desaceleração em relação a 2022, com um quadro particularmente desafiador para a indústria e para as atividades do varejo mais sensíveis ao crédito.

- Informe_conjuntural_2trim2023.pdf (4,0 MB)


 

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, é preciso ter cautela ao analisar a crescimento do PIB do Brasil em 2,1%. Esse percentual reflete a expectativa de aumento de 13,2% do PIB da agropecuária neste ano, no entanto, a indústria e o serviços desaceleraram, o que mostra uma economia menos saudável do que a desejada.

“A expansão de 2,1% é relevante, mas se isolarmos o resultado da agropecuária, , o ritmo de crescimento do Brasil desacelerou. A indústria enfrenta os efeitos dos juros altos, com restrição no crédito bancário, o que vemos penalizar tanto empresários quanto consumidores. Além disso, o setor de serviços, que acumulou avanços expressivos desde 2020, também agora se encontra em movimento de desaceleração”, explica Marcelo Azevedo.

VEJA AS PRINCIPAIS PROJEÇÕES PARA 2023
Indústria da construção deve crescer 1,5%

O PIB da Construção cresceu 10%, em 2021, e 6,9%, em 2022. No entanto, o forte aumento dos custos da construção e o ambiente de juros altos contribuíram para a perda de dinamismo em 2023. As alterações feitas ao programa Minha Casa Minha Vida anunciadas em junho deste ano devem ter efeitos em 2024.

Consumo das famílias será 1,8% maior em 2023 ante 2022

O consumo das famílias deverá ser sustentado pelo aumento de 6,8% na massa de rendimento real em 2023, pois a concessão de crédito à pessoa física tem caído desde setembro de 2022, com avanço apenas em março de 2023. Estímulos fiscais, como as mudanças no Bolsa Família em janeiro de 2023, também deverão contribuir com o avanço do consumo em segmentos como mercados e farmácias.

Mercado de trabalho segue com baixa taxa de desemprego

O mercado de trabalho tende a manter baixa taxa de desemprego. A estimativa da CNI é de expansão de 2% do número de pessoas ocupadas no quarto trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022. O crescimento das ocupações deve contribuir para o recuo de 1 ponto percentual na taxa de desemprego média de 2023 ante 2022. A previsão é de taxa de desemprego de 8,3%.

Inflação desacelera, IPCA deve encerrar o ano em 4,9% e Selic em 12%.

Entre os grupos que compõem o IPCA, os preços dos grupos industriais e alimentos são os que mais têm contribuído para a desaceleração da inflação. Os alimentos estão em desaceleração desde dezembro de 2022, em função: da estabilização dos preços em reais das commodities agrícolas, embora ainda em patamares elevados; da menor pressão sobre os preços dos insumos agropecuários, por conta da redução dos impactos da guerra da Ucrânia; e da valorização da moeda nacional. Dos preços industriais, a desaceleração deve ser mantida ao longo de 2023 e o os preços desse grupo encerram este ano com alta de 2,4%.

Mercado de crédito terá retração de 3,6% em termos reais

A queda no crédito é explicada sobretudo: pelas elevadas taxas de juros; pelo aumento da inadimplência de empresas e consumidores; pelo elevado nível de endividamento e de comprometimento de renda das famílias; e pelo aumento das provisões bancárias (por conta de eventos adversos relacionados a grandes empresas varejistas no Brasil).

Contas do governo federal começam a dar primeiros sinais de piora em 2023

O setor público consolidado – que engloba governos federal e regionais (estados e municípios) e suas estatais – deve encerrar 2023 com déficit primário de 1,1% do PIB, contra superávit de 1,3% do PIB em 2022. Dívida pública volta a crescer em 2023, após dois anos de queda.

Setor externo aponta para resultados positivos

Este ano será favorável às vendas externas, especificamente de produtos agrícolas e agroindustriais brasileiros. A previsão das exportações é de US$ 330,8 bilhões no encerramento do ano. As importações atingirão US$ 268,4 bilhões. Confirmando-se essas projeções, a CNI espera um saldo na balança comercial no valor de US$ 62,4 bilhões para 2023.
 
Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 14/07/2023

Confiança da indústria aumentou, mas condições econômicas ainda não agradam

De olho na economia brasileira e mudanças no mercado, a confiança da indústria tem oscilado em 2023, mas julho é o segundo mês consecutivo em que os empresários se mostram confiantes. A constatação foi feita pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No sétimo mês do ano, o indicador mostrou aumento de 0,7 ponto e saiu de 50,4 pontos para 51,1.

- ICEI - Julho 2023.pdf (519,7 KB)

O avanço se deve, principalmente, a uma visão menos negativa das condições atuais da economia brasileira e das empresas. Foram ouvidas 1.305 indústrias de diversos setores de todo o Brasil.

“Essa melhora está associada tanto à inflação mais controlada, quanto a outros elementos que contribuem de forma gradual para o aumento da confiança, como o amadurecimento da discussão relacionada à reforma tributária, o avanço do varejo, o mercado de trabalho ainda aquecido e as cadeias de suprimento mais organizadas em relação ao ano passado”, destaca a economista da CNI, Larissa Nocko.

 

“É um resultado positivo, mas quando comparado com julho de 2022 (57,8 pontos) e a média histórica (54,1 pontos), ainda não é um resultado para ser comemorado”, complementa.

O ICEI é composto pelo Índice de Condições Atuais, que registrou 45,5 pontos este mês, e o Índice de Expectativas, que marcou 53,9 pontos. Juntos, os indicadores refletem que há expectativas positivas para os próximos meses, mas as condições atuais da economia e das empresas ainda são desfavoráveis.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 13/07/2023

 

Mineradoras buscam apoio para barrar no Senado tributos estaduais a commodities

Representantes de mineradoras começaram a articular com outros setores para tentar derrubar no Senado um trecho inserido pela Câmara na proposta da reforma tributária que abre a possibilidade de Estados criarem novos tributos ou legalizarem os existentes que são foco de questionamentos judiciais.

A brecha colocada no texto do novo marco tributário aprovado pelos deputados pode atingir as indústrias de soja, minério de ferro e petróleo, que representam cerca de 40% das exportações brasileiras, avaliou o presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

"Tributar a base das exportações brasileiras significa corroer a base da economia brasileira, com impactos negativos fora de controle", afirmou Castro à Reuters.

"A reforma está vindo para reduzir e não aumentar o custo-Brasil, para eliminar e não gerar insegurança jurídica, também para cumprir a Constituição que estabelece ser a exportação isenta de tributos", acrescentou ele, em referência à Lei Kandir, que isenta do pagamento de ICMS as exportações de produtos primários e semielaborados ou serviços.

O artigo incluído no texto da reforma na Câmara, que ainda vai passar pelo Senado, autoriza os Estados justamente a instituírem contribuições sobre produtos primários e semielaborados, colocando como condição que os recursos arrecadados sejam aplicados em infraestrutura e habitação.

A cobrança também deverá ser vinculada a regimes tributários especiais ou adiamentos de pagamentos de outros impostos por empresas. A regra, se aprovada, valerá até 2043.

Para Castro, sendo o Brasil um "gigante fornecedor de commodities", a eventual tributação poderá ter impactos no comércio mundial. Dessa forma, a tramitação da reforma no Senado deve ser acompanhada de perto, para que não sejam legalizadas "ilegalidades criadas por interesses políticos e escusos".

De acordo com duas fontes com conhecimento do assunto, o dispositivo foi inserido no texto por pressão de governadores do Centro-Oeste, onde já existem hoje contribuições desse tipo. No entanto, segundo uma das fontes, o dispositivo aprovado é mais amplo do que a regra existente hoje e deve gerar debates no Senado.

O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o ex-ministro Raul Jungmann, disse que as tratativas envolvem representantes do agronegócio e de outras áreas para tentar barrar a medida que foi incluída na reta final da votação da reforma na Câmara, na semana passada.

"Estamos conversando com todos os setores prejudicados. Estamos conversando com todos os demais setores para que a gente tenha uma atuação coordenada contra isso", afirmou Jungmann à Reuters.

Para o diretor-presidente do Ibram, a possibilidade de criação dos tributos por Estados elevaria a carga tributária e incidiria sobre dois dos principais setores responsáveis pela exportação brasileira, o agronegócio e a mineração.

O Brasil é o maior exportador de soja e de milho atualmente, além de ser um dos maiores fornecedores globais de minério de ferro e um importante exportador de petróleo.

Jungmann afirmou ainda que a medida é um "retrocesso absolutamente flagrante", contrariando o espírito da reforma tributária, e adiantou que "sem sombra de dúvidas" deve ser judicializada caso acabe sendo promulgada.

A constitucionalidade do pagamento de tais contribuições estaduais já vem sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF). A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, questiona a taxação de Goiás, enquanto tributos em outros Estados também são alvos de ações.

Segundo Jungmann, uma série de outros fundos estaduais também podem ser "constitucionalizados" pelo chamado artigo 20.

Procurado, o Ministério da Fazenda disse que não comentaria o tema.

PONTO SENSÍVEL

O líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), disse à Reuters que esse é um "ponto sensível". Sem antecipar se será contra a alteração, ele defendeu um aprofundamento no debate pelos senadores.

"É um ponto sensível dentro do contexto de mudanças na reta final (na Câmara) que não se permitiu um debate mais aprofundado", disse.

"A reforma deve ser feita para facilitar a vida de quem produz, do cidadão, não pode vir para melhorar a vida dos governos...", reforçou.

Na sexta-feira, dia em que a Câmara concluiu a votação da reforma tributária, mineradoras e petroleiras divulgaram comunicados alertando para a possibilidade de criação dos tributos por Estados.

O Ibram, que representa companhias como Vale, CSN, Gerdau, dentre outras, chamou a mudança de um desastre "para o setor produtivo e às exportações".

O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), principal representante do setor no país, disse que a medida "poderá afetar a competitividade e a atratividade de investimentos no setor de óleo e gás".

Outro ponto de questionamento do setor, segundo o dirigente do Ibram, é a restituição da chamada lista de produtos primários e semielaborados, o que tinha sido extinto atualmente. Nela devem ser abrangidos os setores de mineração, gás, petróleo e de beneficiamento de soja.

TRAMITAÇÃO

Uma definição sobre o ritmo de tramitação da reforma tributária no Senado deverá ficar mais clara nesta terça-feira, quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai receber o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir esses e outros temas da agenda econômica.

Também nesta terça-feira foi definido que o relator da reforma tributária no Senado será Eduardo Braga (MDB-AM). Ele disse que apresentará em agosto um plano de trabalho para a tramitação da PEC na Casa.

Efraim Filho defendeu que a reforma não tramite com rapidez na Casa e que haja tempo para ocorrer debates, o que, em sua avaliação, não aconteceu na Câmara. Ele sugeriu que a proposta seja discutida por até 90 dias e que se comece o processo de votação até outubro.

"Até porque é preciso que a gente encerre a votação da reforma este ano, para evitar que possa ser contaminada pelas eleições futuras. O ano certo é neste primeiro ano de governo, sem eleições", ressaltou.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 12/07/2023