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China compra menos do Brasil por lockdowns, enquanto Europa importa mais petróleo brasileiro

Em meio à quebra da safra de soja do Brasil e às restrições impostas pela China contra o avanço do coronavírus, que prejudicaram a demanda no país, o gigante asiático perdeu participação nas exportações brasileiras em maio, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (13) pela Secretaria de Comércio Exterior.

Os números, que costumam ser informados na virada de cada mês, foram publicados com atraso por causa da greve dos servidores federais por reajustes salariais.

As vendas brasileiras para a segunda maior economia do mundo somaram US$ 8,5 bilhões no mês passado, o equivalente a 28,8% do total exportado pelo Brasil. Isso significa que a China ainda é o principal destino dos produtos brasileiros, mas em maio de 2021 o número havia sido maior – de US$ 9,2 bilhões, ou 35,3% do total vendido.

De acordo com o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, a queda de 11,9% na média diária das exportações para a China do ano passado para cá reflete tanto problemas do lado da oferta brasileira como da demanda chinesa.

“A safra de soja brasileira teve 10% de redução neste ano. E temos também a queda das exportações de minério de ferro, já que a China tem passado por lockdowns em decorrência do surto de Covid-19. Isso faz com que a atividade econômica do país se reduza”, apontou Brandão.

De acordo com ele, a tendência é que esse seja um movimento pontual. “Acredito que é conjuntural, que a China continuará a ser um grande parceiro do Brasil, com importância crescente”, avaliou.

Por outro lado, as exportações para a Europa somaram US$ 6 bilhões e ganharam participação nas vendas externas, alcançando um peso de 20,3% (ante 17,4% em maio de 2021). Na média diária, o aumento nas vendas para o continente foi de 26,4%.

“Houve um grande crescimento nas exportações para a União Europeia, principalmente pelo aumento das vendas de petróleo bruto, que cresceram 115%, e alimentos, como farelo de soja”, afirmou Brandão.

Menor saldo em três anos

Somada a uma disparada das importações, a queda de vendas para a China foi um dos fatores que determinaram o menor saldo comercial para meses de maio em três anos.

Segundo os dados divulgados hoje, as exportações somaram US$ 29,6 bilhões, uma alta de 8% em valor vendido a outros países na comparação com o quinto mês de 2021. Foi um aumento bem menor do que o registrado pelas importações, que totalizaram US$ 24,7 bilhões em maio, um salto de 33,5%.

Essa disparada nas compras de outros países se deveu basicamente à alta nos preços dos produtos importados: o volume subiu somente 0,1% na comparação com maio do ano passado, enquanto os preços dispararam 35,7% na mesma comparação.

“O conflito entre Rússia e Ucrânia tem influenciado o comércio e a economia mundial como um todo”, afirmou Brandão, destacando que essa disparada nos preços fez com que o fluxo de comércio (soma entre exportações e importações) alcançasse R$ 54,4 bilhões em maio, o maior valor para qualquer mês da série histórica iniciada em 1989.

Fonte: TradeMap
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 14/06/2022

 

Não há clima político para revisar barreira a aço brasileiro, dizem EUA

O governo de Joe Biden sinalizou ao Brasil que não atenderá tão cedo a demanda para revisar as cotas que limitam a entrada do aço nacional no mercado americano, apesar de já ter feito acordos com União Europeia e Japão.

O Valor apurou que o subsecretário americano de Comércio, Don Gaves, quando esteve em Brasília há cerca de um mês, avisou a representantes brasileiro que não havia clima político ainda nos EUA para tratar da revisão da situação dos siderúrgicos brasileiros.

Contudo, o número 2 do Departamento do Comércio “prometeu envidar os melhores esforços”, segundo uma fonte. Procurado pela reportagem, o Itamaraty não fez nenhum comentário até o fechamento desta edição.

Por sua vez, a representante comercial dos EUA Katherine Tai, ao ser indagada recentemente numa entrevista sobre uma retirada de tarifas sobre o aço da China, respondeu que, “com respeito às tarifas, nossa abordagem como com todo mundo nessa relação é para ser estratégica”.

As restrições ao aço brasileiro foram impostas em 2018 na administração de Donald Trump. Foi quando Trump, no meio das tensões com comerciais com a China, decidiu que a que o aço estrangeiro ameaçava “debilitar a segurança nacional” e impôs taxa adicional de 25% na importação de produtos siderúrgicos e de 10% na importação de alumínio, provocando irritação de aliados de Washington que viram a medida como retaliação.

De US$ 2,3 bilhões de aço que o Brasil exporta em média para os EUA por ano em média, 85% é de semiacabado, ou seja, matéria-prima para as siderúrgicas americanas fazerem o produto final.

No governo Biden, em outubro, os EUA e a União Europeia fecharam acordo pelo qual Washington manteve as tarifas adicionais, mas isentou uma certa quantidade, permitindo às companhias europeias voltar a vender um certo volume dito histórico por uma cota. Mais tarde, Washington fechou acordo com o Japão, outro grande aliado, eliminando desde abril as tarifas dentro de uma cota de importação de 1,25 milhão de toneladas de aço japonês - volume ainda inferior a 1,8 milhão de toneladas exportados pelo Japão em 2018.

Mas com o Brasil a constatação em Brasília é de que o governo Biden não tem apetite para tratar de comércio. Na semana passada, na Cúpula das Américas, os EUA insistiram em discurso sobre redesenhar as cadeias de abastecimento, em meio à nova situação geopolítica, mas não mostraram nada concreto, segundo fonte.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/06/2022

 

Siderurgia brasileira espera que EUA revejam cotas de aço neste ano

A indústria de siderurgia brasileira tem expectativa que as cotas de exportação de aço para os Estados Unidos sejam revistas neste ano, após um aceno do presidente norte-americano, Joe Biden, sobre o assunto durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira, afirmou o presidente da associação que representa o setor nesta sexta-feira.

“Temos expectativa que saia neste ano” a revisão das cotas, disse o presidente-executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

As cotas foram criadas em 2018 no governo de Donald Trump e impuseram um limite anual de 3,5 milhões de toneladas de exportações placas do Brasil sem cobrança de sobretaxa de 25%. Além disso, o governo Trump também criou um redutor de 30% sobre o volume de vendas de produtos siderúrgicos acabados brasileiros, com base em uma média dos volumes vendidos entre 2015 e 2017.

Segundo Lopes, o setor aguardava esta primeira reunião entre Bolsonaro e Biden para ter uma sinalização para um início das negociações para a revisão das cotas. “Seria impensável uma missão se houvesse um estresse na relação”, disse o executivo.

“O desdobramento disso (reunião entre os dois presidentes) é que vamos agora colocar de pé uma nova missão aos EUA”, disse Lopes.


Fonte: BM&C News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/06/2022

Índice de Confiança do Empresário Industrial sobe 1,3 ponto em junho

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) avançou 1,3 ponto em junho de 2022, de 56,5 pontos para 57,8 pontos. O resultado demonstra avanço da confiança em relação ao mês anterior e coloca a confiança do setor industrial no maior patamar desde outubro de 2021.

O indicador, calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mensalmente, antecede o desempenho industrial e sinaliza a tendência da produção industrial. Foram consultadas 1.573 indústrias entre 1º e 7 de junho.

Todos os componentes do índice subiram. O Índice de Condições Atuais avançou 2,1 pontos, de 49,4 pontos para 51,5 pontos. Ao ultrapassar o ponto de corte de 50 pontos, o índice demonstra transição de uma percepção negativa para uma percepção positiva do setor industrial em relação às condições atuais na comparação com os últimos seis meses. E o Índice de Expectativas avançou um ponto, para 61 pontos. Ao se afastar para mais acima da linha divisória de 50 pontos, o índice indica maior otimismo da indústria para os próximos seis meses.

“Medimos a percepção do empresário também em relação à economia e em relação à própria empresa. Ainda há desconfiança sobre a economia no curto prazo, mesmo que o índice tenha subido, ele ficou abaixo dos 50 pontos nesse quesito especificamente. A avaliação das condições correntes da empresa se tornou mais positiva. Também mostram confiança na economia nos próximos seis meses”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.



Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 13/06/2022

Importação de minério de ferro pela China sobe 3% em maio com melhora do fornecimento

As importações de minério de ferro pela China subiram 3% em maio em relação ao mesmo mês do ano anterior, mostraram dados alfandegários nesta quinta-feira, depois que as interrupções nos embarques dos principais fornecedores diminuíram.

O maior consumidor de minério de ferro do mundo trouxe 92,52 milhões de toneladas no mês passado, ante 89,79 milhões de toneladas em maio de 2021, disse a Administração Geral de Alfândegas.

As importações do ingrediente siderúrgico caíram nos últimos meses, já que as mineradoras na Austrália foram atingidas pela escassez de mão de obra induzida pela pandemia, enquanto a brasileira Vale lutava com condições climáticas.

Além disso, a guerra suspendeu as exportações da Ucrânia e Rússia, fornecedores menores.

Mas as interrupções diminuíram no mês passado, e o apetite por importações estava forte, apesar do fraco consumo do setor siderúrgico da China, disseram analistas.

“As taxas de operação das mineradoras de minério de ferro australianas e brasileiras melhoraram significativamente desde as baixas de fevereiro, então não é surpreendente ver as importações dispararem em maio”, disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities, com sede em Cingapura.

Nos primeiros cinco meses de 2022, a China importou 447 milhões de toneladas de minério de ferro, queda de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os dados também mostraram que as exportações de produtos siderúrgicos pela China ficaram em 7,76 milhões de toneladas em maio, o maior nível desde abril de 2021.

Alguns comerciantes chineses aumentaram as exportações para a Europa para preencher um déficit causado pela guerra na Ucrânia.

Fonte: BM&C News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 10/06/2022

Grandes empresas da siderurgia e da mineração adotam agenda ESG, aponta pesquisa

A maior parte das grandes empresas do setor minerometalúrgico e de materiais dispõe de programas para implementar os parâmetros ESG (ambientais, sociais e de governança) em suas organizações, tendo como prioridade central assegurar o respeito à legislação, reduzir os riscos e melhorar a imagem institucional, mostrou uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração - ABM.

O levantamento foi apresentado no Fórum de Líderes, evento que reuniu dirigentes de algumas das principais companhias do setor para discutir a adoção da agenda ESG no dia 7, como parte da 6ª edição da ABM WEEK. 

A pesquisa foi produzida em abril de 2022 pela Associação e incluiu respostas de nove empresas. A maior parte das perguntas feitas a elas seguiu o modelo de uma investigação feita em setembro de 2021 pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) junto a 79 companhias de diferentes segmentos.

O levantamento da ABM mostrou que 89% das companhias ouvidas têm programas ou ações relacionadas à aplicação dos princípios ESG. A maior parte delas têm uma estrutura formal para trabalhar com o assunto – e 22% delas têm uma equipe específica para monitorar e gerir cada um dos fatores ESG. Na pesquisa da Aberje, o índice foi de 9%, o que aponta que o setor minerometalúrgico e de materiais já avançou mais na implementação da agenda.

Todas as empresas respondentes indicaram como metas prioritárias, no que diz respeito ao aspecto da governança, reduzir os riscos para o negócio (para a Aberje, o índice foi de 62%), assegurar a observância da legislação (54% para a Aberje) e melhorar a reputação da companhia (57% para a Aberje).

O estudo da ABM também demonstrou que boa parte das companhias determinaram métricas e metas relacionadas a reduzir o uso geral de água pela organização (78%, contra 30% dos respondentes à Aberje) e a reduzir as emissões de gases que geram efeito estufa (66%, contra 51% para a Aberje).

Para 66% das companhias do setor, os principais desafios à implementação da agenda ESG são a dificuldade em medir o desempenho e quantificar benefícios e a falta de mecanismos de monitoramento transparentes e eficazes.

As empresas que participaram do Fórum de Líderes têm avançado na adoção dos princípios ESG ao longo dos últimos anos.

Na Gerdau, o processo começou a se intensificar em 2014, conforme explicou Cenira de Moura Nunes, gerente geral de meio ambiente da Gerdau. “Enxergamos uma mudança cultural a partir daquele ano, de modo que a empresa pudesse ser mais diversa, mais inclusiva e mais ágil. Preparamos a nossa empresa para que ela pudesse absorver os conceitos de sustentabilidade, um valor maior que o valor financeiro para a organização”, ela afirmou.

A Novelis, líder mundial em reciclagem, “tem contribuído desde os primórdios com a estrutura de reciclagem no país, por meio dos centros de coleta e com um trabalho muito próximo as cooperativas”, explicou Francisco Pires, presidente da Novelis América do Sul. “Reciclamos 21 milhões de latas por ano. Nossa empresa nasceu nesse modelo de sustentabilidade e ano passado assumimos desafios importantes, como reduzir em 30% emissões até 2026 e totalmente em 2050”.

A ArcelorMittal aderiu a certificações que estabelecem princípios concretos que devem ser seguidos para que suas operações sejam consideradas sustentáveis, explicou Guilherme Correa Abreu, gerente geral de Sustentabilidade da ArcelorMittal. “Sem mensurar ESG, não é possível entendê-lo”.

Ricardo Fonseca de Mendonça Lima, vice-presidente da CBMM, ressaltou o histórico de responsabilidade social na companhia, que instalou operações em Araxá (MG) há 60 anos, investindo na capacitação da comunidade envolvente. “Levamos educação aos filhos dos colaboradores. Com o tempo, foi possível ver a ascensão profissional deles”, declarou.

O conceito de licença social, desenvolvido pela Ternium Brasil, emergiu justamente por causa da necessidade de assegurar a sustentabilidade social do negócio, explicou Titus Friedrich Schaar, COO da empresa. O progresso na implantação dos princípios ESG só será possível se o setor admitir seu atual impacto, ele argumentou. “Nossa indústria responde por mais ou menos 10% das emissões no mundo. Isso é muito. É preciso reconhecer isso antes de tudo”, disse.

A consultora Vânia Lúcia de Lima Andrade, conselheira da ABM e coordenadora do Fórum de Líderes, ressaltou que as empresas do setor – e até mesmo os consumidores – precisam saber se estão “dispostos a pagar mais por um produto produzido corretamente e dentro dos padrões ESG”.

“Precisamos ser coerentes para conseguir a licença social de que precisamos”, ela pontuou.

Vânia questionou os participantes do Fórum sobre qual deveria ser o papel da ABM na promoção da agenda ESG no setor. Eles foram unânimes em afirmar que a Associação deve atuar na difusão de boas práticas e exemplos.

“Somente com o exemplo a gente poderá promover a agenda ESG. A ABM pode desempenhar o papel de difundir bons exemplos de sustentabilidade, já que ela tem um arcabouço imenso de matéria prima [de conhecimento]”, sugeriu Guilherme Abreu, da ArcelorMittal. 

Fonte: CIMM
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/06/2022