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Abiove: condições climáticas afetam produção de soja

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) revisou suas projeções para este ano a partir das análises das equipes de inteligência de mercado de suas associadas. Como reflexo das condições climáticas desfavoráveis, reduziu a estimativa de safra para 140 milhões de toneladas, queda de 4,8 milhões de toneladas sobre o levantamento anterior.

‘’A menor produção deverá se traduzir em um recuo nas projeções de exportação da soja in natura (de 93,4 para 91,1 milhões de toneladas) e do estoque final em 2022, mas ainda não se vislumbram impactos sobre o processamento que segue projetado em 48 milhões de toneladas. Com o esmagamento inalterado, as produções estimadas tanto do farelo quanto de óleo de soja permanecem em 36,7 milhões de toneladas e 9,7 milhões de toneladas, respectivamente”, explicou Daniel Amaral, economista-chefe da entidade.

‘’Trata-se de uma situação adversa e a Abiove permanece acompanhando a evolução da produtividade durante as próximas semanas para avaliar eventuais futuras perdas ocasionadas pelas condições climáticas atípicas”, complementou Amaral.

Ainda assim, baseada nas projeções correntes, a Abiove estima que mais de US$ 58 bilhões sejam gerados pelo setor em 2022.

Fonte: Datagro
Seção: Máquinas & Equipamentos
Publicação: 14/01/2022

200 municípios do RS decretam emergência por estiagem

Por causa da estiagem que afeta centenas de municípios no Rio Grande do Sul, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, viajou ao estado e esteve, nesta quarta-feira (12), visitando o município gaúcho de Santo Ângelo, informa a “Agência Brasil”.

Em suas redes sociais, a ministra disse que o governo federal foi ao estado para “ver de perto a situação das lavouras atingidas pela seca e conversar com os produtores rurais em busca de soluções”.

Até esta quarta-feira (12), 200 dos 497 municípios do estado decretaram situação de emergência no Rio Grande do Sul em decorrência da estiagem, sendo que 52 já foram homologadas pelo estado e 47 reconhecidas pela União. Segundo a Emater-RS, que presta serviços de assistência técnica e extensão rural a agricultores do estado, 195 mil propriedades registravam perdas na agropecuária por conta da estiagem, dados coletados até o dia 7 de janeiro.

Durante a visita, a ministra esteve acompanhada pelo vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, já que o governador do estado, Eduardo Leite, está com covid-19. Hoje pela manhã, eles se reuniram com lideranças locais em um auditório da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões junto com equipes técnicas do ministério e da secretaria estadual de Agricultura.

Durante a visita, a ministra falou que ainda não é possível mensurar os prejuízos que foram provocados pela estiagem no estado. “Ainda não podemos dar números. Há lavouras que se recuperam, outras não, ainda pode chover, são graus diferentes de recuperação de lavouras. Temos de acompanhar, de monitorar, e fiz questão de vir aqui para vermos o que já podemos propor para mitigar os problemas que os estados enfrentam. Não queremos que as pessoas abandonem a produção. Procuraremos minimizar, não resolveremos tudo, mas minimizar, se agirmos rápido e agora”, explicou.

Até amanhã (13), estão previstas visitas da ministra nas cidades de Chapecó (SC), Cascavel (PR) e Ponta Porã (MS) para avaliar os problemas provocados pela estiagem.

Governador

Embora afastado das atividades presenciais por causa da covid-19, o governador Eduardo Leite encaminhou à ministra um ofício informando que a maioria dos municípios do estado dependem da agropecuária e que a estiagem provoca grandes prejuízos para a economia do estado, considerando que o agronegócio é responsável por mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e 60% das exportações do Rio Grande do Sul.

“Positivado para covid-19, não pude acompanhar a ministra Tereza Cristina em visita às regiões mais atingidas pela estiagem. Mas conversei com ela ontem à noite e encaminhei, pelas mãos do vice-governador, ofício com as demandas do Rio Grande do Sul ao governo federal pela situação de emergência”, escreveu Eduardo Leite em suas redes sociais.

O documento reúne, segundo o governo, demandas do estado, consolidadas após conversas com representantes de entidades rurais, prefeitos e deputados estaduais e solicita, entre outras coisas, que sejam viabilizados recursos federais para subsidiar juros das operações de crédito rural na agricultura familiar e para fortalecer o Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Fonte: Datagro
Seção: Máquinas & Equipamentos
Publicação: 14/01/2022

Robótica industrial sofre avanço nas fábricas

A robótica industrial surgiu por volta dos anos 50 e evolui continuamente, até chegar num nível de automação visto hoje, onde realizam tarefas cada vez mais complexas de forma precisa.

De acordo com um estudo realizado pela Federação Internacional de Robótica (IFR), desde 2014 o crescimento médio anual de unidades robóticas instaladas é de cerca de 13%. Outro levantamento mostrou que o Brasil ocupa a 18ª posição no ranking de nações mais automatizadas.

Aloisio Arbegaus, Diretor Comercial da Teclógica afirma que a tecnologia robótica, diferente de um computador ou um aplicativo para smartphone, não necessita de operação manual feita por uma pessoa. 

“Os robôs desempenham as funções que foram programados para realizar de forma completa e repetitiva, sem necessidade de intervenção humana. Exceto nos casos que alguém os manuseia para fazer manutenções, ajustes ou algo do gênero”, completa.

Robótica industrial e mão de obra

Segundo Aloisio, ao contrário do que se pensa, os robôs industriais vêm para complementar a mão de obra humana, não para substituí-la. Colaborando, assim, para a geração de empregos, que começa a tomar rumos antes não imaginados:

“Os robôs podem ser programados para executar as tarefas repetitivas e mais pesadas, mas aos trabalhadores cabem as funções mais ligadas à estratégia, como coordenar, organizar e analisar o fluxo de trabalho. Atividades que exigem algum nível de instrução.”

Atualmente, o mundo está cada vez mais acelerado e todos estão conectados. A internet torna as informações muito acessíveis, apesar de nem sempre possuírem um embasamento fundamentado. A consequência disso é um mercado de alta competitividade, que propicia o surgimento de novos produtos e de clientes cada dia mais exigentes. 

“Tecnologias para indústria 4.0 e robôs industriais são fatores que ajudam a cadeia produtiva a acompanhar esse ritmo do mercado.  Os robôs possuem maior precisão para realizar as tarefas programadas, por isso, com a utilização deles, existe maior segurança durante a execução”, afirma Aloisio.

Além disso, com a utilização de robôs nas atividades caracterizadas como insalubres ou de risco, como por exemplo cortes ou soldagens, manuseio de agentes químicos, ou trabalho em locais quentes, a empresa resguarda os funcionários contra acidentes e, consequentemente, evita desfalques na equipe.

Controle de qualidade

Aloisio afirma que, conforme programados, os robôs sempre utilizam a mesma precisão de força e velocidade, então a cadeia produtiva não fica passível de falta de padronização devido a fatores humanos. “Devido a essa padronização, há menos erros, retrabalhos e desperdícios de matéria-prima. Melhorando assim o controle de qualidade das peças”, completa.

A utilização de unidades de robótica industrial no chão de fábrica faz com que a produção trabalhe com mais tempo hábil de atividade, pois ele não necessita de paradas. Dessa forma, robôs são capazes de concluir as tarefas muito mais rápido do que se fossem feitas de forma manual por uma pessoa. 

“Somando maior velocidade e mais tempo de atividade, chega-se a um resultado de alta produtividade para a fábrica. Todos os fatores listados acima, juntos, acabam resultando na redução de custos operacionais. Também vale lembrar que, apesar de necessitarem do investimento inicial, os robôs possuem longa vida útil”, finaliza Aloisio.

Fonte: Indústria 4.0
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 14/01/2022

 

Vallourec negocia acordo para reativar mina de ferro

A francesa Vallourec, que produz tubulação de aço para a indústria de óleo e gás, negocia com órgãos públicos e a Agência Nacional de Mineração (ANM) um termo de compromisso, com medidas emergenciais para a reparação a danos socioambientais causados pelo transbordamento de um dique de água das chuvas da Mina Pau Branco, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. O ocorrido provocou o alagamento e a interdição da rodovia BR-040 por dois dias.

O objetivo do acordo é permitir a retomada das atividades da mina, que está paralisada desde sábado (dia 8) devido a uma decisão do Tribunal de Justiça. Em entrevista ao Valor, o vice-presidente da Vallourec na América do Sul, Alexandre Lyra, disse que não há previsão de quando as atividades serão retomadas na Mina Pau Branco. “Hoje a prioridade é concluir o termo de compromisso junto com os órgãos competentes. A diretoria na França acompanha as discussões. Concluindo essa etapa, vamos ter visibilidade de quando a atividade será retomada e o impacto no resultado do grupo no ano”, disse Lyra.

Presidente diz que não procede a informação de que empresa extrai minério ilegalmente. “Seguimos a legislação”

Em novembro de 2021, o grupo anunciou que faria a transferência das operações da Alemanha para Minas Gerais, com investimentos da ordem de R$ 1 bilhão nas plantas fabris de Belo Horizonte e Jeceaba (MG) nos próximos dois anos. Um aumento no risco da operação brasileira pode ter repercussões nos planos da matriz para o Brasil.

Por enquanto, a Vallourec tem compensado a paralisação da mina usando o estoque de minério que possui na operação de Jeceaba para produzir pelotas de minério. “Eventualmente vamos comprar minério de outras empresas para manter a operação de pelotização”, afirmou Lyra. O executivo disse que enviou uma carta aos principais clientes informando sobre o ocorrido.

Em relação ao transbordamento, Lyra disse que a Vallourec formou uma célula de crise, com gerentes e o vice-presidente para definir ações emergenciais. Nas 12 horas anteriores ao transbordamento do dique Lisa, choveu na região 190 milímetros, maior nível em 30 anos. Em 11 dias, o nível de chuvas foi o maior registrado desde 1966. “Foi uma situação inédita”, disse o executivo. De acordo com Lyra, devido às chuvas, a base da pilha de rejeitos Cachoeirinha deslizou, levando ao transbordamento do dique.

O comitê da empresa entrou em contato com a ANM, a concessionária Via 040 e órgãos públicos para informar sobre a interdição da rodovia. “Ao longo do sábado ficou claro que era preciso garantir a integridade do Dique Lisa. Primeiro, abrimos um sistema de manilhas por baixo da rodovia para viabilizar o escoamento da água. E abrimos um canal paralelo para fazer o escoamento”, informou Lyra.

No domingo, foi instalado um sistema de radar que informava qualquer deslocamento de terra na base da pilha de rejeitos à Vallourec e à Via 040, para interditar a rodovia. “A ANM elevou de zero para 3 o nível de emergência do Dique Lisa no sábado. No domingo reduziu para 2 depois das medidas implementadas”, afirmou.

Devido ao transbordamento do dique, a ANM determinou a interdição da operação da mina, até que a Vallourec faça uma sondagem na pilha de rejeitos e apresente laudo técnico comprovando sua estabilidade, além da segurança do Dique Lisa. Lyra disse que a segurança do dique já foi comprovada e a sondagem está sendo contratada. “A execução é algo rápido de ser feito. A liberação vai depender do compromisso com os órgãos ambientais, ANM e Ministério Público”, afirmou o executivo.

Em relação à multa de R$ 288,6 milhões que o governo de Minas Gerais aplicou, Lyra disse que vai tentar renegociar o valor. “Pediram que o valor ficasse congelado nas contas da empresa. Estamos negociando para que seja depositado um valor para ser usado nas ações de remediação de danos”, disse. O vice-presidente acrescentou que não é possível prever se haverá novos transbordamentos. Tudo vai depender do nível de chuvas na região no futuro.

Lyra negou denúncias recebidas pela Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, que apontam irregularidades na área em que houve o transbordamento. Segundo o deputado estadual Noraldino Junior (PSC), a Vallourec estaria extraindo minério sem licença na área onde fica a pilha Cachoeirinha, que carreou para dentro do dique, causando o transbordamento.

O executivo negou a acusação de que o transbordamento teria acontecido porque a empresa teria minerado sem licença no local onde está a pilha. “Não procede a informação de que estamos minerando em área indevida. Seguimos estritamente a legislação”, afirmou. Ele acrescentou que o processo de licenciamento ambiental para ampliar a Pilha Cachoeirinha durou quatro anos e passou por todos os trâmites e etapas legais.

O deputado Noraldino Júnior disse que a Vallourec deve ser convidada para uma audiência pública na Assembleia, em fevereiro, para explicar a situação apontada nas denúncias.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/01/2022

 

Importação chinesa de minério de ferro recua em 2021 com restrições ao setor de aço

As importações de minério de ferro pela China caíram 4,3% em 2021 em relação ao recorde anual do ano anterior, uma vez que as restrições à produção de aço impostas para combater a poluição prejudicaram a demanda e reduziram os preços da principal matéria-prima siderúrgica de máximas históricas.

O maior consumidor de minério de ferro do mundo trouxe 1,12 bilhão de toneladas da commodity no ano passado, em comparação com 1,17 bilhão de toneladas importadas em 2020, mostraram dados da Administração Geral nesta sexta-feira.

Para dezembro, a China importou 86,07 milhões de toneladas da matéria-prima, uma queda de 18% em relação a novembro, mostraram os dados.

A China consumiu minério de ferro em ritmo acelerado nos primeiros cinco meses de 2021, apoiada pela robusta produção de aço, já que as usinas obtiveram lucros decentes sustentados por uma recuperação da demanda após as primeiras ondas da pandemia de coronavírus.

No entanto, as importações começaram a se contrair anualmente, pois as autoridades pediram que as siderúrgicas reduzissem a produção para cumprir a meta anual de manter a produção de aço bruto estável. A desaceleração da atividade de construção também diminuiu a demanda pelo metal industrial.

Durante junho-dezembro de 2021, as importações de minério de ferro pela China caíram quase 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os preços futuros de minério de ferro de referência na bolsa de commodities de Dalian recuaram 45% no final de dezembro em relação ao pico de 1.239 iuanes por tonelada registrado em maio.

“Para 2022, a oferta de minério de ferro das principais mineradoras deve permanecer estável, enquanto o lado da demanda é amplamente decidido pela política das autoridades em relação aos controles de produção de aço”, disse Zhuo Guiqiu, analista da Jinrui Capital.

Uma consultoria apoiada pelo governo espera que as importações de minério de ferro continuem caindo para cerca de 1,08 bilhão de toneladas em 2022 devido à queda na produção de aço e ao aumento do uso de sucata de aço.

COMÉRCIO DE AÇO

Os dados alfandegários desta sexta-feira também mostraram que as exportações de produtos siderúrgicos do país aumentaram 24,6%, para 66,9 milhões de toneladas em 2021, em relação ao ano anterior, embora usinas e traders tenham sido instados por Pequim a garantir o abastecimento para o mercado doméstico.

As importações de aço pela China no ano passado caíram 29,5%, para 14,3 milhões de toneladas, segundo a alfândega.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/01/2022

 

Níquel atinge maior preço em dez anos, puxado pela onda de carro elétrico

O níquel juntou-se à onda de valorização das commodities e alcançou sua maior cotação em dez anos, diante da queda nos estoques e da elevação da produção de veículos elétricos por grandes montadoras.

O metal, usado nas baterias mais potentes de veículos elétricos, chegou a valorizar-se 4% na quarta-feira, para US$ 22.745 por tonelada, maior cotação em dez anos, depois de os estoques em armazéns certificados pela Bolsa de Metais de Londres (LME) terem recuado pelo 51º dia consecutivo. Na China, os estoques de níquel nos armazéns oficiais são de apenas 4.859 toneladas, perto do menor patamar histórico.

“Com a política de resposta da China [de estímulos econômicos] ganhando vapor num momento de estoques seriamente baixos, as condições macro e micro começam a alinhar-se, provocando uma reavaliação dos preços dos metais numa condição de escassez”, disse Nicholas Snowdon, analista do Goldman Sachs.

Jeremy Weir, executivo-chefe da Trafigura, uma das maiores comercializadoras de commodities do mundo, segue a mesma linha. Em discurso no Future Minerals Forum, na Arábia Saudita, ele disse que os estoques em todo o mundo estão em níveis críticos e que os preços começam “a variar para refletir isso”. “Estamos começando a ver os consumidores acordarem e perceberem os problemas que existem”, disse.

O níquel subiu 12% nos últimos 30 dias, em meio ao aumento da demanda por veículos elétricos - de cada quatros carros novos vendidos no Reino Unido em dezembro um era movido a bateria - e a vários anúncios de novos projetos de mineração de níquel.

O aumento do preço do metal chega no momento em que o cobre, metal industrial mais importante do mundo, é negociado acima de US$ 10 mil a tonelada pela primeira vez desde outubro, diante dos sinais de que a China dará mais estímulos à economia.

O petróleo, por sua vez, atingiu a maior cotação em dois meses, de US$ 85 por barril [dia 12], uma vez que as preocupações quanto ao impacto a variante de coronavírus ômicron na demanda continuaram a perder força e os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram para os níveis mais baixos desde outubro de 2018. O índice de commodities da Bloomberg subiu 5% neste ano.

No início desta semana, a BHP, a maior mineradora do mundo, colocou seu peso a favor de um enorme projeto de níquel na Tanzânia, enquanto a montadora Tesla assinou seu primeiro acordo de fornecimento nos EUA, com um contrato para comprar 75 mil toneladas do metal provenientes do depósito Tamarack, em Minnesota.

“A recente pletora de anúncios em torno de projetos de desenvolvimento de níquel é uma prova da confiança nos fundamentos do mercado no futuro, sustentados pelos ‘motores’ gêmeos, das demandas por aço inoxidável por baterias”, disse Colin Hamilton, analista da BMO Capital Markets.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda por níquel precisará crescer 19 vezes até 2040 para que o mundo honre as metas do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.

Por outro lado, acredita-se que, nesta década, a maior parte do aumento da oferta virá da Indonésia, onde as empresas chinesas constroem projetos de processamento de níquel e onde o mercado é alimentado essencialmente por eletricidade a carvão.

Em consequência desse cenário, o chefe da Tesla, Elon Musk, tem expressado receios quanto ao fornecimento futuro de níquel e prometido contratos gigantes, por longos períodos, para empresas que consigam minerar o metal de maneira sustentável e preocupada com o ambiente.

Apesar de todo o entusiasmo quanto ao aumento na demanda das montadoras por níquel, cerca de 70% da oferta mundial é usada para produzir aço inoxidável.

Com aumento da demanda por aço inoxidável após a pior fase das paralisações provocadas pela pandemia em 2020, o níquel teve um déficit de oferta de cerca de 180 mil toneladas diante da demanda de 2021 - o equivalente a cerca de 6% do tamanho total do mercado.

Para impedir que os estoques diminuam ainda mais em 2022, Hamilton calcula que a oferta de níquel precisaria aumentar em 200 mil toneladas. Tal elevação não é impossível, segundo ele, mas envolve “muitos fatores dando certo”. A opinião é compartilhada por Snowdon, para quem o aumento da oferta de níquel da Indonésia não será suficiente para evitar o esgotamento dos estoques.

“O ponto de partida do mercado neste ano, [com o lado da oferta] muito mais estreito, somado às fortes tendências dos veículos elétricos à frente, significa que provavelmente isso não é mais suficiente para gerar uma mudança agregada e voltar a um superávit claro [na oferta]”, disse Snowdon. Sua previsão de preços para daqui a 12 meses é de US$ 24 mil por tonelada de níquel - cerca de 6% acima do nível atual das cotações.

Fonte: Financial Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/01/2022