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Índice de Commodities do BC sobe 3,73% em setembro, o 3º mês seguido de resultado positivo

Após cair nos seis primeiros meses do ano, o Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br) registrou a terceira alta consecutiva em setembro, informou o órgão nesta quarta-feira (4).

Segundo o BC, o avanço foi de 3,73% no mês passado. O indicador passou de 359,08 pontos em agosto para 372,47 pontos em setembro.

Ainda assim, o indicador acumula redução de 4,68% nos nove primeiros meses de 2023. Em 12 meses, a queda do IC-Br é de 8,91%.

O indicador fechou o ano de 2022 com recuo de 1,56%, após um salto de 50,72% em 2021.

Para efeito de comparação, o BC também divulga em seu documento o indicador internacional de commodities, o CRB, que subiu 0,41% em setembro e tem recuo de 8,23% em 12 meses.

A alta do IC-Br na margem em setembro foi puxada pelo componente de Energia, com avanço de 8,28%, seguido pelo segmento de Agropecuária, com aumento de 3,09%.

As commodities de Metal oscilaram positivamente em 1,22% no mês.

Em Agropecuária estão incluídos itens como carne de boi, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, café, arroz e carne de porco.

Já o segmento de Metal reúne alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo e níquel. Por sua vez, em Energia estão os preços de gás natural, carvão e petróleo.

Em 12 meses, a maior queda é do segmento de Energia, de 34,12%. Já os índices de Metal e Agropecuária registram crescimento no período, de 0,54% e 0,27%, respectivamente.

 
Fonte: São Bento Em Foco
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 05/10/2023

Faturamento da indústria da transformação avançou 0,6% em agosto de 2023

Quatro dos seis indicadores da indústria avaliados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) avançaram em agosto em relação a julho: faturamento real, massa salarial real, rendimento médio real e utilização da capacidade instalada. Caíram horas trabalhadas na produção e emprego na indústria. Embora a maioria dos índices tenha avançado em agosto, a pesquisa Indicadores Industriais mostra que a as altas não têm sido suficientes para recompor as quedas dos meses anteriores. 

O faturamento real da indústria da transformação avançou 0,6% em agosto de 2023, na comparação com julho. De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o indicador segue em trajetória de queda desse o início do ano, quando começou a intercalar resultados negativos e positivos e quedas mais fortes do que as altas. Na comparação com agosto de 2022, o indicador está 2,5% menor. 


O rendimento médio real da indústria avançou 0,8% em agosto de 2023 em relação ao mês anterior. Na comparação com agosto de 2022, o crescimento é de 1,3%. E a massa salarial real aumentou 0,9% em agosto de 2023 ante julho. O crescimento não reverte completamente o recuo registrado em julho, mesmo assim a série permanece em patamar elevado. Na comparação com agosto de 2022, houve crescimento de 1,7%.

A utilização da capacidade instalada avançou 0,1 ponto percentual em agosto e atingiu 78,5% de ocupação do parque industrial. Esse percentual é 2,5 pontos percentuais menor do que o registrado no mesmo mês de 2022. “O recuo é consequência da queda ao longo do primeiro semestre. Nos últimos dois meses, a UCI alternou pequenas variações, após manter-se em clara trajetória de queda durante todo o primeiro semestre”, afirma Marcelo Azevedo.

Emprego recuou em agosto, mas segue acima do registrado no mesmo mês de 2022

O emprego industrial recuou 0,2% em agosto. Desde o início do ano o indicador tem intercalado avanços e recuos moderados e oscilado em torno do mesmo patamar. Apesar da ausência de avanços expressivos, o indicador se encontra estabilizado em um nível acima do registrado em 2022. Na comparação com agosto de 2022, o emprego industrial avança 0,4%.

O número de horas trabalhadas na produção se manteve muito próximo da estabilidade na passagem para agosto, com recuo de 0,1%. Na comparação com o mesmo período do ano anterior houve recuo de 3,3%.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 05/10/2023

Minério de ferro fica praticamente estável

Os preços do minério de ferro tentaram tomar fôlego em setembro e chegaram a rondar os US$ 126 por tonelada, nível que não é visto há seis meses, mas o voo foi curto. No acumulado do mês, a commodity subiu 1,4% no mercado à vista, praticamente estável em relação a agosto. Agora, as expectativas estão voltadas ao comportamento das cotações na volta do feriado prolongado na China, que vai até sexta-feira (6).

No norte do país asiático, maior comprador mundial da principal matéria-prima do aço, o minério com teor de 62% de ferro encerrou a sexta-feira com alta de 0,08%, a US$ 119,80 a tonelada. No ano, a valorização acumulada é de 2,1%.

Na avaliação do analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, o patamar atual de preços é saudável para Vale, CNS e Usiminas. Durante conferência de commodities do banco, investidores participantes demonstraram preferência por mineradoras ante siderúrgicas. Parte das expectativas de que a China cortaria a produção de aço no ano, disse o especialista, não está mais o cenário base dos investidores.

“A percepção é que outros setores estão tão mais fracos do que se imaginava e que o governo chinês não parece estar disposto a colocar o pé no freio na parte da economia que vai bem e cresce”, disse. Ao mesmo tempo, a China tem exportado mais aço, pressionando preços. “O momento parece melhor para minério que aço”.

Há duas semanas, o Julius Baer alertou sobre a necessidade de medidas de estímulo nos setores imobiliário e de infraestrutura na China. “Seguimos mais cautelosos nos mercados de minério de ferro e aço, devido à elevada exposição aos obstáculos estruturais que o setor imobiliário enfrenta”, escreveu o chefe de pesquisa de próxima geração Carsten Menke.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/10/2023

Releia: Siderurgia pressiona governo em meio à alta de importações

A caminho de revisar para cima a projeção para as importações de aço em 2023, a indústria siderúrgica brasileira poderá suspender operações e vê risco de demissões “iminentes” no setor, caso a taxa de ociosidade permaneça nos atuais 40% e o governo não adote medidas emergenciais para coibir a entrada cada vez mais volumosa de produto importado, em especial da China.

Segundo o Instituto Aço Brasil, a previsão de crescimento de 25,6% das importações para este ano certamente será revista para algo entre 40% e 42%. “Dentro da minha larga vivência nesse processo de concorrência, estou extremamente preocupado”, disse o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, durante debate, nesta quarta-feira (27), no Congresso Aço Brasil 2023, entre os presidentes de siderúrgicas com operações no país.

No painel, a posição dos executivos foi unânime: se não houver elevação da alíquota de importação para 25% no curtíssimo prazo, a exemplo do que já fizeram países como Estados Unidos, México e os da União Europeia, haverá necessidade de adoção de medidas mais drásticas, como suspensão de operação e demissões. Na Gerdau, já são 600 funcionários com contrato de trabalho suspenso (lay-off), em várias unidades.

“Se não estamos vivendo uma tempestade perfeita, estamos enfrentando uma situação dramática”, disse o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula. Conforme o executivo, a multinacional investiu R$ 12 bilhões nas operações brasileiras na última década e tem, no país, fábricas que são consideradas “benchmark” sob diferentes critérios dentro do grupo, mas a competição com o produto chinês é desigual.

O desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado brasileiro decorre principalmente do volume crescente das exportações chinesas para o país e a América do Sul, onde ainda não foram impostas barreiras à entrada desses produtos. Do excesso de capacidade de 567 milhões de toneladas no mundo, boa parte está concentrada na China, que hoje é alvo de 240 processos por práticas comerciais desleais.

Para o presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, a elevação das importações de aço em um momento de declínio do consumo aparente nacional configura uma tempestade perfeita. E esse problema é estrutural, e não apenas conjuntural. “É o segundo ano em que isso acontece e não há expectativa de que essa situação se atenue”, comentou.

Para o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, a vantagem da tempestade perfeita é que há fim. "Tenho uma visão otimista das oportunidades que o setor tem pela frente. Mas temos de resolver alguns problemas para ver o céu abrir no menor prazo possível”, disse, classificando as importações chinesas como “predatórias”.

Segundo o presidente executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, em 2000, a China representava 1,4% das importações brasileiras de produtos siderúrgicos. Hoje, essa fatia chega a 54,2%, ou 1,7 milhão de toneladas. Enquanto outros países procuraram se defender do avanço chinês no comércio internacional, acrescentou, o Brasil acabou facilitando a entrada de seus produtos.

O setor já levou ao governo um pleito de elevar a 25% a alíquota de importação de aço, em caráter emergencial, mas tem enfrentado resistências. “Setores consumidores têm procurado o governo, sob o argumento de que o aumento da alíquota visa ao aumento de preços [no mercado doméstico]”, contou Marco Polo.

Essa argumentação, conforme os executivos, não encontra fundamentos, uma vez que a indústria experimenta hoje taxa de ociosidade de 40%. Portanto, uma elevação dos preços, na esteira da alíquota maior, não resultaria em vendas internas maiores para as siderúrgicas.

“Se não conseguirmos esses 25% [de alíquota de importação], há risco de a China bombardear o Brasil e nos obrigar a reduzir a capacidade em 10%, 20% ou 30%", afirmou Jorge Gerdau. O empresário avalia que os métodos históricos de negociação do setor, adotados agora para atingir os 25% de alíquota de importação, não devem funcionar. Uma alternativa seria elevar a pressão junto aos congressistas. “Não vejo capacidade decisória pelos processos burocráticos convencionais. Estou sentindo insegurança do processo decisório governamental. Provavelmente vamos ter de mudar nossa atitude política”, disse.

Para Werneck, presidente da Gerdau, se medidas emergenciais não forem adotadas em 30 dias, há risco real de “danos”. “Temos 600 funcionários em lay-off. No Ceará, temos uma planta completamente parada, de Norte a Sul temos turnos que não estão operando”, afirmou.

De acordo com De Paula, da ArcelorMittal, a China tem hoje 200 milhões de toneladas de sobrecapacidade de aço e está instalando mais 100 milhões de toneladas, também subsidiadas pelo governo, ao mesmo tempo em que o PIB local perde tração. “Se continuar essa ociosidade de 40%, vamos [o setor] ter de parar plantas”, disse.

O executivo afirmou ainda que, em 2023, a ArcelorMittal Brasil vai produzir 1,3 milhão de toneladas a menos do que havia orçado inicialmente por causa desse cenário complexo no mercado interno. A companhia diz que pode produzir entre 15 e 16 milhões de toneladas por ano no país e a previsão original era operar a plena capacidade.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 29/09/2023

Siderúrgicas dizem que haverá demissões sem tarifa de importação de aço de 25%

SÃO PAULO (Reuters) -Grandes produtores de aço do Brasil fizeram nesta quarta-feira a mais forte cobrança pela criação de mecanismos de proteção comercial pelo governo federal dos últimos anos, com dirigentes de empresas como Gerdau (BVMF:GGBR4) e ArcelorMittal citando possibilidade de onda de demissões diante da capacidade ociosa de 40% do setor.

O presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck, afirmou que a companhia está perto de promover demissões no Brasil. O executivo citou a necessidade de o governo criar imposto de importação de 25% sobre o aço como forma de proteger o mercado interno de competição com material que tem chegado principalmente da China.

"Estamos hoje na iminência de ter que promover demissões e desligamentos", disse Werneck durante conferência do setor promovida pela entidade Aço Brasil. Ele defendeu a tomada de "decisões urgentes" pelo governo nos próximos 30 dias para "reprimir essa demanda predatória que está vindo".

De janeiro a agosto, as compras de material siderúrgico pelo Brasil de outros países somaram 3,18 milhões de toneladas, crescimento de 49,5%, segundo dados do Aço Brasil. O volume é quase o mesmo da capacidade produtiva total da siderúrgica CSP, da ArcelorMittal, instalada no Nordeste.

Somente em agosto, as importações de aço pelo Brasil atingiram o maior patamar desde julho de 2021, a 495,7 mil toneladas, avanço de 55,6% sobre o mesmo período de 2022, de acordo com a entidade.

"Temos hoje na Gerdau 600 pessoas com suspensão de contratos de trabalho", afirmou Werneck. "Temos planta no Ceará que está completamente parada. Em São Paulo... de norte a sul do país que não estão operando", disse o executivo.

"E as pessoas que estão em casa estão aguardando uma decisão do governo federal que possa resolver este problema", disse o presidente da Gerdau, se referindo ao pleito do setor pela tarifa de importação de 25%.

O presidente-executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou durante o evento que há possibilidade de perda de 15 mil postos de trabalho no setor.

Mais cedo, ele antecipou que a entidade vai elevar em breve a projeção de alta das importações neste ano de 25,6% para 40% a 42%.

Já o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula, disse que a companhia vai produzir 1,3 milhão de toneladas a menos de aço este ano que o orçado pela companhia.

 

"Temos hoje capacidade de 15 milhões a 16 milhões de toneladas (no Brasil). Fizemos orçamento no começo do ano para a máxima capacidade, mas se vamos produzir a menos, vocês podem entender que isso vai acabar gerando um problema social no país", disse o executivo durante o fórum.

"O Brasil não cresce. Nos últimos 10 anos o PIB cresceu apenas 0,7%", disse De Paula, defendendo um "plano de governo que funcione" no longo do prazo, com um crescimento no investimento em infraestrutura.

(Por Alberto Alerigi Jr.; edição de Paula Arend Laier e Pedro Fonseca)

Fonte: Investing
Data da publicação: 27/09/2023

Aço: Grandes consumidores esperam retomada, que pode vir só em 2024

A construção civil, as montadoras e o setor de bens de capital, que respondem por quase 85% do consumo de aço no Brasil - 19,8 milhões de toneladas ano passado -, esperam que mudanças no cenário macroeconômico estimulem suas atividades após um período turbulento. Na construção, maior consumidora de produtos siderúrgicos do país, a projeção é de crescimento de 1,5% este ano, contra 6,9% em 2022. Os juros elevados e a queda de 19,1% nos lançamentos imobiliários nos primeiros seis meses do ano - e de 7,5% nas vendas - explicam parte da projeção modesta para 2023.

Em 12 meses, houve queda de 5,3% na comercialização e de 15,8% nos lançamentos, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC).

Por outro lado, o controle da inflação, a aprovação do arcabouço fiscal, a expectativa quanto à reforma tributária e o início de um possível ciclo de queda da Selic lançam certo otimismo para o restante do ano. A recuperação da indústria de máquinas e equipamentos, entretanto, é esperada só a partir de 2024, o que deve se refletir no aumento do consumo de produtos siderúrgicos. O presidente executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, projeta incremento de 2,7% na receita e de 1,9% na produção para o ano que vem. Até lá, seguirá a trajetória de encolhimento verificada desde 2022.

Segundo a Abimaq, de janeiro a julho de 2023, a receita oriunda do mercado doméstico caiu 13,8% sobre o mesmo período de 2022, e o consumo aparente de máquinas e equipamentos - soma da aquisição de bens produzidos localmente com os importados, 8,3%. “O ano está perdido”, diz Velloso.

Já o desempenho do setor automotivo neste ano foi influenciado pelo programa de descontos na compra de veículos até R$ 120 mil, encerrado em julho. As vendas (emplacamentos) cresceram 9,4% de janeiro a agosto, para 1,432 milhão de automóveis, frente ao mesmo período de 2022, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Parte das vendas, porém, foi de carros em estoque. A produção caiu 0,4% no período, para 1,542 milhão de unidades, e as exportações recuaram 12,8%. Houve certa retomada em agosto, com 227 mil unidades produzidas, praticamente o mesmo volume de maio (228 mil), mês que antecedeu o anúncio do incentivo.

Para Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, as obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que prevê R$ 1,7 trilhão em investimentos em infraestrutura, serão fundamentais para alavancar a economia e impulsionar as máquinas rodoviárias, cujas vendas internas recuaram 14,8% no primeiro semestre. “Estamos pedindo ao governo detalhamento do PAC para que as empresas possam se preparar”. Ele considera um risco para o setor as importações de asiáticos, resultado, avalia, da perda de competitividade brasileira na região. A China, por exemplo, desbancou o Brasil como principal exportador de veículos para os países vizinhos.

As máquinas agrícolas, por sua vez, caíram 6,8% e 5,2% em comercialização e exportação, respectivamente, no primeiro semestre.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/09/2023