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Preços nas alturas: por que carros devem ficar ainda mais caros em 2022

Ano novo, preço novo. No primeiro dia útil de 2022 a tabela de algumas montadoras já apresentava correção, para cima, dos preços praticados no não tão distante 2021. O combustível acompanhou os carros esta semana, com reajuste de R$ 0,11 [o litro], em média, para a gasolina e de R$ 0,24 para o diesel vendidos pela Petrobras às distribuidoras.

Houve ainda casos de dois aumentos em menos de quinze dias, como relatado pelo Motor1.com nos SUVs Nivus e T-Cross, da Volkswagen. E o consumidor que pesquisar os catálogos das versões 2023 que acabaram de chegar em algumas concessionárias verá que os preços continuam a subir. É, a vida não tem sido fácil nesses primeiros dez dias úteis.

Mas este movimento segue, mais ou menos, o roteiro praticado no mercado automotivo ano passado. De acordo com levantamento da KBB, Kelley Blue Book, naquele período os carros 0 KM subiram, em média, 18,9% - aqueles catalogados como modelo 2022. Enquanto isso, a inflação medida pelo IPCA, do Banco Central, fechou o ano em 10%.

Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, associação que representa as montadoras nacionais, justifica os reajustes como sendo um fenômeno global. Ele comparou, na primeira coletiva da entidade, semana passada, o Brasil com os Estados Unidos: aqui, segundo as contas da Anfavea, os aumentos foram de 14%, em média. Lá os preços subiram 12%, na média.

Ele culpa os preços dos insumos, como o aço, que dobrou ao longo de 2021, o aumento nos fretes marítimos e o dólar, que no início de 2020 era cotado a R$ 4 mas terminou o ano passado na casa dos R$ 5,60. Tudo isso precisou ser repassado em alguma medida para os preços dos carros.

E, pasmem, ou não: o consumidor está aceitando! José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave, garantiu que o fluxo em lojas continua elevado, mesmo com as correções nos preços e a demora nas entregas, reflexo do descompasso na cadeia causado pela pandemia e agravado pela escassez global de semicondutores. Em dezembro as vendas somaram 207,1 mil unidades, o melhor resultado mensal em doze meses.

À essa altura o nobre leitor já se perguntou? "Até quando consumidores continuarão absorvendo esses aumentos de preços?" É possível estender a questão para os combustíveis e os alimentos, ou para a conta de luz, que poderia ter sido reduzida agora que as chuvas abasteceram os reservatórios. São tantas incertezas que fica difícil responder cada uma delas. As montadoras, no entanto, têm suas apostas.

A Anfavea acredita que este ano serão vendidos 2,3 milhões de veículos no mercado brasileiro, volume 9,4% superior ao do ano passado. Em cenário de inflação, aumento de juros, emprego fragilizado, pandemia, eleições presidenciais e Copa do Mundo.

Enquanto houver resposta positiva do consumidor, enquanto houver demanda nas concessionárias, o movimento de reajuste de preços tende a continuar. É a clássica lei da oferta e da procura.

De volta pra fábrica. 691 trabalhadores da General Motors em São José dos Campos, SP, retornaram de lay off na segunda-feira, 10. Sem problema de semicondutores e com a demanda pela Chevrolet S10 e Traiblazer em alta, a fábrica voltou a operar em dois turnos.

SUVs em alta

43% dos automóveis vendidos no ano passado foram utilitários esportivos, informou a Anfavea. Deixaram os hatches para trás como principal segmento do mercado brasileiro. As vendas estão crescendo, também, em tíquete médio.

Fonte: UOL
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 17/01/2022

 

Mercedes-Benz vai eletrificar metade das vendas de caminhões até 2030, inclusive no Brasil

As fabricantes de veículos anunciam metas cada vez mais ambiciosas de eletrificação globalmente. No caso dos veículos pesados o desafio é maior, já que carregar bateria para armazenar energia pode significar redução na capacidade de carga em alguns casos. A Mercedes-Benz pretende contornar esse obstáculo e anuncia que metade das suas vendas de caminhões será de modelos eletrificados ou a célula de hidrogênio em 2030.

O foco do plano está na Europa, mas Karin Rådström, chefe global da Mercedes-Benz Trucks, aponta que o objetivo é que o Brasil tenha os mesmo produtos que a marca vende no resto no mundo. A executiva visitou o país e participou de conversa on-line com jornalistas na quinta-feira, 13.

“O desafio não está tanto nos produtos, nos caminhões eletrificados, mas na infraestrutura para que esses veículos possam rodar com energia elétrica limpa”, enfatiza Karin.

Brasil traz desafios adicionais

Para virar realidade, o projeto de eletrificação da marca enfrentará alguns contratempos extras no Brasil, a começar pela falta de regulamentação e metas claras para a implementação de pontos de recarga. “Precisaremos trabalhar ao lado das nossas concorrentes, como o Grupo Traton e a Volvo, e com as autoridades para estabelecer esse caminho”, diz a executiva.

Segundo ela, reduzir o impacto ambiental dos veículos é a principal contribuição que a Mercedes-Benz pode fazer para a descarbonização. “Da nossa pegada de carbono, 98% vêm dos caminhões em operação, não do nosso sistema produtivo”, aponta. Ainda assim, os desafios da transição energética não parecem desencorajar Karin. “É uma honra ser parte dessa mudança positiva.”

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 17/01/2022

 

Entrevista com Gustavo Gusmão: Investimentos privados em infraestrutura devem crescer em 2022

O Brasil possui gargalos históricos em infraestrutura e essa situação ainda deve permanecer por algum tempo, já que o país investe menos da metade do que seria necessário para o setor. Segundo estudos realizados na área, o país investe menos de 2% do PIB anual em infraestrutura, enquanto os especialistas afirmam que o ideal seria mais de 4%.

As consequências são sentidas pela população. Em áreas como saneamento, por exemplo, cerca de 11 mil pessoas morrem por ano, em média, no Brasil, por falta do serviço básico, segundo dados do Atlas do Saneamento, elaborado pelo IBGE.

Porém, o ano de 2022 deve ser promissor em áreas como saneamento básico, ferrovias e aeroportos. Além dos marcos regulatórios e leilões realizados pelo setor público em todas as esferas (federal, estaduais e municipais), as concessões e parcerias públicos-privadas (PPPs) devem alavancar os investimentos.

“A perspectiva é que o ano de 2022 seja um marco histórico de investimentos privados”, afirma Gustavo Gusmão, diretor-executivo para Setor Público e Infraestrutura da EY.

Gusmão traça as perspectivas para a área de infraestrutura neste ano. A entrevista faz parte de uma série especial de reportagens em que especialistas traçam os cenários para 2022 nos mais diversos setores da economia brasileira.

Qual a perspectiva para o setor de infraestrutura este ano?
Com o amadurecimento das concessões e parcerias público-privadas nos últimos anos (PPPs), o cenário para 2022 é promissor e os investimentos privados em infraestrutura devem seguir uma trajetória de crescimento. Este ano, deveremos ver uma combinação de expansão da carteira de novos projetos bem como iremos testemunhar investimentos e serviços chegando na ponta, que é o usuário. Também é esperado o surgimento de novos entrantes nesse mercado e a diversificação de novos modelos de financiamento. Os projetos em nível municipal devem ganhar tração e há uma tendência de que as entregas de projetos estaduais e federais se concentrem mais no primeiro semestre, em função do calendário eleitoral.

Quais áreas da infraestrutura devem apresentar melhor desempenho este ano? O novo marco do saneamento e a Medida Provisória das ferrovias devem contribuir para aumentar o investimento?
Certamente. Além de investimentos em energia, esses dois setores, ferrovia e saneamento, foram apontados como os mais propensos para receberem investimentos nos próximos anos, segundo o Barômetro da Infraestrutura Brasileira, pesquisa semestral realizada pela EY e a ABDIB. Os marcos legais, com certeza, podem ser apontados como um dos principais direcionadores dessa tendência. Em especial, o saneamento deverá receber um montante de investimentos num ritmo nunca antes observado no histórico do país, que deverá ficar evidente em 2022.

O Brasil investe menos de 2% do PIB em infraestrutura. Os especialistas afirmam que o ideal seria mais de 4%. Quais as consequências dessa defasagem de investimentos para o desenvolvimento do Brasil?
As consequências são diversas. Desde a indisponibilidade de serviços essenciais, passando pela má qualidade na prestação de serviços de interesse público, até os altos custos que comprometem a competitividade do país. O país acaba perdendo o bonde do desenvolvimento econômico global e, consequentemente, também reduz sua capacidade para investir em políticas sociais.

Quais as expectativas em relação aos investimentos privados no setor? Que áreas devem receber mais atenção?
Os investimentos privados têm tido um forte protagonismo em relação ao setor de infraestrutura. Os recentes marcos regulatórios, notadamente nos setores de saneamento e ferrovias, abriram um caminho importante para alavancar projetos privados em setores onde havia, até então, uma percepção de alto risco jurídico-regulatório. Nesse contexto, a perspectiva é que este ano seja um marco histórico de investimentos privados. Devem receber montantes expressivos os setores de saneamento, rodovias, portos e aeroportos. Em volume de projetos, o setor de iluminação pública também deve se destacar.

O fato de ser um ano eleitoral pode comprometer os investimentos públicos e privados em infraestrutura?
É possível que alguns investimentos públicos possam sofrer algum tipo de postergação em função do período eleitoral. Mas, no que se refere aos privados, o histórico tem nos mostrado que não há um efeito paralisador em ano eleitoral. Em alguns casos há, inclusive, um esforço maior dos gestores públicos para acelerarem projetos que resultem em novos aportes. No entanto, após o período eleitoral, os primeiros meses das novas gestões podem representar risco de interrupção ou atraso de alguns projetos contratados na administração anterior. Quanto mais colaborativa for a transição entre governos, menor será o risco de descontinuidade em infraestrutura.

Fonte: Terra
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 17/01/2022

Previsões para o setor da construção civil em 2022 apontam crescimento

Ano de eleições, aumento de custos e incertezas acerca da pandemia de Covid-19 são alguns dos fatores que caracterizam o ano de 2022 desde o seu primeiro mês. Ainda assim — e frente a alguns desafios — as expectativas são positivas: o Sindicato da Indústria da Construção Civil (SindusCon) divulgou a previsão para o crescimento do setor neste ano, que antecipa a superação da marca dos 4%.

O Diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP, Marcio Benvenutti, completou as estatísticas ao explicar que os resultados consideraram as principais dificuldades prováveis, como o custo dos reajustes salariais, dos materiais e a escassez de mão de obra qualificada. Para ele, mesmo diante desses fatores, um indício de estabilidade é o bom nível de atividades para o ano, visto que a maioria das construtoras já possuem contratos estabelecidos.

As previsões são um compilado de vários índices do estudo, que incluem a evolução da quantidade de empregos no setor, o crescimento do PIB e os impactos da pandemia e da variante ômicron.

EMPREGOS

“Em relação a emprego, em 2021 tivemos um crescimento de 14,18% na construção civil [no País]. Espera-se que essa taxa em 2022 seja de 4,5%. Com certeza a construção civil será uma indústria em alta no ano de 2022, mas o ponto forte será a volta da compra de imóveis como ativos seguros”, explica Benvenutti.

O vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zainda, complementou, explicando que, além dessas, as expectativas da entidade também incluem o reforço por conta das concessões em infraestrutura em diversos Estados, devido ao ano eleitoral. A taxa apresentada representa a criação de cerca de 110 mil novos postos. Desses, 5% serão no contingente de edificações, 6% em serviços especializados, 3,3% em infraestrutura e 4,4% no emprego formal do setor.

PIB

Quanto ao PIB da construção, os resultados denotam crescimento de 2% para o ano de 2022 — taxa que supera a do PIB nacional. Isso porque o país enfrenta questões delicadas no cenário econômico atual: desde a questão da renda real à elevação das taxas de juros, redução do ritmo de atividade e maior percepção de riscos. Tratando-se das construtoras, em específico, a expansão esperada é ainda maior: de 4%. Do total, 4,5% do crescimento será no segmento de edificações, 3,7% no de infraestrutura e 3,5% nos serviços especializados da construção, enquanto os demais, como as obras de reformas e de autoconstrução do segmento informal, devem registrar queda de 0,6%, na comparação com 2021.

COVID-19

Ao abordar o tema “pandemia e avanços da variante ômicron”, o presidente do SindusCon-SP, Odair Senra, reconhece a falta da “retomada robusta da economia e da atividade pós-pandemia”. Tanto para o presidente Senra, quanto para o vice-presidente Zaidan, a variante ômicron ainda não chegou aos canteiros de obras de forma emergencial, mas a preocupação com os possíveis efeitos do contingente já infectado e a respeito do abastecimento de matérias-primas é iminente.

"Ainda é difícil medir o real impacto nas obras hoje, 13 de janeiro, porque muita gente saiu para o fim do ano e não voltou ainda. Por enquanto, nos canteiros a variação não é tão grande como foi em março e abril de 2020, quando chegamos a ter 30% [dos trabalhadores] afastados", explica Zaidan. “Ainda é cedo para avaliar esse impacto, mas é mais um fator para atrapalhar a produtividade. Nós continuamos enfrentando a demora excessiva em entregas, que seguem no mesmo ritmo dos momentos críticos da pandemia, e ainda sofremos muito com a desorganização da logística ", conclui.

Para ele, a circunstância segue distante da estabilização próxima aos níveis pré-pandemia. Apesar da deflação em muitos produtos usados nas obras, a consolidação desses valores só está em um patamar menor que nos maiores momentos de crise, mas não está perto dos valores presentes nos últimos momentos de estabilidade. O conforto, para o vice-presidente, é que de as construtoras já possuem contratos a cumprir, o que deve manter a atividade do setor em níveis aceitáveis.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 17/01/2022

Grafeno branco é produzido usando bobina de Tesla modificada

Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma técnica simples para produzir folhas de um dos materiais bidimensionais (2D) mais promissores para a eletrônica e a óptica.

Materiais bidimensionais, como o grafeno e a molibdenita, estão se tornando cada vez mais relevantes, mas produzi-los em escala industrial, mantendo as suas propriedades, ainda é um desafio a ser vencido.

Rodrigo de Souza e seus colegas do CINE (Centro para Inovação em Novas Energias) e do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) trabalharam com um outro material 2D, o nitreto de boro, que está sendo usado para criar sinapses artificiais para computadores neuromórficos e até qubits para computadores quânticos.

Rodrigo e seus colegas desenvolveram um método rápido, limpo, escalável e simples para obter nanofolhas de nitreto de boro hexagonal - o material é formado por camadas planas de átomos de boro e nitrogênio dispostos em forma de hexágonos.

Para tirar proveito de todas as propriedades desse material em sua versão bidimensional, é necessário esfoliá-lo, ou seja, extrair folhas de poucas camadas atômicas de espessura a partir de um cristal macroscópico. Conhecido como grafeno branco, o nitreto de boro hexagonal é semelhante ao material de carbono em muitos aspectos, mas é muito mais difícil de se esfoliar.
Grafeno branco produzido por bobina de Tesla

A equipe conseguiu extrair as nanofolhas usando o plasma criado por uma bobina de Teslamodificada, atuando sobre o material confinado dentro de um tubo.

A bobina de Tesla é um aparelho simples, que pode até ser construído artesanalmente, capaz de produzir descargas de alta tensão, criando arcos voltaicos. Essas descargas elétricas ionizam o ambiente, formando o chamado "plasma frio", no qual os elétrons estão em um estado energético mais alto do que o resto das partículas.

A esfoliação do nitreto de boro ocorre quando os elétrons são disparados contra uma amostra macroscópica de nitreto de boro: Parte da energia dos elétrons é transferida para a estrutura do cristal, o que aumenta a distância de ligação entre as camadas atômicas até um ponto em que a ligação se rompe, e a folha se solta naturalmente, depositando-se no recipiente.

O nitreto de boro hexagonal também está sendo usado em pesquisas para a geração e armazenamento de energia renovável, em processos de catálise e fotocatálise e em dispositivos como supercapacitores e células a combustível.

Fonte: Inovação Tecnológica
Seção: Tecnologia
Publicação: 17/01/2022

 

Mercedes prevê alta de 10% para mercado de caminhões no Brasil

Encerrando a visita feita ao Brasil nesta semana, Karin Rådström, chefe mundial do negócio de caminhões da marca Mercedes-Benz, disse que a reestruturação em curso na operação do País está evoluindo com resultados satisfatórios. Ela deixou claro, no entanto, que o trabalho ainda não foi concluído.

Apresentado em maio, o plano estratégico da Daimler, a controladora da Mercedes, para zerar perdas no Brasil tem entre seus objetivos reduzir a dependência das peças importadas e aumentar as exportações, de modo que a empresa fique menos exposta ao câmbio mais caro, junto com corte de custos – por exemplo, a redução de 10% na folha salarial de departamentos administrativos.

Nesta quinta, durante entrevista a jornalistas por uma plataforma de transmissão online, Karin avaliou que, contando com a retomada da produção após o choque inicial da pandemia, as fábricas no Brasil estão conseguindo melhorar o equilíbrio entre importações e exportações, suavizando assim a exposição ao câmbio.

“Tivemos muito progresso e claramente houve uma melhora da situação. Mas ainda temos que dar mais passos e continuar trabalhando duro”, afirmou a executiva. “Estou muito otimista, mas ainda temos muitos desafios e ainda não terminamos a reestruturação”, acrescentou.

A meta da Daimler Truck é ser, até 2025, um grupo automotivo onde a margem de rentabilidade é medida na casa dos dois dígitos. A recuperação dos resultados financeiros em negócios tanto do Brasil quanto da Europa está no centro desse objetivo.

Previsão otimista

Para a direção da montadora no Brasil, o mercado de caminhões seguirá em alta neste ano, ainda que o aumento da taxa de juros possa adiar decisões de ampliação de frota das transportadoras.

Se as previsões da Mercedes-Benz se confirmarem, as vendas de caminhões no Brasil, na soma de todas as marcas, alcançarão algo por volta de 140 mil unidades, com alta de 10% sobre 2021.

A confiança se baseia nas encomendas aquecidas do agronegócio, dada a necessidade de transportar a safra recorde de grãos, além da demanda vinda do comércio eletrônico, da construção civil e da mineração. As duas fábricas da montadora no País, localizadas em São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG), estão funcionando em três turnos de produção.

Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing do negócio de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz no Brasil, ponderou, no entanto, que esse crescimento vai depender da disponibilidade de peças nas linhas de montagem. “Precisamos que a logística global funcione e nos ajude”, comentou o executivo, antecipando mais um ano de crise no abastecimento de componentes eletrônicos, gargalo responsável por paradas de montadoras em todo o mundo.

Neste ano, a Mercedes-Benz conclui o programa de investimentos de R$ 2,4 bilhões iniciado em 2018, e o novo presidente da montadora no Brasil, Achim Puchert, disse que a empresa vai aguardar os resultados dos investimentos já realizados antes de partir a um novo ciclo.

Diante do plano da Daimler de reduzir em 15% os investimentos globais, em relação ao padrão de antes da pandemia, mirando uma alocação de capital inteligente, com foco maior em mercados e segmentos mais rentáveis, ele adiantou que a definição de novos investimentos estará condicionada à competitividade e sustentabilidade da operação brasileira frente a outros mercados.

“Se vamos investir, os investimentos precisam ser competitivos se comparados a outras possibilidades”, disse o chefe da Mercedes no Brasil, que, conforme pontuou na entrevista, assumiu o comando da montadora com a missão de equilibrar ganhos de participação de mercado com sustentabilidade financeira do negócio.

Fonte: O Estado de São Paulo
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 14/01/2022