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Vale investe para contratar ex-executivos do Bradesco BBI e do Itaú

Depois da contratação de ex-executivos da Tesla e da Anglo American, a Vale (VALE3) continua a investir para trazer nomes de peso do mercado para a sua próxima fase de expansão. Para tanto, vai reforçar o time de gestão com profissionais dos dois maiores bancos privados do país.

A mineradora está trazendo de Nova York o ex-Bradesco BBI Thiago Lofiego para o cargo de diretor de Relações com Investidores, segundo apurou a Bloomberg Línea com pessoas próximas à empresa, que falaram sob condição de anonimato porque as discussões são privadas. Ele responderá para Gustavo Pimenta, vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores.

Lofiego também deve acumular a diretoria de gestão de participações e JVs (Joint Venture), com atuação na gestão do portfólio de parcerias da companhia. A mudança para a Vale - mas não o cargo exato - foi comunicada em post no LinkedIn.

Procurado pela Bloomberg Línea, o executivo não respondeu ao pedido de comentários.

Lofiego estava havia sete anos no Bradesco BBI, dos quais os últimos quatro em Nova York. Seu último cargo na companhia foi o de head de equity research para mineração e siderurgia. Ele também atuou no Bank of America e no Itaú BBA, também em equity research, totalizando quase duas décadas na área.

A Vale também contratou como diretor de Comunicação o executivo Leandro Modé, que era o CEO do Inteligência Financeira, plataforma de conteúdo e educação financeira do Itaú. Ele estava no maior banco do país havia mais de cinco anos, tendo também liderado a área de comunicação.

Em fevereiro, a mineradora já havia anunciado a contratação de um ex-executivo da Tesla, Jerome Guillen, para o conselho independente de metais básicos da companhia, a Vale Base Metals, com sede em Toronto, no Canadá. Ainda em abril, a companhia comunicou a contratação do ex-CEO da Anglo American Mark Cutifani para a presidência do conselho independente de metais básicos.

Essa divisão é uma das principais apostas da mineradora brasileira com alcance global, diante da aceleração da transição energética, em que metais como cobre, níquel e lítio ganham peso e valor crescente para diferentes indústrias, em particular a automotiva.

O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse em diferentes ocasiões ao longo do último ano que um dos objetivos da companhia é destravar valor para essa área de negócios.

Há três meses, no fim de julho, a Vale acertou um acordo vinculante para a venda de uma fatia de 13% da Vale Base Metals por US$ 3,4 bilhões para a Manara Minerals e a gestora americana Engine No. 1. A transação avaliou a divisão inteira em US$ 26 bilhões.

Pelo acordo, a Manara Minerals, uma joint venture entre a mineradora saudita Ma’aden e o Fundo Soberano da Arábia Saudita (PIF), deterá 10% da subsidiária, e a Engine No. 1, outros 3%.

Modé substitui o executivo Julio Gama, diretor global de comunicações da Vale que passou a responder pela mesma área justamente da Vale Base Metals.

Segundo outra fonte próxima à Vale, que falou sob condição de anonimato, a companhia está investindo para trazer novos talentos diante da perspectiva de uma nova fase para a empresa.

Procurada pela Bloomberg Línea, a Vale não respondeu ao pedido de comentários até o fechamento desta reportagem.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2023

Sucata Ferrosa: Exportações crescem 153% em setembro

Segundo dados do Ministério da Economia, Secex, as exportações de sucatas ferrosas somaram 98.325 toneladas em setembro de 2023, um aumento de 153% sobre o mesmo mês de 2022 (38.859 toneladas) e o segundo maior para um mês desde que iniciaram com frequência as exportações de volumes excedentes de sucata ferrosa. As exportações de setembro último só perdem para maio de 2016, com 103.440 toneladas.

No acumulado até setembro de 2023, as vendas externas atingiram 574.818 toneladas, 87,3% a mais em comparação ao mesmo período de 2022 (306.837 toneladas). “O quadro é preocupante, com baixa demanda por sucata por parte das usinas siderúrgicas, que também sofrem com a queda nas vendas de aço”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa). A expectativa do instituto é de que os números das exportações continuem elevados no último trimestre do ano. “A economia tem reagido lentamente e há um baixo consumo por aço da indústria automobilística e da construção civil (grandes consumidores) -- mesmo com a reação do PIB, puxado principalmente pelo setor de serviços”, diz Alvarenga.

Para o Inesfa, a situação é ruim para reciclagem de ferro e aço, mas há dificuldades também no setor de aparas de papel, com as indústrias utilizando mais celulose; nos plásticos, onde o insumo virgem tem ficado mais barato do que o material reciclado; e no vidro, cujos preços estão estáveis há bastante tempo. “Todos os custos operacionais subiram e os preços dos insumos caíram, fazendo com que as margens fiquem muito baixas em todos os segmentos, o que afeta também o ganho dos catadores, mais de 1 milhão de pessoas que dependem do trabalho de coleta para o sustento”, afirma Alvarenga.

Durante a Waste Expo Brasil, realizada na semana passada em São Paulo, empresários do setor de coleta, processamento e comercialização da cadeia de reciclagem pediram a volta da isenção do PIS e Cofins na venda de materiais recicláveis para indústrias de transformação. O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou essa isenção em julgamento realizado em 2021, que estava prevista na “Lei do Bem”, em vigor há 15 anos. Com a decisão do STF, empresas e cooperativas de reciclagem que comercializam desperdícios, resíduos ou aparas de plástico, papel, vidro, ferro ou aço, alumínio, entre outros, passarão a pagar os impostos (3,65% ou 9,25%) na venda às indústrias, sem nenhuma garantia de repasse no preço. A medida vai desestimular também a coleta desses materiais pelos catadores (os chamados “carroceiros”). A decisão do Supremo equipara, do ponto de vista fiscal, a reciclagem à indústria extrativista e afeta diretamente os catadores, responsáveis pelo recolhimento de materiais, aumentando a poluição nas cidades.

Aline Sousa, presidente da Centcoop, disse que o Governo não pode deixar de lado a importância dos catadores como ferramentas de inclusão social e contribuição econômica para Estados e Municípios, além do inegável trabalho ambiental que desempenham. “Os catadores precisam da geração de renda proporcionada pela atividade que exercem. A indústria que consome os insumos recicláveis vai deixar de comprar das cooperativas porque precisam contar com os benefícios fiscais, sob pena de partirem para outras fontes de insumos”, afirmou.

Há projetos que tramitam propostos pelo ministro Dias Toffoli, do STF, que preveem isenção de PIS e Cofins e o crédito de 9,25% deste tributo para a indústria “Este caminho promove o fortalecimento da cadeia, incentiva a formalização do setor, gera mais empregos, diminui a sonegação e traz vantagens competitivas do material reciclado, seguindo as recomendações da OCDE”, afirmou Rodrigo Petry, consultor jurídico do Inesfa. De todo lixo produzido no Brasil, 30% são compostos por papel e papelão, vidro, plástico, metal e alumínio, que, se reaproveitados, podem gerar algo em torno R$ 14 bilhões anuais e meio milhão de empregos nas etapas de coleta, separação e recuperação da fração reciclável.

Fonte: Brasil 61
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2023

 

Minério de ferro de Dalian amplia ganhos nesta terça-feira e encontra mais apoio nos fundamento

Os contratos futuros de minério de ferro em Dalian ampliaram os ganhos nesta terça-feira, uma vez que os traders permaneceram otimistas com as perspectivas de demanda no curto prazo em meio a estoques baixos e um ritmo mais lento do que o esperado na queda do consumo devido a cortes de produção entre algumas siderúrgicas.

O minério de ferro mais negociado em janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian (DCE) DCIOcv1 da China encerrou as negociações diurnas com alta de 2,12 % , para 866 yuans por tonelada métrica, o maior valor desde 25 de setembro.

“Embora a produção de metal quente tenha diminuído recentemente, o ritmo de queda é relativamente lento, com a produção atual ainda em um nível comparativamente alto para o período”, disseram analistas da Shengda Futures em nota.

“A produção diária de metal quente provavelmente cairá para 2,42 milhões de toneladas até o final de outubro e se recuperará para cerca de 2,45 milhões de toneladas, dando forte apoio às matérias-primas siderúrgicas.”

A demanda robusta empurrou as importações de minério de ferro da China para um recorde de 876,65 milhões de toneladas nos primeiros nove meses de 2023, mostraram dados alfandegários.

A Rio Tinto, maior produtora mundial de minério de ferro, relatou um aumento de 1,2% em seus embarques de minério de ferro no terceiro trimestre, à medida que aumentou a produção na mina Gudai-Darri.

A melhora na demanda por aço também impulsionou o sentimento, com os volumes diários de transações de produtos de aço para construção subindo para 208,2 mil toneladas na segunda-feira, o maior desde maio, mostraram dados da consultoria Mysteel.

O preço de referência do minério de ferro SZZFX3 de novembro na Bolsa de Cingapura estava pouco alterado em US$ 117,25 por tonelada às 07h21 GMT, com temores de aumentos de taxas por parte do Federal Reserve dos EUA limitando os ganhos.

Outros ingredientes siderúrgicos também registraram ganhos adicionais, com o carvão metalúrgico DJMcv1 e o coque DCJcv1 no DCE subindo 1,6,3 % e 1,4%, respectivamente.

Os benchmarks do aço na Bolsa de Futuros de Xangai mostraram movimentos mistos, embora marginalmente.

O vergalhão SRBcv1 subiu 0,6,1 % , a bobina laminada a quente SHHCcv1 subiu 0,67%, enquanto o fio-máquina SWRcv1 caiu 0,3,5 % e o aço inoxidável SHSScv1 perdeu 0,5,7 % .

Os principais dados econômicos e de produção de commodities da China serão divulgados na quarta-feira.

Fonte: ADVFN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2023

ArcelorMittal completa cinco anos com R$ 1,9 bilhão em obras de investimento ambiental

Criado pela ArcelorMittal Tubarão após a assinatura do Termo de Compromisso Ambiental (TCA), firmado entre a empresa, o Governo do Espírito Santo e o Ministério Público em 2018, o Programa Evoluir está completando cinco anos. Referência mundial para o Grupo ArcelorMittal, o Evoluir tornou-se um marco por ampliar a prática contínua de ações voltadas ao meio ambiente realizadas pela empresa e por reafirmar a sustentabilidade como um dos seus principais valores.

Desde a assinatura até o cumprimento do TCA, a ArcelorMittal Tubarão terá investido pelo menos R$ 1,9 bilhão em sua gestão ambiental, sendo que as 131 metas e 114 diretrizes estabelecidas no documento se desdobraram em 446 ações implantadas.

Para celebrar o aniversário desse inovador e arrojado Programa, a empresa está lançando uma websérie com quatro episódios em que os protagonistas são o seu maior ativo: as pessoas que compõem o dia a dia da empresa. Em cada um dos episódios, um empregado traz histórias de como o Evoluir impactou nos seus comportamentos e no dia a dia do trabalho.

“Nesses cinco anos, entre tantas vitórias que conquistamos, a maior de todas foi ver o empenho de cada pessoa que trabalha na nossa empresa. Por isso, ao celebrar essa data quero agradecer aos empregados e empregadas, que engrandeceram o escopo e os resultados do Evoluir. Os números do Programa são grandiosos a começar pela participação das pessoas. Essas vitórias pertencem a todos nós”, disse o CEO ArcelorMittal Aços Planos América Latina, Jorge Oliveira.

Principais entregas

O programa Evoluir contou com a implantação de seis wind fences, que juntas somam 8,5 quilômetros de extensão em torno dos pátios de minério, carvão, coque e agregados siderúrgicos. As estruturas das seis wind fences somam mais de 175.000m?2; de telas.

Entre os maiores do mundo, o programa ambiental da ArcelorMittal conta com mais de 100 equipamentos de controle atmosférico em operação, sendo 23 novos projetos diretamente relacionados às metas do TCA. Entre eles, destacam-se a instalação de filtros de mangas em processos produtivos, o despoeiramento da Casa de Corrida do Alto Forno 1 e do pátio de coprodutos.

Estes equipamentos de controle totalizam mais de mil pontos de captação de emissões e mais de 18 quilômetros de dutos.

A empresa também criou um Plano Estratégico de Correias, visando soluções específicas para melhoria no controle dos materiais transportados em correias pela usina. Durante estes cinco anos, mais de 20 mil coberturas foram instaladas em mais de 42 quilômetros de transportadores de correia.

O Programa Evoluir também implantou um Plano Estratégico de Pavimentação. Diferentes materiais foram utilizados para pavimentar vias internas. Inclusive, o RevSol, material oriundo de coprodutos da siderurgia, foi uma solução sustentável utilizada em alguns pontos da usina. Ao todo, foram pavimentados mais de 174 mil metros quadrados de área, o equivalente a 21 campos de futebol.

A aplicação dos projetos passou por inspeções regulares do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). Neste ano de 2023, 21 inspeções foram realizadas. Em 2022, 39 inspeções fiscalizatórias foram realizadas e, em 2021, outras 23 foram feitas.

Evolução contínua

A implantação de projetos ambientais foi resultado de um trabalho de estudos e pesquisas visando a busca pelas melhores soluções tecnológicas do mundo. Pesquisadores do Brasil e da Espanha, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da ArcelorMittal, participaram da concepção dos projetos. Parcerias com universidades, como Ufes, Ifes, UFMG e Ufscar, também foram desempenhadas.

Além disso, o Evoluir enraizou na cultura da empresa e em cada empregado a constante evolução em busca de um novo patamar de gestão ambiental.

A partir dele, a empresa passou a disponibilizar, aberta e gratuitamente para toda a sociedade, um aplicativo de celular (Evoluir ArcelorMittal) que permite conhecer, de forma ágil, interativa e transparente, as ações empreendidas pela empresa em sua gestão ambiental.

Fonte: A Gazeta
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2023

Vale (VALE3) divulga produção e vendas do 3T23 nesta terça (17); saiba o que esperar

A Vale (VALE3) divulga nesta terça-feira (17), após o fechamento do mercado, os dados de produção e vendas do terceiro trimestre. A expectativa dos analistas é de balanço com melhora sequencial nos números, incluindo no volume de minério de ferro produzido pela companhia, em função do ramp-upguiado pelo efeito sazonal, segundo a Genial Investimentos.

“É importante ter em mente que os terceiros trimestres são tipicamente os trimestres mais favoráveis para a produção da Vale, considerando que, durante os segundos trimestres, ainda persiste a estação chuvosa em Carajás (PA), o que costuma oferecer uma barreira para aumento de volume, enquanto em Minas Gerais (MG) as chuvas acabam se concentrando principalmente nos primeiros trimestres”, levanta a corretora.

Na comparação anual, espera-se um leve recuo, considerando a base de comparação difícil de ser superada. Para as vendas, no entanto, as projeções indicam melhora “substancial” em comparação com o segundo trimestre e uma alta de dígito único ano a ano.

Produção e vendas em números

O time de análise da Genial acredita que a Vale reportará uma produção de 88,9 milhões de toneladas de minério de ferro no terceiro trimestre, avanço sequencial de 13% e queda anual de 0,8%.

O trimestre deve aproximar a companhia da banda superior de seu guidancepara 2023, de 310-320 milhões de toneladas, diz a corretora.

“Na hipótese das nossas estimativas para o terceiro trimestre de 2023 se provarem assertivas, a Vale passaria a necessitar de uma produção de 75,5 milhões de toneladas no quarto trimestre de 23 para atingir 310 milhões de toneladas no ano, que corresponde à parte inferior do intervalo. Esse patamar seria o equivalente a um número 6,6% menor do que o registrado no quarto trimestre de 2022, fazendo o feito de atingir a parte de baixo do guidance parecer algo fácil para esse ano”, avalia.

A Genial lembra que, em 2022, a Vale não conseguiu entregar a produção do guidance, tendo concluído o ano com 308 milhões de toneladas, ante expectativa de 310 milhões de toneladas.

Corrida pela sustentabilidade pode virar o jogo para o Banco do Brasil (BBAS3)? Entenda no Giro do Mercado se vale a pena ter as ações do banco:

Da unidade de metais básicos, a corretora projeta uma produção de 43 mil toneladas para o níquel e 90,1 mil toneladas para o cobre.

Para as vendas de finos de minério de ferro, analistas esperam que a Vale entregue 67,1 milhões de toneladas, o que representaria um crescimento anual de 2,6%. Em relação a pelotas, as estimativas estão em 9,36 milhões de toneladas.

Dentro de metais básicos, cobre deve ter um crescimento tanto trimestral quanto anual nas vendas, com volume esperado de 84,4 mil toneladas.

Destaque positivo da temporada

Analistas do mercado apostam na Vale como um dos destaques positivos em mineração e siderurgia nessa nova temporada de resultados.

A Genial acredita que o terceiro trimestre está inclinado para uma recuperação com o impulso de dois principais fatores. Além da sazonalidade, a resiliência dos preços do minério de ferro mesmo em meio a um cenário desafiador na China deve se traduzir em bons números pela empresa.

Citando os mesmos fatores, a XP Investimentos acredita que Vale e CSN Mineração (CMIN3) devem entregar uma “sólida melhoria” de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no terceiro trimestre.

Já o BTG Pactual avalia que o terceiro trimestre será o primeiro “de muitos que virão” que vão retratar um cenário mais favorável para as mineradoras.

O banco segue preferindo o minério de ferro em detrimento do aço, uma vez que acredita que a China continuará com uma produção relevante de aço, o que derrubará os preços globais da liga metálica enquanto ajuda a manter o minério de ferro em níveis “muito saudáveis”.

Fonte: Money Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2023

Deputados apuram dano ambiental de mineração

A borda de um abismo de 200 metros de profundidade, que separa os domínios da mineração e da conservação ambiental na Serra da Moeda, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi o local escolhido ontem para visita de parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Ainda que já existisse antes, o precipício foi ampliado pela ação da Gerdau, que hoje opera a mina Várzea do Lopes, uma cava profunda que ocupa uma ampla área entre a BR-040 e a Serra da Moeda.

A Gerdau explora minério de ferro na vertente da Serra da Moeda voltada para leste, no município de Itabirito, enquanto a vertente oeste, no município de Moeda, permanece dentro dos limites de preservação. 

À beira do abismo, integrantes da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALMG mostraram divergências a respeito do Projeto de Lei (PL) 1.185/23, de autoria do deputado Noraldino Júnior (PSB), que altera os limites do Monumento Natural Estadual Serra da Moeda (Mona).

Aos representantes de entidades ambientalistas que participaram da visita, o autor do projeto explicou que sua intenção é apenas ampliar a área do monumento natural acrescentando áreas indicadas pela Gerdau. “Diferente de outros projetos anteriores, esse só traz a anexação de áreas, não há desafetação alguma”, afirmou Noraldino Júnior.

Desafetação é o nome técnico para a mudança legal de finalidade de uma área, que poderia liberar um terreno, antes preservado, para a mineração.

Autoras do pedido para realização da visita à Serra da Moeda, as deputadas Beatriz Cerqueira (PT) e Bella Gonçalves (Psol) criticaram o projeto por considerá-lo uma oportunidade para que o lobby das mineradoras pressione para a apresentação de emendas que prejudiquem e reduzam a área preservada atualmente.

“Não é possível controlar a tramitação do projeto. Qual o objetivo de acrescentar algo (ao Monumento) que ninguém está pedindo? Se a intenção é a preservação, porque não trabalhar para aprovar a PEC?”, questionou a deputada Beatriz Cerqueira, referindo-se à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 7/23, que promove o tombamento das Serras do Rola Moça, do Brigadeiro e da Moeda, e que está parada na Comissão de Constituição e Justiça.

Para a deputada Bella Gonçalves, o projeto é perigoso porque abre espaço para que a área de preservação seja reduzida por lei, de uma forma juridicamente mais consolidada do que os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) firmados com o Ministério Público, um instrumento que as mineradoras costumam lançar mão para regularizar explorações iniciadas clandestinamente.

De acordo com o ambientalista Cléverson Ulisses Vidigal, da organização não governamental (ONG) Abrace a Serra da Moeda, a Gerdau já manifestou a intenção de desafetar 128 mil metros quadrados no Monumento Natural Serra da Moeda para permitir a ampliação da mina Várzea do Lopes.

Vidigal relata que o desbarrancamento da vertente da Serra já invadiu alguns metros da área de preservação, fato confirmado pelo desaparecimento do Marco 32 do Monumento Natural, que foi retirado durante obras de contenção realizadas em 2017 pela Gerdau, dentro dos limites de preservação.

Corredor ecológico

Além disso, Vidigal afirmou que, dos 62 hectares que estariam sendo anexados ao Monumento Natural pelo PL 1.185/23, 31 hectares correspondem a um corredor ecológico que já está entre os compromissos de compensação ambiental assumidos pela Gerdau em 2009. Na mesma ocasião, segundo ele, a empresa firmou o compromisso de não mais solicitar ampliações da área explorada na Serra da Moeda. “E ela não está cumprindo isso”, afirmou o ambientalista.

Vidigal também criticou o governo do Estado pela demora em implantar no local um sistema de monitoramento por câmeras térmicas que já existe na Serra do Rola Moça. 

Segundo informações do gerente do monumento natural Serra da Moeda, Henri Collet, que é funcionário do Instituto Estadual de Florestas (IEF), a instalação das câmeras depende da Polícia Militar, que ficou responsável pela aquisição de rádios e da frequência de comunicação entre os equipamentos. Esse processo está parado desde 2019.

A instalação das câmeras, segundo Vidigal, seria útil também para monitorar outros problemas da área de preservação, tais como vandalismo, incêndios e danos causados por praticantes de motocross.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2023