Notícias

Lítio pode alavancar a economia mineira

Se, por um lado, Minas Gerais tenta diminuir a dependência pelo minério de ferro, que há décadas dita o ritmo econômico do Estado, por outro, devido às suas próprias características geográficas e históricas, encontra na própria mineração alternativas para um futuro rentável e socioambientalmente responsável. Nióbio, grafeno e lítio estão entre as grandes apostas dos chamados minerais industriais, a partir de suas funcionalidades e potenciais relacionados especialmente às energias renováveis e novas tecnologias.

O lítio, por exemplo, insumo estratégico à cadeia de energia limpa, poderá ter sua demanda mundial multiplicada em 40 vezes até 2040, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE). O mineral e seus derivados são matéria-prima essencial para a transição energética – pauta urgente e atual em todo o mundo.

Presente nas baterias de veículos elétricos, de produtos eletroeletrônicos, o metal tem sido alvo de investimentos bilionários em importantes projetos que prometem revolucionar e – literalmente – abastecer o mercado nos próximos anos. Na América Latina, onde está a maior parte das reservas mundiais de lítio, Bolívia, Argentina, Chile e, claro, o Brasil vêm se movimentando para deslanchar a exploração e produção do mineral.

A mais recente sinalização nacional neste sentido ocorreu no início do mês, quando o governo brasileiro publicou decreto que flexibiliza as exportações de lítio do Brasil. A decisão tem potencial de viabilizar mais de R$ 15 bilhões em investimentos na produção do minério até 2030, segundo o Ministério de Minas e Energia.

O lítio interessa a vários países que buscam substitutos do petróleo para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Assim, vem ganhando cada vez mais valor no mercado internacional, com preços oscilando abruptamente em poucos meses. Por isso, e não à toa, já foi batizado de petróleo do futuro ou ouro branco.

A Austrália lidera o ranking de produção mundial, ao lado do Chile. No Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as reservas minerais lavráveis de lítio são da ordem de 48 mil toneladas de óxido de lítio contido, representando 0,33% das reservas mundiais. Enquanto isso, dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) publicados em 2021 colocam o Brasil como detentor da sétima maior reserva de lítio conhecida no mundo: 95 mil toneladas. Já o total de recursos de lítio no País (que soma as reservas ao total ainda inacessível) está estimado em 470 mil toneladas.

Minas Gerais concentra a maior parte das reservas minerais conhecidas para produção do metal no País e deseja participar ativamente desta transformação. O que não pode fazer, segundo especialistas, é repetir o erro de quase um século e novamente se concentrar apenas na exploração, deixando a manufatura e o valor agregado de lado. Se assim o fizer, estará fadado a buscar, no futuro, um novo substituto para sua economia, como faz agora em relação ao minério de ferro.

Produção de lítio em Minas 

O Brasil produz lítio desde 1991, por meio da Companhia Brasileira de Lítio (CBL). Atualmente, apenas duas empresas produzem o mineral no País: a CBL e a AMG Brasil – ambas em Minas Gerais.

A CBL é a única empresa brasileira produtora de carbonato e hidróxido de lítio e conta com uma unidade de mineração em Araçuaí (Vale do Jequitinhonha) e uma planta de processamento químico em Divisa Alegre (Norte de Minas), além de um escritório em São Paulo. A empresa tem 100% de capital nacional e acaba de passar por um processo de desestatização por parte do governo estadual. A participação do Executivo mineiro no ativo, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), foi arrematada pela Ore Investment por R$ 208 milhões.

Já a AMG Brasil opera um complexo industrial na mina Volta Grande, entre os municípios de Nazareno e São Tiago, na região Central de Minas Gerais, e está investindo na expansão da produção na mina e em uma nova planta química de lítio. Sob aportes de R$ 1,2 bilhão, a unidade de beneficiamento transformará o concentrado em carbonato de lítio, conferindo maior valor agregado ao mineral extraído em terras mineiras. As operações estão previstas para 2026.

Além disso, há várias empresas com projetos de mineração em andamento. Um dos mais promissores também está no Estado e pertence à canadense Sigma Lithium Resources Corporation, que promete produzir 440 mil toneladas de concentrado de lítio grau bateria de alta pureza ao ano no Vale do Jequitinhonha. O empreendimento está sendo implantado em duas etapas, mediante aportes de R$ 2 bilhões. As operações terão início ainda em 2022.

Lítio versus minério de ferro

De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), a expectativa quanto ao mercado de lítio é grande. Técnicos da Pasta chegam a classificá-lo como “bem mineral do momento”. Entretanto, ressaltam que a indústria de baterias veiculares de lítio, maior aposta para o segmento nos próximos anos, tem grandes desafios a serem superados. Entre eles, a implementação de estrutura tecnológica, capacitação da mão de obra, legislação, regulação, PD&I, difusão do uso e desenvolvimento de infraestrutura de postos de recarga, etc.

De toda maneira, a produção estadual do lítio vem apresentando forte crescimento e passou da média de 7,3 mil toneladas em 2006 para 67,6 mil toneladas em 2020. Isso significa um salto de 630% entre os períodos. No mesmo intervalo, o valor total comercializado apresentou uma curva de crescimento ainda maior, passando de R$ 4,10 milhões (2006) para R$ 111,2 milhões em 2020. Elevação superior a 2.600%.

Ainda conforme o governo estadual, levando-se em conta a escala de produção atual de lítio, a projeção de exploração do metal é de 80 anos em Minas Gerais. Porém, essa estimativa poderá ser reduzida devido à crescente demanda. Fazendo um comparativo com o minério de ferro, metal mais utilizado no mundo e altamente presente em Minas Gerais (o Estado detém aproximadamente 77% das reservas nacionais), considerando a escala de produção atual, a projeção de exploração do mineral chega a 177 anos.

“A cadeia produtiva do ferro é uma das mais verticalizadas e consolidadas de Minas Gerais, o que não acontece com o lítio, já que existem grandes desafios a ser superados. Atualmente existem no Estado 306 minas ativas de minério de ferro e apenas duas de lítio. Além disso, o valor da produção mineral beneficiada em terras mineiras foi de R$ 134,3 bilhões em 2021. Deste total, o minério de ferro atingiu um montante de R$ 117,8 bilhões (87,74%) e o lítio, R$ 344,3 milhões (0,26%). No primeiro semestre de 2022, a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) do minério de ferro em Minas foi de R$ 1,277 bilhão (90,42% do total), e a arrecadação referente a minério de lítio foi de R$ 6,80 milhões (0,48% do total)”, detalhou a Pasta.

Força da cadeia é fundamental para valor agregado

Diante de tamanho potencial e aposta, especialistas alertam para a necessidade de atrair e reter investimentos na cadeia produtiva como um todo, conferindo maior valor agregado ao mineral. A preocupação se ancora no que ocorreu com o minério de ferro há décadas. Para isso, são necessárias ações para além da mineração, abarcando da lavra ao beneficiamento, da concentração à produção dos sais até o desenvolvimento de tecnologia para as peças das baterias ou outros componentes elétricos.

“Todas as empresas que estão entrando nessa área estão voltadas para a exportação da matéria-prima. Vamos repetir o erro? Exportar pedra e importar baterias caríssimas? Perder toda a geração de valor, pagar fretes altíssimos e sucatear mais uma vez nossa indústria?”, questiona o presidente da Associação dos Engenheiros de Minas do Estado de Minas Gerais (Assemg), João Hilário.

Ele pondera que o capital estrangeiro é bem-vindo, porém, são necessárias iniciativas acerca da produção de riqueza para a origem do mineral. “O lítio é uma nova janela de oportunidade que se abre para a mineração, para o Brasil e especialmente para Minas Gerais. Temos uma indústria automobilística forte no País e as bases necessárias para surfar na onda da transição energética. Já temos investimentos anunciados em fábricas de baterias no Estado, como a Bravo Company, em Nova Lima (RMBH). Precisamos deste tipo de articulação com o envolvimento de todos os atores. Com política de Estado, empresarial, científica e social”, alerta.

O professor de lavra da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) José Margarida da Silva completa que a falta de políticas integradas e a competição capitalista podem dificultar esse processo. Entretanto, cita esforços para conduzir esse tipo de atuação, como estudos e cursos de universidades como a própria Ufop trazendo luz à questão e, ao mesmo tempo, formando mão de obra para colocar o movimento em prática.

“Ainda é cedo para traçarmos um cenário. Não se muda uma base econômica e industrial de uma hora para outra. Mas o contexto vai ajudar o Brasil a deslanchar no segmento, pois temos a matéria-prima em abundância a nosso favor. Porém, precisamos de um diferencial competitivo, para deixarmos de ser seguidores de mercado e nos tornarmos influenciadores de mercado. Potencial temos”, afirma.

O professor do Departamento de Engenharia de Minas da Ufop Hernani Mota de Lima pondera, porém, que esse potencial de desenvolvimento depende dos incentivos à indústria de baterias. “Sem isso, seremos novamente meros exportadores”, diz.

Já o assessor especial do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra), Cristiano Parreiras, reforça que a expectativa acerca do potencial da cadeia é muito positiva e que já há, inclusive, estudos para associar o lítio ao nióbio (também presente no Estado) para o desenvolvimento de baterias ainda mais duradouras e eficientes.

Por fim, para o consultor de Relações Institucionais e Econômicas da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), Waldir Salvador, a definição dos integrantes desta cadeia é que vai estabelecer o peso da atividade para a economia mineira. “Quando falamos em diminuir a dependência ou substituir uma atividade temos que considerar todos os aspectos. Ainda não conhecemos em profundidade esse setor. Precisamos entender o potencial de produção, mercados de destino, cotação de preços, empregabilidade, entre outros quesitos importantes. Mas dificilmente o lítio conseguirá fazer essa substituição, dada a força e a representatividade do minério de ferro em Minas Gerais”, conclui.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/07/2022

Carro elétrico vai mudar mineração, diz especialista

A mineração vai ser afetada de três maneiras diferentes pelo avanço do mercado de carros elétricos e o maior risco para o crescimento desse tipo de veículo estará na capacidade de suprimento de minerais críticos. A afirmação é de Rohitesh Dhawan, presidente do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), que visitou no fim do mês passado as operações da Vale no Pará e em Minas Gerais.

“A maior ameaça para o mundo atingir os objetivos de [controle da] mudança climática e [de crescimento dos] veículos elétricos é o suprimento de minerais críticos. Não ter política ou incentivo para o carro elétrico não é risco. O maior risco é não ter minerais críticos”, afirma Dhawan ao Valor. O ICMM, fundado em 2002, é composta por 26 companhias associadas que representam um terço da indústria global de mineração e têm 650 áreas de mineração em mais de 50 países. Como objetivo, o ICMM define padrões para uma “mineração responsável” aplicados a todos os membros.

O executivo citou como exemplo de mudança na demanda global o cobre, cuja produção mundial oscila ao redor de 20 milhões de toneladas por ano, sendo que 4% desse volume é usado pela indústria automobilística. Em 2030, ele destaca, se a taxa de eletrificação de carros crescer como o planejado, 12% do cobre vai ser usado na indústria de veículos elétricos.

Dhawan diz que hoje um carro convencional carrega cerca de 10 quilos de cobre, enquanto um veículo elétrico leva entre 60 e 70 quilos do metal. “Uma forma que vai mudar [a mineração] é mudando a equação de oferta e demanda.”

Ele destaca que outra mudança virá da pressão que empresas automobilísticas deverão exercer por uma mineração mais responsável. “A empresas automobilísticas estão puxando uma demanda por padrões de mineração responsável. BMW, Tesla ou Daimler vão comprar minerais e eles têm que ser produzidos de forma responsável porque o comprador demanda que os carros sejam produzidos sustentavelmente”, frisa. “Nós do ICMM estamos aqui há 20 anos, voluntariamente puxando os padrões. As companhias automobilísticas estão se juntando a nós”, acrescenta.

A terceira forma de mudança virá, na visão de Dhawan, das oportunidades para a integração na indústria, inclusive com parcerias com fabricantes de baterias. O executivo não descarta a possibilidade de haver fusões e aquisições.

Em meio a esse cenário, Dhawan alerta para o comportamento dos preços e frisa que a tendência é que eles subam sempre que houver a preocupação de suprimento insuficiente. Ele lembra o caso do lítio, fundamental para as baterias elétricas, e explica que hoje a produção global anual gira em torno de 500 mil toneladas. Em 2023, a estimativa é que a demanda anual flutue entre 2 milhões e 2,2 milhões de toneladas. “Como resultado, o preço do lítio sobe. De bom, vem o fato de precisarmos descobrir novas formas de produzir lítio”, diz.

Ao falar do comportamento esperado para os preços das commodities, Dhawan também projeta um horizonte de longo prazo saudável para o minério de ferro. Ele ressalta que, se a demanda por aço crescer 2,5% por ano, o consumo do produto vai dobrar até 2050, impulsionando o minério. “[Vejo o] Futuro extremamente saudável, algo que o mercado não aprecia porque está obcecado com o curto prazo”, diz, lembrando que há a necessidade de 100 milhões de toneladas anuais de nova capacidade de minério de ferro apenas para “manter a oferta estável”.

O executivo também destaca que a indústria do minério de ferro ajudará a descarbonizar seus clientes siderúrgicos através de três maneiras principais: fornecendo um minério de maior qualidade, o que reduz entre 20% e 25% as emissões de CO2 na produção de aço; com novos produtos, como o briquete desenvolvido pela Vale, que reduz as emissões das siderúrgicas em 10%; e através do co-investimento com as siderúrgicas em tecnologias inovadoras.

Dhawan também citou as mudanças ocorridas na indústria de mineração depois dos rompimentos das barragens da Samarco, em Mariana, e da Vale, em Brumadinho. Segundo ele, a indústria tomou para si a responsabilidade coletiva para a segurança das barragens. “Quando Mariana aconteceu, a indústria não respondeu coletivamente da maneira que deveria. Foi visto como uma questão de uma empresa. Agora sabemos que temos que ter cuidado extremo e operar com a maior segurança possível. Esse sentimento coletivo só aconteceu depois de Brumadinho”, afirma.

Dhawan explica que o resultado foi o desenvolvimento do Global Industry Standard in Tailings Management (GISTM), ou Padrão Global da Indústria em Gerenciamento de Barragens, em tradução livre, que mudou o gerenciamento das barragens de uma questão individual para uma responsabilidade coletiva. “O GISTM dá de forma clara e explícita referências como os aspectos sociais devem ser considerados no design e gerenciamento de barragens no futuro.”

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/07/2022

 

Setor de implementos rodoviários encerra 1S aquecido

No mês de junho, o total de emplacamentos de implementos rodoviários superou a média mensal do primeiro semestre de 2022, segundo a ANFIR – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários. No mês, foram entregues ao mercado 13.133 unidades, enquanto a média é de 12.500 produtos.

De acordo com José Carlos Spricigo, presidente da entidade, o setor está a dois meses consecutivos registrando volume de emplacamentos acima da média do período, o que pode indicar a formação de uma curva positiva de crescimento.

No acumulado do ano, o total de produtos vendidos foi de 75.052 unidades. No segmento Pesado foram entregues 40.234 unidades, enquanto no Leve foram 34.818 produtos.

Previsão para 2022

Segundo projeções da ANFIR, o mercado de implementos rodoviários deverá ser de 165 mil unidades em 2022. “O resultado deverá ficar próximo ao obtido em 2021, quando foram vendidos 163 mil implementos rodoviários”.

Na distribuição por segmento, a entidade estima que poderão ser 80 mil Pesados e 85 mil Leves.

O segundo semestre apresentará dois fatores que devem concorrer favoravelmente para impulsionar as vendas do setor. Um deles é o movimento de antecipação de renovação da frota de caminhões, que historicamente traz reflexos positivos às vendas de implementos rodoviários. A ação deverá acontecer porque em janeiro de 2023 entra em vigor o Proconve 8*, que prevê como padrão para os caminhões a motorização Euro VI.

O segundo fator é a realização da Fenatran, que costuma ser o polo atrativo de negócios para o setor. “Com esses dois fatores, a indústria terá condições de minimizar as eventuais perdas e manter um patamar de unidades emplacadas semelhante à do exercício anterior”, conclui Spricigo.

*Proconve 8

A P-8 se aplica a todos os veículos novos de passageiros e de carga equipados com motores de ignição por compressão ou centelha, e com peso mínimo de 3,856 toneladas. A norma especifica limites máximos de emissão para gases de escapamento, partículas e ruído, bem como requisitos de durabilidade, sistemas de diagnóstico de bordo (OBD) e testes em uso, entre outras disposições.

Para informações adicionais, leia: “Proconve 8 – A norma que deverá promover a renovação da frota de caminhões no Brasil”, em: https://www.abifa.org.br/proconve-8-a-norma-que-devera-promover-a-renovacao-da-frota-de-caminhoes-no-brasil/.

Fonte: Abifa
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 13/07/2022

Processamento de soja em grãos cresce 8%, diz Abiove

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o processamento de soja em grão atingiu 17,1 milhões de toneladas nos primeiros cinco meses deste ano, elevação de 8% em relação ao mesmo período de 2021 após ajustes. Os volumes de produção de farelo (13,1 mi de t) e óleo de soja (3,4 milhões) também foram ligeiramente superiores.

Exportações

De acordo com os dados oficiais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) atualizados até junho, as exportações de soja em grão alcançaram 53 mi de t, queda de 7,8% em relação ao registrado em igual período de 2021, quando foram embarcadas 57,5 mi de t.

Em relação aos derivados, no caso do farelo, foram 10,4 mi de t exportadas este ano, ante 8,1 milhões entre janeiro e junho do ano passado; o óleo chegou a 1,3 mi de t comercializadas, ante 770 mil no mesmo período de 2021.

Projeções

Prevê-se queda das exportações de soja de 77 mi de t para 76,8; aumento do processamento do grão de 48,1 mi de t para 48,3, com impactos positivos na produção de farelo e óleo; elevação das exportações de farelo e óleo de soja para 18,5 e 2,1 mi de t, respectivamente.

Em relação aos preços, a Abiove projeta que as exportações dos três produtos do complexo soja atinjam US$ 58 bilhões neste ano.

Fonte: Datagro
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 13/07/2022

 

Cimento registra alta de 16,84% no primeiro semestre

O Índice Nacional de Custo da Construção, calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (INCC/FGV), continua impactando o mercado imobiliário. Para se ter ideia, segundo a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, o cimento, por exemplo, aumentou 5,38% em abril, 5,56% em maio e 3,15% em junho. E quando analisado o primeiro semestre, o insumo já apresentou crescimento de 16,84% em seus preços.

Robson Macedo, CEO da BidYou, assessoria de investimentos imobiliários, lembra que a indústria cimenteira tem um papel importantíssimo no segmento, servindo como um dos principais termômetros do setor. “O principal motivo dessa variação são os consecutivos reajustes dos insumos: refratários, gesso, sacaria, frete marítimo e rodoviário e coque de petróleo. Outro importante termômetro é a indústria do aço, material aplicado em diversos locais, incluindo edifícios”, frisa Macedo.

Além do cimento, outros produtos que apresentam preços elevados são os vergalhões e os arames de aço ao carbono que aumentarem 1,64% em abril, 6,97% em maio e 3,06% em junho. “Essas altas contribuem para manter o custo da construção em patamar elevado, prejudicando as atividades do setor, gerando incertezas, instabilidades e preocupação em relação aos futuros lançamentos. Vale destacar que há 24 meses consecutivos a alta dos insumos é um dos principais problemas enfrentados pela Construção”, ressalta Ieda.

Sylvio Pinheiro, diretor da G+P Soluções, consultoria especializada em planejamento, gerenciamento e gestão de projetos e construções, diz ainda que a inflação dos insumos puxada pelo câmbio, depois pelo petróleo e pelas commodities também foi responsável por desequilibrar os orçamentos, fazendo com que a viabilidade das construções ficasse defasada. “Os projetos então voltaram para a prancheta. Enfim, temos uma sucessão de fatores que contribuíram para que o segmento imobiliário desse uma travada”, analisa Pinheiro.

Jamille Dias, consultora de Marketing e Vendas da Riviera Construtora, lembra que a alta nos preços dos insumos influência diretamente a área Comercial das empresas porque com os valores dos imóveis mais altos, a renda necessária para aprovação do crédito do cliente precisa ser maior, o que acaba deixando a maior parcela dos interessados de fora. “Os imóveis do segmento econômico passam a ser faixa 2 ou 3 e os clientes precisam comprovar uma renda mais alta do que era para conseguir a aprovação. Por isso, o governo vem ampliando seus incentivos para compensar e o consumidor final não sentir tanto esse aumento”, explica Jamille.

INCC de junho tem a maior elevação dos últimos 28 anos

Ainda de acordo com o estudo divulgado pela CBIC, depois de registrar incremento de 2,28% em maio, o INCC aumentou 2,14% em junho, o que representa a terceira maior elevação, para esse mês, dos últimos 28 anos. Somente em junho de 1995 (3,12%) e no mesmo mês do ano passado (2,16%), as altas foram superiores. Com esse resultado, o indicador aumentou 7,53% no primeiro semestre de 2022 e 11,57% nos últimos 12 meses. “Particularmente em junho de 2022 o custo com materiais e equipamentos cresceu 1,07%, o da mão de obra aumentou 3,35% e o custo com serviços 0,68%”, afirma a economista da CBIC.

Com relação à mão de obra, em junho deste ano a variação de 3,35% aconteceu em função do incremento observado em seis, das sete capitais componentes do INCC/FGV: Brasília (+1,57%), Rio de Janeiro (+2,37%), São Paulo (+5,09%), Salvador (+3,54%), Recife (+3,91%) e Porto Alegre (+2,26%). “É importante ressaltar que é nos meses de maio e junho que se concentram as datas bases dos trabalhadores da Construção Civil nas cidades pesquisadas pelo INCC e, por esse motivo, historicamente, observa-se maior aumento do custo nesse período”, diz Ieda.

A economista diz ainda que, desde julho de 2020, o setor vem sentindo as fortes elevações nos seus custos, especialmente em função das altas nos preços dos insumos. De julho de 2020 até junho de 2022, o INCC/FGV já aumentou 30,94%. “Neste período, o custo com materiais e equipamentos cresceu 52,70%, a mão de obra registrou elevação de 18,46% e o custo com serviços aumentou 17,74%. Observa-se, portanto, que o incremento no custo com os insumos foi a maior fonte de pressão na elevação dos custos da construção. É importante ressaltar que, neste período em análise, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que é o indicador oficial da inflação no país, aumentou 21,23%”, aponta a especialista.

Fonte: O Dia
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 13/07/2022

 

Siderurgia brasileira espera que EUA revejam cotas de aço neste ano

A indústria siderúrgica brasileira tem expectativa que as cotas de exportação de aço para os Estados Unidos sejam revistas neste ano, após um aceno do presidente norte-americano, Joe Biden, sobre o assunto durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira, afirmou o presidente da associação que representa o setor nesta sexta-feira.

“Temos expectativa que saia neste ano” a revisão das cotas, disse o presidente-executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

As cotas foram criadas em 2018 no governo de Donald Trump e impuseram um limite anual de 3,5 milhões de toneladas de exportações placas do Brasil sem cobrança de sobretaxa de 25%. Além disso, o governo Trump também criou um redutor de 30% sobre o volume de vendas de produtos siderúrgicos acabados brasileiros, com base em uma média dos volumes vendidos entre 2015 e 2017.

 
Segundo Lopes, o setor aguardava esta primeira reunião entre Bolsonaro e Biden para ter uma sinalização para um início das negociações para a revisão das cotas. “Seria impensável uma missão se houvesse um estresse na relação”, disse o executivo.

 
“O desdobramento disso (reunião entre os dois presidentes) é que vamos agora colocar de pé uma nova missão aos EUA”, disse Lopes.

Fonte: Money Times por Reuters 
Publicação: 13/07/2022