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Siderúrgicas “reduzem descontos” de preços de aço plano em fevereiro

Os produtores de aços planos do país começaram em fevereiro a rever seus preços no mercado interno, após enfrentarem alta de importações no final do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela associação de distribuidores, Inda.

As importações de aços planos no Brasil tiveram um pico em novembro, acima de 200 mil toneladas, e leve alta em janeiro, segundo os dados apresentados pela entidade.

“Não se trata de aumento de preços, mas de retirada de descontos que foram dados em relação aos aumentos aplicados no ano passado”, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro, a jornalistas.

“Esse movimento de retirada dos descontos começou agora em fevereiro. Em tese, todas (as siderúrgicas) anunciaram movimentos nesse sentido”, acrescentou Loureiro. Segundo ele, porém, a revisão nos preços ainda está em uma fase volátil, “só vamos sentir a efetividade do movimento mais para o final do mês”, afirmou.

Em relação aos picos registrados em meados do ano passado, os preços de aços planos atualmente estão 12% a 15% menores, de acordo com ele.

Mas no setor automotivo, que costuma acertar contratos mais longos, o ano começou com alta de 60% a 70% nos preços do aço em janeiro para cerca de um terço do volume que costuma ser vendido às montadoras de veículos, disse o presidente do Inda.

Os comentários ecoam declarações do diretor comercial da Usiminas, Miguel Homes, que afirmou mais cedo neste mês que a empresa tinha aplicado o percentual a alguns clientes do setor automotivo em janeiro e buscava implementar o mesmo nível de reajuste aos clientes restantes com contratos a partir de abril.

“Não vislumbramos, no momento, nenhuma situação em que este aumento não seja implantado”, afirmou Loureiro.

Em janeiro, o setor de distribuição de aço, responsável por cerca de um terço das vendas das usinas siderúrgicas, encerrou com alta de aproximadamente 19% no volume de estoques sobre o mesmo mês do ano passado, a 818,1 mil toneladas. Ante dezembro, o volume ficou praticamente estável. O volume é suficiente para 2,7 meses de vendas ante 2,1 meses em janeiro de 2021.

As vendas de aços planos pelo setor somaram 298,5 mil toneladas em janeiro, queda de 8,1% no comparativo anual, mas alta de 14,2% sobre dezembro. Já as compras caíram 10% ante janeiro do ano passado, mas avançaram 21,7% ante dezembro, para 302,4 mil toneladas, segundo o Inda.

Para fevereiro, a entidade estima que as compras e vendas tenham uma alta de 5% cada em relação a janeiro.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/02/2022

Aço pode ficar mais caro com tensão na Ucrânia, diz Inda

A escalada da tensão entre a Rússia e a Ucrânia pode resultar na elevação dos preços internacionais do aço devido à importância dos dois países na cadeia de produção. “É possível que sanções à Rússia influenciem positivamente as cotações do aço, o que tende a beneficiar também as exportações brasileiras”, apontou Carlos Loureiro, presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, Inda, em coletiva de imprensa nesta terça-feira.

Para fevereiro, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas cresçam 5% em relação a janeiro. O Inda também informou que o diferencial de impacto do custo de matéria-prima no preço do aço, denominado spread, voltou a subir em 2022, sinalizando que não deve haver quedas maiores na cotação dos produtos siderúrgicos.

As compras de aço plano em janeiro registraram alta de 21,7% ante dezembro, com volume total de 302,4 mil toneladas. As vendas contabilizaram alta mensal de 14,2% e atingiram 298,5 mil toneladas, apesar da queda de 8,1% na comparação com janeiro de 2021.

O estoque dos distribuidores avançou 0,5% em relação a dezembro e chegou a 818,1 mil toneladas, enquanto o giro de estoque fechou em 2,7 meses. As importações, por vez, encerraram janeiro com alta mensal de 5,5%, o equivalente a 169,9 mil toneladas.

Fonte: Traders Club
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/02/2022

Futuros do minério de ferro em Dalian caem com temores de intervenção na China

Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian fecharam em baixa nesta quarta-feira após uma sessão diurna volátil, com as preocupações com o ambiente regulatório da China moderando o otimismo sobre as perspectivas de demanda pelo ingrediente siderúrgico na maior produtora de aço do mundo.

O contrato de minério de ferro mais negociado para entrega em maio na bolsa de Dalian caiu 0,8%, para 700 yuanes (110,64 dólares) a tonelada, depois de avançar por dois dias e oscilar entre perdas e ganhos ao longo da sessão.

As autoridades chinesas impedirão uma “acumulação excessiva” de minério de ferro e ajudarão a garantir que os traders da commodity tragam os estoques de volta a um nível razoável o mais rápido possível, disse o planejador estatal do país nesta quarta-feira.

A última declaração da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma veio após uma reunião com o regulador do mercado sobre medidas para encurtar o período de armazenamento gratuito para traders de minério de ferro e aumentar os custos dos estoques no porto.

Apesar dos esforços intensificados dos reguladores chineses para conter o rali do minério de ferro neste ano e diminuir as pressões inflacionárias, analistas disseram que as esperanças de aumento da demanda no curto prazo e a possibilidade de interrupções na oferta na Austrália e no Brasil podem dar suporte aos preços.

O vergalhão de aço para construção na Bolsa de Xangai caiu 0,7%, enquanto a bobina laminada a quente recuou 0,4%. O aço inoxidável caiu 2,7%.

O carvão metalúrgico de Dalian subiu 2,3%, estendendo os ganhos para uma sexta sessão, parcialmente apoiado por preocupações com a oferta apertada.

Fonte: Money Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/02/2022

Crise entre Rússia e Ucrânia e tombo do minério na China derrubam ações brasileiras

Pressões internacionais sobre as principais matérias básicas produzidas pelo Brasil derrubaram nesta quinta-feira (17) ações de algumas das empresas mais importantes para a Bolsa de Valores do país. O cenário se tornou ainda mais desfavorável para os negócios em meio às quedas nos principais mercados globais. A aversão global aos investimentos de risco ganhou corpo com o agravamento das tensões envolvendo Rússia e Ucrânia.

O Ibovespa fechou em queda de? 1,43%, a 113.528 pontos. A expressiva baixa levou o índice de referência da Bolsa a interromper um ciclo de sete altas diárias consecutivas. O dólar subiu 0,72%, a R$ 5,1670. A moeda americana voltou a ganhar valor após ter caído na véspera a R$ 5,13, menor cotação em quase sete meses.

A principal fonte de queda do mercado de ações brasileiro está no setor de commodities, conforme descreveu Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora.

Após semanas de valorização neste início de 2022, os preços contratos de minério de ferro caíram severamente nos últimos dias ?um índice futuro com vencimento em maio acumula queda semanal de 16%. A China, principal consumidora dessa matéria-prima, decidiu apertar o controle sobre os valores.

"O governo chinês está investigando operações irregulares para evitar ajustes artificiais nos preços e, de alguma forma, quer limitar os ganhos com a especulação", comentou a analista da Clear.

Guerra destaca que as ações de empresas do setor de mineração e siderurgia, que representam mais de 20% do volume de negociações do Ibovespa, tendem a responder à cotação do minério.

A mais importante delas, a Vale, fechou com desvalorização de 4,30%. Ainda no setor ligado à produção de aço, as ações de CSN, Gerdau e Usiminas tombaram 5,85%, 5,32% e 4,07%, respectivamente.

Depois de ter superado a casa dos 115 mil pontos na véspera, a Bolsa brasileira naturalmente enfrentaria uma dificuldade técnica para seguir em alta nesta quinta, pois os ganhos recentes geram uma pressão pela venda. Investidores tendem a buscar a realização dos lucros obtidos recentemente, conforme explicou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura. "É uma combinação desafiadora para o Ibovespa", comentou.

Contrapondo-se à baixa, as ações da fornecedora de softwares de gestão Totvs encerraram o pregão em alta de 5,81%. A empresa divulgou elevação de 45% nos lucros do quarto trimestre.?

No exterior, a continuidade da movimentação de tropas russas na fronteira da Ucrânia ampliava a tensão sobre um potencial conflito armado na Europa. A situação se tornou ainda mais complexa nesta quinta diante da resposta do governo de Vladimir Putin ao Estados Unidos sobre rejeição dos americanos ao pacote de demandas russas para estabilizar a segurança no Leste Europeu. Em carta, Moscou afirma que "pode tomar medidas técnico-militares" para defender seus interesses.

A apreensão foi reforçada pela expulsão pela Rússia do número dois da embaixada dos EUA em Moscou, Bart Gorman.

A Rússia é uma das principais produtoras de petróleo e gás e o agravamento da crise poderia prejudicar a oferta e acelerar ainda mais a inflação global.

Apesar de rondar as maiores cotações em sete anos, o barril do petróleo Brent recuava 2,05%, a US$ 92,87 (R$ 478,82) no final da tarde. Analistas atribuem a queda à possibilidade de que o Irã volte a ser aceito por potências ocidentais como fornecedor da commodity devido ao avanço nas negociações, intermediadas pela França, sobre o programa nuclear iraniano.

Para o Brasil, a queda do petróleo tem reflexo na desvalorização das ações da Petrobras, que recuaram mais de 0,49%.

No mercado americano, o agravamento da crise envolvendo Rússia e Ucrânia resultou em forte aversão aos investimentos de risco. A crise internacional acrescenta mais preocupações ao mercado, que ainda digere informações da ata da reunião de janeiro do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) sobre os próximos passos do aperto monetário para o controle da maior inflação em 40 anos.

A ata do Fed mostrou que os conselheiros concordam que, com a inflação ampliando seu impacto na economia e um mercado de trabalho aquecido, era hora de aumentar juros e diminuir compras de ativos no mercado financeiro.

Os principais índices de ações negociadas em Nova York encerraram a sessão com fortes quedas. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq cederam 1,78%, 2,12% e 2,88%, nessa ordem.

Apesar do mercado americano ainda estar em período de divulgação dos balanços empresariais do quarto trimestre de 2021, as atenções dos investidores estão completamente voltadas para a crise na Europa e para a alta dos juros, disse à Bloomberg o chefe global de ações da Federated Hermes, Geir Lode. "A flutuação dos mercados segue direcionada por esses dois temas: inflação e Rússia", comentou.

Fonte: Folhapress
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/02/2022

Em 2026, mundo gastará US$ 16 bilhões em recarga de carro elétrico

Um novo estudo da consultoria britânica Juniper Research aponta que o número de domicílios em todo o planeta usando wallboxes (aparelhos para recarregar carros elétricos em casa) vai saltar de 2 milhões em 2021 para 21 milhões em 2026. Um crescimento de quase 10 vezes a quantidade atual.

No total, os wallboxes estarão em 55% dos domicílios que contam com veículos elétricos. Se somarmos as tomadas tradicionais à conta, que compõem os outros 45%, teremos 35 milhões de casas no mundo carregando carros eletrificados de uma forma ou de outra.

Com isso, o gasto global com a recarga caseira também vai saltar de US$ 3,4 bilhões em 2021 para US$ 16 bilhões em 2026. Desses, US$ 5,5 bilhões corresponderão apenas às vendas de wallboxes, mercado que movimentou US$ 1,8 bilhão em 2021.

Os autores do estudo creditam esse crescimento projetado ao menor custo de carregar os carros elétricos em casa (em comparação ao valor de reabastecer a bateria na rua) e também à conveniência que o carregamento doméstico oferece. Eles recomendam no estudo que as montadoras dos veículos criem parcerias com as fabricantes de wallboxes para vender os produtos de forma conjunta, o que já acontece em alguns casos e serve de estímulo à eletrificação.

Uma pesquisa recente de outra companhia, a British Gas Company, apontou que muitas pessoas no Reino Unido não possuem garagens próprias em suas residências, portanto dependem de uma boa estrutura pública de carregadores para resolverem adotar veículos elétricos. Esse problema pode ser extrapolado para o resto do mundo, especialmente com o adensamento populacional das metrópoles: vagas de garagem vão se tornar cada vez mais raras.

Outros dados da pesquisa da Juniper Research são que, em 2026, o gasto médio anual de um domicílio com carregamento de carro elétrico será de US$ 349 (R$ 1.798) na América do Norte, US$ 678 (R$ 3.493) na Ásia e US$ 68 (R$ 350) na América do Sul.


Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 18/02/2022

Siderúrgicas vão elevar preços entre 10% e 15% com retirada de descontos concedidos no final do ano

As siderúrgicas fabricantes de aços planos no país — ArcelorMittal, Usiminas, Gerdau e CSN — estão reajustando os preços do aço a partir deste mês com a retirada de descontos que concederam a clientes entre novembro e dezembro de 2021.

Os descontos, de até 15%, foram necessários porque a oferta de produtos siderúrgicos planos, incluindo material importado, superou a demanda do mercado local, criando uma forte competição, explicou uma fonte do setor ao Valor.

Nesta terça-feira (15), a Usiminas vai ajustar, para cima, seus preços entre 5% e 10% para o mercado da distribuição, empresas que movimentam expressivo volume mensal de aço plano. Uma parcela ficará para uma segunda etapa.

ArcelorMittal e Gerdau já comunicaram decisão semelhante aos seus clientes da rede de distribuição. A próxima a seguir o mesmo caminho deve ser a CSN.

O último grande aumento aplicado aos preços pelas usinas ocorreu entre julho e agosto, na faixa de 10% a 15%. Desde então, o ritmo de produção local mais a forte entrada de aço importado, aliados à acomodação da demanda interna, principalmente no quatro trimestre, criaram uma barreira para reajustes.

O movimento de agora, segundo fontes, é decorrente da alta de dois ingredientes cruciais na siderurgia: o carvão e o minério de ferro. Os preços do minério já beiram US$ 150 a tonelada, depois do recuo que o levou a US$ 94 alguns meses atrás.

Com isso, os preços do aço no exterior subiram a partir do início deste ano. Na China, a tonelada da bobina a quente, material de referência, chegou a ganhar US$ 100, ficando acima de US$ 800 a tonelada.

As siderúrgicas no Brasil também trabalham neste início de ano nos reajustes do aço vendido diretamente à montadoras de automóveis. Os aumentos para o setor são anuais e divididos em duas etapas: um grupo de fabricantes em janeiro e o outro em abril.

Os acordos já firmados, segundo informou o presidente da Usiminas, Sérgio Leite, ao Valor, tiveram aumentos entre 60% e 70% sobre os preços de uma ano atrás.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/02/2022