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Robótica na Agricultura: Automação Transforma Fazendas Brasileiras

Os avanços da robótica na agricultura estão causando uma revolução na produção agrícola brasileira. Esses robôs, equipados com tecnologia de ponta, têm a capacidade de duplicar a produção diária de um trator, operando por períodos mais longos e com maior eficiência e agilidade. Projetados para se integrarem ao ecossistema de produção agrícola, esses autômatos realizam uma variedade de tarefas, desde semear e monitorar até erradicar ervas daninhas, detectar pragas e realizar colheitas.

Diferentemente das máquinas agrícolas convencionais, que podem compactar o solo, os robôs são geralmente leves e compactos, visando prevenir a compactação do solo e facilitar o processo de colheita. Durante a Agritechnica, Christopher Nolan, diretor de desenvolvimento robótico da AGCO na Alemanha, destacou a importância de desenvolver produtos que atendam às necessidades agrícolas e aos produtores.

Robótica na Agricultura: Tecnologia Avançada Transforma Fazendas Brasileiras

Um exemplo é o robô semeador Xavier, revelado pela Fendt, que distribui grãos com precisão em diferentes tipos de culturas, como soja, milho, feijão e ervilha. Esses sistemas autônomos incorporam tecnologias como inteligência artificial, GPS e sensores ópticos, proporcionando um nível de eficiência inatingível pela mão humana.

Além disso, a agricultura do futuro busca ser sustentável, explorando alternativas para reduzir o consumo de energia, recursos hídricos e emissões de gases do efeito estufa. Um exemplo é o robô Lero, desenvolvido pela empresa alemã Nature Robots, que monitora o desenvolvimento de diferentes variedades de vegetais e oferece soluções sustentáveis para áreas afetadas.

Embora as máquinas autônomas ainda tenham margem para otimização, como demonstrado pelo projeto Niedersachsen ADDITIV, que utiliza laser para erradicar ervas daninhas sem prejudicar as culturas circundantes, a conectividade ainda é uma barreira significativa no Brasil. A maioria das propriedades rurais carece de acesso à internet, o que limita a capacidade dos robôs de coletar dados e atuar plenamente no campo.

Fonte: Engenharia É
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 09/04/2024

 

Exportações continuam em “comoditização” e perdem intensidade tecnológica, diz CNI

Apesar do crescimento modesto no ano passado, as exportações do Brasil de produtos de alta intensidade tecnológica seguem abaixo do nível de antes da pandemia, conforme mostra um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo a entidade, os dados da balança comercial do ano passado mostram que a pauta das exportações brasileiras tem perdido intensidade tecnológica e segue em processo de comoditização — ou seja, de crescente peso dos produtos primários.

Os embarques de produtos de alta tecnologia chegaram a US$ 8 bilhões em 2023, o que corresponde a um avanço de 3,1% frente ao ano anterior, mas ainda 14,7% abaixo do valor apurado em 2019: US$ 9,3 bilhões.

O grupo engloba exportações da indústria de aeronáutica, responsável por quase metade (46%) das vendas que o Brasil faz ao exterior de alta tecnologia, assim como os embarques de produtos químicos, farmacêuticos, instrumentos científicos e aparelhos eletrônicos e de telecomunicações.

Após mostrar que a participação da indústria de transformação nas exportações brasileiras caiu de 54,3% para 52,2% no ano passado, enquanto a parcela da agropecuária subiu de 22,4% para 24%, a CNI cobra no estudo uma agenda de competitividade, que inclui entre as prioridades a eliminação de barreiras comerciais e a celebração de acordos internacionais.

A participação de produtos de alta intensidade tecnológica nas exportações totais do Brasil segue estagnada em apenas 2,3% há três anos, demonstrando, conforme a entidade, uma “notável dificuldade” de crescimento.

No estudo, a CNI destaca os benefícios de o país buscar uma pauta mais diversificada,como a menor vulnerabilidade a choques externos.

Fonte: CNN
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 08/04/2024

 

Mineradoras buscam soluções para agilizar a extração de cobre e atender à crescente demanda

Um estudo divulgado há pouco pela consultoria multinacional Ernst & Young mostrou que a preocupação do mundo da mineração com o avanço algo frenético da energia verde tem muita razão de ser.

Segundo o estudo, uma consequência do crescimento da energia verde no mundo deverá ser a expansão da demanda por cobre, forçando as mineradoras a investir crescentemente na extração deste metal.

A consultoria estima que a energia verde vai dominar a geração global de eletricidade até 2038 e representará nada menos do que 62% da matriz energética até 2050.

A capacidade de energia renovável vai aumentar no mundo para 2 mil GW no fim desta década, volume equivalente às capacidades atuais somadas de China e Europa.

O problema é que os equipamentos das energias renováveis exigem tecnologias que contêm cobre, muito cobre. Uma turbina eólica, por exemplo, tem 3 t de cobre em sua composição.

Na também estratégica área de transporte, a construção de um pequeno veículo elétrico exige seis vezes mais cobre do que um carro movido a combustível tradicional.

De acordo com a Ernst & Young, o resultado é que a demanda por cobre deve dobrar até 2035, exigindo das mineradoras uma solução que não se resuma à abertura de novas minas.

Projeções de mercado, realmente, indicam que o investimento na mineração de cobre, para satisfazer a demanda nos próximos anos, terá que aumentar para mais de US$ 250 bilhões por ano até 2030 – muito acima dos US$ 105 bilhões de hoje.

Até agora discutia-se apenas como atender a enorme demanda dos equipamentos verdes pelo lítio, que deve crescer 910% até 2050. Mas o fato é que o lítio ganhou um companheiro de escassez – o cobre.

PALIATIVOS – As mineradoras estão se virando como podem. Estão reabrindo minas fechadas para recuperá-las e abrindo novas escavações. A questão é que o tempo para tornar uma nova mina operacional é de 9 anos, em média. O mercado não pode aguardar tudo isso.

Também estão investindo em inovação para elevar a produtividade das minas em operação. A inteligência artificial tem sido a tecnologia preferida.

Outra solução considerada é a chamada lixiviação ácida, que extrai cobre de resíduos de rocha. Pode haver até 100 milhões de t de cobre em resíduos de minas em todo o mundo.

Os sistemas de IA têm ajudado a monitorar esses locais, fornecendo os dados necessários para a viabilidade financeira dessa extração, que na verdade não sai muito cara.

O aumento da reciclagem é outro caminho possível. O cobre reciclado foi responsável por 32% da demanda na última década, mas será preciso mais veículos elétricos, baterias e outros componentes chegarem ao fim da sua vida útil para a oferta aumentar.

Enfim, só há por enquanto medidas paliativas.

Mas, para consolo das mineradoras, os avanços da engenharia podem reduzir a necessidade de cobre em veículos elétricos, baterias e outras tecnologias. Há muitos pesquisadores atrás deste feito.

Já é assente no mundo científico, por exemplo, que o uso de alumínio em cabos subterrâneos pode reduzir a demanda por cobre em mais de um terço na comparação com o nível atual.

Fonte: IPESI
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/04/2024

 

Intenção de investimento sobe de 43% para 57% das empresas da indústria paulista, diz Fiesp

Pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revela uma melhora na intenção da indústria paulista em realizar investimentos. Conforme o levantamento, 57% das empresas industriais pretendem realizar investimentos em 2024, mais do que os 43% que planejavam investir um ano atrás.

Quanto maior o porte, maior a proporção de empresas que pretendem investir: 78% das grandes empresas da indústria do Estado pretendem investir neste ano, enquanto nas médias e pequenas os porcentuais são, respectivamente, de 60% e 43%.

Segundo mostra o levantamento, a intenção, na média, é direcionar a investimentos 5,1% do faturamento, o que, se confirmado, significará um retorno da indústria ao padrão de investimento observado nos últimos dez anos. Na grande indústria, o plano é investir 8,7% do faturamento.

Foram consultadas, entre os dias 31 de janeiro e 8 de março, 403 empresas (pequenas, médias e grandes) da indústria de transformação do Estado. O investimento em máquinas, equipamentos e instalações é o principal destino dos investimentos planejados – 3,5% do faturamento -, sendo o maior responsável pela melhora na disposição da indústria em investir.

O dado vem na esteira de estímulos do governo federal à atualização do parque produtivo, como a depreciação acelerada dos investimentos em bens de capital, o programa federal de incentivos a montadoras e os financiamentos de R$ 300 bilhões previstos na nova política industrial.

Um terço (34,4%) das empresas que pretendem investir neste ano tem como principal objetivo aumentar a produtividade, o que leva a um diagnóstico de que é preciso trocar máquinas e equipamentos obsoletos. A cada cinco empresas, praticamente uma (19,4%) tem plano de expandir a capacidade de produção.

A avaliação da Fiesp é de que existe um ambiente mais favorável ao investimento, com melhora nos índices de confiança do empresário industrial. Contudo, a carga tributária elevada ainda é apontada pelas empresas como o principal obstáculo aos investimentos.

Para as pequenas empresas, a dificuldade de acesso a linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é considerado tão limitante quanto a carga tributária para a realização de investimentos.

Fonte: Isto É Dinheiro
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 05/04/2024

 

Expectativas para avanço do PIB de 2024 melhoram

Os bons resultados advindos do PIB relativo a 2023 podem não ser ainda a salvação da lavoura da economia nacional, mas deram novo ânimo para o início de 2024, pois superam em muito a expectativa do início do ano passado. O ano de 2023 fechou com crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo que a indústria total (transformação, construção e extrativista) avançou 1,6%.

As expectativas para o PIB em 2024 são de crescimento de 1,78%, segundo o Boletim Focus, que reúne projeções do mercado financeiro e é divulgado pelo Banco Central, e vem subindo paulatinamente. O Ministério da Fazenda estima um avanço de 2,2%. Embora as expectativas de crescimento sejam mais modestas que as do ano passado, será mais diversificado, atingindo uma maior variedade de segmentos econômicos. Para a produção industrial de 2024, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) projeta um aumento de 1,8%. 

O crescimento de 2023 foi impulsionado, principalmente, por setores como a agropecuária (15,1%), que se beneficiou de condições climáticas favoráveis e da alta dos preços internacionais de commodities, e a indústria extrativa mineral (4,3%), que também se beneficiou da alta dos preços internacionais de commodities, principalmente o petróleo.

No conjunto da indústria, a extrativa, que inclui a exploração de petróleo, gás natural e minérios, teve uma participação de 3,5% do PIB brasileiro em 2023. A participação da indústria extrativa na economia nacional vem crescendo nos últimos anos, o que pode ser explicado pelo aumento da produção e exportação de commodities, principalmente para a China.

A indústria de transformação, que inclui a produção de bens duráveis e não duráveis, por sua vez, caiu 1,3%. Esse segmento teve participação de 22,5% no PIB brasileiro em 2023. O crescimento do setor foi lento, de apenas 1,2%. O desempenho fraco da indústria de transformação pode estar relacionado a diversos fatores, como a desaceleração da economia global, a alta dos juros, a inadimplência dos consumidores e a perda de competitividade da indústria brasileira, segundo avaliação da Fiesp.

Por outro lado, a indústria da construção, que inclui obras civis e residenciais, teve uma participação de 7,2% no PIB brasileiro em 2023. O crescimento do setor foi moderado, de 2%. Seu desempenho foi impulsionado principalmente pela construção de obras civis, como rodovias, ferrovias e portos, e pela recuperação do mercado imobiliário.

 REFORMAS ESTRUTURAIS

Para o empresário José Roberto Colnaghi, presidente do Conselho da Asperbras, conglomerado que atua em diversas áreas da indústria e do agronegócio, os números que emergem de 2023 apontam um caminho para o país. Ele passa pela reindustrialização, com ênfase na indústria de transformação e que deve se consolidar por meio de um ambiente favorável aos negócios, com juros baixos, segurança jurídica e responsabilidade fiscal. “O Brasil já experimentou outros caminhos, que não deram certo. É hora de colocar a casa em ordem e plantarmos desde já o crescimento sustentável”, afirma Colnaghi.

“Com a inflação sob controle será possível manter o poder de compra das famílias, o que estimula o consumo. Sem esquecer que uma eventual alta dos juros pode encarecer o crédito e prejudicar o investimento”, argumenta josé Roberto Colnaghi, que conhece a realidade da indústria de perto, por meio da GreenPlac – produtora de placas de madeira certificada do grupo Asperbras e que já recebeu cerca de R$ 1 bilhão em investimento.

José Roberto Colnaghi defende ainda os investimentos em infraestrutura, que podem dar gás ao crescimento da indústria da construção. A implantação de reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, melhorando o ambiente de negócios, favorecem a entrada de investimentos. “Além disso, a recuperação da demanda interna, impulsionada pelo aumento do emprego e da renda, pode dinamizar o crescimento da indústria de transformação”, conclui.

Fonte: Folha Vitória
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 05/04/2024

 

Aperam avança em mercado internacional de remoção de carbono; entenda o que é

A pressão das metas ambientais no Brasil e no mundo impulsiona empresas a buscar alternativas de sustentabilidade sem comprometer a produção. Minas Gerais está na rota dessas mudanças, e o braço de bioenergia da siderúrgica Aperam, sediada em Timóteo, no Vale do Rio Doce, concluiu um acordo com a plataforma global de transação de créditos de carbono Patch com a meta de comercializar pelo menos 35 mil toneladas de carbono em 2024. Até agora, foram 15 mil toneladas de CO2 removidas. 

A empresa não divulga o valor investido na parceria com a Patch, que recebe seus créditos de carbono e os comercializa para outras empresas. Na plataforma de créditos de carbono Puro.earth, a tonelada da Aperam é cotada por US$ 170. Os créditos são uma certificação: a cada tonelada de carbono que uma empresa deixa de emitir, ou remove, ela recebe um. Esses créditos são comercializados no mercado internacional, isto é, organizações que não atingiram sua meta podem comprar créditos de outras e, assim, equilibrar esse balanço.

Os créditos de carbono da Aperam Bioenergia são gerados pela fabricação de biochar. Ele é uma biomassa semelhante ao carvão, produzida a partir de resíduos agrícolas ou florestais orgânicos sem oxigênio, e tem capacidade de armazenar carbono da atmosfera por centenas de anos. As empresas que produzem o material passam por uma auditoria e, caso sejam aprovadas, podem vender créditos de carbono referentes a essa produção.

A Aperam utiliza o biochar em suas florestas de 100 mil hectares de eucalipto plantadas no Vale do Jequitinhonha. É a partir delas que a empresa produz seu carvão vegetal, que, então, é utilizado na fabricação do aço da empresa em Timóteo, a fim de minimizar o impacto ambiental da produção siderúrgica. 

As atuais taxas de redução de emissão de CO2 no mundo estão abaixo do necessário para cumprir a meta do Acordo de Paris, que tenta limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o final deste século. Por isso, o Instituto Mercador de Investigação sobre Bens Comuns Globais e Alterações Climáticas (MCC), sediado em Berlim, estima que, até 2100, seja necessário remover até 1,1 trilhão de toneladas métricas de gás da atmosfera. Ainda segundo a entidade, a aplicação de biochar no solo pode ajudar nessa tarefa, com aplicação de 0,3 bilhões a 6,6 bilhões de toneladas métricas de CO2.

Fonte: O Tempo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/04/2024